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Agronegócio

Inadimplência atinge apenas 7,4% da população rural do país

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Produtores retomam plantio de culturas de verão e avaliam impactos após as chuvas Foto: Jonathan Campos/AEN

 

 

Informações inéditas da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, mostram que no segundo trimestre deste ano, considerando apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, a inadimplência alcançou apenas 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil. Em comparação com os primeiros três meses de 2024, houve uma leve alta de 0,3 pontos percentuais.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o quadro pode ser representado como relativamente positivo, pois a variação trimestral foi muito baixa. “Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais e a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor.”

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Neste estudo, a estratificação por porte revelou que grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%. Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.

Quanto mais experiência, menor é o índice de inadimplência

Os dados levantados pela Serasa Experian também revelaram que, quando maior a faixa etária do proprietário rural, menor é o índice de inadimplência registado. Ainda sobre o segundo trimestre de 2024, daqueles que têm entre 50 e 59 anos, 7,2% estavam com o nome no vermelho. A partir disso, quanto mais aumenta a idade mais o percentual diminui. Confira no gráfico abaixo as informações na íntegra:

 

Gráfico da Serasa Experian com dados sobre a inadimplência da população rural dividido por faixa etária novembro de 2024
 
Setores relacionados ao agronegócio registraram um cenário otimista

Ainda em relação ao segundo trimestre deste ano, observando os setores em que as dívidas foram contraídas e negativadas, gerando as taxas de inadimplência analisadas neste estudo, é possível identificar que as dívidas com “Instituições Financeiras” – que financiam atividades no campo – marcaram a maior fatia, de 6,5%. No entanto, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” foram muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente. Essas categorias abrangem diversos produtos e serviços como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.

Para o head de agronegócio da Serasa Experian é interessante analisar que, nesse cenário, a cadeia agro revela um quadro otimista em relação a inadimplência da população rural. “É fundamental reforçar essa diferenciação porque, se no geral apenas 7,3% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte o percentual permanece muito baixo”.

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Sulistas marcaram inadimplência amena dentre as demais regiões agrícolas

A avaliação por Região Agrícola, de acordo com dados da Serasa Experian, mostrou que a inadimplência foi registrada em menor percentual no Sul, atingindo apenas 4,8%. Nesse sentido, o head de agronegócio da Serasa Experian explica que é preciso considerar a suspensão das negativações no Rio Grande do Sul anunciada pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que perdurou por 60 dias, em função das enchentes que ocorreram na região. “Essa foi uma iniciativa necessária que pode ter influenciado o baixo percentual no Estado. Além disso, os sulistas que atuam com o agro têm um longo e positivo histórico de experiência e resiliência durante os momentos de crise, contando também com uma adesão significativa aos instrumentos de seguro rural, que ajudam a mitigar riscos.”

Em sequência estava o Sudeste, com 6,2%, e o Centro-Oeste Agro, que marcou 7,6%. Veja os dados completos no gráfico a seguir:

 

Gráfico da Serasa Experian com dados sobre a inadimplência da população rural dividido por região agrícola novembro de 2024
Para o Indicador de Inadimplência do Agronegócio da Serasa Experian foram consideradas apenas pessoas com dívidas vencidas com mais de 180 dias e até 5 anos somando pelo menos R$ 1.000,00 dentre aquelas que estão relacionadas ao financiamento e atividades agronegócio, como, por exemplo, instituições financeiras, agroindústria de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.(Por Assessoria Serasa Experian)

Redação Sou Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Receita do café no Brasil deve alcançar R$ 127,88 bilhões em 2025

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Foto: Pixabay

A receita bruta dos cafés do Brasil para o ano-cafeeiro de 2025 está estimada em R$ 127,88 bilhões, segundo dados divulgados com base nos preços médios recebidos pelos produtores entre janeiro e abril. A cifra representa um crescimento de 59,2% em relação ao faturamento registrado em 2024, que foi de R$ 80,31 bilhões. Quando comparado a 2023, o aumento supera 140%. As informações foram divulgadas pelo Consócio Pesquisa Café.

Do total estimado para 2025, R$ 93,05 bilhões são referentes à produção de Coffea arabica, o que equivale a 72,7% do total, enquanto os R$ 34,82 bilhões restantes dizem respeito ao Coffea canephora (robusta e conilon), com participação de 27,3%.

Na análise por espécies, o café arábica apresenta aumento de 60% em relação ao ano anterior. Em 2024, o faturamento dessa variedade foi de R$ 58,15 bilhões. O desempenho positivo se reflete também nos principais estados produtores. Minas Gerais lidera com receita estimada em R$ 65,55 bilhões, ou 70,4% do total nacional. Em seguida, aparecem São Paulo (R$ 12,31 bilhões), Espírito Santo (R$ 7,23 bilhões), Bahia (R$ 4,61 bilhões) e Paraná (R$ 1,78 bilhão).

Em relação ao C. canephora, o Espírito Santo ocupa a primeira posição no ranking dos estados produtores, com previsão de arrecadar R$ 22,80 bilhões, o equivalente a 65,46% do total dessa espécie. Rondônia surge em segundo lugar com R$ 5,72 bilhões (16,42%), seguido pela Bahia com R$ 5,02 bilhões (14,41%). Minas Gerais e Mato Grosso fecham o grupo dos cinco principais produtores, com receitas estimadas em R$ 760,98 milhões (2,18%) e R$ 330,69 milhões (menos de 1%), respectivamente. A análise do Valor Bruto da Produção (VBP) dos Cafés do Brasil leva em conta os preços médios recebidos pelos produtores e utiliza dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE.

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AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Alta nos insumos eleva custo do algodão em abril

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precos-do-algodao-em-pluma-seguem-em-alta-no-brasil

Foto: Canva

 

O custo de produção do algodão para a safra 2025/2026 apresentou nova alta em abril, segundo levantamento do projeto CPA-MT, divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (19). O avanço foi puxado principalmente pelos preços dos defensivos agrícolas, fertilizantes e corretivos.

De acordo com o Imea, os custos com defensivos subiram 0,20% no mês, enquanto a classe dos fertilizantes e corretivos registrou aumento de 0,19%. A soma dessas variações elevou o custo total estimado de produção para R$ 10.751,50 por hectare, o que representa um acréscimo de 0,19% em relação ao mês anterior.

O Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui gastos diretos da lavoura, também teve alta e passou a ser calculado em R$ 15.363,73 por hectare. Esse valor representa um aumento de 0,47% sobre o apurado em março e uma elevação de 17,36% quando comparado com os dados consolidados da safra 2024/2025.

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“O custo atual é o segundo mais alto da série histórica”, aponta o relatório do CPA-MT. Diante disso, o instituto alerta que a próxima safra exigirá atenção redobrada por parte dos produtores. “A produção futura ainda é incerta, e um planejamento mais preciso é indispensável diante dos desafios de rentabilidade”, ressalta o Imea.

O cenário reforça a necessidade de os cotonicultores acompanharem de perto as variações de mercado e adotarem estratégias para mitigar riscos, em especial em um ambiente de custos crescentes e margens pressionadas.

AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Graças à soja, MT vai colher maior safra da sua história em 2025

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A produtividade média apresentou alta de 5,22% em relação à projeção anterior e de 25,22%, em comparação com a safra passada, alcançando 65,31 sc/há – Foto: Divulgação/Aprosoja

Desde quando assumiu a liderança da safra nacional de grãos, no ciclo 2011/12 – ao superar o Paraná –, Mato Grosso nunca mais perdeu a liderança e, por ciclos e mais ciclos, vem superando o próprio recorde.

Na safra 2024/25 não será diferente.

Apesar de todos os problemas de início de cultivo, por falta de chuvas, o Estado está prestes a quebrar novo recorde e ofertar a maior safra da história, com mais 102 milhões de toneladas.

Dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) projetam que Mato Grosso deverá superar, em 10%, a colheita anterior, passando de 93,19 milhões t para 102,64 milhões t.

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Se os números se confirmarem, mais uma vez, o Estado irá responder, sozinho, por mais de um terço da produção nacional de grãos e fibras.

O grande diferencial está na safra de soja. Enquanto a área plantada aumentou 2,9% de um ciclo ao outro, a produção do grão cresceu, na mesma comparação, quase 27%.

São mais de um milhão de toneladas a mais: de 39,34 milhões t para 49,71 milhões t.

O algodão em pluma tem projeção de somar 2,69 mil t, aumento de 1,7%, ante a colheita anterior de 2,65 mil t. Já o milho segunda safra deve reduzir em 2,2% a oferta.

Segundo a Conab, a produção passa de 48,20 milhões t para 47,15 milhões t.

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No país, a produção de grãos no país na safra 2024/25 tende a registrar um aumento de 35,4 milhões de toneladas sobre o ciclo anterior, e deve chegar a 332,9 milhões de toneladas.

O volume, se confirmado, configura um novo recorde para a série histórica da Conab.

A área cultivada também deve crescer em torno de 2,2%, estimada em 81,7 milhões de hectares, assim como a produtividade média das lavouras, que tende a apresentar uma recuperação de 9,5% projetada em 4.074 quilos por hectare.

Os dados estão no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 publicado na quinta-feira (15) pela companhia.

Dentre os produtos cultivados, a soja se destaca com a estimativa de um volume a ser colhido de 168,3 milhões de toneladas, a maior já registrada para o grão na história do país.

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A colheita da oleaginosa já chega a 98,5% da área semeada, sendo que nos estados do Centro-Oeste, Sudeste, Paraná e Tocantins os trabalhos já foram concluídos.

Em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Rondônia e Tocantins, as produtividades alcançadas foram recordes da série histórica da Conab.

Esses ótimos rendimentos foram reflexo de condições climáticas favoráveis e do alto grau de profissionalismo dos produtores.

Outra cultura importante na safra brasileira, o milho tem produção total estimada em 126,9 milhões de toneladas, crescimento de 9,9% em relação à temporada 2023/24.

A 1ª safra do grão tem a colheita finalizada em 77,6% da área semeada, com estimativa de produção em 24,7 milhões de toneladas.

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Já a 2ª safra do cereal apresenta a semeadura concluída.

A Conab espera uma produção em torno de 99,8 milhões de toneladas.

As boas condições climáticas nas principais regiões produtoras vêm favorecendo as lavouras, predominando os estágios de floração e enchimento de grãos.

No caso do arroz, importante produto na alimentação dos brasileiros, a expectativa é de uma produção de 12,1 milhões de toneladas, incremento de 14,8% em relação ao ciclo anterior.

O bom resultado é reflexo de uma maior área semeada, atingindo 1,7 milhão de hectares, combinado com uma melhora de 7,4% na produtividade média das lavouras, chegando a 7.071 quilos por hectare.

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Para o feijão, a expectativa da Conab é que ao final das três safras da leguminosa sejam colhidas 3,2 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento interno.

Outro produto de destaque na segunda safra, o algodão também registra a semeadura finalizada, com estimativa de área em 2,1 milhões de hectares, crescimento de 7,2% sobre a safra de 2023/24.

Para a produção, é esperada uma colheita de 3,9 milhões de toneladas da pluma, 5,5% acima do volume produzido na safra anterior.

O comportamento climático nos principais estados produtores vem favorecendo as lavouras, que se encontram desde o estágio de floração até o de início da colheita.

Dentre as culturas de inverno, a semeadura do trigo já teve início nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e no Paraná.

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Os trabalhos de plantio já atingem 26% da área prevista para o cultivo do grão no estado paranaense. No Rio Grande do Sul, a semeadura ainda não foi iniciada.

A estimativa de produção da Conab para o cereal indica um volume de 8,3 milhões de toneladas para a safra 2025, crescimento de 4,6% sobre o ciclo passado.

Marianna Peres/Diário de Cuiabá

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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