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Agricultura

Proibição do glifosato pode provocar prejuízo bilionário e ameaça sustentabilidade do agro

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Reprodução

 

A proibição do uso do glifosato nas culturas do milho, soja e algodão no Brasil pode derrubar a produtividade da agricultura mato-grossense e brasileira e provocar um prejuízo de mais de R$ 428 bilhões ao longo de 10 anos, além de provocar um impacto de R$ 1,5 trilhão, com a eliminação de mais de 2,8 milhões de empregos no país.O alerta consta em um recurso da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), com dados da LCA Consultoria, em um processo na Justiça do Trabalho de Mato Grosso que julga uma Ação Civil Pública que pede aos produtores rurais que se abstenham de utilizar o produto no campo.O pedido, que é feito pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e Ministério Púbico de Mato Grosso, foi negado pela 3ª Vara do Trabalho, mas os autores recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região. O relator do processo, desembargador João Carlos, votou pela proibição do herbicida no fim de maio.Os autores se baseiam em um “parecer” núcleo de estudos em saúde e meio ambiente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que alega que o produto provoca riscos à saúde e ao meio ambiente. Porém, os autores não trouxeram nenhuma prova de suas alegações ou algum caso concreto sobre os riscos à saúde do trabalhador.

“O Autor/Recorrente argumenta que há altos indícios de trabalhadores contaminados pelo glifosato, entretanto, não aponta sequer um trabalhador atingido, tampouco qualquer transgressão as normas trabalhistas nos autos. Além disso, suas testemunhas demonstraram que sequer compreendem a dinâmica de aplicação e uso do produto”, afirma.

Por outro lado, a proibição do uso do glifosato nas lavouras pode colocar fim ao sistema de plantio mais sustentável, que é o plantio direto, quando ele é realizado sem o preparo do solo, isto é, sem arar. Isso porque o herbicida é utilizado para a dessecação das plantas de cobertura e, com sua proibição, produtores precisariam recorrer a métodos menos sustentáveis.

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“Neste sentido, o Brasil seria o primeiro país a restringir totalmente o uso de glifosato, o que levaria muito provavelmente a maior parte dos produtores deixará de utilizar o plantio direto e voltará a preparar, em alguma medida, o solo, com evidentes perdas para o meio ambiente”, diz trecho de uma nota do Ministério da Agricultura, incluída na manifestação da Aprosoja-MT.

De acordo com a LCA Consultoria, a produtividade da soja poderia cair em 15,4% e a rentabilidade cair em 11,8 pontos percentuais. Já uma manifestação do Mapa afirma que a produtividade voltaria aos mesmos patamares da década de 1980, impactando diretamente a economia de Mato Grosso e de todo Brasil.Além disso, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu pela manutenção do glifosato, em 2021. De acordo com órgão sanitário, o produto “não apresenta características mutagênicas, teratogênicas, carcinogênicas, não é desregulador endócrino e não é tóxico para a reprodução”.O mesmo posicionamento foi seguido pela Autoridade de Segurança Alimentar da Europa (EFSA, sigla em inglês), em novembro de 2023, autorizando o seu uso por mais 10 anos no continente europeu. O órgão europeu avaliou mais de 2,4 mil estudos e ouviu 90 peritos nomeados pelos Estados-Membros da União Europeia.

Fonte: Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Mercado do boi: oferta restrita impulsiona preços e aumenta competição

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Foto: Giro do Boi

O mercado pecuário brasileiro vive um momento de valorização, impulsionado por uma oferta restrita de animais para abate e uma forte demanda internacional que impacta diretamente a disponibilidade doméstica. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP apontam que essa combinação de fatores é a principal responsável pela alta nos preços do boi gordo no campo e da carne bovina em diversos elos da cadeia, tanto no atacado nacional quanto no mercado externo.

A escassez de animais para abate, intensificada pela pujante demanda de países importadores, tem resultado em um volume de carne bovina ofertado ao consumidor brasileiro aquém do esperado. Esse cenário, conforme o Cepea, desencadeou uma sequência de aumentos nos preços da carne com osso e dos cortes comercializados no atacado da Grande São Paulo desde a última semana de março.

Competição aumenta no mercado interno

O movimento de alta nos preços da carne de boi tem gerado um efeito colateral: a perda de competitividade frente a outras proteínas animais. Levantamentos do Cepea indicam que a carne suína, o frango e até mesmo a tilápia se tornam alternativas mais atrativas para o consumidor diante do encarecimento da carne bovina. Essa dinâmica acirra a disputa por espaço no prato do brasileiro e exige atenção dos pecuaristas e frigoríficos para estratégias de mercado.

Exportações em ritmo acelerado

No cenário internacional, o Brasil demonstra um desempenho robusto nas exportações de carne bovina in natura. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, revelam que o país embarcou, até a segunda semana de abril, uma média diária de 10,9 mil toneladas do produto. Esse volume representa um expressivo aumento de 15,6% em comparação com a média diária registrada em abril de 2024, evidenciando a forte demanda externa pela carne bovina brasileira.

Desafios para o mercado do boi

O atual cenário do mercado pecuário brasileiro, marcado pela valorização e pela intensa movimentação no comércio internacional, exige um acompanhamento atento por parte dos agentes do setor. A restrição da oferta interna, combinada com a pressão da demanda externa, impõe desafios para a manutenção da competitividade da carne bovina no mercado doméstico. A capacidade do setor em equilibrar essas forças e em buscar alternativas para otimizar a produção e a oferta será crucial para definir os rumos do mercado nos próximos meses.

O post Mercado do boi: oferta restrita impulsiona preços e aumenta competição apareceu primeiro em Canal Rural.

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Agricultura

Feijão – Tratamentos baseados em fungicida protetor com multissítio controlam doenças relevantes e elevam a produtividade

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Divulgação

 

Com um amplo portfólio de tecnologias para a proteção do feijoeiro, a equipe técnica da Sipcam Nichino Brasil, em parceria com a Planeje Consultoria, realizou, recentemente, ensaios técnicos com objetivo de avaliar o controle das doenças antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola). A incidência de ambas pode levar ao feijão perdas de 70% a 100% de uma lavoura, conforme esclarece o engenheiro agrônomo Wellington Braz Alvarenga, da área de desenvolvimento de mercado.

A pesquisa, que comparou tratamentos à base do fungicida Fezan® Gold, da Sipcam Nichino, ao chamado tratamento padrão do produtor, ocorreu em uma área de feijão da cidade mineira de Guarda-Mor, situada em uma região referenciada na produção da cultura e com altos índices de produtividade.

Conforme Wellington Alvarenga, mesmo diante de quadros de alta severidade das doenças observados nos testes, o fungicida Fezan® Gold, associado a outros produtos do gênero da companhia, entre estes Vitene®, entregou média de produtividade 54,4 sacas por hectare, contra o máximo de 51,9 sacas por hectare do tratamento padrão.

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Para o agrônomo, esse resultado veio atrelado a alguns fatores centrais, como a composição do fungicida Fezan® Gold, uma solução protetora com multissítio. “Fezan® Gold tornou-se o primeiro do mercado a conter na mesma formulação as propriedades sistêmica e protetora com ação multissítio”, reforça Alvarenga. Ele acrescenta ainda que o produto permanece um dos poucos do mercado disponíveis com essas características. “Por isso cresce entre as opções estratégicas do produtor de feijão no controle de doenças fúngicas.”

Segundo o agrônomo, o fungicida Vitene®, por sua composição, contribui decisivamente ao bom controle da antracnose e da mancha-angular do feijoeiro. “É sistêmico, seletivo à cultura e de longo efeito residual. Rapidamente absorvido pela planta do feijão, resiste a chuvas e possibilita aplicações preventivas ou nos primeiros sintomas das doenças.”

“Vitene® ‘encaixou bem’ na estratégia de controle da antracnose e da mancha-angular do feijoeiro ao ter sua aplicação alternada aos outros fungicidas, como Fezan® Gold, com ingredientes ativos diferentes, continua Alvarenga. “O manejo de resistência dos fungos aos fungicidas constitui uma estratégia de sucesso do produtor frente a essas doenças do feijoeiro.”

A Sipcam Nichino descreve Vitene® como um fungicida multicultura, sistêmico, do grupo das estrobilurinas e dos triazois. “Aplicado corretamente, a solução penetra e é redistribuída nas folhas do feijoeiro”, ressalta Wellington. “Tem ainda entre os benefícios a seletividade associada aos ingredientes ativos azoxistrobina e difenoconazol”, ele conclui.

Criada em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.

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Fernanda Campos

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Cultivo de batata-doce e grão-de-bico no espaço?

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Foto: Blue Origin – Divulgação

 

O voo suborbital da Blue Origin, realizado em 14 de abril, contou com uma tripulação exclusivamente feminina e levou plantas de batata-doce das cultivares Beauregard e Covington, além de sementes do grão-de-bico BRS Aleppo, desenvolvido pela Embrapa.

Essas espécies são estudadas pela Rede Space Farming Brazil, uma parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB), para investigar a produção de alimentos em ambientes espaciais.

A inclusão de material brasileiro foi viabilizada pelo professor Rafael Loureiro, da Winston-Salem State University. Os experimentos serão conduzidos pela astronauta Aisha Bowe, ex-cientista da Nasa, em colaboração com a Odyssey. As espécies foram escolhidas por sua adaptabilidade, resiliência e benefícios nutricionais.

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A batata-doce se destaca como fonte de carboidratos e antioxidantes, enquanto o grão-de-bico é reconhecido pelo alto teor de proteínas e capacidade de adaptação.

Os pesquisadores esperam desenvolver plantas mais produtivas e adaptáveis às condições do espaço, utilizando técnicas como radiação gama para gerar variabilidade genética. Esses estudos também devem acelerar o melhoramento genético para agricultura na Terra, especialmente diante das mudanças climáticas.

A Rede Space Farming Brazil, formada por 56 pesquisadores de 22 instituições, busca soluções inovadoras para produção de alimentos em condições extremas.

O experimento com as sementes e mudas expostas à microgravidade durante o voo da Blue Origin visa contribuir tanto para a agricultura espacial quanto para avanços tecnológicos aplicáveis na agricultura terrestre. Além disso, espera-se que os chamados “spin-offs” gerem tecnologias modernas, como cultivares tolerantes à seca e sistemas de irrigação inteligente.

(Com Embrapa)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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