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Agroquímicos Botanicidas de alta potência abrem nova categoria no mercado de defensivos agrícolas
Empresa brasileira desenvolve tecnologia baseada em triterpenos, ativos de matriz botânica potencializados para criar inseticida, fungicida, nematicida e fertilizantes de alto desempenho, com impacto positivo no solo e meio ambiente. Meta é movimentar R$ 400 milhões em vendas, nas principais culturas, e inaugurar uma nova era para os insumos para proteção de cultivos – Divulgação
Com ações orientadas para a inovação e investimentos em tecnologia e pesquisa & desenvolvimento, a Openeem, empresa 100% brasileira, entrou oficialmente no mercado de agroquímicos este ano (safra 2023-24), ao lançar a primeira linha de produtos ‘botanicidas’ do país.
Detentora de uma trajetória que teve início em 2016, a empresa, bem-sucedida em suas formulações e nos testes em campo, obteve no ano passado registros dos órgãos competentes para seus produtos inovadores.
Trata-se de um portfólio de defensivos agrícolas de matriz botânica, os chamados Triterpenos Bioativados®. A empresa está agora ampliando o alcance e priorizando o sistema de distribuição, que já chegou a mais de 80 pontos da fronteira agrícola.
Conforme a CEO e cofundadora da Openeem, Gabriela Lindemann, dona de sólida carreira executiva dentro e fora do Brasil, a empresa alçou o voo de estreia focada, inicialmente, nas culturas de soja e milho. Sua primeira plataforma de defensivos botanicidas é formada por inseticida (Valente®), nematicida (Brutus®), fungicida (Bravo®), adjuvante (Galo®) e fertilizante (Ânima®).
Nos próximos meses, ressalta a CEO, a Openeem lança o condicionador de solo Gênese® e o herbicida Sagaz®, além de um produto potente para tratamento de sementes. A empresa aguarda, ainda, a concessão de registros para expandir aplicações de seus produtos a culturas como cana-de-açúcar, café, citrus e algodão. Segundo Lindemann, a meta inicial é a de chegar ao faturamento de R$ 400 milhões até 2030.
“Tivemos em 2023-24 uma das mais desafiadoras safras da história do agro”, afirma Gabriela, “mas temos muito a celebrar em relação à movimentação e ao desempenho agronômico dos produtos botanicidas da Openeem”, ela diz. “Consolidamos um modelo de distribuição e conquistamos clientes importantes, entre revendas, cooperativas, sementeiras e grandes grupos do agronegócio.”
Pragas, sementes e ‘triterpenos’
O engenheiro agrônomo Evandro Keller, diretor de pesquisa & desenvolvimento da empresa, lembra que antes de serem lançados, os botanicidas da Openeem foram alvos de ensaios conduzidos por cerca de 40 consultorias e institutos de pesquisas, aplicados em 320 áreas cultivadas, ante investimento próximo a R$ 4,5 milhões em protocolos de campo. Desde 2016, o valor investido pela empresa no negócio soma R$ 50 milhões.
Na safra 2023-24, prossegue o agrônomo, Openeem Valente®, o inseticida multissítio de amplo espectro do novo grupo químico de triterpenos bioativados, foi o carro chefe dos negócios da empresa, principalmente em virtude da forte pressão de pragas de alta complexidade, entre estas a mosca-branca na soja e a cigarrinha-do-milho, além de lagartas como a Helicoverpa.
O mesmo produto, salienta Keller, atraiu players da área de produção de sementes. “O inseticida-botanicida incrementou o vigor e a viabilidade de sementes de soja na faixa de 3% a 5%, um dado altamente representativo”, diz. “Um dos nossos clientes do segmento utilizará Valente® em aproximadamente 15 mil hectares na safra 2024-25, pois obteve, no ciclo atual, ganhos de três a cinco sacas por hectare”, comemora o agrônomo.
Segundo Keller, a demanda por esse produto tende a aumentar, ainda, devido ao modo de ação das moléculas de ‘triterpenos bioativados’, não exposto, por exemplo, a riscos de desenvolvimento de resistência de pragas. “Valente® age rápido e apresenta residual prolongado”, explica ele. Aplicado sobre o percevejo-da-soja, conta Keller, o inseticida-botanicida da Openeem transferiu 33% a mais de controle e elevou a qualidade de grãos da oleaginosa em 43,5%, comparado aos chamados tratamentos-padrão do produtor.
Os triterpenos bioativados, base da linha de agroquímicos de matriz botânica da Openeem, provêm de mais de 300 compostos extraídos de uma floresta própria e sustentável de árvores do Neem. Localizada no estado do Pará, a Floresta Openeem constitui um centro gravitacional para diversos projetos de apoio e desenvolvimento às comunidades locais, um dos principais pilares de atuação da empresa, unindo conceitos de sustentabilidade, regeneração e impacto social.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Substâncias da folha da fruta-do-conde têm potencial analgésico, revela estudo
Reprodução
Pesquisadores identificaram nas folhas da Annona squamosa, árvore conhecida popularmente no Brasil como fruta-do-conde ou pinha, substâncias com ação analgésica, anti-inflamatória, anti-hiperalgésica (combate à dor persistente) e antiartrítica. Resultados da investigação, apoiada pela Fapesp e foram divulgados na revista Pharmaceuticals.
O trabalho envolveu cientistas das universidades Federal da Grande Dourados (UFGD), Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp). O grupo avaliou o extrato metanólico da planta (o metanol é usado como solvente e depois removido por evaporação, obtendo-se um extrato seco) e uma substância isolada denominada palmatina.
Como explicam os autores, a Annona squamosa já é usada em diversos países com fins medicinais e é empregada na medicina popular para tratar dor e artrite. Foram observadas diversas propriedades farmacológicas, por exemplo, gastroprotetora, antibacteriana, antiviral e anti-inflamatória.
Representa uma possível opção aos principais tratamentos farmacológicos para dor, os analgésicos opioides e os anti-inflamatórios não esteroides, cujo uso prolongado pode causar vários efeitos colaterais, como dependência, úlceras e eventos trombóticos cardiovasculares.
Também pode ser alternativa aos principais medicamentos contra inflamação, como os análogos dos glicocorticoides e os anti-inflamatórios não esteroides, que em tratamentos crônicos podem levar à insuficiência adrenal e resistência à insulina, entre outros problemas.
“Em vista disso, o objetivo do estudo foi investigar o potencial analgésico, antiartrítico e anti-inflamatório do extrato metanólico e da palmatina, obtidos a partir da Annona squamosa”, conta Marcos José Salvador, professor titular do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp e coautor da pesquisa.
Para isso, as folhas da planta passaram por um processo de secagem e foram transformadas em pó. Então, extraíram-se as substâncias que seriam analisadas.
Potencial analgésico e anti-inflamatório
O extrato metanólico e o alcaloide palmatina foram administrados oralmente em camundongos, sendo estudados em diferentes modelos experimentais, incluindo pleurisia (inflamação das pleuras, membranas que revestem os pulmões e a parede torácica) induzida por uma substância chamada carragenina; inflamação articular induzida por zimosana; e hiperalgesia mecânica (sensibilidade elevada a estímulos dolosos) induzida por TNF (fator de necrose tumoral, proteína sinalizadora produzida por células de defesa e que desempenha papel crucial na regulação da resposta imune).
“Os resultados mostraram que o extrato metanólico e a palmatina extraídos da A. squamosa têm potencial analgésico e anti-inflamatório. A palmatina tem ainda propriedades anti-hiperalgésicas, que podem envolver a inibição da via mediada pelo fator de necrose tumoral”, explica Salvador.
“Concluímos também que a palmatina pode ser um dos constituintes responsáveis pelas propriedades antiartríticas da planta.”
As conclusões obtidas na análise são muito relevantes e ajudam a comprovar os efeitos terapêuticos das amostras analisadas e a elucidar seus mecanismos de ação, que ainda não foram totalmente esclarecidos. Entretanto, novos estudos precisam ser feitos antes que possam ser utilizados na prática para o tratamento de doenças.
“Mais estudos são necessários para avaliar se, em outras formulações, seriam alterados os efeitos e as propriedades farmacocinéticas da palmatina”, afirma o pesquisador, ressaltando também ser necessárias novas pesquisas para avaliar a toxicidade dos compostos e as doses necessárias para obter o efeito terapêutico para uso clínico.
O artigo Analgesic and Anti-Arthritic Potential of Methanolic Extract and Palmatine Obtained from Annona squamosa Leaves pode ser lido em: www.mdpi.com/1424-8247/17/10/1331.
Fonte: Thais Szegö | Agência Fapesp
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Investimento em máquinas autônomas gera ganho de até 30% na produtividade
Foto: Jacto
A Jacto, uma das maiores fabricantes de pulverizadores agrícolas do país, está impulsionando a produtividade nos pomares brasileiros com o investimento em autonomia. Os pulverizadores da empresa, da linha JAV, contam com a tecnologia de posicionamento da divisão Autonomy & Positioning da Hexagon e já proporcionaram um aumento de 30% na produtividade das operações de pulverização na produção de laranja.
Os pulverizadores têm um grau avançado de autonomia, ou seja, não necessitam de um operador em cada máquina. “Eles são controlados à distância por meio de um tablet. O operador faz o planejamento da operação, demarca a área onde ele vai trabalhar e só supervisiona o funcionamento”, afirma Sérgio Sartori Júnior, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Jacto.
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A implementação de tecnologia e os resultados colhidos são um marco importante para o cenário agrícola brasileiro, já que o desenvolvimento de máquinas autônomas ainda está dando seus primeiros passos, devido à sua complexidade e questões de segurança atreladas ao processo. “Equipamentos autônomos precisam ser capazes de transitar com o maior nível de precisão possível, para que eles possam ser controlados à distância e desempenhar suas funções com segurança. Por isso, a tecnologia de posicionamento é tão relevante para o desenvolvimento da autonomia no campo”, afirma Bernardo de Castro, VP de Estratégia Agrícola da divisão de Autonomy & Positioning da Hexagon.
Bernardo também pontua que o aumento da produtividade de pomares no Brasil tem o potencial de alavancar ainda mais a produção e a importância do país como exportador do produto no mundo. O Brasil cultiva anualmente mais de 16 milhões de toneladas de laranjas em uma área estimada de 500 mil hectares de pomares, de acordo com o relatório de 2023 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre o mercado mundial e comércio.
Segundo Sérgio, da Jacto, trabalhar com autonomia é uma decisão estratégica para o produtor rural que procura suprir a carência de mão de obra e aumentar a eficiência. “A máquina trabalha ininterruptamente. A partir daí, é só ajustar turnos de trabalho para os operadores a distância, que ficam no campo para lidar com eventualidades, mas têm um trabalho mais saudável e complexo.”
Carência de mão de obra e oportunidade profissional
A introdução crescente de tecnologia no campo visa, além do aumento da produtividade, suprir uma carência intrínseca de mão de obra qualificada para a produção rural. Entre os censos agropecuários do IBGE de 1996 e 2017, houve queda de 1,4 milhão de pessoas ocupadas na agricultura brasileira, consolidando, dessa forma, uma permanente redução na demanda de força de trabalho agrícola desde 1985, quando 23,4 milhões de pessoas estavam ocupadas nos estabelecimentos agropecuários.
Sérgio comenta que as novas gerações estão mais interessadas em priorizar a formação acadêmica, e buscar novas oportunidades de carreira. Por isso, identifica a introdução de tecnologias avançadas no agronegócio como um ponto positivo para atrair a atenção de jovens para o setor.
“Ocupar uma posição de supervisor de máquinas autônomas é uma carreira menos penosa, e mais complexa, além de melhor remunerada. Aliando a tecnologia, estamos transformando a fazenda em um negócio comercial com demanda de gestão profissional que pode ser interessante para as novas gerações”, aponta Sérgio.
Parceria no desenvolvimento de autonomia
A parceria das duas empresas começou há oito anos, quando a Jacto buscava aumentar seu portfólio de tecnologias de posicionamento com qualidade de precisão dos fabricantes internacionais. “A usabilidade era um fator muito importante para os nossos critérios de escolha, além da possibilidade de customização do produto, que sai de fábrica com a nossa marca”, diz Sérgio. “Hoje, todas as nossas máquinas saem equipadas com a solução de posicionamento da NovAtel (marca da Hexagon), seja a antena SMART7, nas máquinas Uniport e JAV, seja a antena SMART2 nas demais. Desde o início da parceria, a Hexagon nos apoiou nos desafios de desenvolvimento de novos produtos.”
Recentemente, dada a necessidade de aumentar ainda mais a precisão dos equipamentos autônomos na lavoura, além de identificar seu direcionamento em velocidades reduzidas – ou mesmo com eles parados –, a Jacto tem observado bons resultados com a solução proposta pela Hexagon de combinar duas antenas, que fornecem redundância de sinal GNSS para aumentar a precisão de posicionamento na lavoura. São as antenas SMART7, que funciona como um receptor primário de sinais multi-constelação e multifrequência GNSS; e a SMART2, solução de entrada da Hexagon que oferece benefícios como rastreamento em dupla frequência e compensação de terreno. “Estávamos usando uma solução composta que utilizava dados de uma unidade inercial combinados com dados do receptor GNSS para desempenhar essa função, mas a performance da máquina com as duas antenas tem se mostrado superior”, comenta Sérgio.
Correção de sinal
A tecnologia de recepção GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite) é essencial para fornecer a orientação correta para os equipamentos agrícolas, mas funciona melhor quando não atua sozinha. Quando combinada com uma solução de correção de sinal, minimiza os erros de posicionamento durante os processos na lavoura, e assegura a precisão e a consistência das operações.
Pensando nisso, a Jacto também oferece para o produtor o TerraStar. A tecnologia de correção de sinal também fornecida pela Hexagon, combinada ao sinal GNSS, reduz a margem de erro de até 50 para 2 centímetros. “Oferecemos o serviço como opção, porque não são todos os clientes que entendem essa necessidade de início. Mas, em geral, uma vez que experimentam, não voltam atrás, porque percebem claramente os benefícios”, Sérgio conclui.
Sirlei Benetti/Sou Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Entidades contestam números da Conab sobre a safra de arroz
Crédito – Paulo Rossi / Divulgação
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) emitiram nota conjunta contestando os números da safra de arroz divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No comunicado, as entidades externaram sua profunda preocupação com a “nova rodada de desinformação quanto aos dados de área, produtividade e produção de arroz” que estão sendo divulgados pela autarquia.
Conforme a nota, as entidades lembram que no ano passado o governo brasileiro estava disposto a “desperdiçar R$ 7,2 bilhões para compra de arroz importado”, com o intuito de ser vendido com preço tabelado e abaixo do custo de produção, sob a alegação que faltaria arroz para o consumidor interno. “Dissemos, de maneira clara, que não faltaria arroz e não faltou, em nenhum supermercado do Brasil, nenhum dia e nem por um minuto, apesar do pânico causado na população pelo próprio governo”, observou o comunicado.
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As entidades reforçam que o governo divulgou através da Conab dados “equivocados sobre a produção de arroz”, superestimando a produção com o intuito claro de intervir nos preços do cereal, o que pode causar mais problemas para produtores, indústrias, varejistas e, principalmente, consumidores. “Informamos que, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), órgão que, diferentemente da Conab, realiza levantamentos de campo e o faz por várias décadas, a área plantada efetivamente cresceu em relação à 2024, mas 2,69% e não 9,7% como erroneamente está sendo informado pela Conab. Embora pareça pouco, esse erro pode custar bilhões de Reais ao país”, destacam.
No comunicado, Federarroz e Farsul tranquilizam a sociedade e dizem que, como de costume, será produzido bem mais do que os brasileiros consomem, o que nos obrigará a exportar excedentes, não havendo nenhum risco de desabastecimento. “Por fim, nos preocupam os retrocessos que temos presenciado com o sistema de informação oficial do governo federal. Mais diretores estão saindo do IBGE por não compactuarem com a nova política daquele instituto para a forma de produção e divulgação dos dados, enquanto a Conab continua informando dados que se alinham aos interesses ideológicos, mas que divergem da realidade observada”, conclui a nota.
Com Federarroz
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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