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Agricultura

Baixos preços do milho desestimulam os produtores a vender

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Foto: Agrolink

 

Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), a colheita da segunda safra de milho deste ano alcançou 74% da área no Centro-Sul brasileiro até o dia 11 de julho, conforme dados da AgRural. No Paraná, de acordo com o Deral, 67% das lavouras da safrinha já foram colhidas. Das áreas restantes, 43% estão em boas condições, 36% em situação média e 21% em condições ruins.

No Mato Grosso do Sul, a Famasul informou que a colheita atingiu 40,4% da área total no início da semana, um avanço em relação ao ano anterior. Das lavouras a serem colhidas, 39,8% estão em boa situação, 25,8% em condições regulares e 34,4% em situação ruim. O estado espera uma colheita final da safrinha de 11,4 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 19,2% em relação a 2023.

No cenário de exportações, a Secex informou que, nos primeiros 10 dias úteis de julho, o Brasil exportou 848.856 toneladas de milho, com a média diária ficando 57,9% abaixo da média de julho do ano passado. Apesar disso, a Anec aumentou a previsão de exportação de milho para julho para 4,5 milhões de toneladas.

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Nos primeiros seis meses de 2024, o Brasil exportou 8,3 milhões de toneladas de milho, uma redução de 28% em comparação com os 11,7 milhões exportados no mesmo período do ano passado. Contrariando o relatório do USDA, a Anec prevê que o Brasil exportará cerca de 40 milhões de toneladas de milho em 2024, contra 56 milhões no ano anterior, com expectativa de aumento nos volumes exportados no segundo semestre.

Em termos de comercialização, até o início de julho, apenas 36,1% da segunda safra havia sido negociada, em comparação com 40,2% na safra passada e 59% na média dos últimos três anos, segundo a StoneX. Os baixos preços do milho estão desestimulando os produtores a vender. Apenas uma desvalorização mais acentuada do Real poderia levar a um aumento na comercialização do cereal, pois isso tende a melhorar o preço de exportação do produto.

AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

MT Clima e Mercado encerra a segunda semana de viagens, percorrendo mais de 2 mil km nas regiões sul e leste do estado

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Foto: Leandro Andrade – Aprosoja MT

 

Na terceira temporada da série Mato Grosso Clima e Mercado, a equipe da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) percorreu mais de 2 mil quilômetros nas regiões sul e leste do estado, visitando oito cidades e propriedades rurais. Foram realizadas 12 entrevistas com produtores e delegados, que compartilharam suas experiências.

A primeira cidade visitada foi Campo Verde, onde o produtor André Pezzini explicou que o atraso das chuvas em outubro fez com que alguns produtores deixassem talhões sem plantar, adiando o cultivo para a próxima safra. “As operações tiveram que ser feitas de forma mais rápida, desde a aplicação de pré-emergentes, dessecação e a própria semeadura. Tiveram que ser feitas praticamente em tempo recorde”, contou ele.Ele mencionou que, ao plantar a soja mais tarde, o milho safrinha também será plantado mais tarde, o que pode afetar a próxima safra. Por isso, é crucial encerrar a safra atual corretamente, com atenção aos prazos.

Deniz Krampe, produtor e delegado de Alto Garças, explicou que a região enfrentou atraso nas chuvas e uma estiagem severa, o que gerou preocupação entre os produtores. “Na verdade, aqui a gente teve praticamente seis meses de seca. Ela secou muito, até as pastagens”.

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Conforme o delegado e produtor de Itiquira, William Rietjens, alguns produtores tiveram uma semana de atraso no plantio, enquanto outros enfrentaram 15 a 20 dias de atraso devido à estiagem e chuvas localizadas. “Os que tiveram 15 dias de atraso provavelmente terão mais problemas na condução da lavoura. Pragas e o momento de fazer o milho vão atrasar demais”, detalhou.

Em Juscimeira, o produtor Lucas Pasqualotto contou que a falta de chuva esperada em setembro atrasou o plantio para outubro, o que pode afetar a safrinha do milho. “O problema está sendo o milho safrinha, que teve a janela encurtada. Aqui na propriedade, tivemos uma redução de 30% na produção de milho safrinha”, apontou Pasqualotto.

No município de Primavera do Leste, o produtor Caio Cesar Anton destacou que a preocupação é com a safrinha de milho, pois o atraso no plantio representa um risco devido à diminuição do período de chuvas. “Com esse atraso, acaba se tornando um risco para a gente, pois nosso período de chuvas vai diminuindo e as portas vão se fechando”, acrescentou Caio Cesar.

Delegado e produtor em Paranatinga, Jean Marcell Benetti, explica que o atraso nas chuvas prejudicou o plantio da soja, afetando a janela para o milho. “Esse atraso vai dificultar ainda mais a safrinha de milho aqui. Muitos produtores já desistiram de plantar milho safrinha no ano passado, e eu sou um deles. Este ano, já estamos quase desistindo de novo e muitos estão buscando culturas alternativas, como o gergelim, que tem se destacado bem no Vale do Araguaia”, acrescentou Benetti.

Em Gaúcha do Norte, Valdomiro Schulz explicou que será necessário terminar o plantio da safrinha de milho até o meio de fevereiro, o que encurtou a janela de plantio. Ele também destacou que a logística será um problema em 2025.

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“Como o plantio começou mais tarde, as operações serão aceleradas para garantir a safrinha. A colheita vai acontecer no mesmo período e isso causará fila nos armazéns, porque temos apenas duas empresas que compram o nosso grão”, disse Schulz.

Em Nova Xavantina, delegado coordenador e produtor da cidade, Bruno Tolotti, destacou que o atraso no plantio afetará a cultura da segunda safra, como já ocorre com outros produtores. “Alguns agricultores na região e no município precisaram replantar parte ou grande parte de suas áreas, e aí o prejuízo é grande, pois o custo da soja está muito elevado. Com o replantio, a situação se torna ainda mais complicada”, concluiu ele.

A série Mato Grosso Clima e Mercado continuará a percorrer o estado, a partir do dia 9 de dezembro para a terceira semana da terceira edição, percorrendo as regiões leste e oeste do estado, a fim de entender as realidades e dificuldades enfrentadas pelos produtores.

Leiagora

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Finalistas do prêmio ‘CNA Brasil Artesanal de Mel’ participam de congresso

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Foto: créditos CNA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Sebrae por meio do programa Juntos Pelo Agro, marca presença no XXIV Congresso Brasileiro de Apicultura e Meliponicultura (Conbrapi).Realizado de 27 a 30 de novembro, em Aparecida (SP), a confederação contou com a participação de seis produtores rurais finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024.

Os finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024 têm a oportunidade de expor e comercializar seus produtos na Feira de Negócios do XXIV Congresso Brasileiro de Apicultura e Meliponicultura (Conbrapi), que reúne especialistas, apicultores, meliponicultores e empresas do setor, além de oferecer workshops, palestras e exposições.

Para Kalinka Koza, assessora técnica da CNA, o evento é uma plataforma única para troca de conhecimentos e fortalecimento da cadeia produtiva do mel no Brasil. Ela destaca que a participação dos produtores vai além da comercialização, proporcionando contato com inovações do setor.

Na categoria mel claro, os finalistas são Nivaldo Alves da Silva (Apiário Sul de Minas), Verno Luis Luneburger (Apiário Três Coqueiros) e Joaquim Ribeiro de Oliveira (ApisBC). Iara da Silva Marinho, do ApisBC, enfatiza a importância da visibilidade adquirida por pequenos produtores no evento.

Nivaldo Alves da Silva, do Apiário Sul de Minas, observa que o prêmio aumentou a visibilidade de seus produtos e ajudou a fortalecer sua marca. Ele destaca que o Congresso oferece uma oportunidade valiosa para estreitar relações com apicultores de todo o Brasil e impulsionar o negócio.

Na categoria mel escuro, os finalistas incluem Validinei da Conceição (Associação dos Apicultores da Agricultura Familiar de Corumbá Florada Pantaneira), Thiago Tineli (Apicultura Tineli) e Jaime Venturin (Apicultura Venturin). Caroline Maciel da Costa, representante da Apicultura Venturin, afirma que eventos como o Conbrapi são essenciais para divulgar o mel de Melato de Bracatinga e ampliar os negócios. “As palestras científicas e as oportunidades de networking são essenciais para nosso desenvolvimento”, destaca.

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A participação dos produtores no Conbrapi é viabilizada pelo programa Juntos Pelo Agro, que apoia o desenvolvimento do setor rural e fortalece o ambiente de negócios do agronegócio brasileiro. A iniciativa tem sido fundamental para conectar os produtores a novos mercados e divulgar seus produtos em todo o Brasil e no exterior.

O Prêmio CNA Brasil Artesanal visa valorizar os pequenos e médios produtores rurais e reconhecer a qualidade e tradição em suas produções. Desde 2019, o concurso tem promovido diversas categorias de alimentos artesanais, como chocolates, queijos, cachaças, salames, mel e outros produtos, com o objetivo de impulsionar a profissionalização e agregar valor à produção rural.

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Agricultura

Pescadores artesanais pedem apoio para enfrentar crises climáticas e desigualdades

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Foto: Pescadores/Agência Brasil

Foi a avó que ensinou Rita de Cássia da Silva a pescar, aos 7 anos de idade. No cenário paradisíaco da Praia de Macau, no Rio Grande do Norte, aprender o ofício dos mais velhos significa a transmissão de um saber ancestral, mas também uma “necessidade”. “A gente era muito pobre. Ela não tinha como me deixar sozinha”, lembra. 

Embora o mar a encante e seja um saber passado pelas gerações, não há motivo para romantizar a atividade. Tanto que também foi a fome que fez o marido de Rita ir para o mar em uma noite de lua cheia, no ano de 1993, para tentar o sustento da família. Ele não sabia que era uma área de empresários que mantinham viveiros de camarões.

“Meu marido tomou um tiro do vigia da empresa e depois faleceu”. Ele não queria roubar nada de ninguém. Mas o sangue e a dor nas águas mostraram para a família que o mar não era deles, como sonharam. 

Grito da pesca artesanal

Quem trabalha com a pesca artesanal sabe que são necessárias mais condições, garantias de direitos e políticas públicas para que o mar não seja tão revolto. Inclusive, nesta semana, em Brasília, pelo menos 800 trabalhadores da pesca de 18 estados fizeram uma série de discussões para pedir mais atenção para a categoria, no evento “Grito da pesca artesanal”. 

A proposta foi discutir com órgãos governamentais e outras entidades as violações de direitos, regularização das comunidades tradicionais e os impactos das mudanças climáticas nas comunidades pesqueiras.

No caso de Rita, hoje aos 45 anos de idade, a vida dela passa por uma canoa com rabeta a motor de 6 metros de comprimento, onde percebe que outros desafios se colocaram sobre as ondas. “A mudança do clima é nítida. Hoje é muito mais quente e existem, por exemplo, muito menos anchovas, tainhas e xaréus [peixes que eram mais comuns naquela região]”. 

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Se os períodos de estiagem prejudicam a pesca no litoral potiguar, foram as enchentes que impactaram os pescadores da Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Viviane Machado Alves, de 44 anos de idade, atua na região do Estuário da Lagoa dos Patos, uma região de lago onde trabalham mais de 4,8 mil pescadores, desde os 20 anos de idade.

Ela lamenta que da ilha para o estuário não há mais ponte, destruída pelas enchentes do primeiro semestre. Ela denuncia que a comunidade está com dificuldades de acesso a benefícios, reconstrução de casas e também autorização para que possam pescar em uma área maior. 

Para quem pesca no Rio São Francisco, como o mineiro João Batista da Silva, de 50 anos de idade, nascido e criado na comunidade quilombola Caraíbas, de Pedras de Maria da Cruz, as mudanças climáticas e a poluição do Velho Chico desanimam as 40 famílias que vivem das águas. “Temos sentido muito a falta do surubim, do pacamão e do curimatã. Antes era muito diferente”, disse. 

“O rio nunca mais voltou a ser o mesmo”, garante o trabalhador que criou nove filhos com a atividade no rio. A pesca é para sustento das famílias e também para comercialização no centro da cidade, que fica a 12 quilômetros de distância da comunidade quilombola. Ele enfatiza que as atividades deles são de proteção ambiental, e que, por isso, recebe ameaças de violência. Tanto que atualmente está em programa de proteção governamental. 

Essa é uma preocupação da Pastoral dos Pescadores e Pescadoras, que busca apoiar as comunidades na preservação e proteção das áreas. De acordo o secretário de Economia Solidária da entidade, Marcelo Apel, as ações da pastoral têm a intenção de prestar suporte aos trabalhadores para minimizar as desigualdades e a histórica escassez de políticas públicas. 

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Programa de apoio aos pescadores

O secretário Nacional de Pesca Artesanal do Ministério da Pesca e Aquicultura, Cristiano Ramalho, reconhece que existe um déficit histórico de políticas públicas voltadas ao atendimento a essas comunidades pesqueiras. 

Segundo ele, o governo federal tem apoiado que os trabalhadores façam denúncias por mais direitos. “O pedido das comunidades pesqueiras artesanais, quando envolve temas de conflitos, é um tema muito caro às comunidades. Da mesma forma, em relação às questões de poluição e mudanças climáticas. A gente aciona órgãos estaduais quando compete dentro do pacto federativo”.

Ele lembrou que, no ano passado, o governo lançou o programa Povos da Pesca Artesanal, que busca uma articulação de diferentes ministérios e parcerias com diferentes âmbitos de governo, incluindo saúde.

“É uma ação direta com apoio à juventude da pesca artesanal, com bolsas de estudo, fortalecimento da cadeia produtiva da pesca artesanal e combate ao racismo ambiental. A gente tem feito isso com orçamentos diretos com a construção do primeiro Plano Nacional da Pesca Artesanal”. 

Ele defende a necessidade de reforçar a política de estado para uma categoria que necessita de apoio e está em vulnerabilidade. 

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Atualmente, segundo o secretário, são cerca de 1,2 milhão de pessoas que trabalham na atividade, sendo que 80% delas concentradas no Nordeste e no Norte do Brasil. É uma população em sua maioria de homens negros e negras. 

O programa do governo vai ao encontro de enfrentar uma das expressões da desigualdade histórica do Brasil, afirmou Cristiano Ramalho.

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