Agricultura
Produtor migra de atividade e decola no cultivo de morangos
Imagem: Faep
O produtor rural Leonardo Pilati ainda não sabia, mas sua trajetória profissional mudaria a partir de novembro de 2022. Naquele mês, ele participou do curso “Cultivo de morango em substrato”, promovido pelo Sistema FAEP e ofertado pelo Sindicato Rural de Mauá da Serra, no Norte do Paraná. Ao fim da capacitação, o produtor vislumbrou na atividade um novo modelo de negócio. Pilati decidiu deixar de lado a produção de mandioquinha salsa e investir no cultivo de morangos. A guinada deu tão certo que o fruticultor já planeja uma nova expansão.
Ao longo do curso do Sistema FAEP, Pilati aprendeu técnicas de cultivo de morango em plataformas elevadas e teve contato direto com técnicas de manejo e informações para instalação de estufas e manutenção dos tratos culturais. O produtor rural se animou. Colocou os custos na ponta do lápis e optou por migrar definitivamente para a fruticultura.
“Me interessou por ser uma atividade que eu poderia trabalhar sozinho, por não ser um serviço tão pesado em comparação a outras atividades agropecuárias e por ter uma boa rentabilidade. Com isso em vista, decidi investir”, conta Pilati.
Entusiasmado, o produtor obteve um financiamento de R$ 45 mil, que bancou a instalação de uma estufa, no início de 2023, em uma chácara de 2,5 hectares. Lá, o fruticultor estruturou o cultivo com 3,4 mil mudas de uma variedade chilena.
Toda a produção é vendida diretamente ao consumidor. Com o cultivo avançando, Paulo Pilati – pai de Leonardo – também começou a trabalhar no manejo e na colheita das frutas. “A gente colhe uma média entre 20 e 30 quilos por semana. Mas tem épocas que a produção semanal passa de 50 quilos. Como é tudo venda direta, a gente tem uma boa rentabilidade”, explica Pilati. “Tem consumidores que vêm pegar, mas para a maioria eu mesmo entrego”, complementa.
Com o negócio engrenado, o fruticultor deu um novo passo: no fim de julho deste ano, instalou uma nova estufa, de dimensões idênticas às da primeira. As mudas foram plantadas, com expectativa de colher os morangos ainda no segundo semestre deste ano. Segundo Pilati, ele foi o primeiro produtor do município a investir na produção de morangos. Posteriormente, no entanto, outros agricultores se animaram a ingressar na fruticultura, também a partir de cursos do Sistema FAEP.
“A mandioquinha salsa tem um ciclo mais longo. O produto fica embaixo da terra e o produtor só vai ver o resultado do trabalho depois de um ano, quando for colher. Além disso, tem que vender para o atravessador. Com os morangos, não. Além de o trabalho ser mais leve e prazeroso, você vê as frutas ao longo do manejo. É mais gostoso”, compara.
Da cidade ao campo
Apesar de ser filho de produtores rurais, até 2020, Leonardo Pilati trabalhava na cidade, como funcionário de uma loja de calçados. A vocação rural, no entanto, falou mais alto. Tanto que ele voltou a trabalhar no campo com o pai, que planta cereais em uma propriedade de cerca de 10 hectares, também em Mauá da Serra. O produtor continua morando na cidade, mas todos os dias, logo cedo, vai para a chácara, lidar com os morangos. E não pretende parar de expandir a produção.
“Foi uma mudança nota dez! Eu pretendo me aprofundar cada vez mais e seguir nessa atividade, que tem muita demanda no nosso município. E se tiver mais cursos do Sistema FAEP na área, eu vou fazer com certeza”,Leonardo Pilati, produtor rural.
Redação Sou Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
No pódio do agro: a produtora de soja premiada que ‘abraçou’ a sustentabilidade
“Me apaixonei pelo agronegócio.” Essa é a frase que resume a trajetória de Vanessa Bomm, arquiteta de formação e produtora de soja que, por escolha, decidiu se arriscar no mundo do pai e se apaixonou pelo campo. No início, a agricultora, natural de Palotina, conciliava sua rotina entre obras e lavouras, dois universos distintos, mas ainda predominantemente dominados por homens.
Após 20 anos de profissão como arquiteta, Vanessa decidiu trocar a fita métrica pelas máquinas. “Quando entrei no mundo do plantio, sabia que estava entrando em um grupo muito masculino e estava acostumada a lidar com isso, porque nas obras a maioria eram homens”, diz a produtora.
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Aprendizado semeado
Há sete anos, Vanessa semeia a soja na propriedade de sua família, no município de Terra Roxa. Neta de italianos vindos do Rio Grande do Sul, ela sempre teve uma conexão com o campo, embora tenha iniciado sua trajetória profissional em outra área. Quando seu pai a convidou para se juntar a ele na lavoura, ela não hesitou. Ouviu o chamado do patriarca e não pensou duas vezes. Mergulhou de cabeça.
Desde então, Vanessa tem vivido e aprendido o ritmo e os desafios do agro e as coisas têm caminhado de forma promissora. Com muito trabalho e dedicação, ela ajudou a consolidar o sucesso da propriedade. “Estamos passando por anos com desafios. Nem sempre conseguimos demonstrar uma grande produção, mas sabemos que não perderemos tudo se adotarmos práticas sustentáveis e outras estratégias.”
Para ela, o segredo está em adaptar-se às dificuldades do clima e do solo, sem deixar de lado uma abordagem responsável e inovadora para garantir a produtividade e a longevidade da lavoura.
Sustentabilidade adotada pela produtora de soja
Vanessa diz que mesmo com muitos desafios, como o clima e as condições do solo, a adoção de práticas mais sustentáveis tem mostrado resultados positivos na lavoura de soja+. “Hoje, técnicas como o plantio de cobertura e a diversificação de raízes têm contribuído para reduzir os impactos no ambiente e criar um sistema produtivo mais resiliente.” Segundo a produtora, as práticas melhoram a qualidade do solo e ajudam a manter a água no solo e a reduzir a erosão, tornando o sistema agrícola mais robusto. Descarbonizacao de carbono, sequestro de carbono.
A produtora faz parte do Programa PRO Carbono, iniciativa da Bayer, voltada à inovação para uma agricultura sustentável. Algumas ferramentas, desenvolvidas em parceria com a Embrapa, se destacam pela criação de técnicas de baixa emissão e sequestro de carbono, além de quantificar os benefícios ambientais.
E o controle de pragas não fica de fora! O plantio de cobertura, com plantas como aveia, nabo, trigo mourisco, sorgo, milheto e capins braquiária e crotalária, além de controlar pragas de maneira ecológica, protege o solo contra a erosão, melhora a retenção de água e cria um ambiente mais saudável para o crescimento das culturas.
Quando Vanessa entrou para o universo do agro, pôde perceber a dimensão do setor e sua importância para o Brasi. A produtora também destacou a transformação tecnológica que a agricultura está vivendo, com o uso crescente de agricultura digital e tecnologias como o feed view para monitoramento das lavouras.
“No ano em que entrei na fazenda, pude visualizar o impacto dessas inovações no campo. Com o auxílio dessas ferramentas, consegui perceber o desempenho de cada talhão, facilitando o manejo e a tomada de decisões mais assertivas”, detalha Vanessa.
No pódio do agro
Em outubro deste ano, a produtora de soja conquistou o primeiro lugar no Prêmio Mulheres do Agro 2024, na categoria Grande Propriedade. Essa é uma premiação que reconhece as contribuições das mulheres no setor agropecuário. O reconhecimento, que celebra o impacto feminino no agro, marca um dos maiores feitos na trajetória de Vanessa que, ao longo dos anos, tem se dedicado a transformar o campo por meio de práticas sustentáveis, inovação tecnológica e um trabalho que integra tradição e modernidade no agronegócio.
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Agricultura
Exportações de soja devem ultrapassar 2 milhões de toneladas
As exportações brasileiras de soja em grão devem somar 2,456 milhões de toneladas em novembro, segundo o levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). No mesmo mês de 2023, as exportações de soja atingiram um volume expressivo de 4,599 milhões de toneladas. Segundo a Safras & Mercado, em comparação, em outubro de 2024, o Brasil embarcou 4,443 milhões de toneladas, evidenciando uma leve redução, mas ainda mantendo um ritmo forte de exportações.
Na semana encerrada em 23 de novembro, o Brasil exportou cerca de 480 mil toneladas de soja. Para o período de 24 a 30 de novembro, a ANEC estima um aumento nos embarques, com a previsão de exportação de mais de 660 mil toneladas, o que indica uma aceleração no ritmo de embarques até o final do mês.
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Quanto ao farelo de soja, as exportações devem registrar um volume semelhante ao do ano passado, com uma leve queda em relação ao mês anterior. Em novembro, a expectativa é de embarques próximos a 1,9 milhão de toneladas, um valor inferior ao exportado em 2023, mas consideravelmente abaixo do total de outubro de 2024. Na última semana, as exportações de farelo de soja somaram pouco mais de 370 mil toneladas, com uma previsão de aumento nos embarques para o final deste mês.
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Agricultura
Ministro apoia PL da Reciprocidade, que protege exportações brasileiras de regras desiguais
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou apoio ao projeto de lei 1406/2024, o chamado PL da Reciprocidade, em declaração realizada nesta terça-feira (26). A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, busca impedir que exportações brasileiras sofram prejuízos devido a regras ambientais consideradas rigorosas e desiguais impostas por outros países.
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O projeto prevê a não aceitação de acordos internacionais que possam restringir de forma discriminatória o comércio de produtos brasileiros. Segundo Fávaro, o Brasil já adota normas sanitárias e ambientais rígidas, garantindo uma produção de alimentos sustentável e respeitosa ao meio ambiente.
“É muito cabível que a gente possa cobrar a reciprocidade”, afirmou o ministro. Ele ressaltou que o Brasil está preparado para discutir boas práticas ambientais, rastreabilidade e transparência em seus processos com qualquer país ou bloco comercial. O objetivo é assegurar aos consumidores a qualidade e a sustentabilidade dos produtos brasileiros.
O que diz o PL 1406/2024?
O PL propõe alterações na Lei nº 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Entre as mudanças, está a criação do Programa Nacional de Monitoramento da Isonomia Internacional de Políticas Ambientais.
O programa terá como função acompanhar as políticas ambientais de países que mantêm relações comerciais com o Brasil, garantindo isonomia e cobrando a aplicação de práticas sustentáveis globalmente.
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