Conecte-se Conosco

Agricultura

Equador se torna o maior exportador de banana fresca do mundo

Publicado

em

Foto: Getty Images

 

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de banana fresca do Equador. O país também é o maior consumidor global da fruta processada, que inclui todo tipo de petiscos: doce e salgado, além de combinações com picante, pimenta e churrasco. Mas não é somente isso. O dado mais relevante do setor, nos dias atuais, é que o Equador se tornou o maior exportador de banana fresca do mundo.

No acumulado de janeiro a setembro de 2024 (dados mais recentes disponíveis), o país ocupa o primeiro lugar no ranking de fornecedores da fruta em escala global, com 31% de participação na oferta exportável. Isso equivale a um volume de 217.609 toneladas da fruta vendas de US$ 133,9 milhões (R$ 820,8 milhões na cotação atual). Os dados da banana processada são analisados separadamente.

Com esse volume de exportações, o Equador desbancou a Guatemala para o segundo lugar, com 28% de participação, seguida pela Colômbia, com 15%. Juntas, essas três nações representam 74% do total exportado. Os números são do primeiro relatório do Observatório Estatístico de Banana, uma rede de informação meteorológica de acesso gratuito que é utilizada por pequenos produtores para aumentar a produção sustentável da fruta no Equador, e que permite ao setor exportador ter informações em tempo real.

Publicidade

Eduardo Manrique, diretor executivo da Associação de Exportadores de Banana do Equador (AEBE), destaca que o trabalho do Observatório possibilitará uma melhor análise dos mercados e trará benefícios para os diferentes atores da cadeia de valor, além de promover a imagem da banana equatoriana.

As perspectivas indicam que, se o nível de crescimento nas vendas for mantido, o país encerrará 2024 no topo do ranking de exportadores da fruta. “O Equador é o líder mundial de musáceas [planta da bananeira]. Se somarmos com a banana, somos número um,” afirma Paúl Vera, diretor de Safe Banana da AEBE, que apresentou o relatório.

No mundo, a oferta exportável global sofreu uma queda desde 2020, quando 1,2 milhão de toneladas foram comercializadas. Atualmente, o volume de exportações globais chega a apenas 619 mil toneladas.

Essa dinâmica dos últimos anos representou um desafio e uma oportunidade para o Equador. Enquanto a Guatemala, antes o principal fornecedor, registrou queda nas vendas, as exportações equatorianas permaneceram estáveis. Na Colômbia, a produção também foi reduzida por causa de doenças emergentes e efeitos das mudanças climáticas.

Sobre essa queda, Manrique aponta que os mesmos problemas enfrentados pelo Equador, como a falta de inovação, pesquisa em variedades resistentes, tecnificação e baixa produtividade, também ocorrem em outros países da América Latina e Caribe. A isso, somam-se os impactos das condições climáticas, doenças e pragas que afetam as plantações. “A diferença é que o Equador tem sido mais resiliente do que seus concorrentes”.

Publicidade

Por conta disso, a partir de 2022, mudanças nos padrões de exportação começaram a ser observadas, com o país saltando de 13% de participação para 29% no mercado. “O mundo começou a exportar menos banana”, mas o Equador se manteve estável, ganhando protagonismo com taxas de crescimento anual de 15,5% e alcançando a liderança em 2024 nas vendas de banana fresca. Em 2023, o total de vendas foi de 363 mil toneladas e US$ 213 milhões (R$ 1,31 bilhão) em receita.

Os principais destinos de exportação da banana equatoriana, até setembro deste ano, foram os Estados Unidos, com 65% de participação; Chile, com 8,5%; e Espanha, com 7,8%. As variedades exportadas incluem: banana fresca, barraganete, hartón, havaiana, burro, maqueño e dominico.

Quanto o Equador Consome do que Produz?

Outro aspecto relevante do setor é que, de toda a produção, 70% da banana fresca é destinada ao consumo interno e apenas 30% é exportada. O consumo per capita é de 40 quilos por ano, e estima-se que crescerá 2% até 2025.

Além disso, a indústria também apresenta aumento na demanda por produtos processados de banana, entre 13% e 15%, para a produção de petiscos, como bolachas, e massa pré-cozida. Esses alimentos são usados por redes de restaurantes que têm a fruta como ingrediente no menu, incluindo pratos como bolones e patacones.

Publicidade

Entre os principais desafios para 2025 está o aumento da produção. O setor estima que as áreas de cultivo cresceram 10% e trabalha para melhorar a produtividade e obter novas certificações que atestem a qualidade do produto equatoriano.

A área cultivada de banana no Equador alcançou 152,6 mil hectares, com uma produção aproximada de 840,6 mil toneladas. As províncias equatorianas Manabí e Guayas respondem por metade da produção nacional e geram 65 mil empregos diretos e indiretos.

Manrique explica que, para o próximo ano, os efeitos do clima continuarão afetando as plantações. Além disso, fatores externos pesarão no comércio internacional, como o aumento dos preços dos insumos e a baixa disponibilidade de contêineres.

Oportunidades e Tendências de consumo

As oportunidades estão na ampliação do investimento em tecnologia para rastreamento e acompanhamento, na inovação dos modelos de negócio por meio do comércio eletrônico, na diversificação de rotas e meios de transporte e nas negociações estratégicas com operadoras logísticas e companhias marítimas para garantir espaço nos navios.

Publicidade

Entre janeiro e setembro de 2024, o Equador exportou 31,2 mil toneladas de banana processada, incluindo snacks e massas pré-cozidas. Esse volume gerou US$ 88,9 milhões (R$ 544 milhões) em receita. Os produtos incluem opções salgadas, doces, naturais, picantes com chilli, limão e outros sabores que atendem às preferências dos consumidores.

Porto Rico foi o segundo principal destino da banana equatoriana processada, concentrando 15% dos envios. O produto também é vendido para outros países das Américas, como Chile, Peru, Canadá, Jamaica e Bahamas. Na Europa, é comercializado em mercados como França, Espanha, Países Baixos, Reino Unido e Alemanha.
De acordo com uma análise do mercado norte-americano, o interesse por bolachas de banana cresceu em três momentos-chave: durante a crise migratória na América Central e Venezuela, no início do confinamento pela pandemia, e com a popularização de snacks saudáveis, como produtos “glúten free”.

E a Produção no Brasil?

Em 2023, o Brasil produziu 6,8 milhões de toneladas de banana, equivalente a R$ 13,8 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os maiores estados produtores da fruta estão São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Pará.

O país é o quarto maior produtor mundial, ficando atrás somente de Índia, China e Indonésia. A produção brasileira de bananas é quase que totalmente dirigida ao mercado interno, por causa do elevado consumo per capita. Por isso, está praticamente fora do mercado exportador. Apenas 1% do volume produzido é vendido lá fora. Entre janeiro e novembro de 2024, o país embarcou 8,7 mil toneladas de banana.

Publicidade

O Brasil possui uma grande diversidade de variedades cultivadas, estimada em cerca de 40 a 50 variedades. Essas variedades incluem espécies locais e variedades trazidas de fora. Entre as principais estão a prata, nanica, maçã, terra e ouro. Além das mais conhecidas, o Brasil também possui uma grande riqueza de bananas nativas.

(Com Forbes)

Redação Sou Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

Publicidade
Continue Lendo
Publicidade
Clique Para Comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Agricultura

Aprosoja MT divulga os principais eventos que abrem o calendário do agro de 2024

Publicado

em

Foto: Bruno Lopes

 

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) já preparou as primeiras ações de 2025, que abrem o calendário de eventos do agronegócio. E quem abre esse calendário é o professor Luiz Carlos Molion, que fará uma live com o tema “Projeções de colheita e o cenário do milho”, no dia 8 de janeiro, as 19h30 horário de Brasília, pelo Youtube da Aprosoja MT.

Nos dias 15 e 16 de janeiro, acontecem as visitas técnicas do Centro Tecnológico Parecis, que fica em Campo Novo do Parecis, marcando o encontro entre produtores, pesquisadores e representantes do agro do estado. O CTECNO Parecis como é mais conhecido, foi criado pela Aprosoja MT há oito anos, e desenvolve experimentos para melhorar a produção das lavouras e atender produtores rurais em suas principais demandas no manejo de plantas em solos de textura média e arenosa. Entre os temas abordados, estão o uso de micronutrientes na cultura da soja e algumas estratégias de semeadura para melhorar a plantabilidade da soja em diferentes tipos de palhada.

Outro ponto importante será a participação do professor Cimélio Bayer da UFRGS, que vai falar sobre dados de acúmulo de carbono em diferentes sistemas de produção. Vale lembrar que o CTECNO Parecis possui uma área de 86 hectares, com textura do solo variando entre 35% e 10% de argila, destinada à realização de pesquisas que auxiliem o produtor rural em áreas com essa condição.

Publicidade

Abrindo o calendário nacional de feiras do agronegócio, a 11ª edição do Dinetec (Dia de Negócios e Tecnologias) 2025 ocorre entre os dias 15 a 17 de janeiro em Canarana, e os produtores e associados poderão contar com um estande da Aprosoja MT nos três dias de feira.

Ainda em janeiro, no dia 29, será a vez do CTECNO Araguaia abrir as portas para a visita técnica em Nova Nazaré, e promete trazer atualizações importantes para os produtores de soja da região, especialmente sobre temas como a eficiência do uso de herbicidas, o manejo de água nos solos siltosos e estratégias de conservação. O CTECNO Araguaia é o único centro de pesquisa independente com foco em solos siltosos. As áreas com alto teor de silte representam mais de três milhões de hectares de áreas agricultáveis e careciam de informações técnicas e científicas.

Em 2025, serão apresentados três ensaios de plantabilidade, que avaliam a resposta da cultura da soja a diferentes profundidades de semeadura, com presença e ausência de palha, e ao uso de diferentes bandas cobridoras de semente. Durante o evento, os participantes poderão acompanhar o desenvolvimento de 36 variedades de soja semeadas em duas épocas, uma no final de outubro e outra em meados de novembro, além de discutir as melhores práticas para a produção, adaptadas às condições de solos com alto teor de silte, comum no Vale do Araguaia.

Já em fevereiro, a Aprosoja MT será anfitriã da Abertura Nacional da colheita da soja safra 24/25, no dia 7 de fevereiro, na Fazenda Esperança em Santa Carmem, região de Sinop. O evento que irá contar com painéis de temas relevantes como Sustentabilidade e COP 30 e Biocombustíveis e alimentos. A transmissão será realizada pelo Canal Rural, na TV e no Youtube a partir das 9h, horário de Brasília. O evento marca também a celebração dos 20 anos da Aprosoja MT, que vai homenagear personagens que marcaram a história da Associação ao longo dessas duas décadas.

Vale destacar que as inscrições para o CTECNO Parecis e Araguaia já estão abertas no site da Aprosoja MT. Os eventos serão gratuitos.

Publicidade

Fonte: CenarioMT com Assessoria Aprosoja

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

Continue Lendo

Agricultura

Crédito rural recua no segundo semestre de 2024, mas financiamentos privados crescem

Publicado

em

Foto: Divulgação/Embrapa

 

A aquisição de crédito rural no segundo semestre de 2024 caiu 22,2% em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando R$ 203 bilhões, contra R$ 261 bilhões no ano anterior. Os dados são da matriz de crédito rural do Banco Central.

Além disso, houve uma redução de 13,5% no número total de contratos, que passou de 1,2 milhão em 2023 para 1,1 milhão em 2024. O valor médio de crédito por contrato também sofreu queda de 9,9%, diminuindo de R$ 200 mil para R$ 180 mil.

Desempenho regional
Os produtores rurais do Centro-Oeste, uma das regiões mais promissoras do agronegócio brasileiro, reduziram a contratação de crédito em 20,7%. O total caiu de R$ 68 bilhões em 2023 para R$ 45,1 bilhões em 2024, com uma redução de 16,8% no valor médio por contrato.

Publicidade

No Sudeste, a queda foi de 14,3%, com o valor contratado recuando de R$ 64,6 bilhões para R$ 55,3 bilhões. O valor médio por contrato permaneceu estável. No Sul, a quantidade de contratos diminuiu 7,2%, e o valor total contratado recuou de R$ 82,9 bilhões para R$ 67,8 bilhões.

Na região Norte, os produtores rurais contrataram R$ 14 bilhões em 2024, ante R$ 18,9 bilhões no ano anterior, representando uma queda de 25,5%. O número de contratos caiu 22,5%, enquanto o valor médio por contrato registrou redução de 4,3% (de R$ 341 mil para R$ 326 mil).

No Nordeste, região com o maior número de contratos, o valor total contratado caiu 20,7%, de R$ 26,4 bilhões para R$ 20,9 bilhões. O número de contratos recuou 16,2%, passando de 511 mil para 428 mil, e o valor médio por contrato diminuiu 5,4%, de R$ 51,7 mil para R$ 48,9 mil.

Financiamentos privados avançam
Enquanto o crédito rural tradicional registrou queda, os financiamentos privados ao agronegócio cresceram significativamente. De acordo com o Broadcast Agro, os títulos com recursos privados alcançaram R$ 1,2 trilhão em novembro de 2024, um avanço de 31,5% em relação ao ano anterior, conforme dados do Boletim de Finanças Privadas do Agro, do Ministério da Agricultura.

O levantamento de títulos é realizado pela Coordenação-Geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. O balanço considera informações da B3, CERC e CRDC, Anbima, Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil.

Publicidade

Thiago Dantas

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

Continue Lendo

Agricultura

Governo do Piauí vai investir R$ 250 milhões na agricultura familiar

Publicado

em

Divulgação

O Governo do Piauí, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), anunciou que irá iniciar agora em 2025 a segunda fase II do “Projeto Piauí: Pilares de Crescimento e Inclusão Social”, com um investimento de R$ 250 milhões. O projeto tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar no estado, por meio do desenvolvimento de técnicas climaticamente inteligentes para a produção de alimentos e a implementação de sistemas produtivos sustentáveis.

A iniciativa, que será implementada nos seis Territórios de Desenvolvimento do Piauí (Planície Litorânea, Cocais, Carnaubais, Tabuleiros do Alto Parnaíba, Chapada das Mangueiras e outros), irá beneficiar diretamente pequenos produtores rurais e cooperativas, com a implantação de 200 planos de investimentos produtivos e sete planos de negócios específicos.

Além do foco no desenvolvimento agrícola, o Projeto Pilares II também inclui ações de regularização fundiária e ambiental, essenciais para garantir a segurança jurídica e promover a preservação dos recursos naturais. O projeto visa garantir o acesso de agricultores familiares aos mercados, ao mesmo tempo em que adota soluções para reduzir os impactos das mudanças climáticas.

Jairo Chagas Júnior, superintendente de Projetos Territoriais da SAF, ressaltou que a principal característica do projeto é o incentivo à utilização de tecnologias produtivas sustentáveis e adaptadas ao clima. “Nosso foco é apoiar os agricultores familiares a desenvolverem projetos inovadores e sustentáveis, com menor custo e maior eficiência na produção de alimentos. A ideia é fomentar uma agricultura que, além de ser produtiva, também seja adaptada às condições climáticas e ao meio ambiente”, explicou.

Publicidade

Com recursos obtidos por meio de empréstimo com o Banco Mundial, o projeto será coordenado pela Secretaria do Planejamento (Seplan) e executado pela SAF, o Instituto de Terras do Piauí (Interpi) e a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). A ação beneficiará, ainda, povos e comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas, ribeirinhas e quebradeiras de coco babaçu, assegurando que essas populações também tenham acesso às inovações e ao desenvolvimento no setor agrícola.

O Projeto Piauí: Pilares de Crescimento e Inclusão Social – Fase II é uma grande aposta para fortalecer o agronegócio do estado, promovendo o crescimento sustentável e gerando novas oportunidades para as famílias rurais.

Fonte: Pensar Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

Publicidade
Continue Lendo

Tendência