Agricultura
Demanda por milho para produção de etanol não impacta preços domésticos, diz Agroicone

Divulgação
O crescimento exponencial da demanda por milho para a produção de etanol no Brasil não impacta os preços domésticos do grão. O impacto só ocorre com as variações do preço internacional do milho. Essa é a conclusão de um estudo da consultoria Agroicone em parceria com os pesquisadores Marcelo Justus, da Unicamp, e Luciano Rodrigues, da FGV.
O artigo “Did the entry of the corn ethanol industry in Brazil affect the relationship between domestic and international corn prices?” (A entrada das indústrias de etanol de milho no Brasil afetou a relação entre os preços do milho nos mercados nacional e internacional?) foi publicado em 30 de julho na GCB Bioenergy, uma revista internacional da área de energia sustentável com sede em Nova Jersey (EUA).
A melhoria da produtividade agrícola proporcionada pela adoção de novas tecnologias e as práticas de colheita múltipla (segunda safra), característica única da agricultura brasileira, são apresentados como motivos para não haver impacto do aumento de demanda pelo milho nos preços internos.
“O milho de segunda safra foi produzido inicialmente na década de 1990. Entre 2006/07 e 2022/23, a produção total do Mato Grosso aumentou de 3,5 para 50,7 milhões de toneladas, tornando-se o maior estado produtor do grão no Brasil, com participação de 50% da produção brasileira de milho segunda safra”, diz o texto.
O estudo aponta que a produção de etanol de milho no Brasil, que também tem o Mato Grosso como principal produtor, começou em 2017 com 150 milhões de litros e deve atingir 6 bilhões de litros em 2023/24, com projeções de chegar a 12,7 bilhões de litros até 2032.
Para os autores do estudo da Agroicone, os investimentos nas usinas de etanol de milho no país foram impulsionados justamente pelo excedente de produção de milho no estado e pelos baixos preços ao produtor.
Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o Brasil tem atualmente 21 usinas de etanol de milho em operação, nove autorizadas a iniciar a construção e mais 11 em projeto.
A Inpasa, maior produtora de etanol de milho da América Latina, anunciou em julho investimento de R$ 5 bilhões na construção de duas novas plantas, uma em Mato Grosso do Sul e outra no Maranhão, além da expansão de duas unidades já instaladas em Mato Grosso. A americana FS, pioneira do setor no Brasil, também vai investir na construção de mais três unidades.
Preço internacional
A pesquisa estimou que uma variação de 1% na taxa de crescimento do preço internacional do milho resultará em uma variação de 0,4% na taxa de crescimento do preço do milho em Mato Grosso no curto prazo, e de 0,64% no longo prazo.
Além disso, os choques de preço do milho nos mercados de commodities agrícolas duram cerca de seis meses, após os quais o efeito se estabiliza. No caso de choque no preço doméstico, ele tem apenas um impacto de curto prazo no preço internacional, estabilizando após o segundo mês do impulso.
“Essas diferenças na dinâmica entre os dois mercados resultam de uma combinação de fatores que os influenciam e suas características únicas. Fatores como plantio, colheita e comercialização podem fazer com que os preços domésticos em Mato Grosso demorem mais para se estabilizar após um choque no preço internacional do milho”, aponta o estudo.
Mas o texto segue: “Por outro lado, o impacto nos preços internacionais resultante de choques no Brasil é menos duradouro devido a muitos outros fornecedores desta commodity no mercado global”.
Na conclusão, o estudo cita que descobertas recentes sugerem que a produção de combustíveis renováveis a partir do milho local não leva a um aumento nos preços internacionais do milho ou dos alimentos. “Esta é uma descoberta importante, pois reduz as preocupações com os efeitos não intencionais dos biocombustíveis e ajuda a conciliar a produção de energia renovável com os objetivos de segurança alimentar”, afirma.
Por: Eliane Silva Fonte: Nova Cana
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Entregas de fertilizantes crescem 9,3%, com 35,86 milhões de toneladas entregues

Imagem: nutrição de safras
As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro somaram 5,38 milhões de toneladas em setembro de 2025, alta de 11,3% frente ao mesmo mês do ano anterior, quando foram comercializadas 484 milhões de toneladas, segundo a ANDA (Associação Nacional para a Difusão de Adubos).
No acumulado de janeiro a setembro, as entregas foram verificadas, registrando 35,86 milhões de toneladas com alta de 9,3% em comparação a igual período de 2024, quando o total foi 32,80 milhões de toneladas.
O Estado de Mato Grosso manteve a liderança no consumo, com participação de 22,5% do total nacional, o equivalente a 8,08 milhões de toneladas. Na sequência aparecem Paraná (4,51 milhões), São Paulo (3,74 milhões), Rio Grande do Sul (3,54 milhões) Goiás (3,53 milhões), Minas Gerais (3,22 milhões) e Bahia (2,43 milhões).
A produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou setembro de 2025 em 713 mil toneladas, registrando crescimento de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos primeiros nove meses, o volume chegou a 5,57 milhões de toneladas, avanço de 6,6% em relação com as 5,23 milhões de toneladas no mesmo período de 2024.
As importações alcançaram no mês de setembro de 2025, 3,91 milhões de toneladas, redução de 7,4% sobre igual período do ano anterior. De janeiro a setembro, o total importado somou 31,49 milhões de toneladas, com expansão de 8,4% em relação as 29,05 milhões de toneladas no mesmo período de 2024.
O Porto de Paranaguá consolidou-se como principal ponto de entrada do insumo, foram importadas oito milhões de toneladas no período, crescimento de 9,9% frente a 2024 (7,30 milhões de toneladas). O terminal representou 25,5% do total de todos os portos (fonte: Siacesp/MDIC).
Com Assessoria
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Milho verão e segunda safra – Sipcam Nichino lança mistura herbicida exclusiva para manejo de plantas invasoras de difícil controle na cultura do milho

Fotos: Divulgação
São Paulo (SP) – Após introduzir com sucesso no país o produto Click®, cujo ingrediente ativo é a terbutilazina, e protagonizar uma revolução no mercado de herbicidas na cultura do milho, a Sipcam Nichino anuncia agora um novo investimento voltado ao produtor do cereal. A companhia acaba de lançar o herbicida Click® Pro. Trata-se, segundo a empresa, de uma solução inovadora composta pela mistura de dois ativos sinérgicos para controle de plantas daninhas: terbutilazina e mesotriona.
Conforme o engenheiro agrônomo Eric Ono, gerente de portfólio de produtos e cultivos da Sipcam Nichino, Click® Pro constitui um herbicida de ação pré e pós-emergente, altamente seletivo para a cultura do milho, indicado ao manejo de monocotiledôneas e dicotiledôneas. “Apresenta controle superior de daninhas de folhas largas e gramíneas, com longo efeito residual
pós-emergência da cultura, inclusive sobre espécies de difícil controle resistentes ao glifosato e à atrazina”, ele resume.
De acordo com Ono, Click® Pro passou por testes de campo realizados por consultorias e institutos de pesquisa de renome antes de chegar ao mercado, entre estes Fundação ABC, Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, Crop Pesquisa, Dashen, Centro Agro e Desafios Agro. “As análises efetuadas demonstraram que o produto apresenta ação sinérgica entre os ativos, sendo um grande aliado no manejo das plantas daninhas resistentes dentro do sistema soja-milho.”
Os trabalhos de pesquisa pré-lançamento, ele ressalta, ocorreram em diversas áreas dos estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. Mais de 12 híbridos de milho foram analisados, no verão e na safrinha. “Mesmo com o elevado índice de controle das plantas infestantes, o produto foi seletivo para os híbridos testados, demonstrando segurança na aplicação. Em termos de produtividade, Click® Pro superou outros produtos competidores com a entrega, em média, de até sete sacas a mais de milho por hectare”, complementa Ono.
“Click® Pro proporciona uma área de milho mais limpa para o produtor rural durante a colheita e também reduz a pressão de invasoras na próxima safra de soja”, explica o agrônomo. “Além disso, reduz a dependência do agricultor no uso de outros herbicidas como glifosato ou glufosinato. A solução ajuda no manejo de plantas daninhas resistentes no sistema soja-milho, bem como protege o potencial produtivo do milho desde os estágios iniciais até o final do ciclo”, resume Eric Ono.
Criada no Brasil em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Semeadura do arroz se aproxima do fim no RS

Foto: Pixabay
A semeadura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul entra na fase final, impulsionada pelo período de tempo seco que predominou nos últimos dias. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (4), os produtores concentraram esforços no “estabelecimento uniforme da lâmina d’água para maximizar a eficiência dos herbicidas e das adubações”. A instituição ressalta que a ausência de chuvas e as temperaturas elevadas têm retardado essa etapa por elevar a demanda hídrica para a saturação do solo.
Onde a irrigação já está estabilizada, as lavouras demonstram bom desempenho, favorecidas pela radiação solar disponível e pela resposta adequada à adubação nitrogenada. No entanto, a Emater/RS-Ascar aponta que, em áreas implantadas tardiamente e sob déficit hídrico inicial, “já se observa a ocorrência de emergência levemente desuniforme”.
Segundo o informativo, parte dos rizicultores poderá reduzir ou interromper o plantio devido a limitações de financiamento e à retração dos preços, o que deve resultar em uma intenção de cultivo menor do que a inicialmente estimada. A área prevista para a safra é de 920.081 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), enquanto a produtividade estimada pela Emater/RS-Ascar é de 8.752 quilos por hectare.
Na região administrativa de Bagé, na Fronteira Oeste, a semeadura avançou nos municípios mais atrasados, mas há registros de desistência do cultivo “inclusive em áreas já entaipadas”, motivada pela janela tardia de implantação e pelos preços baixos. A semeadura está concluída em Alegrete; alcança 97% em Rosário do Sul; 95% em Quaraí; e permanece estagnada em 85% dos 64.125 hectares previstos em Itaqui, onde há possibilidade de perda de potencial produtivo devido aos atrasos e ao baixo investimento.
Na região de Pelotas, 99% da área está implantada e as lavouras encontram-se integralmente na fase vegetativa. O manejo de irrigação, adubação e controle fitossanitário segue sem registros relevantes. Em Santa Maria, a Emater/RS-Ascar informa que a área prevista tende a não se confirmar por dificuldades de crédito e pelo baixo preço do arroz. A semeadura supera 85% da área estimada e, em Cachoeira do Sul, alcança 91% dos 26.330 hectares previstos.
Na região de Soledade, a falta de chuvas nas últimas duas semanas favoreceu o aumento do ritmo de plantio, que chega a 95% da área estimada. As lavouras apresentam “ótimo estabelecimento e desenvolvimento inicial vigoroso”, segundo os técnicos, com manejo hídrico em andamento e incremento de massa foliar. De acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), o prazo final de semeadura regional encerra em 20 de dezembro.
Na comercialização, o preço médio da saca de 60 quilos registrou leve aumento de 0,04% na semana. O valor passou de R$ 54,68 para R$ 54,70, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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