Economia
Exportações brasileiras de frango mantêm receita no 1º semestre de 2025, mesmo com foco de gripe aviária

Assessoria
Apesar do registro de gripe aviária no Rio Grande do Sul, as exportações brasileiras de carne de frango para os países árabes mantiveram estabilidade no primeiro semestre de 2025. Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, as vendas somaram US$ 1,75 bilhão, um leve recuo de 0,53% em relação ao mesmo período de 2024.
Gripe aviária afeta crescimento, mas não paralisa embarques
O foco de gripe aviária registrado em maio, no Rio Grande do Sul, interrompeu o crescimento das exportações que vinham acumulando avanço de cerca de 10% nos primeiros quatro meses do ano. Mesmo assim, os embarques para os países árabes se mantiveram estáveis, graças à confiança dos importadores e aos contratos de longo prazo firmados com os frigoríficos brasileiros.
“Acreditamos que a confiança entre os frigoríficos brasileiros e seus parceiros árabes foi fundamental para a continuidade das vendas. O Brasil tem credibilidade internacional por seus rígidos padrões sanitários, o que facilita a retomada mesmo após episódios como o foco no RS”, afirma Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira.
Novo foco no Ceará não preocupa o setor
Um novo foco de gripe aviária foi registrado recentemente em uma criação de subsistência no município de Quixeramobim (CE), mas não deve causar impactos imediatos nas exportações ao mundo árabe. A maioria das granjas que abastecem esse mercado está localizada na Região Sul do Brasil, distante do foco.
Atualmente, apenas Arábia Saudita e Omã mantêm restrições ao frango proveniente do Rio Grande do Sul. O Catar impõe limites específicos à produção da cidade de Montenegro, local do foco anterior. Mourad também informou que a Câmara está em contato com as 17 representações diplomáticas árabes no Brasil e com governos do bloco, repassando informações oficiais sobre a situação no Ceará.
Exportações gerais recuam, mas perspectivas seguem positivas
Embora o setor de frango tenha mantido a receita estável, o total das exportações brasileiras para os países árabes recuou 16,93% no primeiro semestre de 2025, somando US$ 9,22 bilhões. Apesar do cenário de queda, Mourad se mostra otimista quanto aos próximos meses do ano.
O secretário destaca sinais de aquecimento nas principais economias árabes, com aumento na demanda por produtos brasileiros usados na indústria de transformação, como café, celulose, animais vivos e obras de ferro fundido. “O consumo nos países árabes segue firme. Podemos não repetir os números de 2024, mas esperamos resultados comerciais expressivos e um superávit robusto nas relações com o bloco”, conclui Mourad.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Porto de Paranaguá registra mais de 2,5 mil caminhões em 24 horas

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Pela primeira vez na história, o Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá recebeu, ao longo de 24 horas, 2.523 caminhões carregados de grãos e farelos. A movimentação registrada entre os dias 21 e 22 de julho é 4% maior que o último recorde, de julho de 2023, quando 2.456 veículos acessaram o local no mesmo período de tempo.
Desde o dia 1º de julho até esta terça-feira (22), entraram no pátio 38.494 caminhões. O volume já é maior que os registrados nos meses de junho e maio, e deverá superar também o mês de abril, que fechou com 38.615 veículos. No primeiro semestre deste ano, 254.338 caminhões entraram no Pátio, um aumento de 13,3% em relação ao mesmo período de 2024.
“Essa movimentação comprova que estamos preparados e prontos para atender as necessidades dos produtores rurais, indústrias, exportadores e importadores. Fazemos isso aplicando inteligência logística e a infraestrutura, que está constantemente recebendo investimentos”, destaca o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
CARGA ONLINE – O recorde registrado na tarde desta terça-feira supera, com sucesso, a projeção de atendimento do local, que é de 2.500 caminhões. O Pátio possui ainda 1.000 vagas estáticas para estacionamento. “Mais uma vez, o sistema Carga Online se mostrou eficiente e não permitiu a formação de filas nas vias de acesso ao Pátio de Triagem”, explicou o assessor especialista da Diretoria de Operações da Portos do Paraná, Alessandro Conforto.
O sistema Carga Online é responsável pelo planejamento que garante a eficiência e a organização da recepção de cargas rodoviárias. É por esse sistema que as empresas, assim que solicitam o envio das mercadorias, ficam sabendo exatamente o dia e a janela de horário em que o caminhão pode acessar a triagem.
Da mesma forma, as equipes que fazem o receptivo se programam e se preparam para atuar com a maior agilidade possível. Foi o que aconteceu nas últimas horas, com o aumento de pessoal para a classificação dos produtos. Uma vez ordenado o cronograma de entrada no Pátio de Triagem, também é possível controlar a destinação dos veículos para os terminais exportadores, evitando filas e minimizando os impactos no trânsito na região portuária.
O benefício do Carga Online é mútuo. Além de garantir a fluidez do tráfego, o motorista não corre o risco de ficar ocioso, perdendo tempo em fila e impedido de realizar outros fretes. “Mesmo com esse recorde, a operação ocorreu dentro dos parâmetros de controle, mantendo o rigor na verificação da qualidade das cargas recebidas. Isso reforça o compromisso com o padrão de excelência do Porto de Paranaguá”, aponta o coordenador do Pátio de Triagem, Bruno Guimarães.
ALTO VOLUME DE CARGAS – De acordo com a Diretoria de Operações portuárias, o Porto de Paranaguá está vivenciando um período de alta demanda nas exportações. Diante disso, as equipes estão focadas em todas as frentes para atender os operadores que atuam no corredor de exportação com a maior eficiência possível.
Nos últimos dias, praticamente todos os berços do cais de Paranaguá estão ocupados por grandes embarcações, chegando a ter até 20 navios atracados, incluindo o terminal de líquidos.
A expectativa é de que a Portos do Paraná novamente supere o volume de movimentação de cargas. Em 2024, a empresa atingiu 66,7 milhões de toneladas. Para este ano, a estimativa é chegar a 70 milhões. Somente no primeiro semestre de 2025, os portos de Paranaguá e Antonina chegaram a 34,2 milhões de toneladas de cargas embarcadas e desembarcadas — a maior movimentação já registrada em um único semestre.
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Desperdício de alimentos no Brasil gera prejuízo bilionário e pressiona inflação

Créditos: Envato
O Brasil desperdiça anualmente cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos — o equivalente a 30% da produção nacional —, segundo o IBGE. O impacto vai além do ambiental: pressiona a inflação, reduz o potencial econômico e escancara falhas na logística, distribuição e comercialização dos produtos.
Estudo da FIA Business School e do IBEVAR mostra que metade das perdas ocorre no transporte e manuseio. O varejo responde por 30%, enquanto a produção e o consumidor final representam 10% cada. As perdas chegam a custar entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões por ano, segundo o professor Claudio Felisoni, da FIA, o que equivale a até 1,5% do PIB brasileiro.
Com a inflação dos alimentos fortemente ligada ao desperdício, especialistas defendem a economia circular como caminho viável. A proposta é reinserir produtos excedentes ou próximos do vencimento no mercado, com ganhos para o meio ambiente, o consumidor e a economia.
Um exemplo é a startup Gooxxy, que conecta estoques parados da indústria a pequenos comerciantes. “O que antes virava prejuízo agora pode ser monetizado com total controle da marca”, explica o CEO, Vinicius Abrahão. A empresa já opera no Brasil, Colômbia e México e atua como alternativa para varejistas que buscam produtos com preços acessíveis.
Apesar dos avanços, o setor logístico ainda enfrenta gargalos: apenas um terço da frota de transporte refrigerado no país atende aos padrões internacionais. Para mudar esse cenário, a Gooxxy firmou parceria com a DHL Supply Chain, buscando mais eficiência e alcance.
Especialistas defendem incentivos fiscais, regulamentações e linhas de crédito para empresas que combatem o desperdício. A expectativa é de que, com ações coordenadas, o Brasil consiga transformar perdas em oportunidades e impulsionar o desenvolvimento sustentável.
Com informações da FIA agromais
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Novo modelo melhora a produção de caprinos no Semiárido com armazenamento de forragem

Divulgação/Embrapa
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa e universidades do Brasil e dos Estados Unidos trouxe novas perspectivas para a produção animal no Semiárido brasileiro.
A pesquisa, baseada em modelagem de sistemas, revelou que o armazenamento de forragem é essencial para manter a alimentação dos rebanhos em regiões onde as condições climáticas são desafiadoras.
Com a capacidade de armazenar 1,5 tonelada de forragem por hectare, é possível garantir a sustentabilidade de rebanhos de 35 a 45 caprinos leiteiros em fazendas de até 29 hectares, tamanho médio das propriedades na região.
A proposta central da pesquisa é a criação de um modelo capaz de estimar com precisão a quantidade de forragem que deve ser armazenada anualmente, de acordo com a variabilidade das chuvas e as características do solo.
A modelagem contribui para o planejamento alimentar e para a gestão eficiente das propriedades rurais, o que pode evitar perdas em períodos de seca severa.
“O principal desafio no Semiárido é a escassez de forragem durante o período seco do ano.
As simulações indicam a quantidade necessária de forragem que deve ser estocada, garantindo que a seca não seja um obstáculo à produção”, explica Ana Clara Cavalcante, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Previsão e gestão da produção
O modelo desenvolvido simula as condições de produção de pastagens ao longo do tempo, levando em consideração o histórico de chuvas em diferentes locais do Semiárido.
A pesquisa focou em áreas como Sobral e Quixadá, no Ceará, e Ouricuri, em Pernambuco.
O objetivo é calcular a quantidade exata de alimento que deve ser estocada, evitando gastos desnecessários e promovendo uma gestão mais eficiente.
Segundo o professor Magno Cândido, da Universidade Federal do Ceará, essa abordagem gera economia para o produtor.
“A modelagem permite uma análise de longo prazo, com 95% de garantia, estimando a real necessidade de forragem estocada sem necessidade de comprar insumos de fora ou gastar com maquinário e mão de obra desnecessária”, afirma.
Se o produtor for capaz de aumentar a produção e o armazenamento de forragem, não será necessário ampliar a área de pasto todos os anos para alimentar os animais. Foto: Lucas Oliveira/Embrapa
Desafios e soluções para a pecuária no Semiárido
A pesquisa destaca que a imprevisibilidade climática e as longas secas são os principais obstáculos à produção pecuária no Semiárido. Além disso, problemas como a desertificação, o superpastejo e a falta de tecnologia adequada dificultam o manejo eficiente dos recursos disponíveis.
A modelagem pode, entretanto, ser uma ferramenta para superar esses desafios.
“Ela pode agilizar soluções, propondo sistemas de produção mais eficientes e sustentáveis”, aponta Rodrigo Gregório, professor do Instituto Federal do Ceará.
Para otimizar ainda mais a produção, os especialistas sugerem a diversificação de recursos forrageiros e o uso de tecnologias adaptadas à realidade da região.
Iniciativas como o “cardápio forrageiro” da Embrapa, que incentiva o cultivo de diferentes espécies de forragem, são exemplos práticos de como a inovação pode beneficiar os pequenos produtores.
A expectativa é que o modelo seja continuamente aperfeiçoado, incluindo parâmetros sobre a qualidade da forragem e a necessidade de suplementação para os animais.
O modelo tem o potencial de ser replicado em diversas regiões do Semiárido, adaptando-se às condições locais de solo e clima, e contribuindo para uma produção animal mais sustentável e resiliente.
Fonte: Embrapa
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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