Agricultura
JBS recicla 6 mil toneladas de plástico em 2024

Créditos: Divulgação JBS
São Paulo, 05 de fevereiro de 2025 – A Ambiental, unidade de negócios da JBS especialista em gerenciamento de resíduos sólidos, atingiu o marco histórico de 6 mil toneladas de plásticos reciclados em apenas um ano. Em mais de 10 anos de atuação, a Ambiental foi responsável pela reciclagem de mais de 46 mil toneladas de resíduos plásticos. Esse volume preencheria o equivalente a mais de 18 piscinas olímpicas de resíduos que não foram parar em aterros sanitários.
Outro marco alcançado pela empresa foi o volume recorde na produção de resina reciclada, que registrou um crescimento de 12% em comparação a 2023, totalizando 4,1 mil toneladas de matéria-prima. Esse material foi utilizado na fabricação de produtos sustentáveis, como sacos plásticos, bobinas, lonas, embalagens protetoras, paletes, resinas, móveis, telhas e pisos, contribuindo para a redução do uso de recursos naturais e fortalecendo o modelo de economia circular do plástico.
De acordo com Thuany Taves, diretora da Ambiental, desde 2017 a unidade de negócio tem investido em agregar valor à reciclagem de resíduos plásticos e, entre 2023 e 2024, houve necessidade de expandir o alcance no mercado, além das unidades de negócios da JBS, e avançar em projetos de economia circular. “Desde a criação da Ambiental, a empresa passou da gestão de resíduos para avançar também na reciclagem de resíduos plásticos e sua conversão em matéria-prima e produtos”, explica.
Grande parte do plástico reciclado pela Ambiental (80% do volume total) é proveniente das operações das unidades de negócios da JBS, como Friboi, Seara, Swift, Couros e Novos Negócios, e gera novos produtos para atender as próprias empresas da Companhia e do mercado. Do total de material plástico reciclado nos últimos 12 meses, 66% foram destinados para insumos industriais e 34% para produtos plásticos.
Além do plástico, a Ambiental atua com gestão de outros resíduos recicláveis, como papel, vidro e metal, e não recicláveis, como lâmpadas, pilhas e baterias. Em 2024, aproximadamente 30 mil toneladas de resíduos recicláveis receberam a destinação correta. Nesses serviços, a Companhia trabalha desde a identificação e segregação dos resíduos até a transferência para recicladoras específicas, passando por controle, gestão de indicadores, armazenamento e descaracterização de marcas.
Hoje, a Ambiental opera 23 unidades no Brasil, com foco no gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos pós-industriais recicláveis e não recicláveis, além do resíduo pós-consumo do agronegócio. As unidades estão localizadas em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Cada uma funciona como ponto de coleta, com função de tratamento dos materiais, como separação, classificação e tritura. Todos os resíduos coletados e tratados são transferidos para a matriz, em Lins, no interior de São Paulo, onde são transformados em resinas e outros produtos plásticos.

Créditos: divulgação Cibra
Novas soluções
Além da reciclagem e gestão de resíduos, a Ambiental também desenvolve soluções customizadas para diversos tipos de plásticos, em parceria com outras empresas. Segundo Thuany, as grandes empresas estão buscando parceiros que consigam oferecer soluções de reciclagem e gestão de resíduos. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que regulamentou a gestão de resíduos e definiu metas a serem cumpridas, e a exigência dos consumidores começaram a movimentar o mercado. Porém, nos últimos anos, a implantação de práticas ESG e a aplicação de economia circular têm mobilizado as empresas na busca por parceiros estratégicos, como a Ambiental”, explica.
Uma das soluções desenvolvidas foi o Big Bag Sustentável, que nasceu para resolver um problema comum no agronegócio: o descarte de big bags – bolsas utilizadas para armazenamento e transporte de insumos agrícolas – , que antes iam para aterros. A solução veio com a parceria entre a Ambiental, Cibra e Infinity. O processo começa nas fazendas, onde os big bags de fertilizantes são recolhidos pela Infinity. Esses materiais são enviados à Ambiental, que os transforma em resina por meio de lavagem, trituração e extrusão. Essa resina reciclada é usada na fabricação de novos big bags, mantendo o ciclo fechado de reaproveitamento.
Para a cadeia produtiva do algodão, Ambiental, Cotton Wrap e Infinity desenvolveram o primeiro filme para enfardamento no Brasil com resinas recicladas pós-consumo. Isso significa que plásticos usados no próprio campo ganham uma nova vida, transformando-se em um material resistente e sustentável para proteção da pluma da colheita até o destino. O processo inclui coleta, reciclagem e transformação sem comprometer a qualidade, protegendo o algodão e otimizando a colheita. Além disso, o Cotton Wrap PCR é compatível com as principais colheitadeiras, garantindo rapidez, durabilidade e eficiência.
A diretora da Ambiental explica que as parcerias com empresas do agronegócio foram firmadas para implementar projetos de economia circular e transformar resíduos do campo, mais especificamente resíduos pós-consumo, em matéria-prima reciclada. “Hoje contamos com equipamentos, tecnologias, inovações, experiência e equipes preparadas para transformar resíduos que apresentam alta complexidade de reciclagem, em novos produtos para os nossos parceiros”, explica.
Outras soluções são desenvolvidas e comercializadas pela própria Ambiental. Um exemplo é o ‘piso verde’, lançado em 2021, como uma das destinações mais inovadoras para o plástico de difícil reciclagem. Após dois anos de estudo, a empresa colocou no mercado um piso intertravado apropriado para ambientes externos a partir do plástico utilizado em produtos in natura embalados a vácuo. O piso verde atende às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e oferece a mesma resistência que um material feito 100% de concreto. O produto possui certificado com o Selo Ecológico ABNT de Qualidade Ambiental.
Sobre a JBS
A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Com uma plataforma diversificada por tipos de produtos (aves, suínos, bovinos e ovinos, além de plant-based), a Companhia conta com mais de 270 mil colaboradores, em unidades de produção e escritórios em países como Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, China, entre outros. No Brasil, a JBS é uma das maiores empregadoras do país, com 158 mil colaboradores. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação: Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre muitas outras, que chegam todos os dias às mesas de consumidores em 190 países. A empresa investe em negócios correlacionados, como couros, biodiesel, colágeno, higiene pessoal e limpeza, envoltórios naturais, soluções…
Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Agricultura
BRS Capiaçu se Consolida como Alternativa Viável para Produção de Energia Renovável

DIvulgação
Lançada há uma década como forrageira para a pecuária leiteira, a BRS Capiaçu, desenvolvida pela Embrapa, se consolida como uma opção viável para a produção de energia renovável. Com sua impressionante produtividade de biomassa — cerca de 50 toneladas de matéria seca por hectare por ano, volume 30% superior ao de outras cultivares de capim-elefante — a cultivar passa a ser considerada não apenas para a alimentação animal, mas também para a geração de bioenergia.
Inovação Sustentável na Indústria Cimenteira
Em parceria com a Ciplan/AS, a Embrapa desenvolveu um protótipo para avaliar a viabilidade técnica e econômica da BRS Capiaçu na indústria cimenteira. O projeto visa utilizar a biomassa do capim para substituir combustíveis fósseis, como o coque de petróleo, em altos-fornos. Segundo Juarez Campolina Machado, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, “a crescente demanda por energia renovável abriu uma nova oportunidade para a BRS Capiaçu”. Testes preliminares confirmam que a biomassa da cultivar tem se mostrado competitiva em termos de poder calorífico, representando uma alternativa eficiente e sustentável.
Parcerias e Projetos para Avaliação da Biomassa
Os estudos sobre o potencial energético da BRS Capiaçu estão em estágio inicial, mas já envolvem parcerias com diversas empresas e instituições. Um dos projetos em destaque é o Biograss, que visa investigar o uso da biomassa do capim para a produção de biogás, biometano e etanol de segunda geração. O Biograss é uma iniciativa que conta com a colaboração do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Bioköhler, especializada em biodigestores. A Embrapa também realiza testes em unidades experimentais, como em Toledo (PR), com o objetivo de avaliar a viabilidade da integração do capim-elefante e outras culturas energéticas na produção de biocombustíveis e no combate às emissões de gases de efeito estufa.
Capiaçu: Alto Potencial de Produção e Qualidade Nutricional
Além do uso na bioenergia, a BRS Capiaçu continua se destacando na pecuária, especialmente na produção de leite. A cultivar é reconhecida por sua alta produtividade e qualidade nutricional, sendo três vezes mais econômica em termos de custo de silagem em comparação com o milho e o sorgo. Quando comparada com outras cultivares de capim-elefante, a BRS Capiaçu também apresenta vantagens significativas em termos de valor nutricional, com um teor de proteína de até 10% quando cortada aos 50 dias — superior à silagem de milho, que possui cerca de 7%.
Resistência e Tolerância a Estresses Climáticos
A BRS Capiaçu também se destaca por sua resistência a estresses climáticos, como geada e seca, o que a torna uma opção confiável para áreas com variações climáticas significativas. Embora apresente redução no crescimento durante períodos secos, o capim retoma o desenvolvimento com o fim da estiagem, não apresentando risco de morte. Sua resistência ao tombamento pelo vento e a capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas reforçam seu potencial de uso em diversas regiões do Brasil.
Uso Econômico e Adoção Nacional
O produtor de leite Victor Ventura, de Santo Antônio do Aventureiro (MG), destaca as vantagens econômicas do uso da BRS Capiaçu. Com uma área de 30 hectares dedicada ao cultivo da cultivar, ele colhe 280 toneladas de capim por hectare por ano a um custo significativamente inferior ao da silagem de milho. Para Ventura, a BRS Capiaçu representa um “divisor de águas”, proporcionando maior segurança alimentar para seu rebanho, que produz cerca de 9.000 litros de leite por dia.
Expansão e Disseminação Nacional
Desde seu lançamento, a BRS Capiaçu tem se consolidado como uma opção vantajosa para produtores de leite em diversas regiões do Brasil, desde o Norte até o Sul. Desenvolvida por meio de cruzamentos do Banco Ativo de Germoplasma de Capim-elefante (BAGCE) da Embrapa, a cultivar foi selecionada após anos de pesquisas. Seu sucesso resultou na criação de uma rede de distribuição de mudas certificadas, facilitando o acesso de produtores de diferentes portes à cultivar. Além disso, a Embrapa tem promovido o uso da BRS Capiaçu por meio de dias de campo, cursos e materiais educativos.
Assim, a BRS Capiaçu se destaca não apenas como uma forrageira de alta produtividade, mas também como uma inovação sustentável com potencial para transformar a produção de energia renovável e contribuir para o desenvolvimento de soluções energéticas mais limpas e eficientes.
Confira, abaixo, as dicas de plantio da BRS Capiaçu:
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Agricultura
Índice Geral de Preços no Brasil e dados econômicos da Europa: comece o dia bem informado

No morning call de hoje, a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, destaca a valorização global do dólar após o Fed sinalizar cautela sobre cortes de juros. A moeda subiu a R$ 5,74, maior nível em duas semanas.
No Brasil, a produção industrial surpreendeu positivamente, mas o Ibovespa recuou 0,09%. A Selic subiu para 14,75%, com tom hawkish do BC. Hoje, atenção a dados na Alemanha, Reino Unido, EUA e aos índices IGP-DI e IPP no Brasil.
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Agricultura
Novo sistema produtivo integra pecuária de corte com plantio de teca

A Embrapa Agrossilvipastoril, de Mato Grosso, está lançando o Sistema Bacaeri – BoiTeca, uma modalidade de integração pecuária-floresta, ou silvipastoril, que consorcia a pecuária
de corte com a silvicultura de teca (Tectona grandis).
A empresa destaca que esse sistema de produção é uma forma de intensificação sustentável, adicionando uma fonte de renda para o pecuarista.
A teca é uma madeira nobre, nativa da Ásia, com grande potencial silvicultural e econômico nas regiões mais quentes do Brasil.
Por meio deste sistema, são cultivadas linhas da árvore em meio à pastagem. Enquanto as árvores crescem, a atividade pecuária é conduzida normalmente. Dessa forma é possível obter renda durante os cerca de 20 anos necessários até se chegar ao ponto de corte.
A Embrapa salienta que o gado só precisa sair da área nos 10 a 18 meses iniciais, período no qual é possível fazer uma integração com agricultura, colher o pasto para fazer silagem e feno, ou ainda aproveitar para recuperar a forrageira.
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O manejo adequado de desramas das árvores não só possibilita a formação de um tronco reto, com madeira de melhor qualidade, como também permite a maior entrada de luz na pastagem, evitando que haja perdas de produtividade do capim.
Além disso, a sombra projetada pelas copas das árvores melhora o conforto térmico para o gado, permitindo maior ganho de peso.
Maior crescimento de árvores
Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril também já demonstraram que o acesso à sombra beneficia o sistema imunológico e a produção de hormônios sexuais nos bovinos.
O pesquisador Maurel Behling conta que em sistemas ILPF, as árvores plantadas em linha apresentam maior taxa de crescimento do que árvores plantadas em monocultura devido ao chamado efeito bordadura, que é a maior entrada de luz e menor competição por água e nutrientes.
“Uma das vantagens desse sistema é a possibilidade de adicionar renda para o produtor sem se fazer a substituição de um monocultivo (pasto) por outra monocultura (floresta plantada). O objetivo é usar a pecuária como uma forma de expansão do cultivo da teca”, declara o pesquisador.
Primeiros plantios de teca
Os primeiros plantios de teca em sistema silvipastoril em Mato Grosso ocorreram em 2000, nas fazendas do produtor Arno Schneider, em Nossa Senhora do Livramento, na Baixada Cuiabana. Naquela época ele já vislumbrava a possibilidade de diversificar as fontes de renda e produzir carne de uma forma sustentável.
As mudas eram produzidas por sementes e a cada ano a área com o sistema IPF era ampliada. Alguns anos depois, em 2008, a fazenda Bacaeri, em Alta Floresta, que já cultivava teca em monocultura, decidiu iniciar a integração com pecuária para antecipar a geração de receitas.
Naquele momento, já haviam chegado ao Brasil as mudas clonais e a fazenda de propriedade de Antônio Passos foi pioneira na IPF com teca clonal. Assim, com a criação da Embrapa Agrossilvipastoril em Mato Grosso, em 2009, foram iniciadas pesquisas tanto na Fazenda Bacaeri quanto em Unidades de Referência Tecnológica como a Fazenda Gamada (Nova Canaã do Norte), fazenda Brasil (Barra do Garças) e Fazenda São Paulo (Brasnorte).
Origem do nome Bacaeri
O conjunto de informações coletadas nessas áreas permitiu desenvolver as recomendações técnicas necessárias para indicação do sistema produtivo, que recebeu o nome em homenagem à propriedade onde a maior parte do trabalho foi desenvolvido.
“Ter o sistema nomeado Bacaeri, o nome da nossa empresa desde 1983, nos deixa de alguma forma com a impressão de que tomamos atitudes corretas, e fizemos bem-feito, para ter o aval e a aprovação da Embrapa, validando a nossa iniciativa, através do acompanhamento dos técnicos que validam os processos”, pondera o produtor Antônio Passos, da fazenda Bacaeri.
Atualmente, a estimativa da Embrapa é que a área com uso de sistema silvipastoril com teca seja de 4 mil hectares em Mato Grosso. O estado conta com 68 mil hectares com monocultivo da espécie, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o que corresponde a 80% dos 84 mil ha com a árvore no Brasil.
Antônio Passos vê grande potencial de expansão do sistema, porém alerta sobre limitações de solo e clima e a necessidade de fazer o manejo adequado.
“A teca é muito exigente e tem um crescimento lento em solos inadequados. Portanto, isso já limita muito as áreas disponíveis. A segunda limitação é a tradição de não investir a longo prazo. Nesse caso, o prazo de retorno é superior a 20 anos, chegando talvez a até 30 anos. O terceiro ponto é a dedicação à silvicultura, principalmente com a poda das árvores, e a atenção para os animais não danificá-las”, enumera Passos.
Parceria e lançamento
O uso da teca em sistemas ILPF foi descrito e detalhado em um capítulo do livro Teca (Tectona grandis) no Brasil, o que despertou interesse da empresa Teak Resources Company (TRC). Uma parceria foi firmada com a Embrapa para validação do sistema produtivo e para divulgação por meio de eventos.
Um desses eventos está previsto para esta quinta-feira (8), na fazenda Duas Lagoas, em Cáceres, Mato Grosso, ocasião em que será feito o lançamento oficial do Sistema Bacaeri –BoiTeca.
Desde que a parceria foi firmada, no ano passado, 350 ha foram instalados em um modelo de parceria com três pecuaristas em Mato Grosso e um no Pará. Os dois estados são o foco da TRC para expansão deste sistema.
“A capacidade atual é de implementar cerca de 2,5 mil ha/ano. Temos produção de mudas suficientes para isso em 2025. Serão 12.500 ha em cinco anos”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Pesquisa da TRC, Fausto Hissashi Takizawa.
Segundo ele, inicialmente, pecuaristas mais arrojados e com maior preocupação ambiental são aquelas com melhor aceitação do sistema. Porém, ele já percebe a curiosidade e interesse por parte de pecuaristas mais conservadores que veem nesse sistema uma forma de intensificarem a produção.
“Tendo interesse crescente de pecuarista, área disponível para parceria e recursos financeiros por meio de agente financeiro, a TRC tem condição de ampliar além desses 12,5 mil hectares, podendo chegar a 15 mil ha ou um pouco mais em cinco anos”, afirma Takizawa.
Recomendações técnicas
O Sistema Bacaeri – Boi Teca traz as recomendações técnicas para o produtor que quer utilizar a tecnologia, desde o planejamento da área, definição de espaçamento entre plantas e entre linhas e preparo do berço, até as técnicas de podas e desramas a serem realizadas para garantia de melhor qualidade da madeira.
As recomendações passam também pelo controle de plantas daninhas, formigas e doenças, recomendações nutricionais e cuidados para evitar incêndios na área. Todas essas informações detalhadas podem ser conferidas nos materiais disponíveis aqui.
Adição de renda no sistema teca-pecuária
Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril em Unidades de Referência Tecnológica com sistemas ILPF em Mato Grosso mostraram que as áreas com teca apresentaram os maiores retornos financeiros.
Um dos trabalhos, utilizando dados reais da Fazenda Bacaeri, indicou um retorno de R$ 4,70 para cada R$ 1 investido. Embora o custo inicial seja mais alto, em torno de R$ 3,2 mil por hectare, a pecuária e os desbastes iniciais das árvores permitem o retorno do investimento com oito anos.
A maior receita, no entanto, ocorrerá no corte raso das plantas, entre o 18º e 25º ano do sistema. Com base nos dados da Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Bacaeri, o Valor Presente Líquido (VPL) foi estimado em R$ 2.854,53 por hectare por ano.
Embora os números sejam atrativos, Behling alerta para o fato de que o lucro só será obtido com a utilização de tecnologias apropriadas, cuidados em todas as etapas do manejo e da cadeia de suprimentos.
“Não basta apenas plantar as árvores de teca de qualquer jeito no sistema integrado e ficar esperando que elas cresçam para que os lucros brotem para o produtor. É necessário investir em tecnologia, insumos adequados, operações corretas e eficientes, constante monitoramento fitossanitário e garantir produtividade e qualidade da madeira ao longo de todo o ciclo de rotação. Se isso tudo não for feito, a decepção será grande”, alerta o pesquisador da Embrapa.
Tecnologia sustentável
Sistemas ILPF, como o Boi Teca, permitem a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, além de reduzirem a pressão sobre o corte de madeira em florestas nativas. Ao aumentar a produtividade da pecuária, é possível reduzir a emissão de metano por quilograma de carne. Ao mesmo tempo as árvores estocam carbono em seu tronco, raízes e galhos.
Segundo a Embrapa Agrossilvipastoril, com essas características, esse sistema produtivo pode ser uma das ferramentas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis.
Também pode dar a possibilidade de o pecuarista pleitear créditos de carbono e agregar valor à produção por meio de certificações como Carne Carbono Neutro (CCN) ou Carne Baixo Carbono (CBC).
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