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Meio Ambiente

Técnica de Baixa Vazão: Uma Abordagem Segura e Eficiente na Aplicação de Fitossanitários

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Reprodução

 

A aplicação de caldas de produtos fitossanitários representa um dos maiores custos na safra, independentemente da cultura cultivada. Devido ao elevado preço dos insumos, é essencial minimizar o desperdício e maximizar a eficácia das operações, o que se traduz em benefícios financeiros e melhor desempenho nas colheitas. Para esclarecer uma técnica que pode ser utilizada neste contexto, a de “baixa vazão”, Alexandre Gazoni, engenheiro agrônomo e diretor comercial da Sell Agro, discorre sobre aspectos importantes que os agricultores devem considerar.

A técnica de baixa vazão consiste na aplicação de produtos fitossanitários com taxas inferiores a 80 litros por hectare, um padrão geralmente estabelecido. Segundo Gazoni, essa redução traz vantagens operacionais que se refletem diretamente na diminuição dos custos.

Entretanto, para que a aplicação seja bem-sucedida, algumas orientações devem ser seguidas. O engenheiro enfatiza a importância da compatibilidade entre os produtos utilizados. “Quando os insumos se ‘conversam’ quimicamente, o resultado é uma gota de calda mais concentrada. Isso elimina riscos e não compromete a pulverização; ao contrário, otimiza a absorção por insetos e plantas”, explica.

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Gazoni também alerta para uma ideia equivocada que persiste entre os produtores: a crença de que a alteração na quantidade dos produtos comprometerá os resultados. “Na verdade, o que afeta a eficácia é a forma como se mistura e aplica os insumos”, complementa.

Vantagens da Técnica

A adoção da técnica de baixa vazão resulta em uma maior concentração de produtos por área, otimizando a operação das máquinas. “Essa concentração elevada reflete na efetividade e precisão das soluções, pois promove um cuidado maior com os fatores que impactam a eficiência da aplicação”, afirma Gazoni.

A redução do volume de produtos utilizados tem um impacto direto em toda a safra. Quando se considera, por exemplo, um pulverizador que opera durante todo o dia, ele passa a otimizar o manejo, funcionando menos e com maior rendimento. “Isso permite cobrir mais áreas no mesmo dia em comparação a uma vazão alta, consumindo menos combustível. Além disso, a baixa vazão gera benefícios ambientais ao reduzir a quantidade de água e combustível utilizados, assim como as emissões de CO2, resultando em uma aplicação mais sustentável”, acrescenta.

Treinamento e Orientações

A Sell Agro oferece aos produtores um treinamento que abrange aspectos como mistura, diluição e possíveis problemas que podem surgir. Após isso, profissionais da empresa visitam as propriedades para verificar quais produtos serão utilizados e a taxa de diluição a ser empregada, a fim de evitar riscos. Além disso, os agricultores recebem orientações sobre ajustes de altura de barra, bicos e técnicas de aplicação.

Adesão Permanente à Técnica

Uma vez que o produtor opta por utilizar a técnica de baixa vazão, é raro que ele retorne a volumes maiores de aplicação. Gazoni destaca que essa escolha está associada a uma maior assertividade nos resultados. “O ganho se dá na eficiência operacional, muitas vezes dispensando o investimento em pulverizadores de maior capacidade, o que resulta em economia”, conclui.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Projetos estadual e federal podem corrigir injustiças ambientais e impulsionar o agronegócio

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Duas propostas legislativas — uma estadual e outra federal — prometem corrigir falhas históricas na classificação de biomas em Mato Grosso, aliviando os custos para produtores rurais e ampliando a competitividade do agronegócio no estado. A primeira, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), reclassifica áreas dos biomas amazônico e cerrado, enquanto a segunda, na Câmara dos Deputados, visa retirar o estado da Amazônia Legal.

Atualmente, muitos produtores rurais em Mato Grosso precisam preservar até 80% de suas propriedades por estarem localizadas em áreas classificadas como floresta amazônica, mesmo em regiões de cerrado ou transição. Para ajustar essas áreas à realidade, os proprietários são obrigados a gastar altos valores com laudos técnicos para comprovar que suas terras pertencem ao bioma cerrado, onde a reserva legal exigida é de 35%.

A proposta estadual, aprovada em primeira votação, busca corrigir essas distorções ao redefinir os limites entre biomas. Se aprovada, permitirá que áreas erroneamente classificadas como floresta amazônica passem a ser reconhecidas como cerrado, alinhando a legislação ambiental à realidade no campo.

O deputado Carlos Avallone, presidente da Comissão de Meio Ambiente e autor da proposta, defende que a reclassificação é essencial para reduzir custos e ampliar a área disponível para produção agrícola. “Estamos corrigindo equívocos históricos que penalizam produtores que já preservam boa parte de suas terras. Essa mudança é técnica e necessária”, afirmou.

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Produtores argumentam que, em muitas regiões de cerrado, onde é exigida a preservação de 80%, a vegetação é tratada como floresta de forma equivocada. Segundo lideranças do setor, isso encarece a produção e reduz a competitividade do Brasil no mercado global, especialmente diante das exigências internacionais.

Especialistas alertam que a reclassificação poderia abrir caminho para o desmatamento de até 10 milhões de hectares. Porém, produtores destacam que não se trata de “desmatamento indiscriminado”, mas de uma adequação técnica que garante a manutenção da preservação obrigatória de 35% em áreas de cerrado, conforme o Código Florestal.

Além disso, ambientalistas temem impactos na credibilidade do Brasil no mercado internacional, mas deputados como Juarez Costa, autor da proposta federal, ressaltam que o agronegócio brasileiro já adota padrões elevados de sustentabilidade.

No âmbito federal, o projeto de retirar Mato Grosso da Amazônia Legal promete aliviar ainda mais os custos para produtores, que seriam dispensados de preservar 80% de suas propriedades, como ocorre atualmente. Apesar do parecer contrário do deputado Coronel Chrisóstomo na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o texto ainda será debatido em outras instâncias legislativas.

A segunda votação da proposta estadual será crucial para determinar o futuro da legislação ambiental em Mato Grosso. Se aprovada, representará um avanço na segurança jurídica dos produtores e um estímulo ao agronegócio, pilar econômico do estado. O debate revela a necessidade de equilibrar conservação ambiental e crescimento econômico em um dos principais estados produtores do Brasil.

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O agronegócio mato-grossense, responsável por alimentar milhões de pessoas no Brasil e no mundo, reforça que ajustes como esses são indispensáveis para garantir sua sustentabilidade econômica e ambiental.

Fonte: Pensar Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Florestas restauradas elevam produtividade em até 10 sacas de soja por hectare

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Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apresentou nesta quinta-feira (21), durante a COP29, em Baku, um estudo inédito que avalia os impactos da restauração florestal para a agricultura e o meio ambiente. De acordo com a pesquisa, a recuperação de 2% a 10% da paisagem local ajuda a prevenir quebras de safra e eleva a produtividade. No caso da soja, o aumento pode chegar a 10 sacas por hectare em áreas restauradas.

A pesquisa faz parte do projeto Galo – sigla em inglês para Avaliação Global a partir de Observações Locais -, que investiga a relação entre a agricultura e a preservação da vegetação natural nos biomas Amazônia e Cerrado.

O estudo analisou dados desde 1985 e constatou que, mesmo em áreas recompostas com floresta secundária, não ocorre a total recuperação de serviços como evapotranspiração – o que significa dizer ser incapaz de manter o ciclo da água.

Segundo Ludmila Rattis, pesquisadora do Ipam e do Centro de Pesquisa Climática Woodwell, a regulação climática, especialmente da temperatura, também não é totalmente restabelecida.

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No entanto, os pesquisadores destacaram que florestas restauradas têm papel relevante na melhoria da eficiência agrícola, como no caso da soja, demonstrado pelo estudo.

“Mais floresta é mais produtividade. No caso da soja, atinge-se em área restaurada um aumento de aproximadamente 10 sacas, ou 600 quilos, por hectare”, afima Rattis.

Apesar dos benefícios, ela alerta que a restauração não substitui a preservação de florestas primárias. “Primordialmente, precisamos proteger as florestas primárias, que são insubstituíveis”, afirmou.

O estudo foi assinado pelos pesquisadores André Andrade, Bianca Rebelato e Elisângela Rocha, além de Ludmila Rattis.

Luis Roberto Toledo

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Altas Doses de Calcário Impulsionam Produtividade da Soja no Matopiba

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Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Meio-Norte (PI) aponta que a utilização de altas doses de calcário no cultivo da soja de primeira safra na região do Matopiba – que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – pode aumentar a produtividade em até 30% em comparação às doses recomendadas pelos documentos oficiais. Apesar de causar redução em alguns nutrientes do solo, o impacto é contornável por meio de adubação, assegurando o equilíbrio da fertilidade.

Demanda dos produtores impulsionou a pesquisa

O estudo, iniciado em 2019, surgiu a partir de uma solicitação da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Piauí (Aprosoja-Piauí), que observou o uso de doses mais elevadas de calcário em algumas propriedades. O pesquisador Henrique Antunes, da Embrapa, explica que muitos produtores recorrem à prática devido à alta rentabilidade da soja. “Há quem inicie com doses altas de calcário para preparar áreas e já plante soja, que proporciona retorno imediato. Em outros casos, os produtores começam com forrageiras e entram com a soja no segundo ano”, relata.

Porém, a falta de respaldo técnico para esse manejo dificulta o acesso ao crédito bancário, o que motivou a realização de estudos para embasar novas práticas de fertilização. Antunes destaca que a maioria das diretrizes atuais é baseada em pesquisas das décadas de 1980 e 1990, enquanto os sistemas agrícolas atuais utilizam cultivares mais exigentes e manejo intensivo do solo. “Isso reforça a necessidade de revisar os documentos técnicos, especialmente em regiões de fronteira agrícola como o Matopiba”, afirma.

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Resultados das pesquisas

O primeiro experimento, realizado em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), avaliou o impacto de diferentes doses de calcário e gesso sobre a fertilidade do solo e a produtividade da soja no Cerrado piauiense. Foram testadas doses entre zero e 20 toneladas por hectare, utilizando a cultivar BRS 9180. Os resultados demonstraram que doses de 10 a 15 toneladas de calcário por hectare aumentam significativamente a produtividade, neutralizando a toxicidade do alumínio no solo. No entanto, doses superiores a 15 toneladas reduziram as concentrações de fósforo e potássio, prejudicando a produtividade.

O engenheiro-agrônomo Doze Batista de Oliveira, que desenvolveu sua tese de doutorado com base nos dados do projeto, detalha que uma aplicação de 10 toneladas de calcário por hectare elevou a produtividade da soja em 18% e 12% nas safras de 2019/2020 e 2020/2021, respectivamente. “A calagem melhorou a fertilidade do solo, favorecendo o crescimento das plantas. O uso combinado de gesso acelerou a redução da acidez em profundidade, criando um ambiente mais favorável para o desenvolvimento das raízes”, explica.

Impacto e desafios na adoção da prática

O estudo também apontou que, embora doses elevadas de calcário sejam eficazes, é necessário complementar com adubação para evitar deficiências nutricionais no solo. Produtores como Diógenes Brandalize, que cultiva soja e outras culturas em 3 mil hectares no Piauí, já adotaram a prática, registrando um aumento de 20% na produtividade.

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Por outro lado, Luís Fernando Devicari, produtor no Maranhão, mantém o manejo tradicional enquanto aguarda os resultados definitivos. Ele ressalta a importância da análise do solo para orientar o uso do calcário. “Realizamos análises anuais e corrigimos as áreas conforme necessário”, afirma.

O consultor agrônomo Christofer Garanhani, de Paragominas (PA), reforça que os estudos têm ajudado a determinar as doses ideais de calcário para diferentes áreas. Ele destaca, porém, que os custos elevados e as dificuldades de crédito ainda são barreiras para uma adoção mais ampla.

Apesar desses desafios, a prática de aplicação de calcário em altas doses está ganhando adeptos na região, com a expectativa de que os resultados positivos impulsionem uma migração gradual para esse manejo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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