Suinicultura
Santa Catarina lidera exportações brasileiras de carne suína, com 55,3% do volume total até setembro
Reprodução
Santa Catarina foi responsável por 55,3% do volume total e 57% das receitas das exportações brasileiras de carne suína nos primeiros nove meses de 2024. O estado embarcou 61,4 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em setembro, registrando uma leve queda de 0,7% em relação ao mês anterior. Contudo, houve um crescimento de 10,1% em comparação com setembro de 2023. Em termos de receitas, o estado arrecadou US$ 150,4 milhões no mês, representando uma alta modesta de 0,1% em relação a agosto e um aumento significativo de 18% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O analista da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, avalia as perspectivas como positivas. “Se o ritmo de embarques for mantido nos próximos meses, o estado poderá alcançar um novo recorde de exportações, superando os números do ano passado”, afirmou Giehl.
Entre os principais destinos das exportações catarinenses, vários mercados apresentaram crescimento em relação a 2023, com destaque para as Filipinas (aumento de 52,1% no volume e 38,9% nas receitas), Japão (125,2% e 120,2%) e México (83,1% e 70,2%). Por outro lado, importantes compradores como China e Chile apresentaram quedas expressivas no período. As exportações para a China caíram 39,2% em volume e 49% em receitas, enquanto para o Chile a retração foi de 13,2% em volume e 17,3% em receitas.
As Filipinas consolidaram-se como o principal mercado para a carne suína de Santa Catarina, representando 24,3% das receitas do estado. A China segue como o segundo maior comprador, com 18,7%, e o Japão, em terceiro, com 17,8% das receitas geradas. As informações foram divulgadas pela assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Agricultura de Santa Catarina.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Embrapa revela que cascudinho-da-soja ameaça safra brasileira
Emprapa
Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou para o crescimento de uma praga com potencial para reduzir a produtividade da soja em até 30%, o que equivale a perdas de 8 a 10 sacas por hectare, impactando diretamente o potencial econômico das lavouras. O cascudinho-da-soja (Myochrous armatus) tem preocupado produtores rurais, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, por sua capacidade de causar danos significativos nas plantações.
De acordo com dados da Embrapa, o cascudinho atua desde as primeiras fases da cultura da soja, prejudicando as plantas já na fase de germinação. Na fase larval, a praga vive no solo e destrói as raízes das plantas, enquanto na fase adulta, o ataque se intensifica, com a alimentação no caule, hastes e pecíolos. Isso pode levar ao tombamento e até à morte das plantas, resultando em uma queda considerável na produção.
Hudslon Huben, especialista em manejo agrícola, destaca que os danos são especialmente críticos em plantas jovens. “O cascudinho ataca principalmente no início do ciclo da cultura, o que é ainda mais problemático quando ocorre em períodos de estiagem. Nessas condições, as perdas podem ser ainda mais graves, deixando as plantas enfraquecidas ou até matando-as”, explica Huben.
A identificação correta do cascudinho é um desafio para os produtores, pois a praga é similar ao torrãozinho (Aracanthus mourei). O cascudinho adulto tem coloração preto-fosca, mas pode variar de marrom a acinzentado, dependendo do tipo de solo. Suas larvas, por sua vez, são amareladas e se desenvolvem no solo.
A Embrapa, que é referência em pesquisa agrícola no Brasil, alerta para a importância do monitoramento constante das lavouras e do uso de estratégias de manejo integrado. Isso inclui a combinação de monitoramento frequente, além da aplicação de produtos químicos e biológicos registrados para combater a praga.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Suinicultura
Mato Grosso do Sul investe no setor visando o mercado global
Reprodução
Mato Grosso do Sul tem avançado na suinocultura e se destaca em 2024 com uma perspectiva de crescimento expressivo, sustentada por novos investimentos e melhorias sanitárias no setor. Atualmente, o estado possui cerca de 101,8 mil matrizes suínas, e espera-se que esse número alcance 152 mil até 2027.
A projeção é impulsionada pelo fortalecimento das práticas de sanidade, especialmente com a retirada da vacinação contra febre aftosa, medida que deve facilitar o acesso ao mercado internacional, conforme aponta a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
A expectativa é de que essa decisão aumente a competitividade da suinocultura sul-mato-grossense e atraia empresas interessadas em explorar o potencial exportador do estado. Eleiza Morais, diretora da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), destaca que o setor se prepara para dobrar a produção de matrizes, beneficiando-se de um cenário favorável e do interesse de novos investidores.
Além disso, os preços do suíno vêm se valorizando, refletindo tanto a demanda interna quanto as expectativas de expansão. Na última semana, o preço da carcaça suína especial subiu 3,52%, chegando a R$ 14,70/kg. A arroba do suíno CIF teve aumento de 1,65%, com valores agora em R$ 185,00. Em Minas Gerais, o preço do suíno vivo chegou a R$ 9,83/kg, enquanto no Paraná e em São Paulo os valores ficaram em torno de R$ 9,42/kg e R$ 9,69/kg, respectivamente.
O setor aguarda ainda uma decisão crucial em maio de 2025, quando Brasília julgará o pedido para que Mato Grosso do Sul seja considerado área livre de febre aftosa sem vacinação. Caso aprovado, o estado abrirá novos mercados para exportação, ampliando ainda mais o impacto da suinocultura local na economia. Para Daniel Ingold, diretor-presidente da Iagro, essa mudança posicionará Mato Grosso do Sul como um importante fornecedor global de carne suína, trazendo benefícios significativos para o estado no próximo ano.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Suinicultura
Peste Suína Clássica: risco para a suinocultura brasileira?
Foto: Osmar Dalla Costa /Embrapa
Peste Suína Clássica (PSC) é uma enfermidade causada por um vírus da família Flaviridae e que afeta suínos domésticos e asselvajados. Quando ocorre na forma aguda causa febre de 40 a 42º., apatia, letargia, anorexia, lesões hemorrágicas na pele, abortos e morte dos animais afetados em um período de 5 a 14 dias, podendo causar 100% de mortalidade em leitões.
Na forma crônica e congênita os sintomas são mais suaves mas afetam o desempenho dos animais devido a diarreias, abortos, leitegadas pequenas e fracas.
Transmissão
A transmissão do vírus é feita pelo contato entre animais por meio de secreções, sangue e sêmem.
Veículos e pessoas também são importantes vias de transmissão, bem como alimentos e rações. Por isso, a biosseguridade é fundamental para evitar a entrada do vírus nas granjas comerciais.
Existem vacinas, mas a sua utilização deve ser autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Presença no Brasil
A enfermidade está presente na região norte e nordeste (Zona Não Livre), nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.
O Mapa tem um programa de controle e erradicação intitulado Plano Estratégico de Brasil Livre de PSC e em 2022 e 2023 realizou um plano piloto de vacinação no estado de Alagoas, com apoio financeiro das entidades que representam o setor provado. Mas, como recentemente ocorreram focos no Ceará e Piauí o setor privado está solicitando ao Mapa que implemente um programa oficial de vacinação.
Suinocultura na região
Embora exista suinocultura industrial na Zona Não Livre, ainda predomina a produção de suínos não tecnificados, onde sitiantes e produtores produzem animais para consumo próprio e para venda em feiras e para pequenos abatedouros. Mas, a região é muito promissora para a produção de suínos de forma industrial tendo em vista a produção de milho e soja no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mercado consumidor grande e uma melhoria no poder aquisitivo da população.
Hoje, parte dessa demanda é suprida com a entrada de suínos e carne suína da Zona Livre. Por isso, controlando ou mesmo erradicando a PSC haverá um salto na quantidade e qualidade dos suínos produzidos regionalmente.
Riscos para a suinocultura brasileira
Com a retirada da vacina de febre aftosa para bovinos e bubalinos em todo o território nacional, haverá uma tendência da desativação das barreiras existentes na região norte e nordeste, facilitando o trânsito de suínos da Zona Não Livre para a Zona Livre com possibilidade de transmissão do vírus da PSC.
Consequências econômicas
Se ocorrerem focos na Zona Livre, os prejuízos para a suinocultura brasileira poderão ser enormes com o fechamento de mercados importadores muito significativos para nossas exportações.
Vale lembrar que ao contrário da avicultura, que exporta para mais de 160 mercados, a suinocultura tem mercados mais restritos e concentrados em alguns países bastante exigentes com relação à situação sanitária nos países exportadores.
Como o ciclo de produção de suínos é mais longo, eventuais interrupções na produção levarão a uma retomada da produção mais lenta nas regiões de eventuais focos.
O que os produtores devem fazer
Prevenção é a palavra chave. Os produtores de suínos do país devem redobrar a biosseguridade em suas granjas, evitando a presença de visitas à atividade.
Devem fazer uso de roupas e calçados apropriados, utilizar desinfetantes, fazer tratamento de água e resíduos e implementar um programa robusto de controle de pragas.
Fazendo isso, estarão se protegendo contra a PSC e também contra a PSA (Peste Suína Africana) caso o vírus dessa última enfermidade entre em nosso país. Ao serviço veterinário estadual cabe monitorar o trânsito de animais para evitar a entrada de suínos da Zona Não Livre na Zona Livre. Fazendo isso todos ganham, governo e setor privado com a manutenção de um status privilegiado quanto à sanidade animal em nosso país.
Aline Mendonça
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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