Agricultura
Biotecnologia em xeque – Pesquisador do IMA revela aumento na utilização de inseticidas em algodão e milho ‘Viptera’

Assessoria
Há cerca de dez anos no quadro de pesquisadores do IMA – Instituto Mato-Grossense do Algodão, o entomologista Jacob Crosariol Netto ressalta que tem sido recorrente a incidência de lagartas em biotecnologia ‘Viptera’, em algodão e milho. “Ocorreu na Bahia, com a Spodoptera frugiperda e na última safra em Mato Grosso”, resume o pesquisador. “Este ano, com o início do plantio do milho ‘VIP’, já notamos um grande percentual de áreas atingidas pelo problema”, ele acrescenta.
De acordo com Crosariol Netto, esse cenário, de imediato, impacta desfavoravelmente nos custos do produtor. “Ele já paga o royalty da semente que planta e, dependendo da infestação e da área atacada, tende a fazer agora de duas a três aplicações de inseticidas para controle de lagartas. Como o preço do milho oscila muito, esse cenário preocupa”, completa o pesquisador.
Segundo Crosariol Netto, a necessidade de aplicar inseticidas em biotecnologias que até pouco tempo atrás controlavam às principais lagartas, como Helicoverpa e Spodoptera frugiperda, deverá representar um custo adicional por hectare aos produtores de milho e algodão.
Números divulgados recentemente pela consultoria Kynetec reforçam a dimensão do problema relatado pelo pesquisador. Segundo a empresa, referência da área de pesquisas no segmento de defensivos agrícolas, na safra 2023-24 o cultivo de milho Viptera atingiu 78% da área do Mato Grosso ou cerca de 6,9 milhões de hectares.
Aos produtores, neste momento, o pesquisador do IMA enfatiza a importância do monitoramento. “É a principal recomendação, identificar a infestação inicial e acompanhar se o dano está evoluindo. Ao atingir o nível de controle, será preciso fazer aplicação de inseticida”, complementa Crosariol Netto. Ele salienta, também, que o controle das lagartas resistentes à tecnologia Viptera tem se mostrado mais eficaz por meio de aplicações de inseticidas químicos e biológicos, entre estes os baculovírus.
“Hoje em dia, pensando em lagarta, entendemos que baculovírus deve ser a ferramenta biológica mais utilizada”, ele afirma. Há ainda no mercado produtos como os atrativos alimentares. “Podem ser aplicados em faixas com mistura de inseticida. Atraem à mariposa e reduzem essa população. Consequentemente, previnem o surgimento de novas lagartas na lavoura. Atrativo alimentar resolve enquanto manejo complementar.”
Regiões de MT e perdas potenciais
Segundo Crosariol Netto, nesta época de março, até abril, já não há tanta chuva nas principais regiões produtoras, cenário que potencializa o surgimento de lagartas. O pesquisador acrescenta que observou a quebra da resistência do milho Viptera a lagartas, principalmente à Spodoptera, praticamente em todas as regiões produtoras do Mato Grosso: Vale do Araguaia, BR-163, em Primavera do Leste e na Serra da Petrovina.
“A resistência de lagartas à tecnologia Viptera é uma realidade”, enfatiza o pesquisador. Ele alerta ainda para o fato de a Spodoptera contar com potencial para ocasionar prejuízos significativos. “Trata-se de uma praga cujo dano na cultura do milho evolui muito rápido.” Conforme Crosariol Netto, em termos de produtividade, se o produtor perder a mão, não controlada a lagarta detém capacidade para pôr abaixo uma lavoura. “Traz de 80% a 100% em perdas.”
Ainda de acordo com Crosariol Netto, uma nova biotecnologia capaz de deter com eficácia às lagartas em algodão e milho deverá chegar ao mercado somente por volta de 2030. Enquanto isso, ele observa, o produtor deve aderir às medidas de manejo disponíveis, idealmente rotacionando inseticidas químicos e biológicos.
Sediado na mato-grossense Primavera do Leste, o IMA tornou-se um dos institutos de referência no agronegócio. A partir do estado, a entidade, sem fins lucrativos, atua nos principais pontos da fronteira agrícola e mantém os departamentos de Fitopatologia, Entomologia, Proteção de Plantas e Plantas Daninhas, Sementes e Sistemas de Produção.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado do boi: oferta restrita impulsiona preços e aumenta competição

O mercado pecuário brasileiro vive um momento de valorização, impulsionado por uma oferta restrita de animais para abate e uma forte demanda internacional que impacta diretamente a disponibilidade doméstica. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP apontam que essa combinação de fatores é a principal responsável pela alta nos preços do boi gordo no campo e da carne bovina em diversos elos da cadeia, tanto no atacado nacional quanto no mercado externo.
A escassez de animais para abate, intensificada pela pujante demanda de países importadores, tem resultado em um volume de carne bovina ofertado ao consumidor brasileiro aquém do esperado. Esse cenário, conforme o Cepea, desencadeou uma sequência de aumentos nos preços da carne com osso e dos cortes comercializados no atacado da Grande São Paulo desde a última semana de março.
Competição aumenta no mercado interno
O movimento de alta nos preços da carne de boi tem gerado um efeito colateral: a perda de competitividade frente a outras proteínas animais. Levantamentos do Cepea indicam que a carne suína, o frango e até mesmo a tilápia se tornam alternativas mais atrativas para o consumidor diante do encarecimento da carne bovina. Essa dinâmica acirra a disputa por espaço no prato do brasileiro e exige atenção dos pecuaristas e frigoríficos para estratégias de mercado.
Exportações em ritmo acelerado
No cenário internacional, o Brasil demonstra um desempenho robusto nas exportações de carne bovina in natura. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, revelam que o país embarcou, até a segunda semana de abril, uma média diária de 10,9 mil toneladas do produto. Esse volume representa um expressivo aumento de 15,6% em comparação com a média diária registrada em abril de 2024, evidenciando a forte demanda externa pela carne bovina brasileira.
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Desafios para o mercado do boi
O atual cenário do mercado pecuário brasileiro, marcado pela valorização e pela intensa movimentação no comércio internacional, exige um acompanhamento atento por parte dos agentes do setor. A restrição da oferta interna, combinada com a pressão da demanda externa, impõe desafios para a manutenção da competitividade da carne bovina no mercado doméstico. A capacidade do setor em equilibrar essas forças e em buscar alternativas para otimizar a produção e a oferta será crucial para definir os rumos do mercado nos próximos meses.
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Agricultura
Feijão – Tratamentos baseados em fungicida protetor com multissítio controlam doenças relevantes e elevam a produtividade

Divulgação
Com um amplo portfólio de tecnologias para a proteção do feijoeiro, a equipe técnica da Sipcam Nichino Brasil, em parceria com a Planeje Consultoria, realizou, recentemente, ensaios técnicos com objetivo de avaliar o controle das doenças antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola). A incidência de ambas pode levar ao feijão perdas de 70% a 100% de uma lavoura, conforme esclarece o engenheiro agrônomo Wellington Braz Alvarenga, da área de desenvolvimento de mercado.
A pesquisa, que comparou tratamentos à base do fungicida Fezan® Gold, da Sipcam Nichino, ao chamado tratamento padrão do produtor, ocorreu em uma área de feijão da cidade mineira de Guarda-Mor, situada em uma região referenciada na produção da cultura e com altos índices de produtividade.
Conforme Wellington Alvarenga, mesmo diante de quadros de alta severidade das doenças observados nos testes, o fungicida Fezan® Gold, associado a outros produtos do gênero da companhia, entre estes Vitene®, entregou média de produtividade 54,4 sacas por hectare, contra o máximo de 51,9 sacas por hectare do tratamento padrão.
Para o agrônomo, esse resultado veio atrelado a alguns fatores centrais, como a composição do fungicida Fezan® Gold, uma solução protetora com multissítio. “Fezan® Gold tornou-se o primeiro do mercado a conter na mesma formulação as propriedades sistêmica e protetora com ação multissítio”, reforça Alvarenga. Ele acrescenta ainda que o produto permanece um dos poucos do mercado disponíveis com essas características. “Por isso cresce entre as opções estratégicas do produtor de feijão no controle de doenças fúngicas.”
Segundo o agrônomo, o fungicida Vitene®, por sua composição, contribui decisivamente ao bom controle da antracnose e da mancha-angular do feijoeiro. “É sistêmico, seletivo à cultura e de longo efeito residual. Rapidamente absorvido pela planta do feijão, resiste a chuvas e possibilita aplicações preventivas ou nos primeiros sintomas das doenças.”
“Vitene® ‘encaixou bem’ na estratégia de controle da antracnose e da mancha-angular do feijoeiro ao ter sua aplicação alternada aos outros fungicidas, como Fezan® Gold, com ingredientes ativos diferentes, continua Alvarenga. “O manejo de resistência dos fungos aos fungicidas constitui uma estratégia de sucesso do produtor frente a essas doenças do feijoeiro.”
A Sipcam Nichino descreve Vitene® como um fungicida multicultura, sistêmico, do grupo das estrobilurinas e dos triazois. “Aplicado corretamente, a solução penetra e é redistribuída nas folhas do feijoeiro”, ressalta Wellington. “Tem ainda entre os benefícios a seletividade associada aos ingredientes ativos azoxistrobina e difenoconazol”, ele conclui.
Criada em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Cultivo de batata-doce e grão-de-bico no espaço?

Foto: Blue Origin – Divulgação
O voo suborbital da Blue Origin, realizado em 14 de abril, contou com uma tripulação exclusivamente feminina e levou plantas de batata-doce das cultivares Beauregard e Covington, além de sementes do grão-de-bico BRS Aleppo, desenvolvido pela Embrapa.
Essas espécies são estudadas pela Rede Space Farming Brazil, uma parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB), para investigar a produção de alimentos em ambientes espaciais.
A inclusão de material brasileiro foi viabilizada pelo professor Rafael Loureiro, da Winston-Salem State University. Os experimentos serão conduzidos pela astronauta Aisha Bowe, ex-cientista da Nasa, em colaboração com a Odyssey. As espécies foram escolhidas por sua adaptabilidade, resiliência e benefícios nutricionais.
A batata-doce se destaca como fonte de carboidratos e antioxidantes, enquanto o grão-de-bico é reconhecido pelo alto teor de proteínas e capacidade de adaptação.
Os pesquisadores esperam desenvolver plantas mais produtivas e adaptáveis às condições do espaço, utilizando técnicas como radiação gama para gerar variabilidade genética. Esses estudos também devem acelerar o melhoramento genético para agricultura na Terra, especialmente diante das mudanças climáticas.
A Rede Space Farming Brazil, formada por 56 pesquisadores de 22 instituições, busca soluções inovadoras para produção de alimentos em condições extremas.
O experimento com as sementes e mudas expostas à microgravidade durante o voo da Blue Origin visa contribuir tanto para a agricultura espacial quanto para avanços tecnológicos aplicáveis na agricultura terrestre. Além disso, espera-se que os chamados “spin-offs” gerem tecnologias modernas, como cultivares tolerantes à seca e sistemas de irrigação inteligente.
(Com Embrapa)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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