Meio Ambiente
Estiagem atrasa plantio e pressiona diversos setores do agronegócio brasileiro
Divulgação
O tempo seco tem sido uma das principais preocupações climáticas no agronegócio brasileiro, impactando diretamente o plantio de culturas importantes como soja e feijão. A falta de chuvas já está atrasando o início da safra 2024/25, o que causa apreensão entre produtores. Especialistas indicam que as previsões meteorológicas apontam para a continuidade desse clima seco nas próximas semanas, o que pode agravar ainda mais a situação. De acordo com a Climatempo, de maio até agora, o volume de chuvas ficou 31% abaixo da previsão
No caso da soja, principal produto de exportação do Brasil, o atraso no plantio em estados-chave, como Mato Grosso, está pressionando o mercado à vista, aumentando a disputa entre compradores nacionais e internacionais. Prêmios para o grão exportado, especialmente no porto de Paranaguá, registraram alta nos últimos dias, impulsionados por essa concorrência.
O feijão, que iniciou sua semeadura em agosto, também sofre com o solo seco, dificultando o avanço do plantio. No Paraná, estado responsável por boa parte da produção nacional, apenas 3% da área prevista foi plantada até o início de setembro, bem abaixo dos 10% registrados no mesmo período do ano passado. A expectativa, no entanto, é de que a área plantada aumente em relação ao ciclo anterior, com produtores apostando no feijão diante da queda de preços da soja.
O setor de carnes, embora ainda não tenha sentido reflexos significativos nos preços ao consumidor, está em alerta. A seca prolongada pode forçar pecuaristas a anteciparem o abate de gado, o que reduziria a oferta de animais nos próximos meses. Analistas observam que, embora a demanda interna e externa continue firme, esse cenário pode resultar em aumentos de preços no final do ano e início de 2025.
Outro setor impactado pela seca é o do café. As lavouras de café arábica em Minas Gerais, um dos maiores produtores do país, estão debilitadas, com alto desfolhamento e botões florais secando. Especialistas avaliam que a produção da safra 2025/26 pode sofrer uma queda significativa, o que já está se refletindo nas cotações internacionais. Além disso, eventos climáticos adversos em outros países produtores, como o Vietnã, também têm impulsionado os preços do robusta.
A seca afeta também o setor sucroenergético, especialmente em São Paulo, onde incêndios prejudicaram cerca de 80 mil hectares de cana-de-açúcar. A antecipação do fim da safra pode elevar os preços do açúcar no início de 2025, pressionando ainda mais os custos para a indústria de alimentos e, potencialmente, para o consumidor final.
Isso, sem contar os prejuízos regionais. No Pará, por exemplo, a quebra na produção de cacau, açaí, pimenta-do-reino e frutas, como o cupuaçu já é estimada em 50%. O tempo quente e seco levou o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) a cortar nesta terça-feira sua estimativa para a colheita de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro. A redução foi de 7,1%, para 215,78 milhões de caixas de 40,8 quilos, um volume 16,60 milhões de caixas menor do que a projeção anterior, de maio.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Projeto promove práticas agrárias sustentáveis em Sinop
Divulgação
Com as novas formas de cultivo existentes no mundo, o projeto “Estimativa de cenários sustentáveis por meio de modelagem computacional e sensoriamento remoto” leva o objetivo de estimular práticas de agricultura e pecuária sustentáveis por meio de diversas ações de extensão na região. O professor Daniel Carneiro de Abreu, do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais (ICAA) do campus Sinop da UFMT, têm promovido várias ações de capacitação da equipe da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (EMPAER-MT) e da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) através de atualizações técnicas, tecnológicas e científicas realizada por pesquisadores e extensionistas.
Abreu também realiza os treinamentos e capacitações dos produtores tanto no ambiente acadêmico quanto no campo, com foco nas atividades práticas e demonstrações. “Na unidade demonstrativa, promovemos dias de campo e vitrines tecnológicas para treinamento e visitas técnicas, abordando temas como manejo do solo, controle de pragas e doenças, manejo de plantas daninhas, cultivo de culturas, pastagem e bovinocultura, além de evidenciar os resultados técnicos, econômicos e ambientais das tecnologias demonstradas”, explica o pesquisador.
Formações alcançaram mais de 400 pessoas no campo
O projeto também realiza a divulgação dos principais conhecimentos e resultados obtidos, de forma digital ou impressa, voltada aos produtores, técnicos e demais interessados. De acordo com Abreu, cerca de 400 produtores, profissionais e jovens do meio rural na região noroeste do estado já passaram por alguma capacitação do projeto, principalmente na cidade de Juara.
A Universidade, por meio do AgriSciences (ICAA) e da EMPAER-MT, têm contribuído para buscar alternativas sustentáveis ao promover pesquisas aplicadas, com tecnologias de baixo impacto ambiental e oferecendo capacitação técnica. Além disso, o professor de Ciências Agrárias avalia como positiva a recepção dos profissionais ao projeto. “O projeto se dedica estrategicamente a esses profissionais, que desempenham um papel fundamental na disseminação do conhecimento gerado pela pesquisa”.
O projeto pretende continuar na divulgação científica e nas ações de extensão rural com o objetivo de ampliar o alcance do conhecimento gerado e fortalecer a adoção de práticas sustentáveis entre os produtores da região, com isso, continuarão a ocorrer as práticas extensionistas que visam trabalhar em parceria com produtores e profissionais da assistência técnica, transferindo conhecimento e práticas inovadoras que aumentam a eficiência e a sustentabilidade nas atividades agrícolas e pecuárias.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Incêndios e extremos climáticos – Canadense Farmers Edge tem plataforma digital para gestão e monitoramento de riscos nas operações de crédito e seguros
Fotos: Assessoria
Frente ao registro de incêndios e outros registros climáticos em áreas de produção agrícola no início da safra 2024-25, que elevaram os riscos inerentes à atividade, a companhia canadense Farmers Edge prevê expandir a comercialização de sua plataforma FarmCommand®. Trata-se de uma tecnologia exclusiva da empresa, globalmente empregada para gerir digitalmente áreas agrícolas e acompanhar safras em tempo real, sobretudo nas propriedades cobertas por operações de crédito, seguros e resseguros.
Nos últimos dias, segundo informa a Farmers Edge, a companhia assinou um contrato para monitorar mais de 1 milhão de hectares de grãos pertencentes a produtores vinculados a um broker de seguros.
A expectativa é a de estender esse serviço a pelo menos mais dois milhões de hectares de lavouras na safra 2025-26 e chegar a 8 milhões de hectares até 2030, segundo informa o diretor geral da Farmers Edge para a América Latina, Celso Macedo.
“A expansão desse tipo de serviço para crédito ocorre em momento oportuno, frente ao aumento da percepção de riscos ante às frustrações de produtividade da safra passada, marcada pelo fenômeno ‘El Niño’, por menores preços de commodities agrícolas e, atualmente, ameaça constante de incêndios em áreas de plantio, além de mudanças nas exigências do sensoriamento remoto no Proagro – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária”, explica Macedo.
O Proagro, do Governo Federal, trata principalmente de obrigações financeiras relativas a operações de crédito rural de custeio, em face de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam plantações, explica Macedo.
“Trabalhamos com a perspectiva de haver mais demanda na contratação de seguros e acreditamos na provável recuperação dos mercados de seguros e resseguros nesta safra, em face do clima, sobretudo”, afirma o executivo.
Conforme Macedo, a plataforma FarmCommand® reduz custos operacionais de agricultores e seguradoras na safra, graças a um sistema digital integrado de dados e insights agrícolas exclusivo da companhia, desenvolvido para monitorar medidas de compliance ambiental e ESG, épocas de plantios e colheitas, históricos e predições de safras, riscos climáticos e meteorológicos, saúde vegetativa, fenologia e rastreabilidade de cultivos.
Dados da plataforma, exemplifica Macedo, embasam ainda precificações de crédito e seguros, antecipam variáveis de desempenho agronômico de áreas monitoradas e subsidiam às empresas do setor financeiro na criação de novos produtos.
Produtividade e desmatamento
Para o cliente agricultor, prossegue Macedo, o monitoramento digital avançado via FarmCommand® abre oportunidades comerciais e melhora perspectivas de produtividade e rentabilidade, ao gerar em tempo real dados abrangendo desde a qualidade da semeadura até a dos manejos nutricional e fitossanitário. “Entregamos insights vitais sobre riscos climáticos extremos e auxiliamos o cliente na elevação de preços de comercialização de grãos, ancorada na potencial identificação de ganhos advindos da produção sustentável.”
O pacote de serviços e informações integrado à plataforma FarmCommand®, complementa Macedo, está ancorado em análises resultantes de hardware e software de última geração, alimentados por uma combinação entre sensores de campo, inteligência artificial, análises de big data, mapeamento georreferenciado, APPs e estações meteorológicas instaladas no país.
“Também há na plataforma FarmCommand® recursos específicos para detectar históricos de desmatamento em áreas protegidas, monitorar áreas de reservas e comprovar ocorrências nesses locais”, finaliza Celso Macedo.
Sobre a Farmers Edge
Aberta no Canadá há 17 anos, a Farmers Edge é líder global em agricultura digital. A companhia entrega uma plataforma digital abrangente e leva lucratividade e sustentabilidade à cadeia agrícola. Há sete anos atuante no Brasil, a Farmers Edge mantém no país em torno de 600 estações meteorológicas, atende mais de 300 clientes e está sediada na cidade de Campinas (SP).
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Tocantins projeta receber R$ 2,5 bilhões em créditos de carbono
Arquivo
O Tocantins vem consolidando sua posição de vanguarda na negociação de créditos de carbono no Brasil. Entre 2020 e 2030, o estado projeta a geração de mais de 50 milhões de créditos, podendo arrecadar até R$ 2,5 bilhões, caso alcance êxito na redução do desmatamento e degradação ambiental.
De acordo com o governador Wanderlei Barbosa, o Estado já deu um passo importante ao firmar, em 2023, o primeiro contrato do país com uma empresa multinacional no mercado internacional de carbono. O acordo foi assinado com a suíça Mercuria Energy Trading, que está investindo no estado para promover a preservação ambiental aliada ao desenvolvimento econômico.
Barbosa destacou que os recursos provenientes da venda de créditos de carbono serão divididos entre diferentes setores estratégicos:
)Comunidades tradicionais e ribeirinhas: cerca de 25% serão destinados a projetos que beneficiem essas populações, garantindo a preservação de suas terras e modos de vida.
*Agronegócio: outros 25% financiarão iniciativas que incentivem a produção sustentável, com foco na preservação das áreas já abertas.
*Infraestrutura e serviços essenciais: metade dos recursos será direcionada a obras de infraestrutura, educação, rodovias e hospitais.
“Estamos em amplo crescimento econômico, mas isso precisa andar de mãos dadas com a preservação ambiental. É fundamental preservar as matas, nascentes e os recursos naturais do nosso estado”, reforçou Barbosa.
O Tocantins se destaca como o maior produtor de grãos da região Norte do Brasil. Segundo o governador, há uma migração significativa da pecuária para a produção de grãos, um movimento que reflete a busca por maior sustentabilidade no setor.
“Nosso agronegócio, que é o pilar mais importante da nossa economia, também tem uma responsabilidade ambiental. Produzir mais em espaços menores já abertos é o caminho para equilibrar crescimento econômico e preservação”, afirmou Barbosa.
O estado foi apresentado como referência no mercado de créditos de carbono durante um evento em Baku, no Azerbaijão, destacando-se como um destino atrativo para investimentos com responsabilidade ambiental. Barbosa enfatizou a política de segurança jurídica adotada no Tocantins, garantindo que investidores e empresas tenham respaldo para atuar dentro de parâmetros sustentáveis.
“Não permitimos crimes ambientais. Nosso objetivo é atrair investimentos que respeitem o meio ambiente, tanto no agronegócio quanto na indústria, comércio e áreas urbanas”, explicou o governador.
O mercado de carbono representa uma oportunidade para o agronegócio aliar produção à preservação. No Tocantins, iniciativas como o combate a focos de incêndio e o manejo sustentável de terras são pilares desse modelo econômico.
Em 2025, o estado espera arrecadar R$ 1 bilhão com a venda de 20 milhões de toneladas de créditos de carbono. Esse montante reforça o compromisso do Tocantins com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico, colocando-o como um modelo a ser seguido no Brasil e no mundo.
O equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental torna-se, assim, o diferencial competitivo do Tocantins, impulsionando o estado a liderar iniciativas inovadoras no mercado de carbono e na sustentabilidade do agronegócio.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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