Agronegócio
Mercado de trigo brasileiro mantém ritmo lento com olhar na nova safra

Divulgação
O mercado brasileiro de trigo encerrou a semana com movimentação lenta, marcada por liquidez reduzida e compradores atuando de forma cautelosa. A avaliação é do analista e consultor da Safras & Mercado, Élcio Bento, que destaca que a postura defensiva de moinhos e tradings tem limitado a realização de negócios, mesmo com a proximidade da entrada da nova safra.
Paraná: colheita se intensifica e preços da safra velha começam a ajustar
No Paraná, a colheita deve ganhar ritmo em setembro, e Bento explica que é natural ocorrer um realinhamento dos preços da safra velha (R$ 1.380 a R$ 1.400 por tonelada no FOB) para os patamares da safra nova (R$ 1.300 a R$ 1.350 por tonelada).
O estado deve colher cerca de 2,7 milhões de toneladas, volume insuficiente para atender ao consumo estimado em 4 milhões de toneladas. Mesmo assim, a entrada da nova safra tende a gerar sobreoferta momentânea, pressionando os preços internos abaixo da paridade de importação.
Rio Grande do Sul: negociações permanecem escassas
No Rio Grande do Sul, a colheita deve se intensificar a partir de outubro, mas a semana foi marcada por negócios limitados. As indicações de compra para o trigo da safra velha no FOB interior ficaram em torno de R$ 1.250 por tonelada.
Segundo Bento, apesar de haver saldo remanescente da safra anterior, a qualidade desses lotes não desperta interesse dos compradores, e estoques suficientes permitem que agentes mantenham postura defensiva.
Distância entre preços pedidos e ofertas trava mercado
O analista observa que a diferença entre os valores pedidos pelos produtores e as ofertas dos moinhos também contribuiu para travar o mercado. No Rio Grande do Sul, produtores buscavam R$ 1.300 a R$ 1.350 por tonelada, enquanto as ofertas se mantiveram em R$ 1.250, com prazos de pagamento estendidos.
“No Paraná, a transição entre safra velha e nova foi se consolidando, com referências CIF moinhos entre R$ 1.350 e R$ 1.400. No Rio Grande do Sul, a base de compra se manteve em R$ 1.250 a R$ 1.260”, detalha Bento.
Preços apresentam retração histórica
Apesar da estabilidade momentânea, os preços registraram perdas no comparativo histórico:
- Paraná: retração de 3,6% no mês e 8,3% no ano
- Rio Grande do Sul: retração de 3,1% no mês e 10,7% no ano
Segundo o consultor, esses números refletem uma perda consistente de sustentação das cotações, alinhada à maior pressão de oferta no mercado internacional e à cautela dos compradores domésticos.
Line-ups de importação em foco
Outro ponto de atenção foram os line-ups de importação. Até o momento, o Brasil registrou 728,5 mil toneladas na temporada 2025/26 (agosto a setembro), sendo 419,2 mil toneladas já desembarcadas em agosto e 309,3 mil toneladas programadas para setembro. No mesmo período da safra anterior, o volume acumulado havia sido 958,8 mil toneladas, mostrando recuo nas importações.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Vietnã recebe as primeiras 27 toneladas de carne bovina brasileira

Divulgação
O Vietnã recebeu, nesta semana, o primeiro embarque de carne bovina brasileira, uma carga de 27 toneladas do corte patinho. A remessa marca o início efetivo das exportações para o país asiático, após a abertura de mercado concluída em março deste ano.
O anúncio da abertura foi feito em 28 de março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após encontros oficiais com a liderança vietnamita, incluindo o primeiro-ministro Phạm Minh Chính. “Depois de muitos anos de tentativas, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira. É uma notícia extraordinária e acho que é muito importante para o Vietnã e para o Brasil”, declarou o presidente Lula na ocasião.
O presidente também destacou que a aproximação abre espaço para investimentos em frigoríficos brasileiros no Vietnã, o que pode transformar o país em uma plataforma de exportação para todo o Sudeste Asiático.
Em 2024, o Vietnã importou US$ 3,9 bilhões em produtos agropecuários do Brasil, com destaque para cereais, farinhas, fibras têxteis e o complexo soja. Com uma população de 101 milhões de habitantes, o 14º país mais populoso do mundo representa um mercado em expansão para o agronegócio brasileiro.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, avaliou o embarque como uma conquista para a agropecuária brasileira. “Cada novo destino alcançado representa mais renda para o produtor rural, mais empregos no Brasil e a certeza de que a nossa produção encontra espaço nas mesas de milhões de pessoas ao redor do mundo”, disse.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, acrescentou que o resultado é fruto de um trabalho conjunto. “O primeiro embarque materializa um esforço que envolveu governo e setor privado. O acesso ao mercado vietnamita se soma às mais de 430 aberturas já alcançadas nesta gestão, amplia a presença do Brasil no mercado asiático, fortalece nossa balança comercial e diversifica destinos”.
A cerimônia que marcou a chegada da carga ao país contou com a presença do adido agrícola do Brasil no Vietnã, Juliano Vieira, que vem participando ativamente das negociações e apoiando a aproximação entre os setores privados dos dois países. A atuação dos adidos agrícolas tem sido decisiva na expansão internacional do agro brasileiro: mais de dois terços das aberturas de mercado ocorreram em postos que contam com adidância agrícola.
Produção recorde
Em 2024, a pecuária brasileira registrou produção recorde. A carne bovina alcançou 10,9 milhões de toneladas, enquanto o total das carnes bovina, suína e de aves somou mais de 31 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores globais de proteínas.Com o início das exportações ao Vietnã, os dois países aprofundam uma relação comercial que já movimenta bilhões de dólares em produtos agropecuários. A expectativa é que o fluxo de embarques se intensifique nos próximos meses, ampliando a presença do Brasil no Sudeste Asiático e consolidando a cooperação técnica e sanitária entre os dois países.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção de grãos atinge novo recorde com 350,2 milhões de toneladas colhidas na safra 2024/25

Prefeitura de Campo Grande/Divulgação
A safra de grãos no ciclo 2024/25 se encerra estimada em 350,2 milhões de toneladas e estabelece um novo recorde na série histórica, superando o obtido na temporada 2022/23, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas. Segundo o 12º Levantamento, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume obtido no atual ciclo representa uma alta de 16,3% sobre a temporada anterior, o que corresponde a um incremento de 49,1 milhões de toneladas, sendo que milho, soja, arroz e algodão representam juntos cerca de 47 milhões de toneladas deste aumento.
De acordo com o boletim, esse crescimento verificado na atual safra em relação ao ciclo 2023/24 é atribuído à expansão de 1,9 milhão de hectares na área cultivada, saindo de 79,9 milhões de hectares na temporada passada para 81,7 milhões de hectares em 2024/25, bem como às condições climáticas favoráveis, sobretudo no Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso, o que influenciou a recuperação na produtividade média nacional das lavouras em 13,7%, sendo estimada em 4.284 quilos por hectare no atual ciclo, enquanto que em 2023/24 foi de 3.769 kg/ha.
A Conab também aponta para uma produtividade recorde na média nacional nas lavouras de milho, considerando as 3 safras do grão, estimada em 6.391 quilos por hectare no atual ciclo. Com isso, é esperada uma produção total de 139,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, aumento de 20,9% em relação a 2023/24 e a maior colheita do produto já registrada pela estatal. Na primeira safra, a produção foi estimada em 24,9 milhões de toneladas, crescimento de 8,6% sobre a safra anterior. Na segunda safra, com 97% da área colhida e 3% em maturação, estima-se um crescimento de 24,4% na produção, prevista em 112 milhões de toneladas, e, para a terceira safra, com as lavouras em desenvolvimento, espera-se uma produção de 2,7 milhões de toneladas.
Para o arroz, que já possui colheita encerrada, a produção alcançou 12,8 milhões de toneladas, crescimento expressivo de 20,6% sobre 2023/24 e a 4ª maior já registrada, atrás apenas dos volumes obtidos nas temporadas de 2010/2011, de 2004/2005 e de 2003/2004. O aumento reflete a expansão de 9,8% na área semeada e as condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor. No caso do feijão, a estimativa da Conab traz uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas, somando-se as três safras do grão, o que garante o abastecimento interno do país.
Mapeamento e produtividade da soja – Como parte do aprimoramento contínuo das estimativas, a Conab divulga a revisão das produtividades das safras de soja 2021/22, 2022/23 e 2023/24 e ajustes na safra 2024/25 a partir da adoção de uma metodologia baseada na integração de sensoriamento remoto e informações de campo, além de ajustes na área cultivada, após realização de mapeamento da cultura. O objetivo é aprimorar a qualidade e a coerência espacial das estimativas, incorporando de forma sistemática sinais observados por satélite que refletem o vigor vegetativo da cultura, ao mesmo tempo em que se preserva o conhecimento de campo e a experiência acumulada pelos informantes e técnicos da companhia.
Com os bons resultados esperados para a produção de milho na safra 2024/25, a Conab atualiza os estoques de passagem do cereal neste levantamento, atualmente estimados em 12,8 milhões de toneladas.
A Companhia também alterou o estoque inicial para a soja na atual safra para 7,23 milhões de toneladas. A produção recorde da oleaginosa permite o aumento nas exportações do grão, com a expectativa de serem comercializadas no mercado internacional 106,65 milhões de toneladas de soja da safra 2024/25, e também o incremento no consumo interno, sendo estimadas 58,6 milhões de toneladas do produto destinadas ao processamento no mercado doméstico. Ainda assim, é esperada uma recuperação nos estoques de passagem de soja, estimado em 10,3 milhões de toneladas ao final deste ciclo.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Indicador do algodão cai ao menor patamar em mais de 2 anos

Algodão – Fotos do Canva
Os preços do algodão em pluma iniciaram setembro com quedas mais frequentes e intensas, operando abaixo de R$ 3,80/lp, patamar que não era observado há mais de dois anos, conforme aponta levantamento do Cepea.
Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem dos avanços da colheita e do beneficiamento da safra 2024/25, que ampliam a disponibilidade de lotes, além da maior flexibilidade de parte dos vendedores, sobretudo daqueles que precisam se capitalizar.
As desvalorizações externa e do dólar também reforçam o movimento de baixa no mercado doméstico. Com as quedas constantes, muitos vendedores optaram por se afastar do spot nacional e priorizar o cumprimento de contratos a termo, que, por sua vez, foram realizados a valores mais atrativos que os atuais.
Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que compradores têm atuado com cautela, realizando aquisições pontuais. Além disso, algumas indústrias estão abastecidas e/ou recebem matéria-prima de programações que atendem às necessidades imediatas.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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