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Agronegócio

Açúcar: Fatores que levaram à volatilidade maior nas últimas semanas

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O mercado de açúcar desacelerou, reduzindo o interesse dos traders e tornando-o mais vulnerável a fatores externos. O Real mais fraco tem sido um importante fator de baixa, sobrescrevendo os efeitos de alguns fatores macroeconômicos mais amplos, como os dados fracos sobre empregos nos EUA e a correção do dólar no início da semana anterior.

A Hedgepoint Global Markets aborda, em relatório, que a recente lentidão no mercado de açúcar causou um menor interesse por esse mercado, especialmente quando comparado o volume negociado com a marca atingida em junho, em 100k.

Segundo Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint, “nesse contexto, era natural que o açúcar fosse afetado pelos desenvolvimentos macroeconômicos adversos das últimas semanas. A divulgação de dados ruins sobre empregos nos EUA em julho pelo Bureau of Labor Statistics indicou uma economia em desaceleração, o que desencadeou um aumento da pressão de venda nos EUA e em outros importantes mercados acionários, elevando os preços dos títulos e reduzindo algumas taxas de empréstimo”, diz.

A maioria dos traders agora espera que o Federal Reserve corte as taxas de juros em pelo menos 25 pontos em sua reunião de setembro. Embora a queda do dólar normalmente apoie as commodities, como visto no mercado de grãos, os fundamentos do açúcar continuam fracos.

Além disso, como o Brasil é seu principal fornecedor, a desvalorização contínua do real continua sendo um fator de baixa significativo. Portanto, outros mercados, como o de café, cacau e grãos, oferecem uma experiência mais emocionante para os traders.

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“No entanto, com o passar dos dias, algumas dessas tendências macro foram corrigidas. Depois de atingir 5,88, o BRL voltou para 5,65 BRL/USD. Enquanto isso, o índice Dolar também mostrou alguma recuperação, aliviando a venda e permitindo que as commodities voltassem aos seus níveis de negociação orientados pelos fundamentos”, observa.

Em termos do mercado de açúcar, há alguns eventos que valem a pena ser monitorados e que podem oferecer algum suporte aos preços nos próximos dias.

Um desenvolvimento notável é que, como os preços caíram abaixo de 18 centavos de dólar por libra-peso, a paridade de importação nos estados produtores da China quase se abriu, o que significa que os não produtores já estavam vendo um nível lucrativo.

“Essa mudança, aliada ao ritmo de compra mais lento da China, alimentou rumores de que o país comprou 180kt de açúcar bruto na semana passada. Embora isso possa oferecer algum suporte de curto prazo, já se esperava que a China comprasse durante o terceiro trimestre, de acordo com a sazonalidade – esperamos que cerca de 900 kt sejam comprados antes do final da temporada – portanto, a tendência não representa mudanças nos fundamentos”, acredita.

Ainda falando sobre tendências de suporte de preços, a perspectiva de possíveis geadas na região Centro-Sul, após os incêndios registrados na quinta-feira (08), levanta preocupações sobre o restante desta safra e a próxima temporada.

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“A extensão total dos incêndios ainda é desconhecida, mas a região oeste do estado de São Paulo – especialmente em torno de Guapiaçu, Mendonça e Araçatuba – foi afetada. Essas áreas também corriam o risco de geadas no fim de semana e ao longo desta semana, intensificando ainda mais as preocupações”, ressalta.

De acordo com o Climatempo, as geadas do fim de semana deveriam afetar a área de cana no sudoeste do Paraná, na metade sul do Mato Grosso do Sul e no centro-sul de São Paulo.

No entanto, os danos foram restritos, como o esperado, com o principal impacto sendo a queima de folhas em áreas que ainda não foram colhidas, já que as geadas não foram intensas ou generalizadas. Além disso, não se espera que elas durem vários dias consecutivos nessas regiões, mas podem voltar a acontecer entre os dias 13 e 14.

“Como resultado, a recente recuperação dos preços do açúcar para 18,5 centavos de dólar por libra-peso se encaixa nas discussões em andamento. Não apenas o ambiente macroeconômico se estabilizou, mas o mercado também ganhou novos tópicos para se concentrar”, afirma.

“Além dos fatores mencionados anteriormente, a Índia também foi abordada na semana passada. Na quinta-feira (08), o Ministério de Alimentos e Comércio da Índia anunciou que continuaria a restringir as exportações de açúcar para garantir o fornecimento interno adequado e apoiar as metas de produção de etanol do país”, destaca.

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Embora esse desenvolvimento não altere significativamente o cenário conhecido, qualquer notícia da Índia nesta época do ano tende a agitar o mercado e impactar os preços.

Do lado da baixa, vários países estão contribuindo para a recuperação esperada no Hemisfério Norte, durante a temporada 24/25. Por exemplo, os resultados dos testes de beterraba da Rússia foram notavelmente positivos.

“Embora as geadas da primavera tenham afetado negativamente a semeadura na Rússia central, o rendimento da região aumentou 38% em relação ao ano passado, elevando o rendimento total do país para 19,2 t/ha – um aumento de 11% em relação à temporada 23/24. Se as condições climáticas favoráveis continuarem, a Rússia poderá atingir um nível de produção de açúcar de 6,85 milhões de toneladas”, conclui.

O mercado precisa levar em conta todas as notícias, mas uma coisa permanece verdadeira: estamos caminhando para mais um ano de superávit, especialmente se o clima continuar favorável.

Em resumo, o mercado de açúcar desacelerou recentemente, causando uma queda no interesse devido aos fundamentos mais fracos que dificultam a concorrência com ativos mais voláteis, como o cacau e o café. Embora as recentes correções macroeconômicas tenham se estabilizado, os principais pontos de monitoramento incluem as possíveis compras chinesas de açúcar, preocupações com geadas e incêndios no Brasil e as contínuas restrições de exportação da Índia. Além disso, a melhora na produção de beterraba na Rússia, o clima favorável na Índia e um TCH persistentemente alto no Centro-Sul brasileiro aumentam o potencial excedente em 24/25.

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Fonte: Hedgepoint Global Markets

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Preços de suínos avançam em maio com pequenas variações

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Os produtos suinícolas acompanhados pelo Cepea avançam a segunda quinzena de maio com pequenas variações de preços. De acordo com o Centro de Pesquisas, no atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína se desvalorizou levemente nos últimos dias, refletindo o enfraquecimento da demanda doméstica típico deste período do mês (menor poder de compra).

Diante disso, o setor costuma reajustar os preços para baixo, a fim de manter a liquidez nas vendas e evitar acúmulo de estoques.

No balanço de maio, porém, as médias seguem acima das do mês anterior. Em relação ao primeiro caso confirmado de Influenza Aviária (IA) em uma granja avícola comercial, registrado na última quinta-feira, 16, no município de Montenegro (RS), agentes da suinocultura consultados pelo Cepea relatam atenção redobrada e certa apreensão. Isso porque, conforme o Centro de Pesquisas, eventuais alterações na oferta doméstica de carne de frango podem impactar os preços da carne suína, dada a relação de concorrência entre as proteínas.

Fonte: Assessoria

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Cotações Agropecuárias: Maior oferta interna de carne de frango provoca queda na carne de boi

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Imagem: Freepik

 

A ocorrência de gripe aviária em granja comercial no Brasil elevou a cautela dos operadores dos setores de carnes e de grãos.

Levantamento do Cepea mostra que, após uma semana de confirmação, o mercado interno da carne de frango não evidencia desarranjo da oferta. De 15 a 20 de maio, o frango resfriado no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 1%, conforme levantamentos do Cepea.

A justificativa seria o enfraquecimento da demanda na segunda quinzena, como típico para o período.

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Em suínos, foi mantido o ritmo leve de queda visto desde o início da semana passada, com o preço da carcaça especial suína caindo 0,5% da quinta passada até essa terça.

Já a cotação da carcaça casada bovina recuou fortemente, em 3,7% no atacado da Grande São Paulo.

Também neste mercado, os preços dos animais para abate e da carne vinham em baixa, mas as quedas a partir da sexta-feira se intensificaram.

De acordo com pesquisadores do Cepea, atacadistas comentam que as vendas da carne bovina estão fracas no início desta segunda quinzena, mas a desvalorização dos cortes e também a pressão exercida por frigoríficos nas compras de novos lotes de animais sinalizam que o mercado pecuário está refletindo de forma intensa os impactos de eventual aumento da oferta interna de carne de frango.

Os produtos suinícolas acompanhados pelo Cepea avançam a segunda quinzena de maio com pequenas variações de preços.

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De acordo com o Centro de Pesquisas, no atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína se desvalorizou levemente nos últimos dias, refletindo o enfraquecimento da demanda doméstica típico deste período do mês (menor poder de compra).

Diante disso, o setor costuma reajustar os preços para baixo, a fim de manter a liquidez nas vendas e evitar acúmulo de estoques.

No balanço de maio, porém, as médias seguem acima das do mês anterior. Em relação ao primeiro caso confirmado de Influenza Aviária (IA) em uma granja avícola comercial, registrado na última quinta-feira, 16, no município de Montenegro (RS), agentes da suinocultura consultados pelo Cepea relatam atenção redobrada e certa apreensão.

Isso porque, conforme o Centro de Pesquisas, eventuais alterações na oferta doméstica de carne de frango podem impactar os preços da carne suína, dada a relação de concorrência entre as proteínas.

VEJA ABAIXO A COTAÇÃO DIÁRIA:

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TOLEDO

Milho – R$ 53

Soja – R$ 115

Trigo – R$ 80

Boi – R$ 315

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Suíno – \\\

UMUARAMA

Milho – R$ 53

Soja – R$ 115

Trigo – R$ 80

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Boi – R$ 315

Suíno – R$ 8,20

CASCAVEL

Milho – R$ 53

Soja – R$ 115

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Trigo – R$ 80

Boi – R$ 290

Suíno – \\\

Confira a cotação completa AQUI.

(Com Cepea)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Queda de preço do frango pode aliviar um pouco inflação

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Imagem: Getty Images

 

Restrições à exportação de aves impostas após o anúncio de surto de gripe aviária no Brasil podem contribuir para a redução dos preços da carne de frango, oferecendo algum alívio — ainda que de curta duração — à inflação persistente de alimentos, dizem analistas.

O Brasil, maior exportador mundial de aves, vende cerca de um terço de sua carne de frango nos mercados internacionais, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O Rio Grande do Sul, onde o primeiro caso da doença em granja comercial foi identificado, foi responsável por cerca de 12% dos frangos abatidos no Brasil no ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) incentivou nesta quarta-feira (21) o uso do zoneamento, método que concentra o controle de doenças nas regiões afetadas em vez de no país inteiro, para conter a disseminação da doença no Brasil e, ao mesmo tempo, manter o comércio.

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Mas com dezenas de países suspendendo as importações de todo o frango brasileiro ou das criações do Rio Grande do Sul, exportadores estão se esforçando para redirecionar a produção.

Grandes produtores de aves, como a BRF e a JBS, provavelmente enfrentarão problemas de excesso de oferta no curto prazo que podem pressionar para baixo os preços domésticos, disseram analistas da corretora XP a clientes, dependendo da duração das restrições à exportação.

Parte das exportações brasileiras encontrará novos compradores estrangeiros, mas o mercado interno provavelmente absorverá mais oferta, disse José Carlos Hausknecht, sócio da consultoria MB Agro. “Seria efeito pequeno e de curto prazo”, disse ele. “Mas depois volta à normalidade.”

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, que inicialmente destacou a perspectiva de preços internos mais baixos com a entrada em vigor das proibições comerciais, desde então já relativizou a relevância desse impacto nos preços.

A inflação dos alimentos tem assombrado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prejudicando suas chances de reeleição no próximo ano, com os preços ao consumidor medidos pelo IPCA subindo 5,5% nos 12 meses até abril.

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Os preços dos alimentos, componente mais pesado da cesta de inflação, subiram 7,8% no período, com os preços de aves e ovos subindo 12,3%, segundo o IBGE.

André Braz, coordenador de índices de preços do FGV Ibre, afirmou que ainda é cedo para prever um impacto positivo na inflação, observando que as empresas avícolas também provavelmente reduzirão a produção se os preços internos caírem abaixo dos custos de produção.

Qualquer eventual impacto desinflacionário provavelmente será marginal, disse Adenauer Rockenmeyer, economista e coordenador do Fórum do Agronegócio do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP).

“E se não for contido esse foco e ele se alastrar para as demais granjas, vai ter abate enorme desses animais, afetando a oferta não só de frango como de ovos”, disse Rockenmeye, afirmando que tal cenário pressionaria a inflação para cima.

(Com Forbes Agro)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

 

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