Agricultura
Irrigação Localizada Potencializa Cultivo de Mirtilo no Sertão Nordestino

Reprodução
O sertão nordestino, caracterizado por seu clima semiárido, enfrenta longos períodos de seca e possui rios temporários, com exceção do Rio São Francisco. Nessas condições, o cultivo de frutas de clima temperado e tropical seria inviável sem o uso de tecnologias avançadas. No entanto, a combinação de melhoramento genético e irrigação localizada permitiu o estabelecimento de culturas como a uva e, mais recentemente, o mirtilo (blueberry).
Variedade Resistente e Benefícios Nutricionais
Uma variedade de mirtilo resistente ao calor, denominada Biloxi, foi desenvolvida pela Universidade da Flórida e está ganhando espaço no Nordeste brasileiro. Este fruto atende às demandas do mercado de alimentos saudáveis, oferecendo sabor, valor nutritivo, praticidade de consumo e menor quantidade de resíduos. Nutricionistas destacam que o mirtilo é rico em vitaminas A e C, potássio e magnésio, além de possuir alta concentração de antocianina, flavonoides e compostos fenólicos, que ajudam na prevenção de doenças. Com baixo teor de gordura, uma porção de 100g contém apenas 32 kcal.
Necessidades Hídricas e Soluções Tecnológicas
De acordo com a Embrapa, o mirtilo necessita de 50 mm de água por semana durante o período de desenvolvimento da fruta. No sertão, onde a evapotranspiração ultrapassa 6 mm por dia nos meses mais quentes, como outubro e novembro, a irrigação localizada é crucial. Utilizando emissores tipo botão gotejador com tecnologia CNL (antidrenante), a água e os fertilizantes são aplicados diretamente na zona radicular das plantas cultivadas em sacos, evitando desperdício após o desligamento do sistema. Para cultivos diretos no solo, gotejadores integrais (tipo pastilha) também atendem às necessidades hídricas, nutricionais e de aplicação de biológicos.
Manejo e Tecnologia Avançada
A colheita do mirtilo pode durar até seis meses, e o arbusto possui uma vida útil de 12 a 15 anos, tornando essencial o manejo adequado da irrigação e fertirrigação para manter a produtividade. Tecnologias como tesiometria e sondas volumétricas para cultivos no solo, além do sensor SM 150T para cultivos em sacos, medem a umidade do solo e indicam a necessidade de irrigação. Aliados a estações meteorológicas, esses equipamentos permitem um manejo mais preciso, ajustando a quantidade de água conforme a fase fenológica da planta (floração, frutificação).
Eficiência e Rentabilidade
Esses sistemas de irrigação podem ser conectados a unidades de gerenciamento remoto, que registram as informações em tempo real na nuvem, permitindo ao produtor acessar os dados de qualquer lugar e a qualquer momento. Esse nível de precisão resulta em frutas de excelente qualidade para o consumidor e maior rentabilidade para o agricultor.
Com a aplicação dessas tecnologias, o sertão nordestino está se transformando em uma região produtiva, capaz de cultivar com sucesso frutas como o mirtilo, adaptando-se às suas condições climáticas desafiadoras.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Governo lança programa para barrar praga que ameaça pomares de laranja

Fabiana Assis/G1
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou uma nova portaria criando o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Huanglongbing (PNCHLB), uma das doenças mais graves que atingem pomares de laranja, limão e outros cítricos no Brasil. A medida foi oficializada nesta segunda-feira (07.07) no Diário Oficial da União (DOU).
Também conhecida como greening dos citros, a doença é causada por bactérias transmitidas por um inseto vetor (o psilídeo Diaphorina citri) e pode devastar plantações inteiras, reduzindo drasticamente a produção de frutas.
A portaria estabelece regras para prevenir, monitorar e controlar a doença em todo o país, com obrigações tanto para produtores rurais quanto para órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal.
Áreas livres e áreas contaminadas
Cada Estado brasileiro passará a ser classificado como livre ou com ocorrência do HLB. Para manter o status de livre, o estado deve fazer inspeções anuais em pomares e viveiros, controlar a entrada de mudas e monitorar o inseto vetor. Se a doença for detectada, o governo estadual deve avisar imediatamente o Ministério da Agricultura e tomar medidas de contenção.
Plantas doentes devem ser eliminadas Nos Estados onde o greening já está presente, os produtores são obrigados a vistoriar os pomares a cada três meses e eliminar, às suas custas, todas as plantas com sintomas da doença — sem direito a indenização. Também precisam controlar o inseto transmissor para evitar que a praga se espalhe.
Para quem produz mudas de citros, a nova regra exige que toda a produção seja feita em ambiente protegido por telas especiais que impedem a entrada do inseto vetor.
Trânsito controlado
O transporte de frutas frescas entre estados também passa a ter regras mais rígidas. Por exemplo: frutos vindos de áreas contaminadas só poderão circular sem folhas e galhos e devem ter documentação sanitária comprovando o cumprimento das exigências.
Os órgãos estaduais de defesa agropecuária são responsáveis por fiscalizar os produtores e viveiros. O não cumprimento das regras pode gerar multas e outras punições previstas na legislação de defesa sanitária vegetal.
Lucione Nazareth/VGNAgro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mapeamento da vegetação de MT leva à descoberta de planta inédita

Reprodução
A descrição científica da Tibouchina triprovincialis como nova espécie da flora brasileira marca não apenas um avanço para a botânica nacional, mas também destaca os primeiros resultados concretos do Mapeamento da Vegetação de Mato Grosso — um trabalho iniciado há mais de 15 anos e ainda em fase de homologação.
A planta foi identificada a partir de uma amostra coletada durante expedição técnica à Estação Ecológica do Rio Roosevelt, unidade de conservação estadual. A coleta integrou os esforços para elaboração do Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso, realizado por meio de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio do Programa REM MT.
Pertencente à família Melastomataceae, a Tibouchina triprovincialis ocorre no bioma Amazônico, com registros apenas nos estados de Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. A coleta no território mato-grossense foi realizada pelos técnicos Juraci de Ozeda Ala Filho, Lisandro de Souza Peixoto Neto e Sebastião Souza Silva.
O trabalho contou com apoio técnico do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus Tangará da Serra. O Programa REM MT também financiou a iniciativa, garantindo contratação de profissionais, aquisição de equipamentos e apoio logístico às expedições.
A nova espécie é um arbusto de pequeno porte, com 20 a 80 centímetros de altura, folhas minúsculas recobertas por escamas, inflorescências compactas e flores com características únicas. Seu habitat são áreas campestres alagadas sazonalmente — conhecidas como campinaranas — no coração da Amazônia.
Mapeamento inédito e estratégico para a conservação
O Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso, atualmente em fase final de homologação pelo IBGE, representa um marco no conhecimento sobre a vegetação nativa do estado. Segundo Juraci de Ozeda Ala Filho, geólogo e técnico da SEPLAG, “Mato Grosso carecia desse levantamento. Até hoje, as decisões sobre supressão vegetal se baseavam no RADAM, produzido na década de 1970”.
Desde o início do projeto, em 2008, foram realizadas expedições por todo o território estadual, com amostragens e análises da vegetação, além da identificação de espécies arbóreas e arbustivas. A previsão é de que o trabalho seja finalizado em 2025, com a publicação e disponibilização oficial do mapa.
O levantamento servirá como ferramenta essencial para o combate ao desmatamento ilegal, definição de áreas de reserva legal, planos de manejo em unidades de conservação e estratégias de preservação da biodiversidade. A descoberta da Tibouchina triprovincialis é apenas um exemplo do potencial científico revelado por esse esforço de mapeamento.
Redação/VGN
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Produtores de soja são autuados por descumprir vazio sanitário em MT

Indea
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) realizou 2.061 fiscalizações entre 8 de junho e 6 de julho, durante o primeiro mês do período do vazio sanitário da soja — intervalo em que o cultivo e a presença de plantas vivas de soja estão proibidos por 90 dias. A medida, que visa conter a ferrugem asiática nas lavouras, segue até 6 de setembro.
Durante as ações, a Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) aplicou 12 autos de infração, totalizando 1.643 Unidades de Padrão Fiscal (UPFs) em multas. Todos os produtores autuados descumpriram a obrigação de eliminar plantas vivas de soja em suas propriedades.
Segundo o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele, a presença de soja durante o vazio sanitário favorece a sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática. A doença antecipa o amarelecimento das folhas e sua queda, o que afeta diretamente a formação dos grãos e pode comprometer a produtividade da safra seguinte.
Ainda em junho, o Indea coletou 60 amostras de folhas de soja em diferentes regiões do estado. Dessas, 22 apresentaram resultado positivo para ferrugem asiática, conforme análise feita pelo Núcleo Laboratorial de Sanidade Vegetal (NLSV), em Cuiabá.
Na safra 2024/2025, Mato Grosso contabilizou 16.299 unidades de produção de soja, que somam cerca de 11,3 milhões de hectares
Redação/VGN
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-
Mato Grosso6 dias atrás
Prefeito de Porto Velho cria nova agência com Orçamento de R$ 5,7 milhões
-
Agronegócio6 dias atrás
MT se consolida como potência global na venda de carne bovina, com 3% das exportações mundiais da proteína
-
Mato Grosso6 dias atrás
Prefeitura fortalece agricultura familiar com apoio direto aos produtores rurais
-
Agronegócio6 dias atrás
Preço da arroba do boi gordo segue movimento de baixa; confira cotações
-
Agronegócio6 dias atrás
Cacau de MT terá campo experimental de irrigação
-
Agronegócio6 dias atrás
Diversificação de culturas e práticas sustentáveis marcam Vitrine Tecnológica da Expoagro
-
Mato Grosso6 dias atrás
Estudante da Rede Pública de Ensino de Rondônia conquista nota 960 na redação do Enem 2024
-
Mato Grosso7 dias atrás
MT Iluminado já instalou mais de 330 mil luminárias de LED em todo o Estado