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Agronegócio

Sabor único: ponkan de Cerro Azul recebe selo de Indicação Geográfica

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Plantação de ponkan em Cerro Azul-Pr Foto Gilson Abreu/AEN

 

 

A ponkan de Cerro Azul, tradicional fruta do Vale do Ribeira, recebeu nesta terça-feira (29) o selo de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com a nova certificação, que atesta a qualidade e a importância da tangerina ponkan produzida na região, o Paraná passa a contar com 21 produtos reconhecidos com a marca de procedência.

Só em 2025 o Paraná teve sete novas IGs concedidas: além da ponkan, as broas de centeio de Curitiba, a cracóvia de Prudentópolis, a carne de onça de Curitiba, o café de Mandaguari, o urucum de Paranacity e o queijo colonial do Sudoeste do Paraná.

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A tangerina ponkan de Cerro Azul é conhecida nacionalmente pelo sabor adocicado e pela textura suculenta, com baixa acidez. A coloração alaranjada e a casca rugosa, fácil de descascar, também são características que diferenciam a fruta no mercado nacional e internacional.

O selo também reconhece a importância econômica que a cultura tem para o Vale do Ribeira e a importância que a região tem para a produção nacional. Cerro Azul é a maior produtora brasileira de tangerina, com 98 mil toneladas colhidas em 2023, segundo dados da Pesquisa Agropecuária Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trabalho para a certificação de Indicação Geográfica durou cerca de dois anos, com reunião de uma série de documentos que comprovassem o rigor dos métodos de produção e de rastreabilidade. O processo foi conduzido pela Associação Vale da Ponkan, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR) e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Praná (DR-Paraná), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Segundo Ivan Silva Evangelista, consultor do Sebrae/PR, desde o diagnóstico do potencial da fruta para conseguir a indicação foi realizado um esforço coletivo que incluiu a mobilização de quem produz, a confirmação da qualidade do produto e a visibilização da tangerina de Cerro Azul no Brasil e no exterior.

“O trabalho envolveu a realização de estudos técnicos, a organização dos produtores, a implantação de parâmetros de qualidade para a produção da fruta e ações de mercado, que incluem, por exemplo, a participação em feiras nacionais e de destaque internacional. Todo este esforço trouxe não só o reconhecimento por meio da Indicação Geográfica, mas o fortalecimento do capital social dos produtores e da economia de Cerro Azul”, afirmou o consultor.

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Com o selo da IG, produto local é valorizado e reconhecido pelo seu manejo e pelas suas boas práticas. Por parte do IDR-Paraná, o trabalho desenvolvido consiste na conscientização dos agricultores da importância de adotar padrões de qualidade na produção e na formulação destes critérios.

“O produtor que adere à Indicação Geográfica acaba tendo uma valorização maior no mercado. É um produto selecionado, que tem uma garantia de qualidade superior que acaba tendo um preço maior de comercialização”, disse a gerente regional do IDR-Paraná, Laís Adamuchio.

TRADIÇÃO E SABOR

A tradição da Ponkan em Cerro Azul remonta à década de 1960, quando as primeiras mudas foram plantadas na região. A excelente adaptação da cultura levou a um rápido crescimento, e hoje a ponkan corresponde a 85% das tangerinas produzidas no município.

“No começo, era um trabalho feito sem nenhuma capacidade técnica, mas que aos poucos foi evoluindo e se tornando algo profissional. Hoje, temos uma ponkan doce, bem palatável, com pouca acidez e sem nenhum tipo de mancha causada por pássaros ou insetos”, disse o produtor rural e presidente da Associação Vale da Ponkan, Rafael Cropolato.

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A fruta colhida em Cerro Azul tem características únicas, resultado de um microclima privilegiado da região, com maior intensidade de sol e calor, com grande amplitude térmica entre os dias e as noites, e das características específicas locais, com bom solo e topografia montanhosa. Com isso, além de ter um sabor único, com mais açúcares, a fruta colhida na região é rica em vitamina C, potássio e fibras.

O diferencial da produção paranaense está também no método sustentável adotado pelos agricultores locais. A ponkan é cultivada quase integralmente sem aplicação de agrotóxicos, seguindo práticas naturais desenvolvidas pela agricultura familiar. A região preserva um saber fazer tradicional, com técnicas que abrangem desde a enxertia até a colheita, conhecimento transmitido entre gerações e que garante a manutenção da qualidade superior do produto.

A versatilidade da Ponkan de Cerro Azul tem ampliado suas possibilidades de aproveitamento econômico. Além do consumo in natura, a fruta é utilizada na gastronomia para criação de sobremesas em cursos superiores, sendo processada também na forma de suco e óleo essencial. O produto serve ainda como matéria-prima para diversos alimentos industrializados, incluindo geleias, compotas, doces, sorvetes e iogurtes, movimentando diferentes setores da economia regional.

PONKAN
Foto: Gilson Abreu/Arquivo AEN

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DO PARANÁ

Além da ponkan de Cerro Azul, os produtos paranaenses com IG são a aguardente de cana e cachaça de Morretes; a goiaba de Carlópolis; as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonina; o melado de Capanema; o queijo da Colônia Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro; a camomila de Mandirituba; os vinhos de Bituruna; a broa de centeio de Curitiba e Região; a Cracóvia de Prudentópolis; o urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul; a carne de onça de Curitiba; o queijo colonial do Sudoeste; e o café de Mandaguari.

A Agência Estadual de Notícias mantém uma série especial sobre os produtos paranaenses com Indicação Geográfica. Para conhecer mais histórias como essa, CLIQUE AQUI.

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(Com AEN/PR)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Importações de fertilizantes sobem 8,59% em 2025 e atingem recorde em agosto

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Foto: Cláudio Neves

 

As importações brasileiras de adubos e fertilizantes continuam em crescimento, mesmo diante de um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas e guerras tarifárias. De acordo com o Boletim Logístico de setembro, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta segunda-feira (29), agosto registrou o maior volume mensal já acompanhado pela série histórica.

Recorde de importações em agosto

Em agosto, o Brasil importou 5,2 milhões de toneladas de fertilizantes, contra 4,7 milhões em julho, configurando o maior volume mensal já registrado. As negociações contemplaram principalmente a segunda safra de milho de 2026 e a safra de soja 2026/27.

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Mesmo com os custos de produção pressionando a rentabilidade, a Conab destacou que as sucessivas safras recordes reforçam entre os produtores a confiança na continuidade do crescimento do agronegócio.

Acumulado de janeiro a agosto mostra alta expressiva

No acumulado de janeiro a agosto de 2025, o Brasil importou 29,45 milhões de toneladas de adubos, um crescimento de 8,59% em comparação com o mesmo período de 2024.

Portos e principais pontos de entrada de fertilizantes

O porto de Paranaguá se consolidou como o principal ponto de entrada de fertilizantes, recebendo 7,56 milhões de toneladas, contra 6,77 milhões no ano anterior.

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Já os portos do Arco Norte registraram 5,42 milhões de toneladas, superando as 4,91 milhões de 2024. O porto de Santos, por sua vez, movimentou 4,85 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo das 5,12 milhões do mesmo intervalo do ano anterior.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Epagri incentiva cultivo de mirtilo na Serra Catarinense e fortalece renda de pequenos produtores

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Foto: Epagri

 

A Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) reforça ações para diversificação da produção agrícola na Serra Catarinense, estimulando pequenos produtores a investirem no cultivo de mirtilo, fruta saborosa, saudável e economicamente promissora.

Dia de Campo em Palmeira mostra potencial do mirtilo

Na última quarta-feira (24), a Epagri promoveu um Dia de Campo em Palmeira, município com cerca de 2,7 mil habitantes, localizado a 40 km de Lages. Agricultores de diversas cidades participaram do evento, visitando a propriedade Palm Berries, onde Celso Claudino e o genro João Carneiro cultivam aproximadamente três mil pés de mirtilo em uma área de dois hectares.

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Cada planta produz entre cinco e dez quilos de frutas, comercializadas em todo o Brasil. O quilo do mirtilo chega a R$ 60 no varejo e R$ 30 no atacado, sem embalagem. Durante o evento, os produtores compartilharam experiências, esclareceram dúvidas e deram dicas práticas sobre manejo e cultivo.

Cultura rápida e rentável para pequenos produtores

Segundo João Carneiro, o mirtilo oferece retorno financeiro mais rápido em comparação a culturas de longo prazo, como o pinus. “Se o produtor plantar agora uma muda de qualidade, já poderá colher no ano que vem. Nosso projeto inicial prevê dez toneladas por hectare, o que representa cerca de R$ 250 mil por safra”, afirma.

Ele destaca ainda que a produção é prazerosa e de fácil manejo, especialmente em sistemas orgânicos, exigindo cuidados manuais como roçada, mas sem grande complexidade operacional.

Adaptação do mirtilo à Serra Catarinense

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A extensionista rural Maêve Silveira Castelo Branco, da Epagri em São Joaquim, ressalta que o mirtilo se adapta bem ao clima da Serra Catarinense e à convivência com florestas de pinus. “Originalmente, o mirtilo vem da América do Norte, de regiões de sub-bosque, e se desenvolve bem em áreas com ou sem pinus. É uma cultura simples, desde que haja atenção ao solo e à disponibilidade de água. É uma alternativa viável para diversificar a produção, gerar empregos e aumentar a renda local”, explica.

Sucesso da Palm Berries inspira outros produtores

O modelo de sucesso da Palm Berries tem despertado interesse de agricultores em toda a região. Pedro Donizete de Souza, secretário de Agricultura de Lages, destaca que o mirtilo é ideal para pequenos produtores e famílias, com mercado crescente e possibilidade de renda significativa.

Produtores como Ana Claudia Wawrzyniak, de Cerro Negro, percorreram mais de 200 km para participar do Dia de Campo. Atualmente, ela possui 130 pés de mirtilo e pretende expandir sua produção após aplicar os aprendizados adquiridos no evento.

Epagri reforça papel de incentivo à diversificação

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O Dia de Campo em Palmeira evidencia o papel da Epagri em levar conhecimento técnico aos produtores e mostrar alternativas de culturas adaptadas ao clima local. José Márcio Lehmann, gerente regional da Epagri em Lages, ressalta: “O mirtilo é uma cultura nova, mas com resultados concretos. Nosso objetivo é oportunizar aos produtores a diversificação da produção, baseada no clima da região, promovendo renda e qualidade de vida”.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Exportação de Açúcar do Brasil Totaliza 2,9 Milhões de Toneladas em Setembro

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As exportações brasileiras de açúcar e outros melaços registraram receita diária média de US$ 58,069 milhões em setembro de 2025, considerando 20 dias úteis, segundo dados parciais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O valor representa uma queda de 31,6% na receita diária em comparação com setembro de 2024, quando o país havia registrado US$ 84,931 milhões por dia.

Volume exportado atinge quase 3 milhões de toneladas

No período, o Brasil exportou 2.915.946 toneladas de açúcar, com receita total de US$ 1,161 bilhão. O preço médio por tonelada ficou em US$ 398,30, indicando uma redução de 13,4% em relação aos US$ 459,70 praticados em agosto de 2024.

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O volume médio diário de exportações em setembro de 2025 chegou a 145,797 mil toneladas, 21,1% menor que as 184,738 mil toneladas embarcadas diariamente no mesmo mês do ano anterior.

Tendência de queda no setor açucareiro

Os dados refletem um cenário de retração nas exportações de açúcar, com impacto tanto no volume embarcado quanto nos preços médios. Analistas apontam que fatores como variações na demanda internacional e flutuações cambiais podem ter influenciado a queda observada em setembro.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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