Meio Ambiente
Brasil lidera certificação inédita de carbono com agricultura regenerativa

Divulgação
A emissão dos primeiros créditos de carbono nas Américas baseados em agricultura regenerativa é uma conquista brasileira. O marco foi alcançado pelo programa da NaturAll Carbon, uma climate tech anglobrasileira que atua com produtores no Cerrado e na região de transição com a Amazônia.
A certificação internacional foi concedida pela Verra, uma das principais organizações do mercado voluntário de carbono no mundo. O reconhecimento confirma que práticas agrícolas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária (ILP) e a regeneração de áreas degradadas, podem remover carbono da atmosfera de forma mensurável, permanente e escalável.
“É o primeiro projeto certificado nas Américas e o segundo do mundo com base em agricultura regenerativa. Um marco para o Brasil e para os produtores que vêm investindo nessas práticas há anos”, afirma Alexandre Leite, CEO da NaturAll Carbon, em entrevista ao programa Planeta Campo.
Projeto já permite adesão de novas fazendas
A certificação obtida pela empresa garante que outras propriedades podem entrar no programa sem precisar iniciar o processo do zero, o que reduz tempo e custos.
“Nosso modelo é agrupado. Isso significa que qualquer produtor que queira aderir pode ser incluído no projeto a qualquer momento, desde que inicie e mantenha práticas regenerativas”, explica Leite.
A empresa cuida de toda a execução do processo: desde o diagnóstico da fazenda, coleta de solo, modelagem de carbono e comercialização dos créditos gerados. “Temos uma parceria com o Grupo AMAJ em Rondônia, que já começou com uma fazenda de 60 mil hectares, sendo 25 mil em agricultura regenerativa. Isso mostra a escalabilidade do nosso modelo”, destaca o CEO.
Fazenda validada no MS parte de pasto degradado
A primeira propriedade a ser validada pelo programa foi a Fazenda Flórida, em Cassilândia (MS). Ela tem cerca de 3 mil hectares, com 500 deles já convertidos em agricultura regenerativa.
O diferencial é que essa área foi recuperada a partir de pasto degradado, ganhando novo uso com práticas como o consórcio de culturas e o plantio direto. “A transição é visível. O solo voltou a ter vida, com aumento da matéria orgânica e biodiversidade”, explica Leite.
Medição baseada em modelo validado nos EUA
Uma dúvida recorrente entre produtores é como medir o carbono sequestrado. A NaturAll Carbon adota um modelo internacional, aprovado pela Verra e calibrado para o Brasil, que combina medições iniciais com modelagens matemáticas.
“Coletamos amostras de solo para estabelecer o ‘baseline’ e, a partir disso, modelamos o sequestro de carbono por talhão, ano a ano”, detalha Alexandre Leite. O sistema é o mesmo usado nos Estados Unidos, e seu uso permite mais agilidade e menos custos para os produtores.
Como participar do programa
Produtores interessados em aderir ao NaturAll Carbon Program podem se cadastrar diretamente no site da empresa: www.naturallcarbon.com. “É só entrar na aba de contato e preencher o formulário. Nossa equipe está pronta para visitar as propriedades e explicar o passo a passo”, conclui o CEO.
Essa iniciativa representa um novo capítulo para o agro brasileiro no mercado de carbono, com protagonismo baseado em ciência, inclusão e práticas sustentáveis.
planetacampo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Conheça o selo que reconhece o uso de bioinsumos e boas práticas no campo

Divulgação
Lançada pelo Ministério da Agricultura, a plataforma Agrobrasil Mais Sustentável passou a reconhecer oficialmente produtores que seguem critérios técnicos e sustentáveis no campo. Entre as certificações que permitem esse acesso está a MIP Experience, desenvolvida pela Promip em parceria com outras instituições.
Segundo Marcelo Poletti, CEO da Promip, a certificação é fruto de um trabalho iniciado em 2019, voltado ao uso do manejo integrado de pragas (MIP) e ao incentivo à aplicação de bioinsumos em lavouras, especialmente nas culturas de frutas, legumes e verduras (FLV).
Uso de bioinsumos e foco na segurança do alimento
A certificação MIP Experience se baseia em protocolos e manuais reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, que exigem práticas como o monitoramento de pragas, o uso comprovado de bioinsumos e o cumprimento de normas de segurança alimentar.
“O programa tem como foco principal garantir a qualidade dos alimentos in natura e reduzir a presença de resíduos químicos nas gôndolas dos supermercados”, explica Poletti.
Além disso, o programa se inspira em certificações internacionais, como a Global GAP, mas inclui critérios próprios para valorizar ainda mais o uso de insumos biológicos.
Reconhecimento do governo e benefícios no Plano Safra
Em 2023, o programa foi reconhecido oficialmente como prática agrícola sustentável pelo Ministério da Agricultura. Isso abriu as portas para que, a partir da safra 2025/2026, produtores certificados tenham descontos nas taxas de juros do Plano Safra.
“Essa é uma grande inovação. O reconhecimento nos permite oferecer um benefício financeiro concreto para quem adota boas práticas agrícolas”, afirma o CEO da Promip.
De acordo com ele, os primeiros produtores já começaram a perceber ganhos adicionais. “O uso racional e estratégico dos insumos reduz o custo de produção e melhora a eficiência no campo”, completa.
Presença nas gôndolas e valorização no mercado
Outro destaque do programa é o selo com a imagem de uma joaninha, que identifica os produtos certificados nas prateleiras de redes como o Carrefour e o Sam’s Club.
“Ao encontrar o selo MIP Experience no supermercado, o consumidor tem a garantia de que aquele alimento foi produzido com responsabilidade ambiental, social e de governança”, afirma Poletti.
Essa visibilidade fortalece a imagem do agricultor e melhora o posicionamento dos produtos no mercado, agregando valor e abrindo novas oportunidades de comercialização.
Como obter a certificação MIP Experience
Produtores interessados devem acessar o site www.promip.com.br e se inscrever na plataforma de treinamento digital. Por meio dela, é possível entender todas as etapas para obter a certificação e conhecer os critérios exigidos.
A Promip também disponibiliza conteúdo nas redes sociais e no podcast MIP Talks, que compartilha experiências de produtores e especialistas sobre o uso de bioinsumos e manejo integrado.
“O selo é mais do que um reconhecimento, é uma ferramenta que transforma a produção no campo”, conclui Marcelo Poletti.
planetacampo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Reflorestar neutraliza contrato com crédito de carbono

Os créditos de carbono da Reflorestar foram investidos em projeto certificado de energia limpa – Créditos: Freepik
A Reflorestar Soluções Florestais é a primeira prestadora de serviços florestais do país, com atuação desde a silvicultura até a logística, a neutralizar integralmente as emissões de carbono de um contrato. A ação é resultado de um inventário completo de Gases de Efeito Estufa (GEE), seguido da aquisição de créditos de carbono certificados e metodologia internacionalmente reconhecida, reforçando o compromisso de operação ambientalmente responsável da empresa.
A neutralização foi realizada com base em um contrato de carregamento de madeira executado no Sul da Bahia em 2022. Para isso, a Reflorestar conduziu um inventário voluntário das emissões, utilizando a metodologia reconhecida internacionalmente do GHG Protocol, com consultoria ambiental registrada e certificação da plataforma Verra.
“Realizamos a nossa primeira compensação de crédito de carbono. Isso representa para nós mais do que um compromisso ambiental, é uma sinalização clara de que a Reflorestar está preparada para atender as demandas de um mercado que valoriza a sustentabilidade. Este é um passo importante para novos negócios e um exemplo do que queremos replicar em outros contratos”, afirma Igor Dutra de Souza, diretor florestal da empresa.
Inventário rigoroso e metodologia reconhecida
O levantamento contabilizou as emissões dos três escopos: emissões diretas (como a queima de combustível na frota própria), emissões indiretas (como o consumo de energia elétrica) e emissões de terceiros (como transporte e descarte de resíduos). O principal fator de emissão foi o consumo de combustível em veículos operacionais. No total, foram neutralizadas 2.268 toneladas de CO₂ equivalente.
“Acreditamos que medir e compensar nossas emissões é um compromisso com o presente e com o futuro. A neutralização desse contrato é resultado de um trabalho técnico criterioso, com base em dados confiáveis e metodologias transparentes. É uma entrega concreta da nossa política de segurança, qualidade e meio ambiente”, destaca André Henrique de Paula, gerente de Segurança e Qualidade da Reflorestar.
Compensação em projeto certificado e alinhado aos ODS
Os créditos de carbono adquiridos pela Reflorestar foram investidos no projeto BAESA, que gera energia limpa e é certificado por sua contribuição efetiva à mitigação das mudanças climáticas. O projeto já é um ativo em operação e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, como o ODS 7 (energia limpa e acessível), 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 11 (cidades e comunidades sustentáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima) e 15 (vida terrestre).
Desde 2021, a Reflorestar vem investindo em tecnologia e eficiência energética com foco na redução das emissões. Com esse movimento pioneiro, pretende inspirar outras empresas do setor a adotar práticas semelhantes.
“A neutralização de carbono deixa de ser uma tendência e passa a ser um diferencial competitivo. Queremos que esta iniciativa se torne referência. A Reflorestar está comprometida com o desenvolvimento sustentável e com um modelo de operação que gere impacto positivo em todos os sentidos: ambiental, social e econômico”, conclui Igor Souza.
Sobre a Reflorestar
Empresa integrante do Grupo Emília Cordeiro, especializada em soluções florestais, incluindo silvicultura, colheita mecanizada, carregamento de madeira e locação de máquinas. Atualmente com operações em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, ela investe em capacitação técnica e comportamental, gestão integrada e confiabilidade dos equipamentos para oferecer as soluções mais adequadas para cada particularidade dos clientes.
Fundada em 2004 no Vale do Jequitinhonha (sede em Turmalina, MG), originou-se da paixão pelo cuidado com o solo e o meio ambiente. Com 20 anos de atuação, a Reflorestar se consolidou no mercado pela visão inovadora no segmento florestal e pela oferta de serviços de qualidade, atendendo clientes em todo o Brasil. Para mais informações, visite o site da Reflorestar .
Janaina Massote
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Reflorestamento com mudas cobre solo acima da meta em MT, mas diversidade ainda é baixa

Foto: Gabriel Faria (sub bosque ainda com poucos indivíduos regenerantes)
Uma avaliação feita após oito anos de instalação de diferentes estratégias de restauração de reserva legal na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), mostrou que em áreas com plantio de mudas a cobertura do solo pelas copas já superou os indicadores determinados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) para aferir o êxito na revegetação. Porém, no que diz respeito à quantidade de regenerantes e a diversidade de espécies, o cenário observado ainda é insuficiente.
A Sema-MT estabelece três parâmetros que devem ser alcançados em até 20 anos para avaliação de sucesso na recomposição florestal em áreas com mais de quatro módulos fiscais. O primeiro é a cobertura do solo gerada pela copa das árvores com mais de dois metros de altura, que deve ser superior a 80% com espécies nativas. O segundo é a densidade de regenerantes com o mínimo de 3 mil indivíduos por hectare. O terceiro diz respeito à riqueza da diversidade, com ao menos 20 espécies diferentes entre os indivíduos regenerantes.
O pesquisador da Embrapa Florestas (PR) Ingo Isernhagen (foto à direita) ressalta que a avaliação foi feita faltando 12 anos para o prazo final para atingir os parâmetros. Porém, os dados já são indicadores importantes considerando-se que se trata de uma área experimental:
“Este é o único experimento com esse nível de monitoramento e com essa idade que tenho conhecimento em Mato Grosso. É importante termos esses parâmetros para se pensar em possíveis intervenções para contribuir para o alcance dos indicadores definidos pela Sema. Mas não quer dizer que se deixarmos de mexer não vai acontecer nada”, avalia o pesquisador.
Aprimorando parâmetros ambientais
Tanto a legislação brasileira que trata sobre a proteção da vegetação nativa, conhecida como Novo Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº 12.651/2012), quanto o Decreto Estadual nº 1.491/2018 que aborda os Programas de Regularização Ambiental (PRA) definidos após análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) são recentes. No caso de Mato Grosso, os parâmetros adotados pela Sema se basearam nos poucos estudos existentes até então, alguns deles em outros biomas. Dessa forma, resultados da pesquisa conduzida na Embrapa Agrossilvipastoril podem contribuir para melhorias nos parâmetros adotados.
Foto: Gabriel Faria (experimento de recomposição de reserva legal na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, MT)
“Nosso estudo vem somar ao que a Sema vem recebendo de relatórios das áreas já em recuperação. É mais um tijolinho do conhecimento. É um lugar em que conseguimos analisar com mais critérios, de forma mais controlada, o caminhar desse processo de construção no alcance dos indicadores. É salutar que a Sema avalie agora ou daqui a alguns anos e faça alguma adequação que seja necessária”, sugere Isernhagen.
Saiba maisO estudo completo pode ser conferido na publicação “Avaliação de indicadores de monitoramento em experimento de recomposição florestal de Reserva Legal na Amazônia Meridional, médio norte do Mato Grosso”, disponível para download aqui. |
Como foram feitos os experimentos
Os ensaios sobre restauração de reserva legal da Embrapa Agrossilvipastoril foram instalados em 2012 com o objetivo de gerar informações sobre as diferentes técnicas de adequação ambiental para a região médio-norte de Mato Grosso, considerando a possibilidade de uso econômico das áreas com produção de bens madeireiros e não madeireiros.
Foram feitos tratamentos utilizando plantio de mudas, plantio direto de sementes ou semeadura à lanço e ainda a regeneração natural por meio do isolamento da área. Foram usadas espécies nativas com diferentes propósitos, tanto considerando serviços ecossistêmicos quanto produção de frutos, essências e madeira. Conforme permite a lei, em um dos tratamentos com mudas também foi usado o eucalipto, que é uma espécie exótica, sendo uma fonte de renda a médio prazo que poderia compensar gastos com a recuperação da área. Na avaliação feita aos oito anos conforme parâmetros da Sema-MT só os tratamentos com plantio de mudas foram acompanhados.
Foto: Gabriel Faria (retirada de toras de eucalipto plantado em um dos tratamentos com plantio de mudas)
Os diferentes métodos utilizadosPara se definir a área de cobertura do solo pela copa foram usados diferentes métodos, como forma de comparar os resultados de cada um deles. Além do método recomendado pela Sema, com observação a cada metro em uma parcela de 25m x 2m, foi utilizado o densiômetro de copa e quatro aplicativos gratuitos para esse fim: GLAMA Aplication, Canopy Capture, Canopy App e Canopy Cover Free. A leitura do densiômetro é subjetiva, por isso recomenda-se que uma mesma pessoa faça a avaliação de todos os talhões como forma de manter um padrão. Já os aplicativos utilizam a câmera do celular para calcular a área coberta. “A percepção em campo é que, de forma geral, a aplicação dos métodos de detecção de cobertura de copa arbórea com o uso dos aplicativos, embora rápida, mostrou-se bastante sensível às variações de luminosidade geradas, por exemplo, pela passagem de nuvens e mesmo a movimentação das copas das árvores”, explica Ingo Isernhagen justificando o alto desvio padrão encontrado na leitura dos aplicativos. Para todos os tratamentos avaliados, o aplicativo GLAMA e o protocolo Sema foram os que apresentaram os maiores valores de cobertura de copa. Entre os tratamentos avaliados, aquele que teve menor percentual de cobertura de copa foi justamente aquele com eucalipto. Isso ocorreu tanto pela retirada de árvores no primeiro desbaste feito, quanto pela mortalidade de alguns indivíduos devido ao ataque de formigas. |
A avaliação aos oito anos mostrou que a área experimental da Embrapa Agrossilvipastoril ainda está longe de atingir o indicador estipulado pela Sema-MT aos 20 anos no que diz respeito aos regenerantes. O tratamento que teve maior número de regenerantes teve 1.083 indivíduos por hectare, enquanto o que teve menor número só foram encontrados 483 indivíduos em um hectare.
No que diz respeito à riqueza da diversidade, os dois tratamentos com melhor desempenho possuem dez espécies e o pior desempenho possui apenas cinco espécies.
Esses resultados parciais levam à discussão sobre possíveis intervenções na área, como podas de árvores para maior entrada de luz no sub-bosque, plantio de novas mudas ou semeadura.
“Estamos articulando com potenciais parceiros em busca da viabilização de recursos para insumos e mão-de-obra que possibilitem fazer as intervenções para termos cenários com e sem intervenção ao longo do tempo”, explica Diego Alves Antônio, engenheiro florestal e analista da Embrapa.
Há ainda a possibilidade de os oito anos da avaliação serem pouco tempo para a evolução desses indicadores. Isernhagen lembra que nos próximos anos haverá morte de árvores de ciclo mais curto, como embaúbas, abrindo clareiras e que a serrapilheira depositada seguirá melhorando as condições químicas e físicas do solo. Há também a tendência de maior circulação de animais dispersores de sementes com o bosque formado.
“Nosso objetivo é trazer contribuições para os produtores que precisam recuperar suas áreas, quer seja apenas para atingir os parâmetros exigidos pela Sema, quer seja para obter renda com a exploração econômica de madeira, frutos e essências produzidas na área recuperada”, declara Isernhagen.
Além dos três parâmetros determinados pela Sema-MT, também está sendo avaliado no experimento o aporte de carbono no solo. Uma pesquisa futura, realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), irá avaliar o estoque de carbono na biomassa das árvores.
Restauração em redeHá décadas a Embrapa imprime esforços visando à restauração de ambientes degradados, que geraram dezenas de projetos para este fim. Em um trabalho recente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), iniciado em 2024, e intitulado Florestas Produtivas, a Embrapa Florestas tem contribuído por meio dos Sistemas Agroflorestais de Referência e sua viabilidade financeira, que visam à mitigação da fome e mudanças climáticas. Esses sistemas agroflorestais estão sendo adaptados às realidades locais e começaram a ser implantados primeiramente no Bioma Amazônia, em assentamentos no Pará e no Maranhão, e seguirão pelo Cerrado, Mata Atlântica, e demais biomas, integrando ações. Outra ação importante a ser realizada pela Embrapa para recuperar ecossistemas degradados, aliando conservação ambiental e produção agrícola sustentável consistirá no resgate de projetos bem-sucedidos antigos que foram, no entanto, descontinuados com o passar do tempo. Ambos enfatizam a necessidade de viabilidade econômica e inclusão social, garantindo que as soluções sejam aplicáveis em larga escala. Com a organização desses dados e sua disponibilização em rede, será possível integrar as diversas tecnologias já criadas pela Embrapa. “Estamos chamando este trabalho de restauração produtiva e vamos começar com três estados, Pará, Maranhão e Mato Grosso, para, justamente, em Unidades de Referência Tecnológica (URTs) restaurar áreas degradadas com viés de produção, e utilizar vários métodos e tecnologias já consagrados, pela Embrapa. Com boa gestão, terão produção elevada, mantendo o solo conservado, água limpa, evitando erosão, que vão agregar mais valor e renda àquela propriedade, com a comercialização dos seus produtos. Estes vão gerar as informações com coeficientes técnicos e indicadores financeiros que gerarão subsídios para auxiliar políticas públicas, e assim para ganhar escala. Esse é o viés social, que envolve mais famílias”, explica Marcelo Arco-Verde, chefe-geral da Embrapa Florestas. Buscando articular pesquisadores e iniciativas como estas, surgiu há menos de um ano o RestauraBio, uma rede colaborativa dentro da Embrapa, que atua no mapeamento de projetos antigos e na estruturação de novos, como as Unidades de Referência Tecnológica (URTs). “A rede é uma facilitadora, integrando projetos como Florestas Produtivas e o resgate de dados antigos. Sua governança ainda está em construção, mas seu papel é vital para evitar a fragmentação do conhecimento”, frisa Arco-Verde. |
Gabriel Faria (MTb 15.624/MG) – Embrapa Agrossilvipastoril
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-
Agronegócio7 dias atrás
Famato alerta para impacto da tarifa de Trump e cobra reação firme do Brasil
-
Pecuária4 dias atrás
Metodologia promete aumentar rendimento de queijo muçarela
-
Agronegócio7 dias atrás
MT puxa alta na estimativa de produção agrícola e consolida liderança nacional
-
Agronegócio4 dias atrás
Cotações Agropecuárias: Importações chinesas de soja do Brasil aumentam em 9% em junho
-
Mato Grosso3 dias atrás
Secel publica resultado preliminar de seleção do edital Viver Cultura 2025
-
Agricultura7 dias atrás
Mirtilo pode ser nova estrela da fruticultura mato-grossense com rendimento de até R$ 1,5 milhão por hectare
-
Agronegócio7 dias atrás
MT lidera produção nacional de arroz de sequeiro, aponta Anuário Brasileiro do Arroz 2025
-
Transporte6 dias atrás
Corpo de Bombeiros socorre vítimas após colisão de carro em poste em Cuiabá