Economia
Estado pode se transformar em polo logístico

Imagem: Freepik
Entre os principais empreendimentos está a concessão da BR-163 à iniciativa privada. O contrato firmado com a empresa Motiva tem duração de 29 anos e prevê investimentos da ordem de R$ 16,6 bilhões ao longo dos 847 km que cortam o estado. A modernização inclui duplicações, acostamentos, faixas adicionais, passarelas, viadutos e áreas de descanso para caminhoneiros — intervenções consideradas fundamentais para garantir segurança e fluidez no transporte da safra.
Outro projeto estratégico é a chamada Rota da Celulose, que previa a recuperação de 870 km de rodovias estaduais e federais ligadas à cadeia florestal — setor forte em regiões como Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Água Clara e Nova Andradina. Apesar de suspensa temporariamente devido a questionamentos judiciais, a proposta do Consórcio K&G inclui R$ 10 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos, beneficiando diretamente municípios com alta concentração de indústrias de papel e celulose.
A Famasul defende que o enfrentamento dos gargalos logísticos — como a baixa integração entre modais, estradas rurais em más condições e limitações de infraestrutura em portos e terminais — é indispensável para que o estado amplie sua participação no agro nacional. Uma das apostas nesse sentido é a hidrovia do Rio Paraguai, que está em fase de estudos para futura concessão. A proposta inclui dragagem, sinalização e sistemas inteligentes de navegação, reduzindo custos de transporte e impactos ambientais.
Além disso, o estado passou a integrar o mapeamento nacional das estradas vicinais, conduzido pelo Grupo Esalq-Log da USP em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em março, a equipe técnica percorreu mais de 1.300 km na microrregião de Dourados, analisando as condições das vias rurais para subsidiar investimentos com base na Portaria nº 777/2025, do Ministério da Agricultura.
A malha logística do estado também deve ganhar reforço aéreo. O Plano Aeroviário Estadual prevê investimentos de R$ 250 milhões até 2026 na modernização de aeroportos e aeródromos estratégicos. Entre as obras em andamento estão a ampliação da pista do Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, e a construção do novo terminal do Aeroporto Regional de Dourados.
A maior aposta, no entanto, está na integração com mercados internacionais. A conclusão da Rota Bioceânica — corredor rodoviário que liga Mato Grosso do Sul aos portos do Pacífico, no Chile — promete revolucionar o comércio exterior, com redução significativa de custos logísticos e novos canais de exportação para a produção local.
Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimam que, para cada R$ 1 bilhão investido em infraestrutura, até R$ 3,5 bilhões podem ser gerados em PIB adicional ao longo de dez anos. Considerando os aportes previstos no estado, o impacto potencial pode ultrapassar os R$ 30 bilhões — apenas no setor agropecuário.
A expectativa é que a nova malha logística reduza em até 30% o custo de transporte por tonelada, segundo estimativas da própria Famasul. O avanço das obras já começa a atrair o interesse de empresas de armazenagem, agroindústria, energia e transporte, reforçando o movimento de agroindustrialização e agregação de valor à produção no campo.
Para os produtores rurais, a infraestrutura adequada representa mais que fluidez e economia: é também sinônimo de previsibilidade, redução de perdas e inserção competitiva nos mercados. A aposta no futuro logístico de Mato Grosso do Sul é, cada vez mais, uma aposta no fortalecimento de todo o agro nacional.
(Com Pensar Agro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Custo de produção do leite sobe 4,31% no Mato Grosso

Foto: Pixabay
Segundo análise semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (11), o Custo Operacional Efetivo (COE) para produzir leite em Mato Grosso subiu 4,31% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 1,45 por litro. O aumento foi impulsionado pelos maiores gastos com suplementação mineral, outros custos e aquisição de animais, que tiveram alta de 6,79%, 14,99% e 18,81%, respectivamente.
No mesmo período, o preço médio pago ao produtor no estado foi de R$ 2,31 por litro, resultando em uma margem positiva de R$ 0,87 por litro quando considerado apenas o COE.
Por outro lado, ao incluir depreciações e mão de obra familiar, o Custo Operacional Total (COT) atingiu R$ 2,37 por litro. “Nesse cenário, a margem do produtor não se sustenta, ficando em -R$ 0,06 por litro”, destacou o Imea.
De acordo com a análise, a situação exige atenção, pois a viabilidade da atividade depende de margens que cubram não apenas os custos diretos, mas também investimentos de longo prazo. O instituto aponta que essa conjuntura já resulta em menor captação e produção, pressionando a rentabilidade.
Seane Lennon / Agrolink
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Tarifaço de Trump: alíquota de 50% a produtos brasileiros entra em vigor

Foto: Gov.br
Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) a tarifa de importação de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. A medida aplica uma sobretaxa de 40 pontos percentuais a uma alíquota de 10% que já vinha sendo aplicada sobre os importados do Brasil.
O presidente norte-americano, Donald Trump, buscou justificar sua ordem executiva por uma “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicam empresas norte-americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral.
Trump também cita como justificativa para a medida o que considera como “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Uma das preocupações dos exportadores era quanto à incidência da alíquota sobre cargas que já estivesse a caminho dos EUA, mas chegassem após a data que a tarifa entrasse em vigor. Porém, no decreto, Trump indicou que produtos que já estivessem embarcados e “em fase final” de traslado não seriam sobretaxados.
Além disso, do tarifaço, foram poupados 44,6% da pauta exportadora do Brasil aos EUA, segundo cálculo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Para produtos como petróleo, suco de laranja, aviões e suas partes, além de celulose, ficará válida a alíquota de 10%.
A lista trouxe um alívio para uma série de setores, além de levar a uma redução nas estimativas do impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB), mas manteve o alarde entre alguns dos grandes exportadores aos EUA – como os cafeicultores e os pecuaristas – e setores menores que dependem do comércio com os norte-americanos – como os madeireiros e aquicultores.
E ao reajustar as chamadas tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA, Trump confirmou que o Brasil será atingido pela maior alíquota do tarifaço.
Na lista, o Brasil aparece com uma tarifa de 10%. Sobre esta foi acrescida uma sobretaxa de 40 pontos, totalizando os 50% finais. As demais taxas entram em vigor na quinta-feira (7).
Plano de contingência
O governo federal afirma já ter um plano de contingência em mãos, que ainda não foi apresentado. Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o Executivo ainda esperava por um recuo da Casa Branca ou que as taxas fossem adiadas.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou na segunda-feira (4) que as medidas para auxiliar os setores afetados pelo tarifaço de Trump só seria anunciado a partir desta quarta.
Os detalhes ventilados até então são poucos, mas dentre os destaques já sinalizados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o cardápio de ações inclui a reformulação de programas de exportação e novas linhas de crédito a empresas.
Na terça-feira (5), Tebet negou que haja impacto fiscal imediato relevante, mas admitiu que as medidas podem gerar algum reflexo nas contas públicas a depender da extensão das ações.
CNN
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Consumo de arroz e feijão recua no Brasil, enquanto pratos prontos e saladas ganham espaço

Divulgação
Consumo de arroz e feijão registra queda no 1º semestre de 2025
Dois dos alimentos mais tradicionais da mesa brasileira estão perdendo espaço. Entre janeiro e junho de 2025, o consumo de arroz caiu 4,7% e o de feijão, 4,2%, mesmo diante de uma forte queda nos preços: o arroz ficou 14,2% mais barato e o feijão, 17,5%, de acordo com dados da Scanntech.
Praticidade dita o novo comportamento do consumidor
A principal explicação para essa redução está nas mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros. Segundo Priscila Ariani, Diretora de Marketing da Scanntech, a rotina acelerada tem levado os consumidores a priorizarem praticidade e conveniência nas refeições.
“Os shoppers buscam opções mais rápidas, fáceis e financeiramente acessíveis. A busca por uma alimentação mais saudável também vem mudando o consumo de itens antes essenciais na dieta do brasileiro”, destacou Ariani.
Pratos prontos e alimentos saudáveis ganham destaque
A venda de pratos prontos avançou 6,5% no varejo alimentar no primeiro semestre. Além disso, houve crescimento na procura por receitas com saladas, proteínas e alimentos congelados, que passaram a substituir preparações tradicionais, como o clássico arroz com feijão.
Mudança no perfil familiar e situação financeira influenciam consumo
Outro fator que colabora para essa mudança é a transformação no perfil das famílias. O aumento no número de pessoas morando sozinhas e o crescimento do endividamento familiar — agravado, em parte, por gastos com apostas online — também impactam o padrão de compras.
Tendência de longo prazo: queda no consumo per capita
Dados da Embrapa mostram que a queda no consumo de arroz e feijão não é pontual. De 1985 a 2023, o consumo per capita de arroz caiu de 40 kg para 28,2 kg, enquanto o de feijão passou de 19 kg para 12,8 kg no mesmo período, reforçando a tendência de longo prazo.
Hortaliças ganham espaço; carnes perdem participação
A mudança de hábitos também impactou o consumo de outros alimentos. No primeiro semestre, o consumo de legumes e verduras cresceu 10,9%, enquanto o de carnes caiu 3,2%. O fator preço foi determinante: as hortaliças ficaram 22,8% mais baratas, enquanto carnes e peixes subiram 18,4% em média.
Cesta de perecíveis tem nova composição
A participação de frutas, legumes e verduras (FLV) na cesta de perecíveis cresceu de 45,8% em 2024 para 48,0% em 2025. Em contrapartida, a de açougues e peixarias caiu de 27,7% para 26,1%. Alimentos como a batata, que teve queda de 41% no preço, ganharam destaque, enquanto a carne bovina, com alta de 24%, perdeu espaço nas compras dos brasileiros.
As mudanças revelam um consumidor cada vez mais atento ao custo-benefício, à praticidade e à alimentação saudável, apontando caminhos importantes para a indústria de alimentos e o varejo adaptarem suas ofertas a um novo perfil de consumo no país.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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