Economia
Arroba do boi despencou em MG; o que explica a queda e quando ela deve parar?

Foto: Gilson Abreu/AEN
As cotações médias da arroba do boi gordo em Minas Gerais despencaram 4% em apenas um dia nesta semana, indo de R$ 307,53 na terça-feira (11) para R$ 294,71 na quarta, conforme dados de Safras & Mercado.
Na quinta-feira, outra queda: precificada a R$ 290,29, atingiu o menor patamar desde outubro de 2024. Como se já não bastasse, fechou a sexta-feira (14) a R$ 285, queda acumulada de 7,3% em apenas cinco dias úteis, algo incomum no setor.
Em outras praças com volumes significativos de comercialização, como São Paulo e Goiás, houve pequena variação de preços no período. Então, o que explica a queda vertiginosa da remuneração do rebanho bovino em território mineiro?
Motivos da queda
Para o coordenador da equipe de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, a derrocada está relacionada à suspensão de exportação de carne bovina para a China do frigorífico Frisa, em Nanuque, município do nordeste mineiro.
No dia 3 de março, a Administração-Geral de Aduanas da China (Gacc) paralisou temporariamente as compras de carne bovina da unidade e de mais outras duas no Brasil (Bon-Mart Frigoríficos, em Presidente Prudente, São Paulo; e da JBS em Mozarlândia, Goiás).
Além desses estabelecimentos, também foram adiadas as importações de plantas na Argentina, no Uruguai e na Mongólia. O órgão asiático alegou “não conformidades” em relação aos “requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros”. Contudo, não detalhou quais seriam essas inconformidades.
“A redução de preços da arroba também pode ter relação com a suspensão da exportação de Mozarlândia e um redirecionamento dos abates para a região de Minas Gerais”, contextualiza Fabbri. “No entanto, antes mesmo desses fatores, o preço local da arroba já vinha mais pressionado, levando em conta que se trata de uma importante bacia leiteira e, por isso, também podemos ter uma pressão de oferta de gado mestiço”, completa.
Segundo o mais recente Censo Agropecuário do IBGE, Minas Gerais detém o segundo maior rebanho bovino do Brasil, com cerca de 24 milhões de cabeças, atrás apenas de Mato Grosso, com mais de 30 milhões.
Portanto, quando as suspensões chinesas forem adiadas, a tendência é que a volatilidade da arroba em Minas Gerais entre em compasso com o restante do país. Em nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) logo após o anúncio da Gacc, o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, ressaltou que as plantas frigoríficas nacionais foram notificadas e prontamente iniciaram as providências para reverter a decisão.
“Seguiremos em diálogo com o setor privado exportador e com as autoridades chinesas para solucionar os questionamentos apontados e retomar as exportações dessas unidades”, disse.
Comportamento do setor no 1º semestre

O coordenador da Scot não enxerga, porém, precificações da arroba pressionadas apenas em Minas Gerais. Segundo ele, outros estados também experimentaram volatilidade, ainda que com menor intensidade, algo comum no primeiro semestre de cada ano.
“Entre janeiro e março é o período de descarte de fêmeas da estação de monta do ano anterior, ou seja, as fêmeas que não emprenharam são, sazonalmente, descartadas nesses meses, o que leva a maior pressão de oferta e as cotações tendem a ser mais pressionadas para baixo”, detalha.
Por outro lado, de acordo com ele, entre abril e junho costuma haver maior oferta de gado de modo geral, o que o setor usualmente chama de “desova de fim de safra”. “Isso nada mais é do que um momento onde as pastagens no país perdem força e qualidade nutricional e, por conta disso, o pecuarista precisa vender mais, aumentando a oferta e pressionando o mercado.”
Oferta recorde em 2025?
Fabbri destaca que apesar de os meses de janeiro e fevereiro deste ano terem sido caracterizados por boa oferta de gado, a Scot não enxerga que os números romperão os índices recordes de 2024. “A demanda, porém, começou o ano firme, tanto para a exportação quanto, aparentemente, para o mercado interno, vide que o grupo carnes no IPCA não cedeu”, ressalta.
Por conta disso, o especialista considera que apesar de o mercado estar pressionado para baixo em março em relação ao primeiro bimestre, os preços da arroba bovina seguem muito acima do que o observado no início de 2024, quando a arroba raramente ultrapassava R$ 250 em média.
Victor Faverin
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Novas regras de energia podem impactar preço dos alimentos

Assessoria
Além do aumento no valor dos insumos e dos baixos valores de comercialização de alguns produtos, o repasse nas contas de energia de obras de melhoria da rede de distribuição pode ser mais um componente a impactar o campo. A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no último dia 25 de Fevereiro, reforça que os novos contratos de 19 concessionárias, que serão renovados entre 2025 e 2031, deverão contemplar ações de segurança da rede, por conta dos extremos climáticos, deixando a conta para o consumidor.
Segundo o coordenador da Comissão Técnica de Política Agrícola da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Cássio Leme, é inadmissível que a população pague por melhorias que deveriam fazer parte do escopo dos contratos. Jogar para o consumidor o ônus de obras que já deveriam ter sido executadas no passado é diminuir ainda mais a margem do pequeno produtor rural e pressionar ainda mais o mercado.
“Para o nosso setor, esse custo adicional vai acabar chegando ao preço dos produtos para o consumidor final. Por que a Aneel não cobrou essas mudanças ao longo dos anos? O que eles ficaram fazendo esse tempo todo? O fornecimento de energia do estado de São Paulo é péssimo. É uma energia que oscila demais na tensão, na amperagem, na voltagem. Isso é terrível para os equipamentos”, frisou Leme.
Para ele, a alternativa tem sido a busca por novas fontes de energia, em especial a fotovoltaica (placas de energia solar). Essa é uma forma de reduzir custos e ter uma energia limpa que atenda às necessidades do campo com qualidade. Mesmo produzindo sua energia, ele ainda tem de pagar a tarifa mínima de energia das operadoras, mas, pelo menos, pode contar com uma distribuição uniforme, que não coloque em risco os equipamentos das propriedades. “Hoje tudo é eletrônico”, ressaltou o coordenador.
O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, também lamentou que a falta de fiscalização dos contratos acabe jogando para o consumidor os custos de obras que já deveriam ter sido feitas nos anos de concessão. Os novos contratos serão de 30 anos e, na sua visão, não deveriam permitir o repasse dos valores das obras para o preço final ao consumidor. No campo a energia é essencial para a produção, como na irrigação, que tem garantido safras recordes de grãos ao longo dos últimos anos.
“Essa carga não pode recair sobre as costas do produtor, que já opera com uma margem de lucro cada vez mais reduzida. Se o governo estuda fórmulas para que os alimentos fiquem mais baratos, essa é uma decisão que vai exatamente na contramão. As distribuidoras de energia precisam arcar com essas obras de melhoria e segurança das redes, um compromisso que assumiram ao assinar o contrato. Não pode imputar ao consumidor um custo que não deveria ser dele”, concluiu Meirelles.
Mario Luiz Teixeira
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Rações inovadoras maximizam desempenho e potencializam imunidade dos peixes

Assessoria
Apesar dos diversos desafios e da instabilidade do mercado da piscicultura em 2024, a produção de peixes de cultivo no Brasil aumentou 9,2% no ano passado, totalizando 968.745 toneladas. Foi a maior alta anual desde o início do levantamento da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), em 2015, alavancada pelo incremento de 14,3% na tilápia, o carro-chefe da atividade, que somou 662.230 toneladas. Responsável por cerca de 70% do custo de produção da piscicultura, a nutrição desempenha papel fundamental no sucesso da criação. “Rações de excelência fomentam grandes produtividades”, resume o zootecnista Gustavo Pizzato, gerente de produtos Aqua da Guabi Nutrição e Saúde Animal. A empresa investiu na ampliação de capacidade da fábrica de Sales Oliveira (SP) para lançar uma nova linha de produtos para fases iniciais de peixes de cultivo.
“Quando vemos esse crescimento de produção e todo investimento que os produtores de peixe vêm fazendo em suas propriedades, precisam ter a nutrição como um forte aliado. Se não investirem nisso, perderão a oportunidade de otimizar espaços, serem mais eficientes, alcançarem melhores resultados zootécnicos e rentabilizarem”, avalia o especialista. Porém, ele ressalta que, com a expansão da piscicultura, inevitavelmente surgem novas doenças que passam a fazer parte dos desafios diários que o produtor duela na produção de peixes. “Ainda, os manejos de rotina para produção de formas jovens, como classificação, vacinação e transporte submetem os animais a situações de estresse que exigem que estejam fortes e saudáveis para enfrentá-las”, aponta o gerente.
Para fazer frente a todos esses desafios, a Guabi lançou, no último mês de janeiro, a nova linha de nutrição para fases iniciais Guabitech Impulse, voltada a maximizar o desempenho zootécnico e potencializar a imunidade dos peixes. Baseada nos excelentes resultados de sua antecessora, a linha Guabitech Inicial – como maior crescimento diário, melhor conversão alimentar e maior taxa de sobrevivência -, as novas rações tiveram alterações nos tamanhos dos pellets e receberam reforços de tecnologias e níveis nutricionais. O portfólio da linha Guabitech Impulse é formado por cinco produtos, que atendem a todos os estágios das fases iniciais de todos os peixes de água doce cultivados no Brasil: pó; 0,8 a 1 mm; 1,3 a 1,5 mm; 1,7 a 1,9 mm; e 2 a 3 mm.
Tecnologias nutricionais
A nova linha de produtos Aqua é fruto dos investimentos realizados na fábrica da Guabi de Sales Oliveira (SP), que ampliaram a capacidade de produção e a qualidade dos produtos. “Instalamos um moinho pulverizador, um dos únicos desse tipo no Brasil, que mói as matérias-primas em partículas muito finas (0,2 mm). Com esse equipamento conseguimos otimizar a produção de rações muito pequenas, com excelente acabamento, favorecendo ganhos nutricionais pelo aumento da superfície de contato das matérias-primas no processo de extrusão”, explica Pizzato.
Além da qualidade das matérias-primas e do balanço nutricional adequado, a linha Guabitech Impulse também conta com um robusto pacote tecnológico de aditivos viabilizados pela nutrigenômica (área da ciência que investiga a relação e influência entre a alimentação, a genética e a saúde), identificados pelo selo GEN Guabi. Cada produto conta com um diferente mix de tecnologias – probióticos, prebióticos, nucleotídeos, DHA, enzimas e ácidos orgânicos -, em um arranjo ideal para cada fase e alimento.
Os probióticos e prebióticos contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal, promovendo a saúde e o desempenho do animal. Já os ácidos orgânicos inibem o crescimento de microrganismos indesejáveis, reduzindo o pH. Por sua vez, as enzimas ajudam a digerir ingredientes considerados incomuns na dieta natural dos animais, como milho, trigo ou soja. Enquanto os nucleotídeos aumentam a capacidade de multiplicação celular, auxiliando na recuperação de ferimentos. Finalmente, o DHA, ácido graxo essencial, auxilia no desenvolvimento, na saúde e na imunidade dos animais.
Outro diferencial das novas rações é que 100% dos microminerais são orgânicos, ou seja, os peixes conseguem absorver e utilizar esses minerais de maneira mais eficiente. “Isso significa que uma quantidade menor no produto é necessária para atingir os mesmos benefícios nutricionais. Ao se evitar a excreção excessiva de nutrientes na água e a sobrecarga ambiental, temos como resultado uma produção mais eficiente e sustentável”, destaca o zootecnista.
Além disso, a Guabi é a única empresa do mercado a oferecer o QS, pacote adicional de tecnologias nutricionais que promovem um melhor desempenho animal nas situações de maiores desafios. “É uma proteção natural extra, que interfere na comunicação entre as bactérias, favorecendo uma microbiota intestinal mais saudável e contribuindo para melhores resultados em ganho de peso, conversão alimentar e sobrevivência”, sinaliza Pizzato.
Sobre a Guabi Nutrição e Saúde Animal
A Guabi Nutrição e Saúde Animal é uma empresa que atua há mais de 50 anos no desenvolvimento e fabricação de produtos de alta qualidade, voltados para o bem-estar de todo o ciclo: animais, produtores, criadores e consumidor final. Investe na qualidade dos insumos e tecnologias de ponta que garantem o melhor resultado e hoje é uma das maiores empresas de nutrição e saúde animal do país. Tem forte atuação em todos os estados brasileiros, com cinco unidades fabris distribuídas pelo Brasil, centros de distribuição em diversos estados e o escritório nacional em Campinas (SP). Para saber mais, acesse: www.guabi.com.br
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Agricultura tem que estar no centro da discussão na COP, defende CEO da JBS

Crédito: Divulgação CNI
Com o objetivo de ampliar a participação da iniciativa privada na COP30, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, na segunda-feira (10), a Sustainable Business COP30 (SB COP). O evento, que aconteceu na sede da CNI, em Brasília, reuniu figuras importantes do governo e do setor empresarial, com destaque para a participação de Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS. A SB COP, inspirada no sucesso do B20, visa criar um grupo de representatividade empresarial internacional para levar as contribuições do setor privado às negociações da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, no Pará.
“O setor produtivo tem compromisso com a sustentabilidade”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI. “Queremos mostrar o que o Brasil e as indústrias do mundo inteiro estão fazendo para contribuir com a agenda climática.” Alban ressaltou a importância da COP30 para o Brasil e a necessidade do setor privado se unir para garantir que o país seja vitrine, durante o evento.
O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou o potencial do estado para a bioeconomia e o mercado de carbono: “O Pará está de braços abertos para os negócios sustentáveis”. Barbalho ainda enfatizou a importância da COP30 para consolidar um novo modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia, conciliando preservação ambiental com geração de empregos verdes.
Gilberto Tomazoni, em seu discurso, defendeu o protagonismo do agronegócio na agenda climática global. “A agricultura tem que estar no centro da discussão”, afirmou o executivo, ressaltando o potencial do Brasil para liderar a produção de alimentos de forma sustentável. Tomazoni apontou a necessidade de aumentar a produtividade no campo, levar tecnologia e assistência técnica aos pequenos produtores e atrair mais investimentos para o setor. “O Brasil tem exemplos extraordinários, como a produção de três safras na mesma área e a aplicação de práticas regenerativas. Precisamos dar escala a esses exemplos”, disse.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, celebrou a criação da SB COP e a união do país em torno da agenda climática. “A COP30 será uma extraordinária oportunidade para mostrarmos ao mundo a relevância do Brasil”, afirmou. Corrêa do Lago ressaltou a importância da participação do setor privado para o sucesso da COP30 e convidou todos a se unirem em um “pacto nacional pela COP30”.
A Sustainable Business COP30 promete ser um espaço importante para o diálogo e a construção de soluções conjuntas entre o setor público e privado para os desafios climáticos. Com a participação ativa de líderes, a iniciativa reforça o compromisso do Brasil em liderar o caminho para um futuro mais sustentável.
Sobre a JBS
A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Com uma plataforma diversificada por tipos de produtos (aves, suínos, bovinos e ovinos, além de plant-based), a Companhia conta com mais de 280 mil colaboradores, em unidades de produção e escritórios em países como Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, China, entre outros. No Brasil, a JBS é uma das maiores empregadoras do país, com 158 mil colaboradores. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação: Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre muitas outras, que chegam todos os dias às mesas de consumidores em 180 países. A empresa investe em negócios correlacionados, como couros, biodiesel, colágeno, higiene pessoal e limpeza, envoltórios naturais, soluções em gestão de resíduos sólidos, reciclagem e transportes, com foco na economia circular. A JBS conduz suas operações priorizando a alta qualidade e a segurança dos alimentos e adota as melhores práticas de sustentabilidade e bem-estar animal em toda sua cadeia de valor, com o propósito de alimentar pessoas ao redor do mundo de maneira cada vez mais sustentável.
Alexandre Fumagalli
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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