Agronegócio
Para ADM, produção robusta de grãos nos EUA promete trazer alívio para o mercado global, influenciando positivamente os preços

Durante painel do SIAVS, Luciano Souza, Diretor de Grãos da companhia e especialistas analisaram cenário global e os impactos no mercado de nutrição animal
Durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), realizado no início do mês, a ADM, líder global em comercialização de grãos, insumos, e nutrição animal e humana, realizou um painel abordando o atual cenário de grãos no Brasil e no mundo. Com foco nas influências da guerra na Ucrânia e nas condições climáticas nos EUA e no Brasil, o evento trouxe uma análise aprofundada sobre os impactos desse cenário no mercado de nutrição animal. O painel contou com a participação de Luciano Souza, Diretor de Grãos da ADM, além de especialistas dos setores de avicultura, piscicultura e suinocultura.
Mercado de grãos e a dinâmica atual
Luciano Souza iniciou sua apresentação destacando que o mercado global de grãos está em um momento de grandes mudanças, impulsionado por fatores geopolíticos, climáticos e econômicos. Em 2023, o mercado global de grãos movimentou cerca de 210 milhões de toneladas, sendo que a Ucrânia respondeu por 27 milhões de toneladas, uma fatia significativa considerando a instabilidade gerada pela guerra no leste europeu.
“A guerra na Ucrânia, que teve um impacto severo em 2022, agora está em um ponto de maior estabilidade. No ano passado, a Ucrânia exportou 27 milhões de toneladas de grãos em um mercado global de 206 milhões de toneladas. Este ano, as exportações ucranianas devem se estabilizar em torno de 25 milhões de toneladas”, explicou Luciano. Ele destacou que a maior preocupação recai sobre o mercado de óleos vegetais, como girassol e canola, onde a Rússia e a Ucrânia dominam cerca de 55% do mercado global.
Condições Climáticas e Produção nos EUA e Brasil
Ao falar sobre as condições climáticas, Souza chamou atenção para a importância do clima americano na formação dos preços de milho e soja. “Nos Estados Unidos, as lavouras de milho e soja estão em boas condições, e com a expectativa de um clima mais favorável entre junho e agosto, poderemos ver uma produção superior a 380 milhões de toneladas de grãos. Isso provavelmente exercerá pressão para baixo nos preços, especialmente na Bolsa de Chicago”, afirmou.
Por outro lado, no Brasil, o impacto do El Niño foi mais acentuado. “No Mato Grosso, principal estado produtor, a safra de soja foi prejudicada, resultando em uma produção de 155 milhões de toneladas, quando a expectativa era de 160 milhões. Isso afetou também os estoques de milho, que estão mais apertados, especialmente no Mato Grosso do Sul, que abastece muitas granjas no sul do país”, comentou Souza.
Perspectivas de Estoques e Comercialização
Ainda segundo o diretor, nos Estados Unidos, a expectativa é de que os estoques de milho aumentem para 55 milhões de toneladas, enquanto os estoques de soja devem se manter estáveis em torno de 11 milhões de toneladas. No Brasil, a situação é mais desafiadora, com estoques de milho estimados em 10 milhões de toneladas, uma queda em relação aos 14 milhões de toneladas do ano anterior, devido à alta demanda tanto para ração quanto para etanol.
Mercado de Soja: Crescimento e Riscos
No mercado de soja, Souza mencionou que, apesar da previsão de uma safra recorde de 153 milhões de toneladas no Brasil, existem riscos associados às condições climáticas no sul do país, onde uma La Niña moderada pode impactar negativamente o plantio. Ele ressaltou a importância da qualidade dos estoques, com o Centro-Oeste e o Nordeste apresentando boas condições de armazenamento para futuras blendagens.
Luciano Souza concluiu sua análise alertando para a necessidade de estratégias cautelosas de comercialização diante de um cenário de aumento de estoques e possíveis quedas de preços, especialmente no mercado de rações.
Avicultura: Crescimento moderado e estabilidade
Mario Sergio, gerente técnico geral da Aviagen para a América Latina, destacou o crescimento contínuo, embora mais moderado, do mercado de avicultura. Ele mencionou que, apesar de um crescimento significativo do consumo de frango na China nos últimos 12 anos, o mercado agora está mais estável, com um crescimento anual esperado de 1,8% a 2,1%. A influência da gripe aviária e da peste suína africana impulsionou mudanças significativas no consumo de grãos, especialmente na substituição de fontes de proteína na China. Entretanto, o futuro aponta para uma estabilidade maior, com um mercado mais equilibrado globalmente.
Suinocultura: Desafios e oportunidades para o Brasil
Valdomiro Ferreira, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), falou sobre o cenário promissor para a suinocultura brasileira, mas com desafios a serem superados. Ele destacou a importância de aumentar a produtividade e diversificar mercados, apontando que a China, embora seja um grande comprador, não deve ser o único foco do Brasil. Ferreira enfatizou a necessidade de uma responsabilidade sanitária rigorosa e de fortalecer parcerias ao longo da cadeia produtiva, destacando os mercados emergentes como alvos potenciais para expansão.
Piscicultura: Crescimento recorde e desafios climáticos
Francisco Medeiros, Diretor Presidente da PeixeBR, discutiu o crescimento exponencial da piscicultura no Brasil, com destaque para a tilápia, que representa 65% da produção do setor. Ele apontou que, apesar de 2023 ter sido um ano altamente rentável, o setor enfrenta desafios devido à baixa produtividade da soja e à volatilidade cambial. No entanto, a piscicultura brasileira continua a expandir sua presença global, exportando para 42 países em 2023, com expectativas de crescimento contínuo até 2030.
O painel da ADM no SIAVS proporcionou uma visão abrangente dos desafios e oportunidades no mercado global de grãos e seus impactos no setor de nutrição animal. Com análises detalhadas de cada setor, os especialistas destacaram a importância de acompanhar de perto as tendências globais e de adotar estratégias de comercialização cautelosas. O cenário é de estabilidade moderada, mas com potencial para crescimento, especialmente para aqueles que souberem se adaptar às dinâmicas globais e regionais.
Confira o painel na íntegra.
Sobre a ADM
A ADM desbloqueia o poder da natureza para enriquecer a qualidade de vida. Somos uma essencial gestora e processadora global da cadeia de suprimentos agrícolas, garantindo a segurança alimentar ao conectar necessidades locais com capacidades globais. Somos um provedor líder de nutrição humana e animal, oferecendo um dos portfólios mais amplos da indústria de ingredientes e soluções naturais. Somos pioneiros em saúde e bem-estar, com uma linha de produtos líder da indústria para consumidores em busca de novas maneiras de viver vidas mais saudáveis. Somos inovadores de ponta, guiando o caminho para um futuro de novas soluções para consumidores e indústria. E somos líderes em sustentabilidade, atuando em toda a cadeia de valor para ajudar na descarbonização das múltiplas indústrias que atendemos. Ao redor do mundo, nossa inovação e expertise estão atendendo necessidades críticas, nutrindo a qualidade de vida e apoiando um planeta mais saudável. Saiba mais em http://www.adm.com.
Marianna Santos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção de morango é afetada pelo frio, mas segue em andamento

Foto: Seane Lennon
As condições climáticas adversas têm impactado o desenvolvimento e a colheita do morango em diferentes regiões do Rio Grande do Sul, conforme apontado pelo Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (10). As baixas temperaturas e as geadas prejudicaram principalmente a maturação dos frutos e causaram danos às plantas em algumas localidades.
Na região de Caxias do Sul, embora as plantas jovens apresentem boa sanidade, o frio intenso e as geadas causaram queimaduras em parte das lavouras adultas. A maturação dos frutos está lenta, e a produção permanece limitada. A comercialização continua pressionada pela entrada de morangos de Minas Gerais. Segundo relatos de produtores, o produto mineiro tem sido oferecido a R$ 28,00/kg, com revenda por aproximadamente R$ 35,00/kg. Já os preços recebidos diretamente do consumidor variaram entre R$ 35,00 e R$ 45,00/kg, enquanto os praticados em Ceasas, por intermediários ou mercados, ficaram entre R$ 30,00 e R$ 40,00/kg.
Em Pelotas, as lavouras de segundo ano produzem em pequenas quantidades. As mudas precoces estão em desenvolvimento vegetativo e com floração reduzida. Mudas transplantadas recentemente, em razão de atrasos na entrega, estão em fase de pegamento. As baixas temperaturas e o tempo nublado favoreceram a incidência de oídio.
Na região de Lajeado, em Feliz, a cultura está em entressafra. Os sistemas de plantio em bancadas ainda não iniciaram a produção. As mudas importadas da Espanha foram implantadas no solo e em slabs, mas a elevada umidade causada pelas chuvas tem favorecido o surgimento de fungos. O morango foi comercializado entre R$ 30,00 e R$ 40,00/kg.
Em Santa Rosa, a colheita ocorre em ritmo lento. A produção está abaixo da média para o período, em decorrência de geadas que provocaram abortamento floral. Os produtores seguem com o plantio de novas mudas, adubação e controle fitossanitário. O preço médio recebido foi de R$ 30,00/kg.
Na região de Soledade, o tempo seco e ensolarado, apesar das geadas, contribuiu para a emissão floral e para a qualidade da produção. A cultura está em estágio de desenvolvimento e colheita.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Feijão tem queda na produtividade no Paraná

Foto: Canva
A colheita do feijão-comum no Paraná alcançou cerca de 90% da área total até o final de junho, apesar da queda nas temperaturas e das frentes frias que trouxeram chuvas a algumas regiões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Boletim da Safra de Grãos.
As lavouras mais tardias já estão em fase de maturação, mas preocupações persistem em relação à qualidade e ao rendimento devido a geadas registradas no último mês. Essas condições climáticas adversas motivaram uma revisão para baixo da estimativa média de produtividade no estado.
A área plantada com feijão também sofreu redução em comparação à safra anterior e em relação ao levantamento anterior. Essa queda está relacionada, principalmente, à substituição por culturas como o milho, que apresenta maior estabilidade comercial e demanda.
Embora a comercialização do feijão tenha apresentado bons resultados recentemente, a volatilidade do mercado da leguminosa ainda persiste, diferentemente do milho, que mantém uma procura mais constante em diversos setores
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Milho sobe interrompendo sequência de semanas em queda em Mato Grosso

Reprodução/Só Notícias
O preço do milho disponível em Mato Grosso teve aumento de 0,48% na última semana, sendo cotado na média de R$ 39,64/saca no fechamento dos negócios na última sexta-feira, após várias semanas seguidas de queda na cotação do milho disponível no Estado ( em 16 de junho o indicador do IMEA estava em R$ 41,89). A informação foi divulgada, há pouco, pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Em São Paulo, houve forte queda, de 6,2%, no milho disponível e a cotação do indicador do CEPEA caiu para R$ 63,29.
A cotação na bolsa de Chicago (EUA) teve retração de 2,15% em relação a última semana, fechando na média de US$ 4,08/bu.
O IMEA também informou que a colheita do milho em Mato Grosso atingiu 57,56% da área esperada para esta temporada, até a última sexta-feria, alta de 17,36 pontos percentuais ante a última semana.
Só Notícias
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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