Agricultura
Frente fria e muita chuva vão marcar a semana; confira a previsão do tempo

A previsão do tempo para a semana entre 17 e 21 de março indica um cenário de contrastes climáticos no Brasil. Enquanto o Sul e parte do Sudeste enfrentam calor intenso, o Norte e o Nordeste seguem com chuvas volumosas, impactando o ritmo das atividades no campo. No Centro-Oeste, a instabilidade climática persiste, com pancadas de chuva e alívio na umidade do solo.
Confira como ficam as condições do tempo em todo o país, na análise do meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.
Sul: calor intenso e pouca chuva
A semana será marcada por altas temperaturas e baixa umidade no Rio Grande do Sul, especialmente no oeste e sudoeste do estado, onde os termômetros podem chegar a 37 °C. Santa Catarina e Paraná terão dias típicos de verão, com sol predominante e pancadas isoladas à tarde.
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A falta de chuva pode prejudicar lavouras em fase final de desenvolvimento, mas beneficia a colheita da soja, do arroz e do milho primeira safra.
As precipitações mais significativas ocorrerão no litoral de Santa Catarina e Paraná, com acumulados de 20 a 30 mm, garantindo umidade relativa do ar mais elevada.
Sudeste: calor ainda predomina, mas chuva retorna
A frente fria que avança pelo Sudeste traz instabilidade, com chuvas previstas para São Paulo, Triângulo Mineiro, sul de Minas Gerais e áreas do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A zona da mata mineira, o Rio de Janeiro e o centro-sul do Espírito Santo podem registrar acumulados superiores a 100 mm, aumentando o risco de alagamentos e dificultando o trabalho no campo.
No interior de São Paulo, no Triângulo Mineiro e no centro-norte do Espírito Santo, as chuvas devem variar entre 15 e 25 mm, mantendo a umidade do solo sem comprometer as operações agrícolas.
No norte de Minas Gerais, o clima segue quente e seco, intensificando o estresse hídrico nas lavouras.
Centro-Oeste: pancadas de chuva e tempo instável
A semana começa instável em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com risco de temporais isolados acompanhados de ventos moderados e raios.
Apesar disso, não há previsão de chuvas volumosas, o que favorece a colheita da soja e a semeadura do milho segunda safra.
Os acumulados de 20 a 40 mm manterão a umidade do solo e do ar em bons níveis. Goiás terá tempo mais seco no sul e leste do estado, enquanto pancadas isoladas podem ocorrer no norte goiano.
Nordeste: temporais no norte e seca persistente no interior
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) segue influenciando o clima na região, levando chuvas volumosas ao Maranhão, norte do Piauí e Ceará, onde os acumulados podem passar de 70 mm. A situação pode prejudicar o andamento das atividades agrícolas, mas garante umidade para o solo.
Na costa leste, incluindo Salvador (BA), Recife (PE) e Natal (RN), há previsão de pancadas isoladas. Já no interior, o tempo seco agrava a estiagem, afetando lavouras e pastagens.
A previsão indica que na próxima semana a chuva avance para essas áreas, revertendo o déficit hídrico com acumulados entre 40 e 80 mm.
Norte: temporais continuam e podem afetar estradas
O padrão de instabilidade continua, com chuvas fortes no Acre, Amazonas, Roraima e no norte e litoral do Pará. Os acumulados acima de 70 mm podem prejudicar o tráfego em estradas, especialmente com alagamentos e formação de lama.
Nos demais estados da região, os volumes variam entre 30 e 40 mm, favorecendo a manutenção das pastagens e das lavouras em desenvolvimento.
As águas do Pacífico Equatorial seguem aquecidas, e esse fenômeno pode reduzir as chuvas na região em abril, devido ao efeito do El Niño Costeiro.
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Agricultura
Contra falsificações: teste de DNA vai identificar o verdadeiro queijo minas artesanal

Uma espécie de “mapa genético” do queijo minas artesanal (QMA) do Serro está sendo desenvolvida em estudo inédito.
A pesquisa envolve a análise dos microrganismos presentes no produto e a avaliação da saúde do rebanho leiteiro que fornece a matéria-prima do alimento.
A iniciativa, conduzida pela Emater-MG, Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), selecionou 32 propriedades de dez municípios da região do Serro para a realização de diversas coletas de materiais, até o início de abril. As amostras já estão em análise nos laboratórios das universidades.
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A pesquisa vai identificar as bactérias ácido láticas encontradas no queijo da região, no leite, nas tábuas de maturação e no “pingo” – fermento natural retirado do soro do queijo e essencial para o sabor característico do produto.
Essas bactérias benéficas ajudam na fermentação e conferem características únicas ao queijo do Serro. Serão avaliados queijos em diferentes fases de maturação. A análise detalhada tem dois objetivos: permitir a rastreabilidade do produto e prevenir falsificações.
“A pesquisa vai mostrar como e quais microrganismos atuam para dar as características de sabor e aroma ao queijo do Serro, do início do processo ao final da maturação. As bactérias identificadas poderão comprovar quando um queijo é realmente produzido na região do Serro. Servirá como uma assinatura para atestar a autenticidade do produto”, detalha o veterinário José Aparecido Martins da Silva, coordenador regional de Pecuária da Emater-MG.
Qualidade sanitária do rebanho
A pesquisa também avalia, além da análise das bactérias típicas do queijo, a qualidade sanitária do rebanho leiteiro. Para isso, foram coletadas amostras do leite (na ordenha e nos tanques de armazenamento), do soro do leite, do sangue dos animais e até de carrapatos.
“Os exames vão detectar a presença de doenças que podem afetar a saúde do gado e comprometer a qualidade do leite, como brucelose, tuberculose, leptospirose, toxoplasmose e mastite, além de investigar a eficácia de carrapaticidas usados na região”, afirma Silva.
De acordo com ele, os resultados da pesquisa estão previstos para agosto deste ano.
Queijo do Serro
Em dezembro de 2024, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
O Serro é uma das dez regiões do estado caracterizadas como produtoras do QMA. São aproximadamente 4 mil toneladas de queijo por ano.
Produzido nos arredores da Serra do Espinhaço, o produto é conhecido por ter um sabor levemente ácido, porém suave. As peças possuem peso entre 700 g a 1 kg, consistência compacta, cor amarelada e interior semiduro.
Os municípios que fazem parte da região produtora do Serro são: Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.
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Agricultura
A tecnologia pode ajudar a impulsionar o seu negócio no campo?

A interação com micro e pequenos produtores rurais faz parte do DNA do projeto Porteira Aberta Empreender. É por meio do engajamento com agricultores e pecuaristas de todas as regiões do país que podemos trazer soluções práticas para os desafios diários daqueles que impulsionam o agronegócio e alimentam milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
Pensando nisso, todas as quintas-feiras, às 17h, o Porteira Aberta Empreender publica enquete na comunidade do Canal Rural, no YouTube. As opções mais votadas se tornam pautas, trazendo oportunidades aos desafios.
O Porteira Aberta perguntou e vocês responderam:
92% dos produtores rurais que responderam à enquete acreditam que a internet pode impulsionar os negócios no campo. Enquanto 3% não acreditam na mudança e 5% afirmaram não ter acesso.
Para os que não possuem acesso à tecnologia, o Indicador de Conectividade Rural (ICR), desenvolvido pela Associação ConectarAGRO, apontou que a conectividade vem aumentando.
Dados coletados entre abril e setembro de 2024 indicaram que a proporção de imóveis rurais com acesso à cobertura de internet 4G ou 5G passou de 37% para 43,8%, um avanço de 6,8 pontos percentuais.
A pesquisa também apontou que a área de uso agrícola conectada no Brasil expandiu de 19% para 23,8% no período.
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Acesso gratuito
Da Inteligência Artificial à digitalização do negócio rural, pequenos produtores rurais podem contar com o apoio de entidades como o Sebrae e o Senar para se capacitarem com cursos gratuitos e online para transformar os seus negócios.
O Sebrae ainda conta com o Sebraetec, que conecta pequenos negócios a uma ampla rede de prestadoras de serviços tecnológicos que atendem todo território brasileiro.
Confira alguns cursos para digitalizar o seu negócio:
- Informática e internet
- Agropecuária digital
- Drones: conceitos, legislação, operação
- IA na prática para pequenos negócios
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Agricultura
Até os centavos: estudo calcula preço das emissões de carbono na agropecuária

O preço das emissões de carbono na agropecuária brasileira foi estimado em US$ 11,54 por tonelada de gás carbônico equivalente (US$ 11,54/tCO2e), conforme estudo da Embrapa Territorial embasado em trabalhos científicos de diversos países.
A pesquisa analisou valores, métodos de cálculo e fatores que determinam o preço do carbono emitido pelo setor ao redor do mundo.
Para a economista Daniela Tatiane de Souza, analista da Embrapa, ter uma estimativa de valor é importante para que as empresas e instituições que queiram desenvolver programas e políticas de incentivo a práticas sustentáveis tenham preços de referência.
Os valores encontrados para a tonelada de CO2 equivalente variaram bastante conforme a fonte pesquisada pelo estudo da Embrapa. Assim, iam de US$ 2,60 a US$ 157,50/tCO2e.
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Daniela explica que essa variabilidade é natural, já que os artigos analisados utilizam métodos distintos e tratam da agricultura em países com níveis de adoção de tecnologias diversos.
Desta forma, a revisão sistemática revelou os principais fatores que influenciam o custo das emissões de carbono na agropecuária. O principal deles é o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.
“Qualquer variação no PIB afeta o preço do carbono. Verificou-se que economias maiores tendem a ter preços de carbono mais baixos. Se aumentar o nível de CO2 na agricultura, o que vai acontecer com o preço do carbono? Em mercados voluntários ou menos regulamentados, um aumento nas emissões de CO2 pode não resultar em preços mais altos para o carbono”, detalha.
Além do PIB e do nível de emissões de CO2, são considerados, principalmente, a participação da agricultura na economia e o uso de fertilizantes nitrogenados.
Preço no Brasil
Para estimar o preço do carbono para a agropecuária brasileira, a equipe da Embrapa Territorial utilizou esses fatores determinantes globais. Com dados próprios do Brasil e adotando um modelo econométrico, chegou-se ao preço de US$ 11,54/tCO2e.
De acordo com Daniela, o valor está próximo do que tem sido observado no mercado voluntário internacional de carbono, para a agricultura.
O chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, ressalta que é importante reconhecer que, em alguns casos, o aumento do nível tecnológico da produção pode elevar as emissões. “Mas, quando pensamos na sustentabilidade de forma mais ampla, isso é compensado com ganhos na produtividade e maior sequestro de carbono nos sistemas agropecuários.”
Por que o precificar o carbono?
Por ser o gás de efeito estufa (GEE) mais emitido na atmosfera desde o início da industrialização, o gás carbônico tornou-se indicador ambiental. Para efeitos comparativos e uniformização no mercado, a geração de outros GEE e agentes causadores de impacto ambiental são convertidos em toneladas de CO2 equivalente para mensuração e valoração.
Ao se estimar o preço do carbono de uma atividade econômica, cria-se um incentivo financeiro para se investir em tecnologias e práticas mais sustentáveis. Por exemplo, a melhoria nas práticas de adubação para diminuir o uso de nitrogênio e a emissão de óxido nitroso – outro importante GEE – para a atmosfera.
“Como a redução das emissões de GEE e a remoção de CO2 da atmosfera têm um custo (social, econômico e ambiental), a precificação é necessária para saber quanto se deve pagar por uma tonelada de CO2 equivalente que deixou de ser emitida ou que foi removida da atmosfera por uma atividade ou projeto”, detalha o pesquisador da Embrapa Lauro Rodrigues Nogueira Júnior.
Segundo ele, a precificação de carbono serve de referência para quem vai receber e para quem vai pagar por isso. “É claro que ela é só uma referência, pois quando já se tem o certificado de emissão reduzida (CER), pode-se negociar valores maiores do que quem ainda vai iniciar um projeto. Esse valor serve também para programas governamentais de redução de emissões que precisam de referências, assim como para os programas de pagamento por serviços ambientais que vêm sendo implementados no Brasil”, complementa.
Como o estudo foi realizado?
A equipe da Embrapa conduziu uma revisão sistemática de publicações científicas sobre precificação do carbono na agropecuária ao redor do mundo, a partir de fontes como Science Direct, Web of Science, Springer, Wiley Online e Google Scholar.
A pesquisa considerou diferentes metodologias para a precificação, incluindo custo marginal de abatimento, modelos de avaliação integrada e preço sombra. Foram selecionados 32 estudos, abarcando o período entre 2004 e 2024. O maior número de trabalhos tem origem na China, Austrália e Reino Unido.
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