Agronegócio
Trigo em plena colheita: Brasil caminha para recorde na movimentação anual

Divulgação
Com o trigo em plena colheita no Sul do país, a região que concentra 90% da produção nacional enfrenta um cenário de instabilidade nas comercializações. Apesar disso, o Brasil está próximo de atingir um recorde histórico na movimentação anual de trigo entre importação e exportação.
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O país, que tradicionalmente não é autossuficiente na produção de trigo, tem um consumo interno que gira em torno de 12 a 13 milhões de toneladas. Historicamente, o Brasil depende da importação para atender cerca de metade dessa demanda. Nos últimos anos, houve uma redução na necessidade de importações, ao mesmo tempo em que as exportações de trigo cresceram significativamente.
De acordo com dados apresentados no Agroexport, o Brasil reduziu suas importações de trigo, passando de 6,22 milhões de toneladas em 2021 para 4,18 milhões em 2023. No mesmo período, as exportações do cereal também cresceram, marcando um avanço notável para o setor. No entanto, em 2024, a tendência de queda nas importações foi interrompida. De janeiro a setembro deste ano, o volume importado já ultrapassou os 5 milhões de toneladas, superando o total de 2023.
Além disso, as exportações seguem em um novo patamar, com 2,5 milhões de toneladas exportadas até setembro deste ano. O volume total movimentado de trigo pelo Brasil no comércio internacional chegou a 7,55 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2024, indicando que o país pode bater recordes tanto em importação quanto em exportação.
Mesmo com esses avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios para alcançar a autossuficiência na produção de trigo. O clima é um dos principais fatores que impactam a qualidade do cereal, especialmente nas regiões produtoras do sul, como Paraná e Rio Grande do Sul. Quando o trigo não atinge o nível de qualidade necessário para a panificação, ele é direcionado para exportação e acaba sendo utilizado como ração nos mercados internacionais.
O Brasil continua buscando se firmar como um grande produtor global de trigo, com a expectativa de alcançar a autossuficiência nos próximos cinco a dez anos.
Henrique Almeida
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Programa Leitão Vida fortalece suinocultura

Foto: Gilson Abreu
Com mais de 3,39 milhões de suínos abatidos em 2024 — o equivalente a 315 mil toneladas de carne — e movimentando uma cadeia produtiva com 32 mil empregos diretos e 129 empresas ativas, Mato Grosso do Sul consolida seu protagonismo na suinocultura nacional.
A mais recente medida nesse sentido é a modernização do Programa Leitão Vida, oficializada por meio de uma Resolução Conjunta entre a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), assinada durante a Expogrande, em encontro promovido pela Asumas-MS.
Desde que foi informatizado, em 2020, o Programa Leitão Vida já destinou mais de R$ 252 milhões em incentivos financeiros, beneficiando diretamente o abate de 10,6 milhões de suínos e mais de 100 mil matrizes até 2024.
Em quatro anos, os valores pagos em incentivos praticamente dobraram — de R$ 31 milhões em 2020 para mais de R$ 64 milhões em 2024 — impulsionando o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva. Esse avanço já se reflete nos resultados.
O estado ocupa hoje a 6ª posição no ranking nacional de exportações de carne suína e, segundo estimativas da Famasul, deve alcançar a 5ª colocação ainda este ano. O setor movimenta mais de R$ 32 bilhões em produção e exportações que ultrapassam US$ 37,9 milhões anuais.
Mudanças no Leitão Vida
A principal inovação trazida pela modernização é o lançamento do Protocolo Leitão Vida em Conformidade (PLVC), que estabelece 50 critérios relacionados à sustentabilidade ambiental, econômica e social, bem-estar animal, biosseguridade, uso de tecnologias e agregação de valor à produção. A adesão ao protocolo será determinante para o acesso aos incentivos e para a definição dos percentuais aplicáveis.
A classificação do produtor será feita conforme os seguintes níveis:
– Obrigatório: cumprimento de 15 itens do protocolo.
– Básico: cumprimento dos itens obrigatórios e entre 60% a 78% dos itens aplicáveis.
– Intermediário: cumprimento dos itens obrigatórios e entre 79% a 89% dos itens aplicáveis.
– Avançado: cumprimento dos itens obrigatórios e pelo menos 90% dos itens aplicáveis.
A base de cálculo dos incentivos é definida como um percentual do Valor de Referência de Produto (VRP) do quilo do suíno, conforme o tipo de unidade produtora e o nível alcançado:
Mais fiscalização e qualificação técnica
Outra novidade importante é o credenciamento de organizações associativas para a verificação do cumprimento do protocolo nas propriedades, com certificação emitida pela Semadesc. A Secretaria também poderá realizar auditorias in loco, garantindo a integridade das informações e a credibilidade do programa.
Além disso, será oferecido um curso online de capacitação para os responsáveis técnicos, reforçando o caráter técnico, ético e transparente da iniciativa. Os períodos fixos de cadastramento e recadastramento foram extintos — agora, as adesões poderão ser feitas a qualquer momento.
A responsabilidade técnica pelas informações será compartilhada entre produtores e profissionais de assistência técnica, que deverão estar cadastrados e com formação atualizada junto à Semadesc. Cada técnico poderá atender até 20 estabelecimentos, com possibilidade de ampliação mediante recomendação dos respectivos conselhos de classe.
Modernização e competitividade
Para o secretário Jaime Verruck, as mudanças posicionam Mato Grosso do Sul como referência em inovação e competitividade na suinocultura.
“Estamos oferecendo um modelo moderno, transparente e alinhado às exigências dos mercados mais rigorosos. É um passo fundamental para a valorização da nossa produção e para o desenvolvimento sustentável do setor”, destacou.
Após a publicação oficial da nova resolução, produtores e profissionais devem realizar seus recadastramentos conforme os prazos definidos. Organizações interessadas em atuar na verificação do protocolo já podem iniciar o processo de credenciamento junto à Semadesc.
(Com Rosana Siqueira/Semadesc)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Carne de frango melhora frente à bovina, mas fica atrás da suína

Foto: Envato
A carne de frango vem ganhando competitividade frente à bovina, mas perdendo em relação à suína neste mês, segundo apontam levantamentos do Cepea.
De acordo com o Centro de Pesquisas, enquanto as proteínas avícola e de boi se valorizam, em relação a março, a suinícola registra queda de preços.
Para a carne de frango, pesquisadores do Cepea explicam que, além de uma demanda mais firme, os feriados desta sexta-feira, 18 (Sexta-feira Santa), e da próxima segunda-feira, 21 (Tiradentes), reduzem os dias de programação de abate, o que, por sua vez, resulta em menor disponibilidade de carne no mercado interno.
E a demanda externa também se mostra aquecida.
De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, nos primeiros nove dias úteis de abril, o setor avícola exportador registrou média diária de embarques de 22,4 mil toneladas, 9% acima da de abril do ano passado.
O mercado pecuário tem se caracterizado pela oferta “limitada” de animais para abate e pela demanda externa aquecida, que enxuga a disponibilidade doméstica.
Segundo pesquisadores do Cepea, essa combinação justifica a valorização dos animais no campo e da carne tanto no atacado doméstico quanto no mercado internacional – influenciado também por outros fatores.
Como resultado, conforme o Centro de Pesquisas, o volume posto à disposição do consumidor brasileiro se mostra abaixo da demanda, cenário que vem resultando, desde a última semana de março, em sucessivas altas nos preços da carne com osso e de cortes negociados no atacado da Grande São Paulo.
Esse comportamento tem reduzido a competitividade da carne bovina frente às principais concorrentes, a carne suína e de frango, e também diante da tilápia, ainda conforme levantamentos do Cepea.
No front externo, o Brasil embarcou até a segunda semana de abril, 10,9 mil toneladas/dia de carne bovina in natura, média 15,6% superior à de abril/24, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea.
(Com Cepea)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Ritmo de queda de preços do arroz desacelera

Foto: Marcelo Casal JR/Agência Brasil
O ritmo de queda dos preços do arroz em casca diminuiu nos últimos dias, o que, segundo pesquisadores do Cepea, pode sinalizar um maior equilíbrio entre oferta e demanda.
Ao mesmo tempo, novos dados apontam para crescimento da disponibilidade interna nesta temporada, elevando os estoques de passagem em fev/26.
De modo geral, levantamentos do Cepea mostram que a liquidez segue baixa, diante do recuo de compradores, que enfrentam dificuldade no repasse de preços do casca para o beneficiado.
Produtores também continuam retraídos do spot, seja pelo descontentamento com as cotações, seja por voltarem suas atenções aos trabalhos de campo.
Agentes consultados pelo Cepea demonstram expectativa de maiores demandas internacionais em meio ao cenário atual de taxações dos EUA, o que pode impulsionar a busca pelo cereal brasileiro.
De acordo com o relatório de março da Conab, a produção nacional de arroz em casca na safra 2024/25 está estimada em 12,14 milhões de toneladas, 14,75% superior à da temporada 2023/24.
Com importações estáveis, em 1,4 milhão de toneladas, a disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) deve somar 14 milhões de toneladas, aumento de 13,77% sobre a safra passada.
CAFÉ: Menor disponibilidade doméstica limita exportação de robusta
As exportações brasileiras de café diminuíram em março, refletindo sobretudo a queda nos embarques do robusta verde.
Foram apenas 138,6 mil sacas da variedade escoadas pelo País, 40% menos que em fevereiro/25 e bem abaixo das 862,5 mil sacas exportadas em março/24, de acordo com dados do Cecafé analisados pelo Cepea.
Segundo o Centro de Pesquisas, a redução dos envios externos de café robusta vem sendo observada desde dezembro/24 e está atrelada à baixa disponibilidade doméstica da variedade.
Destaca-se que a colheita da nova safra 2025/26 no Espírito Santo, principal estado produtor de robusta no Brasil, já deve começar neste mês e pode ganhar ritmo em maio, o que, conforme explicam pesquisadores do Cepea, tende a elevar a oferta do grão e, consequentemente, reaquecer os embarques da variedade, sobretudo no segundo semestre.
(Com Cepea)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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