Agricultura
Epagri de Lages estuda o uso do bagaço da maçã na pecuária de corte

As pesquisadoras da Estação Experimental em Lages inseriram a maçã na lista dos experimentos, aproveitando a enorme oferta da fruta na Serra Catarinense (Fotos: Pablo Gomes/Epagri)
Alimentação saudável para o gado, a correta destinação de resíduos prejudiciais à natureza e a possibilidade de ganhos financeiros para fornecedor e consumidor. O bagaço da maçã apresenta-se como uma alternativa para a pecuária de corte, e a viabilidade é estudada na Epagri.
A pesquisa é conduzida pelas zootecnistas Vanessa Ruiz Fávaro e Ângela Fonseca Rech, ambas da Estação Experimental em Lages. Cientes de bons resultados obtidos por outros profissionais com laranja, uva, abacaxi e até resíduos de cerveja, Vanessa e Ângela inseriram a maçã na lista dos experimentos, aproveitando a enorme oferta da fruta na Serra Catarinense, especialmente na região de São Joaquim, que deve colher aproximadamente 290 mil toneladas nesta safra.
Com atividades a campo e em laboratório, as pesquisadoras buscam avaliar o bagaço da maçã, produzido pela indústria após o processamento da fruta, como alternativa de alimento para o gado, em substituição ou complemento a outros alimentos nobres e de consumo humano, como milho e soja. O objetivo não é colocar o resíduo da fruta como único alimento do animal, mas introduzi-lo como componente de uma dieta adequada.
“O bagaço da maçã é pobre em proteína, mas rico em energia. Também tem carboidrato solúvel e de fácil digestão, o que libera os nutrientes mais rapidamente quando o animal ingere. Por isso, é importante balancear a alimentação”, explicam as pesquisadoras.
O foco dos estudos não é o gado em confinamento, mas em pastejo, onde há oscilação no crescimento do pasto ao longo do ano. No outono que se aproxima, acontece a carência de pastagem. Assim, o bagaço da maçã entra como suplementação estratégica, pois exige planejamento.
O produtor pode conservar o resíduo na forma de silagem, por no mínimo 40 dias, antes de disponibilizá-lo ao animal. Ou seja, exatamente agora, nesta época do ano, quando a colheita da maçã está em fase inicial, pode-se armazenar o bagaço para utilizá-lo no outono. O período da safra é o ideal para isso. O armazenamento na forma de silagem preserva o resíduo, evitando a exposição ao ar livre, fermentações indesejáveis e a produção de toxinas que podem resultar até na morte de animais.

As pesquisas na Epagri Lages já apontam que o bagaço da maçã permanece em boas condições até um ano depois, desde que devidamente conservado em silo sem oxigênio para evitar a fermentação indesejada. E a expectativa é que os estudos evoluam no sentido de indicar que este prazo pode ser de até dois anos com o silo fechado.
“Muitos produtores já têm silo em suas propriedades e podem fazer adaptações sem um custo elevado”, orientam as zootecnistas.
Produtor precisa conhecer o resíduo antes de alimentar o gado
Embora seja uma boa alternativa de alimentação para o gado, as pesquisadoras Vanessa Fávaro e Ângela Rech orientam os produtores a conhecerem o bagaço da maçã que irão utilizar. Elas alertam que resíduos agroindustriais não têm padrão de qualidade, e a composição pode variar em função do processamento pela indústria, o que exige uma análise bromatológica do material.
O material experimentado por Vanessa no campo é analisado por Ângela no Laboratório de Nutrição Animal, onde são avaliados teores de proteína, matéria seca, matéria orgânica, fibras, gordura e estimativa de digestibilidade.
Os produtores podem ter acesso a este tipo de análise em laboratórios particulares ou até mesmo na própria Estação Experimental de Lages, a única da Epagri que realiza este serviço em Santa Catarina.
Boa alternativa ambiental e econômica para a indústria
Embora seja necessário avaliar a viabilidade do transporte, considerando que o bagaço da maçã é um material bastante úmido, composto por cerca de 80% de água, a sua utilização para alimentação animal pode ser uma boa oportunidade para a indústria, que tem a obrigação de dar o destino final correto por se tratar de um material poluente quando descartado de maneira incorreta.
Desta forma, a indústria pode comercializar o resíduo para o produtor, cumprindo uma exigência da legislação ambiental e faturando com algo que seria descartado. Já o produtor, por sua vez, pode adquirir um alimento de qualidade a um custo menor que outros mais nobres.
Estudos avançam e irão orientar o produtor
Os estudos das zootecnistas da Epagri Lages contam com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e fornecimento do bagaço de maçã pela empresa TC Agronegócios.
O objetivo de Vanessa e Ângela é publicar, em 2026, um boletim didático com informações técnicas sobre o passo a passo da utilização do bagaço da maçã, de maneira que o produtor saiba como proceder em relação à silagem e para quais categorias de animal oferecer o resíduo da fruta que leva o nome da Serra Catarinense até os mercados consumidores mais exigentes do mundo.
(Com Pablo Gomes/Epagri/Fapesc)
Redação Sou Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Expansão do sorgo e déficit de armazenagem pautam painel sobre alimentos no 3º Congresso Abramilho

Assessoria
Os próximos anos serão marcados pelo avanço da produção de sorgo no Brasil, apostou o pesquisador da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/Usp), Mauro Ozaki. Dois aspectos endossam essa projeção: o aproveitamento do grão por biorrefinarias de etanol de milho e o uso do sorgo como matéria-prima para a produção de farelo para ração animal.
Ozaki se apresentou no painel sobre “Cenários dos Alimentos no Brasil” do 3º Congresso Abramilho, que ocorre nesta quarta (14) em Brasília. “O mercado para o sorgo tem se ampliado e isso tende a aumentar, porque o grão está começando a ser usado como opção na composição de ração animal. Além disso, devido ao custo de produção menor, o sorgo também está sendo testado por indústrias de etanol de milho”, afirmou o pesquisador.
Mas pensar no futuro da produção de alimentos no Brasil passa, obrigatoriamente, pelo aperfeiçoamento de infraestruturas, como logística e armazenagem. O alerta foi feito tanto pela superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), Tânia Zanella, quanto pelo vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mario Schreiner.
“Existem mais de 1.200 cooperativas agrícolas no Brasil que englobam mais de 1,2 milhão de cooperados. O sistema cooperativista pode ser uma grande ferramenta de inclusão para pequenos produtores, reduzindo custos para o acesso a mercados e à infraestrutura, que é o nosso maior gargalo hoje em dia”, afirmou Tânia Zanella – que também atua como presidente do Instituto Pensar Agro (IPA).
O ritmo de crescimento do mercado de etanol foi citado pelo presidente da CNA como mais uma razão para que a armazenagem de grãos seja intensificada no Brasil. “Ainda enfrentamos um déficit de armazéns que não acompanha o desenvolvimento do setor. Devido a esse déficit, o produtor rural precisa ter outras ferramentas para evoluir, como o seguro rural e um Plano Safra mais robusto e acessível”, listou José Mario Schreiner.
O senador Zequinha Marinho (PA) endossou a fala de Schreiner. “O Brasil precisa reforçar o Plano Safra como política agrícola, além de pensar em taxas de juros diferenciadas para o produtor continuar investindo no desenvolvimento do nosso agro”, afirmou.
O evento é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho). Nesta terceira edição, o Congresso Abramilho tem como apoiadores Basf, Croplife e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Em sua terceira edição, o Congresso Abramilho conta com o apoio da Basf, da Croplife e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Entre os patrocinadores estão a Aprosoja-MT, a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), a Pivot Bio, a Fase-MT, a Bayer, a Corteva, o Senar e a Syngenta.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Inflação brasileira e recuperação do mercado de trabalho: ouça os destaques econômicos do dia

Ouça o Diário Econômico, o podcast do PicPay que traz tudo que você precisa saber sobre economia para começar o seu dia, com base nas principais notícias que impactam o mercado financeiro.
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No morning call de hoje, a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, destaca a valorização do dólar, que subiu 0,82% e fechou a R$ 5,67, mesmo com queda nos Treasuries e petróleo. O Ibovespa avançou 0,66% e renovou recorde, impulsionado por Vale, bancos e alívio na curva de juros. No Brasil, o varejo surpreendeu positivamente, mas o cenário para 2025 ainda aponta desaceleração moderada. Hoje, destaque para a PNAD Contínua e dados de inflação.
Para mais conteúdos de mercado financeiro, acesse: Bom Dia Mercado!
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Agricultura
Chuva de 110 mm e veranico: confira a previsão do tempo de hoje

Temperaturas acima da média para o outono no centro-sul do país e muita chuva prevista para o Norte e Nordeste. Confira a previsão desta sexta-feira para todo o Brasil:
Sul
Veranico e bloqueio atmosférico: em todas as áreas do Sul, as temperaturas mínimas começam a entrar em ligeira elevação, e as máximas tendem a ficar acima da média para o período, principalmente na parte oeste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Com isso, a umidade relativa do ar também começa a cair, pois não haverá mais infiltração de umidade no continente, apenas ventos secos e quentes de quadrante norte. Não há previsão de chuva.
Sudeste
Bloqueio atmosférico e veranico: a chuva persiste e se espalha mais no Espírito Santo, agora abrangendo todo o estado. Isso é efeito da entrada da umidade por conta da alta pressão no oceano e também pelo fato da localização geográfica do estado. Condições para chuva isolada no norte de Minas Gerais (divisa com o sul da Bahia). Nas demais áreas do Sudeste, o tempo continua estável, com predomínio de sol, temperaturas amenas durante as madrugadas e manhãs e altas no período da tarde.
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Centro-Oeste
Bloqueio atmosférico e veranico: a situação fica semelhante ao Sul e Sudeste, porém, as temperaturas mínimas começam a entrar em ligeira elevação, diminuindo a amplitude térmica. A umidade relativa do ar começará a ficar abaixo dos 30%, principalmente nas áreas mais próximas ao centro do país, como Goiás e leste de Mato Grosso. Não há previsão de chuva.
Nordeste
Até 110 mm de chuva: precipitações isoladas no período da tarde no litoral do Ceará, interior da Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A região de Porto Seguro (BA) e o leste do Rio Grande do Norte (incluindo Natal), ficam em situação de alerta devido à chuva persistente, que pode ser moderada em alguns momentos, ocasionando transtornos, tendo em vista que deve chover aproximadamente 110 mm nessas regiões em apenas três dias.
Norte
Acumulado de 100 mm: a chuva diminui no norte do Pará (incluindo Belém), e aumenta significativamente no leste do Amapá, em Boa Vista (RR) e no norte do Amazonas, com acumulados que podem chegar aos 50 mm ao dia. Em apenas três dias, as áreas citadas podem acumular aproximadamente 100 mm de chuva. Nas demais áreas, o tempo permanece com predomínio de sol entre nuvens e com possibilidade de chuva moderada a forte no período da tarde, mas que será rápida.
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