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Agronegócio

China busca biocombustível brasileiro para diversificar suas fontes de energia

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A China, maior emissora mundial de gases de efeito estufa, enfrenta o desafio de reduzir sua dependência de combustíveis fósseis e diversificar suas fontes de energia. Atualmente, a China ocupa a quarta posição mundial na produção de biocombustíveis, atrás de Estados Unidos, Brasil e União Europeia, e tem investido bilhões de dólares nos últimos anos para expandir a produção de alternativas renováveis.

O biodiesel, utilizado principalmente para a geração de energia elétrica, embarcações de pesca e maquinário agrícola, tem sua maior demanda no transporte rodoviário, que responde por cerca de um terço do consumo total, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA). Entretanto, a produção de outros biocombustíveis, como biobutanol e diesel renovável, ainda é incipiente, o que, segundo a IEA, representa uma lacuna no desenvolvimento do setor chinês.

Embora a China seja exportadora de biodiesel, o mercado interno é pequeno em relação à sua economia. Nos últimos anos, o foco do país esteve na eletrificação, mas, em março de 2024, o governo lançou um plano para incentivar o uso interno de combustíveis renováveis, com a implementação de um plano-piloto em 22 cidades, incluindo Pequim e Cantão. A mudança afetará principalmente veículos comerciais, frotas de ônibus e pequenas embarcações. Além disso, a China tem importado etanol, o que abre novas oportunidades para o biocombustível brasileiro.

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Henrique Berbert de Amorim Neto, presidente da Fermentec e do Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla), destaca o potencial do mercado chinês: “A China está empenhada em reduzir suas emissões de carbono e é um mercado promissor para o biocombustível brasileiro”.

No Brasil, o setor de biocombustíveis está em crescimento, quebrando recordes de produção a cada ano. A Lei do Combustível do Futuro, que entrou em vigor em outubro, fomenta a produção de biodiesel e etanol, além de novos produtos como SAF (Combustível Sustentável de Aviação), Diesel Verde e biometano. O Brasil se destaca no mercado internacional de SAF, com três fábricas previstas para começar a operar em breve. A BBF está desenvolvendo um projeto de biorrefinaria na Zona Franca de Manaus (AM), com previsão de produção de 250 milhões de litros anuais de SAF a partir de palma, soja e milho. A Acelen, na Bahia, investirá mais de US$ 2,5 bilhões para produzir 500 milhões de litros por ano, e a Petrobras planeja uma unidade em Cubatão (SP) com capacidade para 350 milhões de litros anuais.

O querosene de aviação pode atualmente incorporar até 50% de SAF, mas há projeções de que, até 2030, as aeronaves poderão utilizar 100% desse combustível renovável, segundo o Fórum Econômico Mundial. A China, que planeja dobrar sua frota de aviões até 2025, está investindo na construção de fábricas de SAF e deve investir cerca de US$ 1 bilhão nesse setor. Mesmo com a produção doméstica, o país pode se tornar um grande importador de SAF brasileiro.

Camila Ramos, CEO da Clean Energy Latin America (Cela), especializada em energias limpas, destaca a importância do SAF: “As companhias têm metas de redução de emissões de gás carbônico, e a única alternativa viável será o uso de combustíveis avançados”. Ela também acredita no grande potencial da biocombustível de segunda geração, produzido a partir de qualquer biomassa, como bagaço de cana, o que aumenta a produtividade do processo.

Suzana Kahn, presidente da Coppe/UFRJ e coordenadora do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), observa que o setor de transporte marítimo chinês representa uma oportunidade pouco explorada pelo Brasil. A chinesa Cosco, uma das maiores transportadoras de carga do mundo, está planejando construir uma planta no Pará para produzir biodiesel a partir de óleo de palma. A especialista enfatiza que o empresário brasileiro precisará assumir mais riscos para entrar nesse mercado promissor.

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05

 

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Agronegócio

Inaugurada unidade para criação de peixes e plantação de hortaliças em MT; R$ 200 mil

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foto: assessoria

 

As comunidades Gamaliel I e II, na zona rural de Cuiabá, receberam, ontem, o projeto Ciclo Vivo, uma iniciativa sustentável de aquaponia executada pela Associação de Moradores Rurais do Gamaliel I (Asprograma), em parceria com a secretaria estadual de Agricultura Familiar, por meio da Coordenadoria de Incentivo às Atividades Produtivas Sustentáveis. O projeto foi implantado via emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil.

Esta é a terceira unidade do projeto no Estado. As duas primeiras foram implantadas na Comunidade Tenda de Abraão, também em Cuiabá, e no Instituto Terapêutico João L. Pizzato Resgate e Liberdade, em Tangará da Serra. Cada unidade foi instalada em um prazo de 30 dias, ocupando uma área de 170 m², com estrutura moderna e sustentável.

O sistema conta com seis tanques suspensos, de 5 mil litros de água cada, abrigando aproximadamente 250 tilápias por tanque. Ao lado, são cultivados cerca de dois mil pés de hortaliças, com destaque para a alface, produzida totalmente livre de defensivos agrícolas. O espaço é isolado, garantindo maior controle sanitário e eficiência produtiva.

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A produção média mensal chega a 250 quilos de peixes, com custo principal da ração variando entre R$ 700 e R$ 800. Somando a piscicultura e a produção de hortaliças, a renda mensal pode alcançar R$ 20 mil.

Na Comunidade Gamaliel vivem cerca de 300 famílias, sendo 150 da Associação de Moradores Rurais do Gamaliel 1. Inicialmente, a produção será destinada ao consumo dos moradores, e o excedente será comercializado para fortalecer a economia local. Todo o processo é acompanhado por técnicos da Seaf.

Um dos diferenciais do projeto é o sistema analógico de filtragem, que aproveita os dejetos dos peixes para irrigação externa. A água restante passa por filtros biológicos com pastilhas bacterianas de origem alemã, que eliminam micro-organismos residuais. Assim, o sistema promove o reaproveitamento contínuo da água, reduzindo o consumo em até 90% em relação à hidroponia convencional e permitindo produção dez vezes maior de peixes que os métodos tradicionais.

A manutenção da unidade será feita pelos próprios moradores da comunidade, garantindo autonomia e sustentabilidade do projeto.

A secretária da Seaf, Andreia Fujioka destacou a satisfação de ver mais um projeto implantado. “Com muita alegria estamos aqui inaugurando esse projeto que fortalece a cadeia da piscicultura e da aquicultura aqui na baixada cuiabana. As famílias dessa associação terão mais renda com esse projeto altamente sustentável e saudável. Parsbenizo os técnicos da Seaf pela dedicação desde o primeiro projeto e agradeço ao Governo do Estado pelo olhar atento aos programas sociais. Projetos como este, que transformam vidas”, disse a secretária.

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Para o presidente da associação, a iniciativa vai promover, além da segurança alimentar, a qualidade de vida e renda. “Esse projeto vai dar mais qualidade para a comunidade e gerar renda para as famílias e para a Associação se manter. É algo que vai revolucionar a nossa realidade. Agradecemos à Seaf e ao Governo do Estado por sempre nos atenderem e acreditarem no nosso potencial.”

Redação Só Notícias

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Exportação da carne bovina de Mato Grosso tem excelente desempenho, avalia IMEA

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As exportações de carne bovina vêm apresentando excelente desempenho. As exportações mato-grossenses em 2024 foram 4,66 mil vezes superiores em relação ao início da série histórica de 1997, estabelecida pela Secex, enquanto para o Brasil foi de 1,73 mil vezes. O balanço foi divulgado pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Este ano, no acumulado de janeiro a setembro, o volume exportado por Mato Grosso já é 17,85% maior em comparação ao mesmo período do ano passado, indicando que o resultado anual tende a ser ainda mais robusto. “Atualmente, Mato Grosso ocupa posição muito próxima à de São Paulo no ranking nacional de exportações. No entanto, considerando que o Estado é o maior produtor de carne bovina do país, há um amplo espaço para expansão da sua participação nas exportações totais brasileiras, tendo em vista Mato Grosso”, analisa o instituto.

A diversificação dos destinos de embarque reforça o potencial de avanço contínuo e sustentado das exportações mato-grossenses nos próximos anos.

Só Notícias

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Arroba do boi gordo em Mato Grosso sobe 1 1,6%

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arroba-do-boi-gordo-volta-a-ter-elevacao-de-precos;-veja-as-cotacoes

foto: Só Notícias/arquivo

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) informou, esta tarde, no boletim semanal da pecuária que, devido à menor oferta de fêmeas, a arroba do boi gordo foi cotada em média a R$ 300,74/@ na semana passada, acréscimo de 1,62% no comparativo semanal.

No atacado, a carcaça do boi apresentou alta de 1,75% na semana passada, sendo cotada em média a R$ 21,80/kg, resultado da maior demanda do mercado externo.

As escalas de abate nos frigoríficos, na semana passada, ficaram na média de 14,48 dias úteis, aumento de 3,13% entre as semanas, resultado da menor oferta de animais terminados no Estado.

Só Notícias

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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