Pecuária
Produtores de leite gaúchos atingidos por chuvas recebem alimentação para animais
Segundo a Gadolando, solidariedade ameniza situação dos produtores na alimentação das vacas e agora o próximo passo é buscar reconstrução – Foto: Divulgação
Os produtores de leite que foram atingidos pelas enchentes neste mês de maio receberam a solidariedade de outros criadores de todo o Brasil. A mobilização que partiu de diversos Estados brasileiros amenizou a situação, em especial em relação à alimentação dos animais, daqueles que foram afetados pelo desastre climático ocorrido em território gaúcho.
O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, ressaltou que este apoio vindo de diversas regiões foi fundamental neste momento difícil. “Temos que novamente agradecer, e não temos palavras para isso. A enormidade de doações que recebemos para o gado leiteiro, comida vinda do Brasil inteiro para as nossas vacas, foi o que realmente ajudou minimizar um pouco esses efeitos nas regiões mais afetadas, principalmente nos Vales, onde realmente tivemos perdas consideráveis de animais, muita estrutura perdida e os alimentos para esses animais perdidos”, salienta.
Conforme Tang, o passo agora é reestruturar as propriedades para que estes produtores possam continuar na atividade. “Precisamos replantar, precisamos recuperar o solo, precisamos novamente produzir os nossos alimentos, pois esse problema ele não é só por alguns dias ou algumas semanas. Essa recuperação vai longe e o produtor precisa de ajuda”, observa.
O dirigente ressalta que a necessidade agora é que o governo possa trabalhar linhas de crédito, com juros baixíssimos e longos, além de prazo para efetuar os pagamentos, abatimento em custeios agrícolas. “não só para a região dos Vales, mas para todos os atingidos e queremos que realmente as coisas saiam da promessa e cheguem da porteira para dentro para o produtor. É fundamental que isso chegue logo, pois o produtor está tendo que pagar as contas e não tem os recursos, então esperamos realmente a desburocratização e a chegada da porteira para dentro de recursos do âmbito estadual e federal, para que possam realmente ajudar os produtores”, complementa.
A mobilização foi feita por criadores de Estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e de regiões menos atingidas do Rio Grande do Sul, que disponibilizaram feno para os atingidos pelas chuvas e carregaram caminhões. A Gadolando juntamente com Emater, Sindicatos Rurais, com apoio da Farsul, e Prefeituras organizou a chegada e a entrega a estes produtores.[
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Novo caso de raiva bovina é detectado em propriedade rural de Rondonópolis
Assessoria Indea
Um novo caso de raiva bovina foi detectado em uma propriedade rural de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), nesta terça-feira (26). A presença da doença, transmitida pela mordida do morcego hematófago, foi atestada após exames feitos no laboratório do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).
Com a confirmação da presença da doença, os médicos veterinários do Indea notificaram a Secretaria de Saúde de Rondonópolis e todas as propriedades existentes em um raio de 10 quilômetros onde o foco foi detectado. O protocolo pra esse tipo de caso é notificar os produtores onde está o foco e o perifoco a vacinar os bezerros e revacinar o gado, se houver sido feito a vacinação em prazo superior a 60 dias.
A propriedade onde ocorreu a confirmação da raiva bovina terá de vacinar obrigatoriamente os animais novamente. Todas as propriedades do foco e perifoco não sofrerão bloqueio e nem estarão impedidos de realizar o trânsito de animais.
A técnica laboratorial usada pelo Indea para detectar a presença da raiva foi a metodologia de Imunofluorescência direta na qual são coletadas amostras do cérebro e o cerebelo do animal doente. Esse material é colocado em uma lâmina onde se acrescenta o reagente de Imunofluorescência diretamente sobre material, que após reação química é possível confirmar se há a presença da raiva. O resultado leva até 48 horas, porém nesse caso ocorreu no mesmo dia que o material foi recebido
Com o caso de Rondonópolis chega a 22 o número de casos confirmados de raiva bovina em Mato Grosso em 2024.
HNT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Vacas milionárias consolidam status de superestrelas no Brasil
Assessoria
No universo da pecuária brasileira, dois nomes vêm chamando atenção por cifras que rivalizam com transações empresariais de alto escalão. Carina FIV do Kado e Viatina-19 FIV Mara Móveis, duas matrizes da raça Nelore, não são apenas animais de produção, mas ícones de excelência genética e investimentos milionários.
Carina, tricampeã da raça Nelore e destaque em exposições como Expoinel e Expozebu, alcançou um valor impressionante de R$ 24,06 milhões, na última sexta-feira (22.11) . Durante o Leilão Cataratas Collection, em Foz do Iguaçu, Paraná, 25% de sua posse foram vendidos por R$ 6,015 milhões, consolidando seu lugar na história como a vaca mais valiosa do mundo. O animal, que possui 36 meses, pertence às empresas Casa Branca Agropastoril, RS Agropecuária, Nelore RFA e Syagri Agropecuária, cada uma detendo 25% de sua propriedade.
Já Viatina-19, recordista anterior e referência no Guinness Book, teve seu valor projetado em R$ 21 milhões após sucessivas negociações. Reconhecida por sua genética impecável e prêmios internacionais, como o título “Miss América do Sul” na competição bovina Champion of the World, Viatina também é símbolo de ousadia no mercado pecuário. Um dos momentos marcantes de sua história foi o leilão de 2022, quando a Agropecuária Napemo adquiriu 50% do animal por quase R$ 4 milhões.
Mais do que números astronômicos, essas vacas representam o ápice do trabalho de seleção genética no Brasil. A comercialização de partes desses animais, como óvulos ou participações societárias, alimenta um mercado dinâmico que visa perpetuar as qualidades excepcionais em novas gerações. A combinação de excelência produtiva, prêmios e estratégias de marketing — incluindo outdoors e eventos de gala — reforça a posição do Brasil como líder global na criação de bovinos de elite.
Esses animais, além de símbolos de status no setor, traduzem um modelo de negócios em que genética de ponta, ciência e tradição se encontram para moldar o futuro da pecuária de alto valor.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
ANCP consolida liderança genômica no Brasil com 400 mil animais genotipados
Arquivo
A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) alcança um marco histórico na genética bovina brasileira ao ultrapassar a marca de 400 mil animais genotipados, consolidando sua posição de pioneirismo e liderança no uso de tecnologias genômicas que colocam o Brasil em posição de destaque no cenário do melhoramento genético mundial.
A cada safra, a entidade registra entre 140 mil e 150 mil nascimentos entre os rebanhos de várias raças zebuínas de seus associados, sendo que cerca de metade desses animais são genotipados, demonstrando a confiança dos produtores na ferramenta. Inicialmente utilizada para aumentar o valor de venda dos animais, a genotipagem hoje é vista como um recurso essencial para a tomada de decisão e a otimização da produção.
Pioneirismo e visão de futuro
Desde 2009, quando os principais países da Europa e Estados Unidos discutiam o uso de marcadores para avaliação genética em gado de leite, a ANCP, sob o comando do professor Raysildo Lôbo, já demonstrava uma compreensão clara do potencial da genômica para revolucionar a pecuária, o que colocaria o Brasil ao lado das nações mais avançadas em genética animal.
Em meados de 2011, em parceria com a Zoetis, a ANCP implementou a genotipagem animal, utilizando os dados moleculares gerados pela empresa para enriquecer a avaliação genética dos animais. Em 2019, a entidade deu um salto tecnológico ao adotar o método de passo único genômico, o mais avançado mundialmente para avaliação genômica, alcançando o pioneirismo ao implementá-lo em larga escala no País.
Base de dados sólida e resultados concretos
A construção de uma base de dados robusta era uma das prioridades da ANCP e foi crucial para o sucesso da genômica. Essa base, com quase 40 anos de coleta de informações de alta qualidade, aliada à genotipagem, permitiu identificar animais superiores com maior precisão e agilidade, acelerando o processo de melhoramento genético.
“A informação genômica é fundamental para aumentar a confiabilidade e a robustez na identificação de animais jovens, especialmente aqueles sem fenótipos próprios ou com baixa confiabilidade, uma vez que a qualidade da DEP (Diferença Esperada de Progênie) depende da quantidade de informações”, explica Fernando Baldi, pesquisador sênior da ANCP e professor da Unesp FCAV, Campus de Jaboticabal.
O uso da genômica também permitiu encurtar os prazos. “Na fórmula do ganho genético, o tempo é inversamente proporcional ao ganho genético. Então, o tempo de espera agora é menor, já que é possível identificar mais cedo os animais superiores para serem utilizados como pais dos animais da próxima geração, se traduzindo em uma maior resposta à seleção, diminuindo o tempo de espera para saber se o animal é melhorador”, pontua Baldi.
Impacto positivo para o setor
Como resultado, a ANCP conseguiu praticamente quadruplicar o ganho genético em diversas características, o que significa que os rebanhos estão evoluindo mais rapidamente em direção aos objetivos de seleção, viabilizando também a seleção de características de difícil medição, como a eficiência alimentar e a maciez da carne.
“Nossa base de dados, com um maior número de fêmeas genotipadas, é um diferencial crucial para o avanço da genética bovina”, explica Letícia Pereira, analista sênior da ANCP. “A genômica, especialmente para características de baixa herdabilidade, típicas de fêmeas, proporciona um ganho significativo na precisão da seleção. Então, ao permitir a identificação precoce de fêmeas com maior potencial genético para essas características, a genômica acelera o progresso genético e otimiza os programas de melhoramento”, destaca.
Os benefícios da genômica também se estendem além dos rebanhos registrados no banco de dados da entidade. Criado recentemente, um projeto de pesquisa liderado pela ANCP em parceria com a Neogen tem permitido viabilizar a avaliação genômica nas raças Brahman, Guzerá e Tabapuã, por meio da avaliação multirracial.
Através da recomposição de pedigree, a genômica tem permitido a avaliação genética de rebanhos comerciais com a redução de custos de genotipagem, alcançando outras essas raças zebuínas que possuem menor número de dados, além de facilitar a seleção de características de alto custo fenotípico.
Futuro promissor
A ANCP continua investindo em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar as ferramentas genômicas e oferecer cada vez mais benefícios aos seus associados. Com a redução dos custos da genotipagem e o aumento da confiabilidade das avaliações genômicas, a expectativa é que a adoção dessa tecnologia continue crescendo nos próximos anos.
Para Cristiano Botelho, CEO da ANCP, a conquista de 400 mil animais genotipados é um marco histórico para a associação e para a pecuária brasileira. “Essa marca demonstra o nosso compromisso com a inovação e a busca por soluções que garantam a sustentabilidade e a competitividade do setor. A genômica se consolida como uma ferramenta fundamental para o melhoramento genético do rebanho nacional, trazendo benefícios para os produtores, consumidores e para toda a sociedade”, destaca.
Daniel – DS Vox
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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