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Agricultura

Plantando abóbora em casa

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Karla Neto

 

Abóbora ou jerimum, fruto da aboboreira, é uma designação popular atribuída a diversas espécies de plantas da família Cucurbitaceae, nomeadamente às classificadas nos géneros: Abobra – uma única espécie, nativa da América do Sul Cucurbita – género que inclui os tipos de abóbora mais comuns e a abobrinha.

A abóbora é um dos alimentos mais versáteis do mundo. É possível consumir sua semente, broto, folhas, fruto verde e maduro, além de ser usada com fins ornamentais. Seu cultivo é bastante comum no Brasil, mas se você está pensando em começar a plantar, há alguns aspectos que devem ser levados em conta. Primeiro, a abóbora é muito sensível ao frio e não suporta geadas.

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Karla Neto

“São adaptadas às temperaturas de primavera, verão e outono de Norte a Sul do Brasil.”, destaca Geovani Amaro, pesquisador da Embrapa Hortaliças. Estudos indicam que a tempera ideal para germinação vai 25 ºC a 30 ºC e o bom desenvolvimento dos frutos, de 18 ºC a 30 ºC.

Escolhendo a cultivar

Nem toda abóbora é feita para consumo, como a variedade linda. Amaro recomenda ao produtor definir o mercado que quer atender, como, por exemplo, o de doces, para depois buscar uma cultivar adequada. A abóbora japonesa (ou cabotiá) é o tipo mais comum no país, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, mas requer um trabalho adicional. “O híbrido não é fértil, não possui pólen, sendo assim um macho estéril.

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Para produzir frutos, deve-se usar uma polinizadora, que podem ser outras variedades de abóbora ou moranga”, afirma o pesquisador. Uma opção é a moranga exposição. O ideal é plantar uma fileira polinizadora para cada quatro fileiras da abóbora híbrida japonesa. Segundo o especialista da Embrapa, o distanciamento aconselhado é de 2 a 3 metros entre linhas e de 1 a 2 metros entre cada planta na mesma fileira.

Amaro destaca, ainda, que a ausência de insetos na área pode inviabilizar o cultivo.”Abelhas e vespas são responsáveis pela polinização. Sem elas, pode não acontecer”, diz. O pesquisador conta que o pólen dessas plantas é úmido e pegajoso, por isso o horário para polinização vai das 7h às 12h. Neste período, é ideal não aplicar inseticidas ou irrigar. Cuidados com o solo Uma das etapas mais importantes é a preparação.

O trabalho começa com a análise do solo, que vai determinar a adubação necessária de acordo com a área. A abóbora se desenvolve bem em solos com pH entre 6 e 6,5. “Se jogar adubo na quantidade certa, ele terá lucro, pois com a análise de solo sabe-se exatamente a quantidade adequada, sem ausências nem excessos”, afirma Amaro.

Em áreas muito extensas, é necessário dividir o solo em glebas, com diferentes análises para cada parte. Isso porque locais diferentes de um mesmo terreno podem necessitar de adubações específicas, de acordo com suas características. Esse processo é utilizado principalmente em produções comerciais, de médio e grande porte, nas quais a adubação mineral é a mais utilizada.

Caso seja necessário fazer uma calagem para elevar os níveis de cálcio e magnésio, a recomendação é fazê-la de dois a três meses antes do plantio. O calcário deve ser distribuído em toda área e incorporado ao solo pela aração e gradagem na profundidade de 20 cm. Caso não chova neste período, é necessária a irrigação periódica para promover a reação do calcário com o solo.

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Próximo ao plantio completa-se o preparo do solo com a segunda gradagem para eliminar as plantas invasoras já estabelecidas, e em seguida faz-se a abertura de sulcos ou covas para a distribuição do adubo orgânico e mineral.

Duas outras adubações de cobertura com formulações NPK 20-00-20 são recomendadas: uma 20 dias após a germinação e outra 40 dias depois. Plantando As covas devem ter dimensões aproximadas de 40 cm de comprimento, 30 cm de largura e 25 cm de profundidade, já os sulcos devem ter cerca de 30 cm de largura e 25 de profundidade.

A opção de plantio em sulco possibilita uma maior operacionalização do cultivo e uma melhor distribuição e incorporação dos adubos, sendo a mais viável para grandes áreas, de acordo com a Embrapa. Para um cultivo mais produtivo, recomenda-se que o terreno seja plano e extenso para que as abóboras cresçam sem restrições.

O plantio pode ser feito de duas maneiras: depositando as sementes diretamente na terra ou cultivando mudas, depositadas em copinhos ou vasos de papel ou plástico. Para o método com sementes, o correto é colocar de duas a três por cova, entre 1 cm e 3 cm de profundidade. Se a optar por mudas, o aconselhável é transplantá-las para a terra após o surgimento de duas folhas. Controle de invasoras A cultura da abóbora japonesa deve ser mantida limpa na fase inicial de estabelecimento por meio de capinas manuais ou mecânicas, segundo estudo da Embrapa.

Depois da frutificação as plantas de abóboras cobrem rapidamente boa parte da área cultivada e algumas plantas espontâneas geralmente não prejudicam a cultura e até auxiliam no final do ciclo na proteção dos frutos contra a queima do sol ou escaldadura. Irrigação Na ausência de chuvas regulares são necessárias irrigações complementares. As irrigações dependem das condições climáticas, tipo de solo e fase do ciclo da cultura.

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Elas devem ser mais frequentes e com menor volume nas fases iniciais do ciclo, e com menor frequência e maior volume no início da frutificação até ao início da maturação dos frutos, ou seja, de duas a três semanas antes da colheita. Solos mais arenosos exigem irrigações mais frequentes com menor volume de água e solos mais argilosos necessitam de irrigações menos frequentes com maior volume em cada aplicação.

Em sequencia de dias mais quentes e ensolarados deve-se fazer irrigações mais frequentes. Em lavouras menores é utilizado regadores, mangueira ou irrigação por sulcos, se a área permitir. Em lavouras médias é recomendado irrigação por gotejamento ou aspersão convencional. Em maiores, é muito comum aproveitar o pivô-central utilizado também para outras culturas. Mas a tendência é utilizar sistemas de irrigação mais eficientes para maximizar o uso da água, como gotejamento, aumentando a produtividade e economizando mão de obra e energia.

Lembrando que irrigações por aspersão na parte da manhã prejudicam a atividade das abelhas e outros insetos polinizadores. Tempo até a colheita Geralmente, a cabotiá está pronta para ser colhida após 95 ou 100 dias do plantio. Outras abóboras demoram de 130 a 150 dias para amadurecer e as morangas, de 110 a 120 dias. É claro que isso depende dos fatores climáticos e da quantidade de água recebida.

Fonte: CenárioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Chuva de 90 mm e retorno da onda de calor: confira a previsão de hoje

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Foto: Pixabay

A quinta-feira começa com alertas para parte do Nordeste e do Centro-Oeste. Chuva volumosa e retorno da onda de calor estão no radar dessas regiões. Confira a previsão do tempo para todo o Brasil:

Sul

A alta pressão se afasta ainda mais do continente, cessando a chuva em Santa Catarina e no Paraná. As madrugadas e manhãs ainda terão muitas nuvens no centro-leste destes estados, fazendo com que a temperatura não se eleve tanto durante o dia e se mantenha mais estável no período da noite. Situação contrária ao Rio Grande do Sul e às demais áreas catarinenses e paranaenses, onde as tardes serão mais quentes, devido ao predomínio de sol e ventos de quadrante norte. Devido à perda radiativa, as madrugadas e manhãs serão mais frias.

Sudeste

A umidade relativa do ar começará a chegar em torno dos 30%, principalmente nos interiores de São Paulo e de Minas Gerais. O predomínio será de sol em todas as regiões, com exceção do norte do Espírito Santo, que ainda recebe chuva devido à infiltração de umidade marítima. Há risco de temperaturas acima da média na parte da tarde em todas as áreas. Contudo, em várias cidades da região, pode-se registrar recordes de temperaturas mínimas ao amanhecer.

Centro-Oeste

Volta do bloqueio atmosférico e possível onda de calor no Centro-Oeste do país. O tempo estável por longo período, as temperaturas elevadas, a presença de alta pressão (concentrando a chuva e umidade nos extremos do país) e a umidade relativa do ar caindo a cada dia fortalecem esse cenário.

Nordeste

Perigo para o litoral do Rio Grande do Norte, principalmente em Natal, que terá chuva de até 90 mm em um único dia por conta da atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), intensificando a chuva na região. Alerta também para o litoral da Paraíba e da Bahia, que terão chuva durante o dia, porém com menos intensidade e volumes em torno dos 40 mm. Já em Fortaleza, interior do Rio Grande do Norte e da Paraíba, a chuva será rápida, isolada e forte, devido à entrada de umidade na região.

Norte

A chuva aumenta no norte do Pará, Amazonas, de Roraima e no leste do Amapá, com acumulados que também podem ficar acima dos 40 mm. A situação é de atenção para esta área, pois os acumulados de chuva serão expressivos até o final da semana, tendo em vista a posição da ZCIT e o calor que faz durante o dia nesta região.

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Agricultura

Vencedores do Prêmio Personagem Soja Brasil 24/25 são anunciados

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Prêmio Personagem Soja Brasil/ Créditos Matheus Souza

O suspense chegou ao fim! Os vencedores do Prêmio Personagem Soja Brasil, safra 24/25, foram anunciados durante cerimônia realizada na sede da Aprosoja Brasil, em Brasília, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural.

O evento reconhece profissionais que se destacam na cadeia produtiva da soja e valoriza tanto os avanços da pesquisa quanto o trabalho no campo. Os premiados foram divulgados em duas categorias: voto popular e júri técnico.

Vencedores do Prêmio Personagem Soja Brasil 24/25

Na categoria Pesquisador – Voto Popular, o vencedor foi Anderson Cavenaghi, um renomado professor e doutor, referência nacional em proteção de plantas. Anderson destacou a importância do reconhecimento: “É muito bom perceber que o trabalho é reconhecido. Fico feliz!”

Na categoria Produtor – Voto Popular, o vencedor foi Alberto Schlatter, produtor de Chapadão do Sul (MS), que alia a tradição familiar com práticas modernas no campo, apostando em tecnologia e sustentabilidade. Ele ressaltou a importância da união entre o produtor e a pesquisa brasileira: “Para salvar o Brasil, precisamos ser patriotas.”

Na categoria Pesquisador – Júri Técnico, o premiado foi Julio Cezar Franchini, pesquisador de Londrina (PR), reconhecido por seu trabalho no manejo e conservação do solo. “Estou muito feliz, agradeço. Isso me pegou de surpresa. Agradeço à minha família pelo apoio. É bom perceber que meu filho também quer ser pesquisador da Embrapa”, disse Julio.

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Na categoria Produtor – Júri Técnico, a vencedora foi Claudia D’Agostini, produtora rural de Sabáudia (PR), que inova na gestão de sua propriedade ao lado da irmã, com foco em tecnologia e sucessão familiar. “É uma alegria muito grande. Estou no começo dessa jornada, dando continuidade ao trabalho do meu pai. Espero inspirar pessoas, principalmente mulheres no agro brasileiro”, afirmou Claudia.

Além dos vencedores, Cecilia Czepak (UFG) e Oliveiro Alves de Melo (Balsas – MA) também receberam prêmios de participação, como reconhecimento por suas contribuições significativas para o setor. Cecilia é uma referência no manejo integrado de pragas, desempenhando um papel decisivo na sanidade das lavouras em várias regiões do país. Já Oliveiro, com sua atuação na Cooperação Nipo-Brasileira e seu papel essencial no desenvolvimento sustentável da soja no Cerrado, tem sido um grande aliado na promoção de práticas agrícolas responsáveis. Ambos foram reconhecidos por sua dedicação e impacto contínuo no agro brasileiro, mesmo não conquistando prêmios nas categorias principais.

Além dos vencedores, a cerimônia contou com a entrega da Comenda da Soja, que foi concedida ao senador Zequinha Marinho, em reconhecimento ao trabalho político em prol do setor da soja.

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Agricultura

Arroba do boi gordo hoje: veja os preços pelo Brasil

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Foto: Lorran Lima/Idaf

O mercado físico do boi gordo apresenta preços em predominante acomodação durante a quarta-feira (14).

A queda de preços foi acintosa durante a terça-feira, o que promoveu menos alterações no mercado durante o dia que se sucedeu.

“Importante mencionar que as indústrias frigoríficas ainda contam com uma posição confortável em suas escalas de abate, que hoje atendem entre sete e nove dias úteis na média nacional”, diz o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Segundo ele, a disponibilidade de fêmeas no mercado segue elevada, apontando para um descarte em patamares ainda altos.

“Como ponto de sustentação precisa ser mencionado o forte ritmo de embarques, mantendo a demanda por animais jovens aquecida.”

Preços médios da arroba do boi

  • São Paulo: R$ 309,25
  • Goiás: R$ 291,79
  • Minas Gerais: R$ 294,71
  • Mato Grosso do Sul: R$ 302,73
  • Mato Grosso: R$ 301,35

Mercado atacadista

O mercado atacadista ainda se depara com preços acomodados para a carne bovina, e o ambiente de negócios ainda sugere por menor espaço para reajustes no curto prazo, considerando um perfil de consumo mais comedido durante a segunda quinzena do mês.

“A população ainda prioriza o consumo de proteínas de menor valor agregado, a exemplo da carne de frango, ovos e embutidos”, assinalou Iglesias.

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O quarto traseiro foi precificado a R$ 24,00 por quilo, queda de R$ 1,00. O quarto dianteiro recuou ao patamar de R$ 19,50 por quilo, com queda de R$ 1,00. Já a ponta de agulha foi cotada a R$ 18,00 por quilo, queda de R$ 0,50.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,46%, sendo negociado a R$ 5,6325 para venda e a R$ 5,6305 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5828 e a máxima de R$ 5,6353.

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