Agronegócio
Referência no agronegócio, CEA – Centro de Engenharia e Automação, do IAC, completa 55 anos de atividades
Unidade de pesquisas desenvolve tecnologias por drones, fomenta segurança nas aplicações de agroquímicos e internacionaliza programas de adjuvantes e EPI; conforme pesquisador, projetos recebem financiamento do setor privado – Assessoria
Parte da história da modernização da agricultura, o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), completou 55 anos de atividades ininterruptas no último dia 14. Instalado em uma área com 110 mil m², ao pé da Serra do Japi, na paulista de Jundiaí, presta serviços nas áreas de mecanização, agricultura regenerativa, agricultura por imagem, meio ambiente e segurança no manuseio de agroquímicos, entre outras. Conduz, atualmente, mais de 30 projetos de alta relevância no agronegócio.
Órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, o CEA lidera projetos de alcance nacional e global, entre estes os programas Drones SP, Adjuvantes da Pulverização, Aplique Bem, IAC-Quepia e Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos, segundo informa o diretor do centro, o pesquisador Hamilton Ramos. Doutor em agronomia, ele recebeu, este mês, a medalha Fernando Costa, um reconhecimento profissional da AEASP – Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo.
Entre as iniciativas de ponta mais recentes do CEA-IAC, Ramos destaca o início do programa ‘Drones SP’. Fruto de uma parceria com a Coopercitrus, sediada em Bebedouro (SP) e uma das maiores cooperativas do Brasil, o modelo de ação levará até às propriedades a tecnologia de aplicação de agroquímicos por drones. O projeto terá início em propriedades selecionadas do ‘Circuito das Frutas’, na região de Jundiaí.
Já o programa ‘IAC-Quepia’, centrado na melhora progressiva da qualidade de vestimentas protetivas agrícolas, ou EPI agrícolas, reduziu no país, em dez anos, de 80% para menos de 20%, o índice de reprovação de qualidade desses equipamentos, utilizados para proteger o trabalhador rural nas aplicações de defensivos agrícolas. “Esperamos agora pela certificação ISO 17025 para o laboratório Quepia, nos próximos meses”, ressalta Ramos.
Segundo o pesquisador, o IAC-Quepia inseriu o CEA-IAC no cenário internacional: o centro de pesquisas figura hoje no Comitê da ISO internacional e também no Consórcio Internacional de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura, formado por países como Alemanha, EUA e França. No final deste ano, o Consórcio terá um seminário comemorativo pelos dez anos de suas atividades. O evento ocorrerá no Brasil e já conta com a confirmação de 16 países. No mês passado, acrescenta o pesquisador, o IAC-Quepia emitiu ainda seu primeiro certificado de qualidade de EPI para uma empresa de fora do país, a queniana Vast Brend Limited.
Outros dois programas criados no CEA-IAC também ganharam dimensão global: o ‘Adjuvantes da Pulverização’ e o ‘Aplique Bem’. O primeiro foca em certificações de funcionalidade para adjuvantes agrícolas, insumos químicos associados aos defensivos nas pulverizações a campo. Mais de 50 empresas de dentro e fora do país aderiram ao programa de adjuvantes. “O Aplique Bem, por sua vez, leva treinamentos, customizados, a pequenas, médias e grandes propriedades, para promover o uso correto e seguro dos defensivos agrícolas.”
Os números registrados até hoje pelo Aplique Bem impressionam, conforme frisa Ramos. São mais de 75 mil agricultores beneficiados no Brasil, acima de 1 000 municípios cobertos e 1 milhão de quilômetros percorridos. Com 17 anos de existência, o programa também chegou recentemente à Índia e, anteriormente, a outros países emergentes em agronegócios, incluindo Burkina Faso, Costa do Marfim, Colômbia, Mali, México e Vietnã.
“São 55 anos de conquistas altamente representativas, que beneficiam agricultores e trabalhadores rurais de todos os ‘tamanhos’, dentro e fora do Brasil. Vale enfatizar que os principais projetos desenvolvidos resultaram e resultam de parcerias com o setor privado”, finaliza Hamilton Ramos.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Brasil quer vender R$ 10 bilhões de dólares em sorgo para a China
Divulgação
O Brasil está próximo de inaugurar uma nova fronteira de exportação no agronegócio: o mercado chinês de sorgo. Com potencial estimado em R$ 10 bilhões, o gigante asiático é o maior importador mundial do cereal, consumindo anualmente cerca de 7 milhões de toneladas. O acordo entre os dois países prevê o início das exportações em 2025, após a conclusão de exigências fitossanitárias e organizacionais, como a certificação de empresas e a inspeção de lavouras.
Os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia lideram a produção de sorgo no Brasil, que atualmente soma cerca de 5 milhões de toneladas por safra. Cultivado como uma cultura de rotação na segunda safra, o sorgo é usado para alimentação animal, produção de etanol e biomassa.
“O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de sorgo, mas sua exportação ainda é pequena. A abertura do mercado chinês representa uma oportunidade única de expansão. Podemos nos tornar o maior exportador global, competindo diretamente com os Estados Unidos”, afirma Daniel Rosa, assessor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho).
Para acessar o mercado chinês, o Brasil precisará atender a rigorosos padrões fitossanitários. Entre os requisitos, destaca-se a eliminação de 11 pragas específicas, como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e o vírus do mosaico do milho. Além disso, o cereal só poderá ser exportado para processamento, com rígidos controles de limpeza e armazenamento.
Uma vistoria das autoridades chinesas está programada para abril ou maio de 2025, quando as lavouras brasileiras estarão em desenvolvimento vegetativo. O Ministério da Agricultura será responsável pela inspeção de cada remessa, emitindo certificados fitossanitários para garantir a conformidade com as normas chinesas.
A China já importa cerca de 50% de seu sorgo dos Estados Unidos, mas a busca por diversificação de fornecedores abre espaço para o Brasil. “Em meio às tensões comerciais entre EUA e China, o sorgo brasileiro pode se tornar uma alternativa viável e estratégica para o mercado asiático”, avalia Rosa.
Apesar do otimismo, desafios permanecem. A infraestrutura logística brasileira precisa ser fortalecida para atender às demandas internacionais, enquanto produtores e exportadores terão que investir no cumprimento das exigências sanitárias. Além disso, o protocolo acordado com a China tem validade de cinco anos, e a renovação dependerá do desempenho inicial das exportações.
A entrada no mercado chinês pode alavancar não apenas as exportações brasileiras de sorgo, mas também abrir portas para outros países asiáticos, onde o cereal é visto como um substituto ao milho em diversas aplicações. O avanço também pode estimular o consumo interno, especialmente para a produção de etanol, agregando valor à cadeia produtiva.
Com planejamento e investimentos adequados, o Brasil tem potencial para se consolidar como um dos principais fornecedores globais de sorgo, reforçando sua posição de liderança no agronegócio mundial. O mercado asiático representa uma oportunidade promissora, mas também um teste para a capacidade brasileira de atender às exigências de um dos mercados mais competitivos e exigentes
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Brasil vai vender frango para um dos maiores consumidores do sudeste europeu
Divulgação
O Brasil deu mais um passo na expansão de suas exportações de carne de aves ao conquistar a autorização para vender o produto à Bósnia e Herzegovina, um dos maiores consumidores do sudeste europeu. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta quarta-feira (27.11).
A entrada nesse mercado reflete a crescente confiança internacional no sistema de controle sanitário brasileiro e fortalece a posição do país como um dos principais fornecedores de proteína animal do mundo.
Com uma população de 3,2 milhões de habitantes, majoritariamente rural, e uma renda per capita de cerca de US$ 8,5 mil, a Bósnia e Herzegovina apresenta uma demanda significativa por carnes avícolas de alta qualidade. “Esse mercado é altamente relevante para os exportadores brasileiros, principalmente devido à necessidade de complementar a produção local”, destacou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Desde o início da gestão do ministro Carlos Fávaro, o Brasil tem intensificado sua presença internacional com mais de 70 missões realizadas em 44 países. Esse esforço resultou na abertura de 281 novos mercados para produtos agropecuários brasileiros em menos de dois anos.
O país já exporta carne de frango para 153 mercados e segue como o maior exportador e terceiro maior produtor global do produto. Recentemente, o Brasil ampliou seu alcance com habilitações no Reino Unido, Filipinas, Chile, e África do Sul, além de ajustes em mercados como México e Singapura.
A entrada na Bósnia e Herzegovina marca mais um ponto estratégico na diversificação dos destinos das exportações brasileiras. Embora a União Europeia represente apenas 4,1% das exportações de carne de frango do Brasil de janeiro a outubro de 2024, a inclusão de novos mercados no continente reflete a solidez e qualidade dos produtos brasileiros.
O ministro Fávaro destacou a relevância do agronegócio para a economia brasileira, reforçando que o setor é fundamental para o equilíbrio da balança comercial. “O agro é a mola propulsora da economia brasileira, garantindo segurança alimentar ao mundo e ampliando nosso portfólio de mercados com qualidade e constância”, afirmou.
Com essa conquista, o Brasil reafirma seu papel como protagonista no comércio global de alimentos e amplia sua presença em mercados estratégicos, garantindo um futuro promissor para o agronegócio nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Indea capacita técnicos para impedir entrada em MT de fungo que afeta plantações de mandioca
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules – Foto por: Divulgação/Embrapa
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) preparou o quadro técnico de servidores que atuam na defesa sanitária vegetal da autarquia para evitar a entrada do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), conhecido popularmente como vassoura-de-bruxa da mandioca.
Esta doença fitossanitária foi detectada em agosto deste ano pela primeira vez no Brasil, e está atualmente presente no território do Amapá. Lá tem causado prejuízos, principalmente para a comunidade indígena e integrantes da agricultura familiar, nas plantações de mandioca, ao deixar os ramos das plantas secos e deformados.
Em Mato Grosso, o Indea, para proteger o território desse fungo e outras pragas que aqui ainda não adentraram, realizou nos meses de outubro e novembro reuniões regionalizadas com a participação de fiscais e agentes fiscais. Nesses encontros foram demonstradas as características do fungo que atinge a planta da mandioca, além de outras que também requerem igual atenção nos trabalhos de vigilância. As reuniões, que envolveram todo o quadro integrante da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV), passaram pelas cidades de Cuiabá, Água Boa, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta.
“Nesses encontros foram apresentadas as características da doença para que durante as atividades de inspeção, realizadas nas fiscalizações volantes e de campo, sejam identificadas de pronto e adotadas medidas para a contenção da proliferação do fungo”, explica o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.
Além disso, ele acrescenta que a Instituição vai avançar no cadastramento de todas as propriedades produtoras e reforçar as fiscalizações do trânsito de mudas (ramas) e tubérculos nas regiões de divisa do Estado.
Para evitar a entrada vassoura-de-bruxa da mandioca, a população pode colaborar, da seguinte forma:
– não trazer mandioca ou mudas (ramas) oriundas do Estado do Amapá para Mato Grosso; comunicar ao Indea caso encontre sintomas suspeitos da doença, como amarelecimento das folhas, superbrotamento, enegrecimento dos vasos e morte das plantas.
O Indea está presente em 139 dos 142 municípios de Mato Grosso.
Características
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. A infestação pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de possível movimentação de solo e água.
Produção
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso conta com 15 mil estabelecimentos comerciais plantando mandioca, produziu em 2023 mais de 265 mil toneladas e tem a cidade de Paranatinga como o maior produtor.
Luciana Cury | Indea
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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