Agricultura
CNA faz 12 recomendações aos produtores impactados por incêndios
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) publicou, nesta quinta-feira (26), comunicado técnico com instruções aos produtores rurais afetados por incêndios.
A nota inicia afirmando que a agricultura moderna não se utiliza de queimadas e promove o combate, de forma incisiva, dos focos por conta dos efeitos colaterais aos sistemas produtivos, à biodiversidade e à saúde humana.
Isso porque o fogo “gera perda da fertilidade e da produtividade das culturas agrícolas, pois reduz a quantidade de matéria orgânica no solo, elimina microrganismos, perde minerais, diminui a capacidade de infiltração e retenção da água e intensifica o processo de erosão e desertificação”.
Assim, o comunicado da CNA enfatiza que os produtores rurais são os maiores prejudicados com os incêndios, visto que, na maioria dos casos, a destruição acontece em áreas de produção ou de conservação florestal, atingindo benfeitorias, maquinários, culturas e rebanhos.
Recomendações aos produtores
Por conta desses impactos, a entidade estabeleceu 12 recomendações aos produtores impactados por incêndios divididos em ações preventivas, medidas a serem tomadas durante os incêndios e iniciativas pós-incêndios. Veja:
Ações preventivas
1. Construir/reestabelecer os aceiros no entorno dos limites da propriedade, particularmente nas áreas com maior acúmulo de matéria seca;
2. Documentar ferramentas, maquinários e equipamentos disponíveis para o combate aos incêndios;
3. Documentar a altura das pastagens e eventuais focos de incêndios na paisagem;
4. Observar as legislações do seu estado quanto à permissão do uso do fogo.
Durante o incêndio
5. Mantenha a calma e garanta a segurança: priorize a segurança de pessoas e animais evacue todos que possam estar em risco. Não tente combater grandes incêndios sozinho. Acione o Corpo de Bombeiros ligando para o número de emergência (193) e relate a situação.
6. Informe o órgão ambiental local: registre boletim de ocorrência (BO). Após a comunicação às autoridades, vá até uma delegacia para registrar um BO formal, o que pode ser importante em eventuais investigações.
7. Colabore com as equipes de combate ao incêndio: facilite o acesso à propriedade e garanta que as equipes de combate ao incêndio consigam chegar rapidamente ao local. Quando da presença, se possível, disponibilize recursos como água, tratores ou qualquer equipamento que possa ajudar no controle do fogo.
8. Reúna documentação e provas: registre o incêndio com imagens e vídeos que possam mostrar a origem e extensão do fogo. Identifique pessoas que possam testemunhar sobre o ocorrido, especialmente se o fogo começou em área externa e se alastrou para sua propriedade.
Pós-incêndio
9. Avaliação dos danos:
- Contrate um especialista: caso haja danos significativos, considere contratar profissional gabaritado para fazer um laudo da área afetada, o que pode ser útil em processos de recuperação ambiental.
- Relatório detalhado: prepare um documento que descreva o impacto ambiental, incluindo fauna, flora e bens materiais danificados.
10. Informe os vizinhos:
- Comunique as propriedades vizinhas: se o incêndio se alastrou ou colocou outras áreas em risco, mantenha os vizinhos informados. Isso pode evitar conflitos futuros e também ajuda a compartilhar responsabilidades.
11. Acompanhe as investigações
- Colabore com os órgãos públicos: forneça todas as informações solicitadas por órgãos como Ibama, Secretaria do Meio Ambiente, Polícia Ambiental, entre outros.
- Mantenha cópias de todas as comunicações: guarde e organize toda a documentação relacionada ao incidente, incluindo e-mails, ofícios e relatórios.
12. Evite problemas jurídicos:
- Documente todo o processo: desde a comunicação inicial do incêndio até a recuperação da área, mantenha registros detalhados. Isso demonstrará que você agiu de forma responsável e poderá ajudar em defesas legais, caso sejam necessárias.
- Solicite vistoria final: ao concluir a recuperação, solicite uma vistoria ao órgão ambiental competente para obter a validação de que a área foi devidamente restaurada.
O post CNA faz 12 recomendações aos produtores impactados por incêndios apareceu primeiro em Canal Rural.
Agricultura
Câmara debate projeto que impede desapropriação de terras produtivas
Divulgação
A Câmara dos Deputados deve apreciar nos próximos dias um projeto que promete mudar as regras de desapropriação de terras para reforma agrária. O Projeto de Lei 2502/24, já aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, propõe impedir que propriedades produtivas sejam desapropriadas, independentemente de seu tamanho, e flexibiliza os critérios que definem a produtividade da terra.
A proposta, de autoria do deputado Rodolfo Nogueira, também amplia a proteção às pequenas e médias propriedades, desde que o proprietário não possua outras terras que, somadas, ultrapassem 15 módulos fiscais. Pela legislação atual, apenas propriedades pequenas e médias pertencentes a quem não possui outra área rural são protegidas contra desapropriação.
Outro ponto de destaque é a redução dos índices mínimos de uso e eficiência para que uma propriedade seja considerada produtiva. O grau de utilização da terra passaria de 80% para 50%, e o índice de eficiência, de 100% para 50%. Além disso, terras com utilização inferior a 50% só poderiam ser consideradas improdutivas se permanecessem nessa condição por um período de dez anos consecutivos.
O relator do projeto na comissão, deputado José Medeiros, defendeu as mudanças argumentando que propriedades rurais podem enfrentar períodos de inatividade devido a desastres econômicos, ambientais ou questões familiares. “É necessário proteger o direito à propriedade privada e garantir que produtores tenham tempo para superar dificuldades e retomar a produtividade”, explicou.
O texto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovado, seguirá para votação no Senado antes de se tornar lei.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Produto desenvolvimento pela Embrapa atinge 10 milhões de hectares e gera R$ 4,2 bilhões em benefícios
Imagem Ilustrativa
Desde seu lançamento em 2019, o BiomaPHOS, um inoculante solubilizador de fósforo desenvolvido pela Embrapa em parceria com a empresa Bioma, tem transformado o cenário agrícola brasileiro. Em pouco mais de quatro anos, a tecnologia já alcançou a marca de 10 milhões de hectares tratados, gerando benefícios financeiros estimados em R$ 4,2 bilhões. O retorno está diretamente relacionado ao aumento de produtividade proporcionado pelo produto, que auxilia as plantas a absorver o fósforo de forma mais eficiente.
“Essa é uma tecnologia inovadora, baseada em microrganismos tropicais, que melhora o aproveitamento do fósforo presente no solo e na adubação, reduzindo custos para o produtor e aumentando a produção”, explica Christiane Paiva, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo.
Como funciona – Apenas 0,1% do fósforo disponível no solo é absorvível pelas plantas. O BiomaPHOS atua liberando o elemento armazenado em formas insolúveis, graças a duas bactérias selecionadas pela Embrapa ao longo de 18 anos de pesquisa. O produto é aplicado diretamente nas sementes ou no sulco de plantio, e as bactérias, ao se multiplicarem na rizosfera, liberam substâncias que solubilizam o fósforo, tornando-o acessível às plantas.
Os resultados práticos são expressivos: aumento médio de 8,9% na produtividade do milho, que pode chegar a 11 sacas adicionais por hectare, e ganhos de 5 a 6 sacas por hectare na soja. Em culturas como cana e feijão, os ganhos de produtividade chegam a 14%.
Inicialmente aplicado em 228 mil hectares, o BiomaPHOS rapidamente ganhou espaço no mercado agrícola brasileiro, alcançando 4 milhões de hectares na safra 2022/2023. A aceitação pelos produtores foi tão positiva que o produto agora está sendo testado e registrado em mercados internacionais.
Nos Estados Unidos, a tecnologia já foi aprovada em 14 estados, incluindo o Corn Belt, e testes no Canadá e na Alemanha mostraram ganhos de até 17 sacas de milho por hectare e 10 sacas de soja por hectare. Em 2024, o produto foi registrado em outros países como Alemanha, Canadá, Argentina e Paraguai, demonstrando seu potencial global.
O sucesso da inoculação não se restringe às lavouras. Na pecuária, a Embrapa desenvolveu um inoculante específico para braquiárias, que melhora o sistema radicular das plantas, dobrando a eficiência do uso de fertilizantes nitrogenados. Essa inovação promete ganhos significativos na qualidade e na produção de pastagens, com impacto direto na rentabilidade da pecuária brasileira.
O BiomaPHOS integra o crescente mercado de bioinsumos no Brasil, que lidera globalmente no consumo de biofertilizantes. Em um cenário de dependência de fertilizantes importados, a solução apresenta-se como uma alternativa sustentável e econômica, alinhada às metas de descarbonização da agricultura.
De acordo com a Embrapa, os custos de desenvolvimento da tecnologia somaram R$ 53,3 milhões, tornando os benefícios financeiros acumulados até agora cerca de 80 vezes superiores ao investimento inicial. “O BiomaPHOS é, sem dúvida, um marco na agricultura nacional e um exemplo de como a inovação pode trazer retornos exponenciais para o setor produtivo”, conclui Christiane Paiva.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Fávaro recebe carta de desculpas assinada pelo CEO do Carrefour na França
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que recebeu formalmente uma carta assinada pelo diretor-presidente do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, publicada nesta terça-feira (26), endereçada ao ministro Carlos Fávaro, esclarecendo sua declaração em apoio aos agricultores franceses e reconhecendo a alta qualidade, o respeito às normas e o sabor da carne brasileira.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
“Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpa”, diz trecho do documento.
Em nota oficial sobre a ação do Carrefour, o ministério afirma que o Brasil tem um sistema de rigoroso de defesa agropecuária que o posiciona como o principal exportador de carne de aves e bovina do mundo. “O Mapa reitera os elevados padrões de qualidade, sanidade e sustentabilidade da produção agropecuária brasileira”, diz o texto.
Assim, o Mapa enaltece o trabalho desempenhado pelo setor, a gestão ativa das associações e seus associados na defesa de uma produção de excelência que chega às mesas de consumidores em mais de 160 países do mundo.
A pasta também afirma na nota que trabalha sempre no intuito de esclarecer os fatos para que “declarações equivocadas coloquem em dúvida um trabalho de defesa agropecuária de alto nível e de uma produção de alta qualidade e comprometida com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta”.
Além da carta de desculpas endereçada a Fávaro, o Grupo Carrefour da França também emitiu uma comunicação de imprensa se retratando sobre a produção agropecuária do Brasil, que contém algumas das informações presentes do documento enviado ao ministro
Confira a carta do Carrefour enviada a Fávaro
Ao Excelentíssimo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil,
Senhor Carlos Fávaro,
A declaração de apoio do Carrefour França aos produtores agrícolas franceses causou discordâncias no Brasil. Como Diretor-Presidente do Grupo Carrefour e amigo de longa data do país, venho, respeitosamente, esclarecê-la.
O Carrefour é um grupo descentralizado e enraizado em cada país onde está presente, francês na França e brasileiro no Brasil.
Na França, o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo. A decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes. Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que atravessam uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais.
Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos.
O Grupo Carrefour Brasil é profundamente brasileiro, com mais de 130.000 colaboradores, se desenvolveu e continua se desenvolvendo sob minha presidência em parceria com produtores e fornecedores do Brasil, valorizando o trabalho do setor produtivo e sempre em benefício de nossos clientes. Nos últimos anos, o Grupo Carrefour Brasil acelerou seu desenvolvimento, dobrando tanto o volume de seus investimentos no país quanto suas compras da agricultura brasileira. Mais amplamente, o Brasil é o país em que o Carrefour mais investiu sob minha presidência, o que confirma nossa ambição e nosso comprometimento com o país. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil.
Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas.
O Carrefour está empenhado em trabalhar, na França e no Brasil, em prol de uma agricultura próspera, seguindo nosso propósito pela transição alimentar para todos. Asseguro, Senhor Ministro, nosso compromisso de longo prazo ao lado da agricultura e dos produtores brasileiros.
Aproveito a oportunidade para renovar os protestos de estima e consideração.
Atenciosamente,
Alexandre Bompard Diretor-Presidente do Grupo Carrefour
O post Fávaro recebe carta de desculpas assinada pelo CEO do Carrefour na França apareceu primeiro em Canal Rural.
-
Notícias7 dias atrás
Cuidado com o calor: manejo avícola na primavera
-
Agronegócio6 dias atrás
Mulheres de Sinop e Sorriso são destaques em seus negócios e inspiram novas empreendedoras
-
Mato Grosso7 dias atrás
Brasil prevê recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas
-
Agronegócio6 dias atrás
Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social
-
Mato Grosso7 dias atrás
Energisa promove campanha de negociação de débitos no sábado
-
Mato Grosso7 dias atrás
Prefeito eleito de Sorriso anuncia criação de secretaria da Mulher e da Vulnerabilidade
-
Transporte7 dias atrás
Rotam prende mulher com tablete e pinos de cocaína em Sorriso
-
Agronegócio6 dias atrás
96% da produção de grãos é transportada por caminhões. Foram mais de 10 milhões de viagens na safra passada