Agronegócio
Setor produtivo teme concentração de colheita da soja em Mato Grosso

Reprodução
A safra 2024/25 de soja em Mato Grosso segue cheia de desafios para os produtores. A carência de armazéns e a competitividade por espaço nos grandes centros por causa de uma possível concentração de soja seca são algumas das preocupações atuais dos produtores, que, após um início de semeadura seco, agora enfrentam excesso de água no campo, o que tem dificultado a realização dos tratos culturais.
A chuva tem sido generosa na plantação de soja na Fazenda Santo Expedito localizada às margens da BR-163 em Jaciara, região sudeste do estado. A água que cai, conforme o gerente de produção Luis Antonio Huber, traz um alívio na comparação com o mesmo período da última temporada. Contudo, ao mesmo tempo traz apreensão em relação a manutenção da lavoura.
“O ano passado nesta mesma época nós tínhamos talhões com 200 milímetros de chuvas ou menos. Lugares com até 30 dias sem chuvas. Esse ano não. Estamos chegando próximo de 600 milímetros acumulados. É até um pouco demais de chuvas para a cultura da soja. A parte dos tratos culturais atrasa um pouquinho e já temos lavouras indo para a fase de enchimento de grãos”.
A expectativa do gerente de produção é que haja uma estabilidade de umidade no campo que possa favorecer o bom desempenho dos 4,8 mil hectares de soja cultivados nesta safra, uma vez que “a lucratividade está muito próxima das despesas e qualquer perda que tiver por mínima que seja já reflete financeiramente no custo da empresa”.

Chuvas atrapalham os tratos culturais
A situação com excesso de chuvas no município de Planalto da Serra não é diferente neste mês de dezembro. O município vem registrando volumes expressivos de água no campo, conforme o produtor Jorge Diego Giacomelli.
O produtor comenta ao Canal Rural Mato Grosso que recentemente puxou um histórico da estação meteorológica da propriedade nos últimos 30 dias. O registro mostrou um acumulado de 260 milímetros de chuva, volume superior ao verificado em novembro do ano passado, quando não havia somado nem 30 milímetros.
“No histórico geral, a chuva está bem concentrada. Novembro e esse início de dezembro se mostram mais chuvosos. Está se realizando as previsões que diziam que a primeira quinzena de dezembro iria ser bem mais chuvosa. Para se ter uma ideia, aqui na nossa região existem produtores que não conseguiram concluir o primeiro plantio por causa do excesso de chuvas. São áreas pequenas, talhões pequenos que ficaram para trás, mas ainda tem esses casos na região”, diz Jorge Diego.
A oferta de água acima da média tem atrapalhado o ritmo dos trabalhos dos tratos culturais da soja na propriedade, causando apreensão em relação ao controle das pragas e doenças na cultura. De acordo com Jorge Diego, há cerca de 15 dias o pulverizador está parado, pois a região é siltosa e há problemas de atoleiros. A solução encontrada, diante do solo encharcado, foi o uso de drones para realizar as aplicações.
Outra preocupação do produtor é quanto aos dias nublados, pois a falta de luz do sol acaba atrapalhando a fotossíntese.
“Essa falta de luminosidade deixa a soja travada, mais amarelada. Isso depois reflete em peso de grão e peso de grão é reflexo da produtividade. Com certeza vai diminuir produtividade se continuar assim. Torcermos para que na segunda quinzena de dezembro o clima se alinhe, comece a ter mais dias ensolarados, porque agora ela está na fase da florada e vai entrar na fase reprodutiva, que é que pega canivete, que pega enchimento de grãos nas vagens. [É uma] indústria a céu aberto e uma indústria cara de se manter, que a gente não depende apenas dos nossos recursos, mas dependemos de muita coisa externa”.

Espaço em armazéns preocupa diante do cenário
De acordo com o setor produtivo de Mato Grosso, o clima adverso também oferece condições de uma possível concentração de soja seca na colheita da safra. Cenário este que acende o sinal de alerta em relação à carência de espaço para guardar o grão, principalmente nas regiões mais afastadas dos grãos centros.
O temor da concentração da colheita, pontua Jorge Diego, se deve ao fato de muitos terem concluído a semeadura da soja ao mesmo tempo, após as chuvas se “regularizarem” entre o final de outubro e novembro em boa parte das regiões do estado.
“Acelerou demais. A soja vai chegar toda de uma vez e se nós tivermos um ano de colheita chuvoso, a gente sabe que vai chegar o grão úmido lá nos armazéns e acaba trazendo mais um problema. Aqui é uma região mais isolada, uma nova fronteira. Os armazéns mais próximos estão ali na região de Nossa Senhora do Trivelato, Nova Mutum. Mas, é uma logística reversa, porque vai para o norte. No caso, nós descemos para Campo Verde ou para Rondonópolis. A gente sabe que são grandes áreas de lavouras também, tem uma oferta de armazéns. Mas, também, não é assim que sobre armazéns e chegando essa soja úmida, concentrada na época da colheita, com certeza vai ter problema se esse pessoal não fizer um planejamento para nos atender”.
O gerente de produção Luis Antonio Huber frisa que as previsões meteorológicas apontam para um janeiro e fevereiro com acúmulo de chuvas e que ninguém está preparado para isso, tanto no quesito secagem, quanto para a retirada da oleaginosa da lavoura.
“A estratégia é você verificar com os vizinhos e partir para a troca de serviço com eles, para um ajudar o outro”.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária de Mato Grosso (Imea), mostram que hoje Mato Grosso possui capacidade estática para armazenar 60% da produção de soja e milho. O déficit atual de armazenagem gira em torno de 48,58 milhões de toneladas.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Lucas Costa Beber, pontua que “as empresas também têm que ser parceiras esse ano e estar atentas para um possível aumento de turno. Colocar um turno a mais para poder receber esse produto dos produtores para não termos nenhum caos durante a colheita”.
canalrural
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Agronegócio
ABPA comemora retomada das exportações brasileiras de carne de frango para o México

Foto: Jonathan Campos
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou o avanço alcançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) junto às autoridades mexicanas, com o restabelecimento da maior parte das exportações de carne de frango brasileiras para o México. A reabertura foi confirmada pelo MAPA após intensas negociações com a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, mas exclui as unidades localizadas no estado do Rio Grande do Sul.
Importância do México para as exportações brasileiras
O México está entre os dez maiores destinos da carne de frango exportada pelo Brasil, sendo um mercado estratégico que tem apresentado forte crescimento nas importações. Ricardo Santin, presidente da ABPA, destaca que a retomada representa um passo fundamental para a normalização do fluxo comercial, afetado anteriormente por um surto isolado e já controlado de Influenza Aviária. Ele também espera a reinclusão do Rio Grande do Sul no processo de exportação.
Crescimento expressivo nas importações mexicanas
Entre janeiro e maio de 2025, o México importou 86,8 mil toneladas de carne de frango do Brasil, um aumento de 44,8% em relação às 59,9 mil toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. A receita obtida com esses embarques alcançou US$ 208,7 milhões, 43,7% superior aos US$ 145,2 milhões registrados nos primeiros cinco meses de 2024.
México mantém posição de destaque no mercado
Com esses números, o México se mantém como o oitavo principal destino das exportações brasileiras de carne de frango em 2025, reforçando sua relevância para o setor exportador nacional.
Acompanhe as atualizações sobre o setor e novas negociações comerciais nos canais oficiais da ABPA e do MAPA.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Agronegócio
Preço do algodão atinge alta histórica e reforça necessidade de gestão e investimento no campo

Arquivo
O mercado do algodão vive um momento de valorização contínua, que reacende o foco dos produtores em planejamento financeiro e investimentos estratégicos. Confira os principais pontos da matéria:
Preço do algodão em maio alcança maior nível desde 2023
Em maio de 2025, o preço médio do algodão em pluma atingiu R$ 4,3950 por libra-peso, conforme dados do Cepea/Esalq. Este é o maior valor registrado desde março de 2023 e marca o quarto mês consecutivo de alta no mercado interno.
Fatores que sustentam a valorização
A elevação dos preços reflete uma postura firme dos vendedores, sobretudo daqueles com lotes de qualidade superior, que mantiveram os valores em patamares elevados. Por outro lado, os compradores têm atuado com cautela, negociando pontualmente devido a questões como aprovação da qualidade dos lotes e resistência às condições impostas.
Importância da gestão financeira e planejamento
Diante desse cenário, a organização financeira e o planejamento da safra ganham destaque, especialmente em culturas com custos elevados como o algodão. A Sonhagro, empresa especializada em crédito rural e suporte técnico, destaca que momentos de alta são estratégicos para reavaliar investimentos em tecnologia, manejo e infraestrutura.
Orientação para produtores
“O aumento no preço pode ampliar as margens de lucro, mas exige atenção redobrada na gestão, já que oscilações são comuns nesse mercado. Produtores que se estruturam bem durante os períodos de alta tendem a ser mais resilientes em ciclos de baixa”, afirma Romário Alves, CEO e fundador da Sonhagro.
Contexto do algodão no Brasil
O Brasil é o maior produtor mundial de algodão, com grande parte da produção destinada à exportação. Com a demanda global aquecida, decisões técnicas e financeiras bem fundamentadas são essenciais para garantir bons resultados e minimizar riscos no campo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Agronegócio
Produção de carne bovina recua no 1º trimestre, mesmo com aumento nos abates, aponta IBGE

Divulgação
Dados divulgados pelo IBGE revelam que a produção de carne bovina no Brasil caiu 1,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o quarto trimestre de 2024, mesmo com aumento no número de animais abatidos. O levantamento também destaca recordes no abate de suínos e frangos para o período.
Produção de carne bovina em queda
A produção de carne bovina brasileira somou 2,486 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2025, registrando uma queda de 1,9% em relação ao último trimestre de 2024. O dado contrasta com o crescimento de 1,9% no total de animais abatidos, que atingiu 9,87 milhões de cabeças — o maior número já registrado para um primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Aumento nos abates de fêmeas impactou o volume produzido
De acordo com o IBGE, o crescimento no número de abates foi impulsionado principalmente pelo aumento significativo na participação das fêmeas, que são mais leves que os machos. Essa mudança no perfil dos animais abatidos influenciou diretamente na redução do peso médio das carcaças.
A analista Ângela Lordão, responsável pelas pesquisas trimestrais da pecuária, explicou que esse movimento é sazonal. “Tradicionalmente, após o período da estação de monta, as fêmeas não produtivas, com falha de prenhez, idade avançada ou baixa performance, são encaminhadas para o abate”, afirmou.
Peso das carcaças também recuou
O peso médio das carcaças bovinas foi de 251,86 kg no primeiro trimestre, queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024 e retração de 3,7% em relação ao último trimestre.
Esse recuo está ligado ao aumento de 23,1% nos abates de vacas em comparação ao trimestre anterior e de 8,7% frente ao mesmo período de 2024. Já os abates de bois caíram 14,5% na comparação trimestral e 1,7% na base anual.
Redução na oferta de bois
A menor participação de machos nos abates neste início de ano é explicada, segundo Ângela Lordão, pela redução na disponibilidade de animais prontos para o abate após o encerramento dos confinamentos no quarto trimestre, período tradicionalmente mais intenso em abates.
Além disso, a analista destaca que a elevada taxa de abate de fêmeas nos últimos anos vem reduzindo o número de matrizes, o que compromete a produção de bezerros e, futuramente, a oferta de bois.
Frangos e suínos registram crescimento
O abate de suínos no primeiro trimestre de 2025 teve alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, embora tenha recuado 0,8% frente ao quarto trimestre do ano passado. Ainda assim, o resultado marcou o melhor primeiro trimestre da série histórica iniciada em 1997.
Já o abate de frangos cresceu 2,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2024 e subiu 1% ante o trimestre anterior. O desempenho foi impulsionado pelos melhores meses de janeiro e fevereiro da série histórica.
Apesar do aumento no número de abates de bovinos, a produção de carne caiu devido à maior participação de fêmeas, que têm menor rendimento. Já os segmentos de suínos e frangos seguem em alta, com recordes para o início do ano, reforçando a importância da diversificação na produção pecuária brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
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