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Pecuária

Primeira Fenagen inicia com a realização do Fórum Promebo na Prática

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Acasalamento foi o tema central do primeiro dia de palestras que buscaram demonstrar as diversas nuances que levam ao aprimoramento genético e à produtividade na criação – Foto: Edu Rickes/Divulgação

 

A 1ª Feira Nacional de Genética Promebo-Fenagen, promovida pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC), iniciou nesta quarta-feira, 31 de julho, com a realização do 3º Fórum Promebo na Prática, no Auditório Luiz Alberto Fries. A Fenagen, organizada pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC), acontece até dia 4, domingo, na Associação Rural de Pelotas (RS).

A abertura do Fórum foi realizada pelo presidente da ANC, Joaquin Villegas. Ele destacou que se trata de um evento de extrema importância para o setor e que a escolha do tema desta edição, acasalamentos, é um assunto de extrema importância para quem trabalha com pecuária de corte. Conforme Villegas, acasalamentos estratégicos são uma ferramenta que impacta diretamente na produtividade e na eficiência das criações. “A Inovação e a troca de conhecimento são fundamentais para que possamos superar obstáculos e aproveitar, ao máximo, as oportunidades que se apresentam. Este Fórum é um espaço privilegiado para isso”, afirmou o dirigente.

O primeiro palestrante foi o diretor membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Fernando Furtado Velloso falou sobre o tema “O Mercado de Sêmen no Brasil”. Um dos principais pontos da palestra foi um paralelo entre os mercados de sêmen envolvendo taurinos e zebuínos, entre os anos de 2018 e 2023. Em 2018, a venda de sêmen de taurinos correspondia a dois terços do total e a de zebuínos, um terço. A partir de 2021, a inseminação artificial envolvendo zebuínos ultrapassou a de taurinos, sendo que em 2023 a relação inverteu: “os zebuínos agora correspondem a 2/3 do mercado de inseminação artificial e os taurinos, 1/3. Cabe uma reflexão sobre o que está acontecendo”, ponderou.

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Por fim, Veloso chamou atenção ao fazer um paralelo do mercado de inseminação artificial Brasil-Argentina. Enquanto o Brasil vendeu 25 milhões de doses em 2023 e a Argentina, pouco mais de 8 milhões, o país vizinho exportou 777 mil doses contra 472 mil do Brasil.

Consultor técnico do Promebo, Fernando Cardoso abriu a segunda palestra da manhã recordando o processo de avaliação dos animais. Segundo ele, a seleção de acasalamentos inicia com a coleta de dados nas fazendas, de características econômicas, de indivíduos e seus parentes, de informações de pedigree e de marcadores genéticos que permitem estabelecer parentescos até muito além do pedigree. “Se usa isso no processo aprimorado pelas genômicas para gerar índices, sumários e relatórios que são levados para a mangueira para fazer a seleção”, observou.

Cardoso também relatou que o conceito mais básico é o da DEP, ganho de peso do nascimento à desmama e o que é passado disso para os filhos. “A DEP é um cálculo matemático baseado em todas as informações coletadas, ela se aproxima da forma mais fidedigna da gente expressar o valor genético dos animais com essas características. Mas, ela depende do conteúdo de informação. E isso a gente chama de acurácia, que é o quão precisa a DEP representa o valor verdadeiro do animal e ela vai crescendo à medida em que a gente vai adicionando mais informação”, detalhou. Na sequência do Fórum, foi aberto um espaço para perguntas do público.

Seguindo a programação, ocorreu a mesa redonda “Genética em Pauta” com Centrais de Inseminação. Com a mediação do diretor da Asbia, Fernando Veloso, participaram dos debates o representante da ABS Pecplan, Marcelo Selistre, da Renascer Biotecnologia, Rogério Bittencourt, da Alta Progen, Fábio Barreto, da CORT Genética, Antônio Cabistani, da Select Sires, Gustavo Ilha, e da Genex, Reinaldo Leopoldino de Souza Neto. Os debatedores abordaram temas como o atual mercado de material genético, a importância da inseminação artificial para o melhoramento genético e a visão sobre o uso da genética nacional.

À tarde, dando sequência ao Fórum Promebo na Prática, o criador de Devon Henrique Ribas foi o palestrante do Case de Sucesso, quando um criador que usa o Promebo na sua propriedade compartilha experiências com a ferramenta de acasalamento. Ribas enfatizou que acredita em ferramentas de melhoramento genético. O criador trabalha com mil ventres Devon nas duas propriedades da família, uma em Santa Maria (RS) e outra em São Gabriel (RS).

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Na parte prática do Fórum, o coordenador do Promebo, Laerte Rochel, colocou inicialmente a interpretação dos resultados do Promebo a partir de um material impresso distribuído durante a manhã sobre como interpretar os resultados do Promebo e Desempenho Genético dos Animais, com a ideia de integrar tudo o que foi falado sobre a ferramenta de acasalamento. Entraram em pista duplas de fêmeas filhas da mesma vaca, ou do mesmo touro, ou vacas de pais e mães diferentes, quando foram avaliadas as diferenças de genótipo e de fenótipo de cada grupo. Logo após houve um quiz para firmar esses conceitos referentes à ferramenta de acasalamento.

A 1ª Fenagen é uma promoção da ANC e do Promebo, com patrocínio de Senar, Banrisul, Sicredi e BRDE, e apoio da Farsul e da Foco Pampeano Técnica Agropecuária.

Texto: Artur Chagas e Ieda Risco/AgroEffective

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Pecuária

Tendência de alta, preços firmes e exportações aquecidas animam produtor

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Com um cenário de demanda aquecida e preços firmes, a pecuária nacional se mantém em posição estratégica para consolidar seu crescimento no mercado global, garantindo competitividade e bons resultados para o setor. O mercado do boi gordo encerrou a última semana com sinais de valorização, impulsionado pelo bom escoamento da carne no atacado e pelo ritmo favorável das exportações.

A primeira quinzena de março registrou alta nos preços, refletindo a maior demanda interna e a retomada dos embarques brasileiros para o mercado internacional. A expectativa para os próximos dias é de estabilidade nas cotações, com tendência de ajustes pontuais dependendo da oferta de animais e da demanda externa.

Os preços médios da arroba apresentaram variações positivas em importantes praças pecuárias. Em São Paulo, a cotação chegou a R$ 294,11, representando um avanço em relação à semana anterior. No Mato Grosso, os negócios giraram em torno de R$ 299,16, enquanto Minas Gerais registrou leve recuo, fechando a semana a R$ 290,29. No Mato Grosso do Sul, a arroba do boi foi cotada a R$ 294,32, mantendo-se firme diante do ritmo de abates mais curtos.

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No mercado atacadista, os preços também refletiram o bom desempenho da demanda. O quarto traseiro foi comercializado a R$ 25,00 o quilo, registrando alta de 2,04% na comparação semanal. O quarto dianteiro acompanhou a tendência de valorização e chegou a R$ 18,50 por quilo, enquanto a ponta de agulha permaneceu estável em R$ 17,00 por quilo. O movimento de alta foi impulsionado pelo maior consumo na primeira quinzena de março, período sazonalmente mais aquecido.

As exportações seguem como fator determinante para a sustentação dos preços no mercado interno. O Brasil mantém um ritmo acelerado de embarques de carne bovina, consolidando sua posição de liderança global no setor. O volume exportado nos primeiros dias de março registrou alta significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, com incremento tanto na quantidade exportada quanto no faturamento. A demanda chinesa continua sendo um dos principais motores do mercado, enquanto as tensões comerciais entre Estados Unidos e China podem abrir novas oportunidades para a carne brasileira no mercado asiático.

A expectativa para a segunda quinzena de março é de menor espaço para novas altas nos preços, uma vez que o consumo interno tende a desacelerar neste período. No entanto, o mercado segue atento à oferta de animais terminados e ao comportamento das exportações, que podem manter a firmeza nas cotações. Além disso, o Brasil se aproxima da marca histórica de maior produtor mundial de carne bovina até 2027, ultrapassando os Estados Unidos em volume total produzido.

Fonte: Pensar Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Pecuária

Empresário Pecuarista: “O bonitinho não vende”, diz professor da USP

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Foto: Wenderson Araújo

 

 

No cenário da pecuária brasileira, a figura do empresário pecuarista é não deve ser confundida com a de um simples produtor rural. É uma questão de não só de visão, mas de atuação. Para esclarecer essa distinção, o professor José Bento Ferraz, do campus de Pirassununga da Universidade de São Paulo (USP), oferece uma perspectiva valiosa sobre o que realmente significa ser um empresário no setor. Acesse aqui o vídeo da entrevista:

Ferraz destaca que, assim como um padeiro que, mesmo sem formação acadêmica, compreende a importância de produzir pão na temperatura e qualidade certas, o pecuarista também deve adotar uma abordagem mais objetiva e estratégica em seu negócio. “O pecuarista muitas vezes é impulsivo e tradicionalista, mas precisa definir claramente seus objetivos. O que ele quer? Produzir o melhor bezerro possível”, afirma.

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A falta de um planejamento claro pode levar a resultados insatisfatórios. O professor enfatiza que, para garantir a continuidade do negócio, é fundamental que o pecuarista produza animais que atendam às expectativas do mercado. “O bonitinho não paga a conta”, alerta Ferraz, ressaltando a importância de focar na qualidade e na viabilidade econômica da produção.

Foto: Gustavo Meca/Texto Comunicação

Além disso, a sustentabilidade é um tema central na conversa. Ferraz defende que a produção pecuária deve ser realizada de forma responsável, respeitando os recursos ambientais. “Não podemos descuidar do meio ambiente, mas podemos manejar nossas fazendas de maneira sustentável”, explica. Ele menciona que, após 30 anos de práticas adequadas, é possível ter uma fazenda com bom nível tecnológico, que respeita a natureza e ainda produz de forma eficiente.

Sustentabilidade

Para alcançar esses objetivos, o professor sugere a adoção de tecnologias adequadas, como a escolha de vacas produtivas e precoces, que garantam um intervalo de partos eficiente. “Uma vaca que não emprenha é como uma máquina quebrada. Se não está funcionando, é melhor descartá-la e investir em uma nova”, compara Ferraz, reforçando a ideia de que a pecuária deve ser encarada como um negócio.

Em suma, a mensagem de José Bento Ferraz é clara: para se destacar no setor pecuário, é preciso mais do que tradição; é necessário ter objetivos bem definidos, adotar metodologias eficazes e, acima de tudo, respeitar o meio ambiente. A transformação do pecuarista em um verdadeiro empresário pode ser a chave para o sucesso e a sustentabilidade da pecuária no Brasil.

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Pecuária

Rebanho bovino: como inserir subprodutos na nutrição sem comprometer desempenho?

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Foto: Plínio Queiroz/Canal Rural

 

 

A nutrição animal é um dos principais componentes dos custos de produção da pecuária de leite e de corte. Em cenários adversos, com escassez de pastagens e insumos mais caros, conseguir bancar esse recurso é desafiador.

Porém, de acordo com a zootecnista e gerente nacional de Nutrição da Supremax, Mariana Lisboa, existem no mercado subprodutos com preços menores e que não deixam a desejar quando o assunto é qualidade da ração, a exemplo da casca de soja peletizada.

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Contudo, estratégias assim devem estar incluídas em um planejamento robusto de nutrição animal. “O pecuarista deve estabelecer um manejo de pastagem eficiente de acordo com a sazonalidade e disponibilidade da forragem em sua propriedade. A partir daí, ele pode ter essa forragem como base, visto que ela é a que aprenseta o melhor custo benefício e gera melhoria na produção de arrobas por hectare, sendo a principal fonte de matéria seca, de fibra e energia.”

De acordo com Mariana, a partir de então o produtor pode lançar a mão de conservação por meio de silagem, mas tudo aliado a uma ótima suplementação conforme o crescimento do animal.

“Isso independentemente da categoria em que o pecuarista esteja trabalhando. Se for uma cria, que seja um bom suplemento que os bezerros possam utilizar com, de repente, outras alternativas, com fontes de farelado. Assim, se prepara esse animal para a próxima categoria e para um melhor desempenho”, afirma a zootecnista.

Monitoramento da nutrição

Mariana destaca, também, as ferramentas de manejo que auxiliam os pecuaristas na estratégia de nutrição animal. “Precisa-se conhecer o peso desses animais, ajustar a taxa de lotação, a unidade animal por hectare e, a partir de então, fornecer área de coxo correta, suplementos e produtos de forma a trabalhar os animais para o seu melhor desempenho e rendimento.”

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De acordo com ela, os protocolos de linha crescente, falando-se de recria, incluem as opções de recria intensiva a pasto ou terminação intensiva a pasto, além de semiconfinamento ou até mesmo confinamento com dietas que substituem completamente a forragem.

Victor Faverin

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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