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Agronegócio

Preço do milho atinge maior patamar em três meses, segundo Cepea

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Os preços do milho seguem em trajetória firme no mercado interno, mesmo diante de elevada disponibilidade. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a postura cautelosa dos vendedores tem limitado a oferta do cereal aos consumidores domésticos, sustentando cotações mais elevadas e dificultando a negociação para compradores com necessidade imediata de reposição.

Na parcial de setembro, até o dia 18, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referência para a praça de Campinas (SP), registrava média de R$ 64,92 por saca de 60 kg — o maior valor nominal observado desde junho. O montante representa a cotação mais elevada dos últimos três meses, e reflete a resistência dos agentes em aceitar preços mais baixos no cenário atual.

Mesmo com o avanço da colheita da segunda safra, a oferta doméstica continua restrita, impactando a dinâmica do mercado. Segundo o Cepea, a diferença de expectativas entre vendedores e compradores tem mantido os negócios em ritmo lento, com demanda ativa apenas em casos de urgência.

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Exportações ganham ritmo após desempenho abaixo do esperado

As exportações brasileiras de milho, que ao longo do ano vinham operando abaixo do esperado, apresentaram melhora em setembro. Nos dez primeiros dias úteis do mês, foram embarcadas 3,05 milhões de toneladas, volume que representa praticamente metade de todo o total exportado em setembro de 2024.

Esse movimento é atribuído a fatores como câmbio favorável, maior competitividade frente a outros países exportadores e retomada da demanda externa. Mesmo assim, o acumulado anual ainda aponta retração em relação ao mesmo período do ano passado, evidenciando a lentidão dos embarques nos primeiros meses do ano.

Estoques elevados não pressionam o mercado

Apesar da disponibilidade interna elevada, os estoques não têm pressionado os preços, justamente pelo comportamento mais seletivo dos vendedores. O Cepea observa que produtores têm optado por reter os volumes colhidos, ofertando apenas lotes pontuais a valores mais altos, o que limita o avanço de compras no mercado físico.

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Essa postura está ancorada em expectativas de melhora nos preços com o avanço das exportações e a valorização do dólar, fatores que podem dar sustentação às cotações nos próximos meses.

Cenário demanda atenção para comercialização

A firmeza dos preços do milho em plena janela de escoamento da safrinha reforça a importância do planejamento comercial. Em regiões consumidoras, como o Sudeste e o Sul, compradores enfrentam dificuldades para negociar grandes volumes diante dos preços praticados, que superam os patamares observados no trimestre anterior.

Por outro lado, a competitividade internacional do milho brasileiro pode seguir atraente, o que tende a reduzir a pressão sobre o mercado interno, especialmente se os embarques continuarem em ritmo elevado até o fim do ano.

Perspectivas indicam manutenção da firmeza

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Com base no comportamento recente do mercado e nas informações do Cepea, a expectativa é de que os preços se mantenham firmes nas próximas semanas. A combinação entre dólar valorizado, escoamento externo aquecido e postura cautelosa de vendedores segue como principal vetor de sustentação das cotações.]

AGROLINK – Aline Merladete

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Exportações de farelo somam 15,3 milhões de toneladas até agosto

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, na edição de setembro do Boletim Logístico, divulgada na segunda-feira (29), que o desempenho do farelo de soja nesta temporada esteve associado ao setor produtor de proteína animal e, em maior escala, ao avanço da demanda do biodiesel. Segundo o boletim, esse movimento “melhorou a participação nas margens da indústria de esmagamento”.

Com o aumento no processamento previsto pela Conab, a produção de farelo de soja foi estimada em 45,1 milhões de toneladas, com exportações projetadas em 23,6 milhões e consumo interno em 19,5 milhões. O volume representa pouco acréscimo em relação à safra passada, mas resultará em um estoque de passagem de 5,4 milhões de toneladas, registro na série acompanhada.

De janeiro a agosto de 2025, as exportações de farelo de soja somaram 15,3 milhões de toneladas, contra 15,4 milhões no mesmo período do ano anterior. O porto de Santos concentrou 43,5% do escoamento nacional, ante 45,2% no mesmo intervalo de 2024. Paranaguá respondeu por 29,1%, contra 26,7% do ano anterior; Rio Grande, 15,3%, ante 14,7%; e Salvador, 7,8%, contra 6,9% em igual período do ano passado. As cargas tiveram origem principalmente nos estados de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

AGROLINK – Seane Lennon

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Paraná lidera produção nacional de mel em 2024

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O Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), destacou que a apicultura é uma atividade de importância social, econômica e ambiental. Segundo o relatório, “a exploração racional da abelha Apis mellifera representa geração de emprego, diversificação produtiva e benefícios à propriedade rural”.

De acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, a produção nacional de mel em 2024 foi de 67.304 toneladas, alta de 4,9% em relação a 2023, quando foram registradas 64.164 toneladas. O Valor Bruto da Produção (VBP) atingiu R$ 1,010 bilhão, o que significa elevação de 11,4% em comparação ao ano anterior. Para o instituto, “o volume de 2024 representa o maior já registrado na série histórica, com crescimento consecutivo desde 2016”.

Apesar dos números positivos, o setor enfrenta desafios relacionados a estiagem, uso de agrotóxicos, desmatamento, poluição e doenças que afetam apiários em diferentes regiões. Ainda assim, a produção paranaense alcançou 9.823 toneladas em 2024, aumento de 15,7% em relação ao ano anterior, superando o Piauí e colocando o Paraná na liderança nacional. O estado nordestino produziu 8.614 toneladas, queda de 2,4% frente a 2023. O VBP do Paraná foi de R$ 180,856 milhões, equivalente a 17,9% do total nacional.

Segundo o IBGE, a produção regional foi distribuída entre o Nordeste, com 39,4% do total, o Sul, com 33%, o Sudeste, com 22%, o Centro-Oeste, com 3%, e o Norte, com 1,9%. No recorte estadual, os principais produtores foram Paraná (14,6%), Piauí (12,6%), Rio Grande do Sul (12%), Minas Gerais (10,9%), São Paulo (10%) e Ceará (9%).

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No Nordeste, a produção foi de 26.527 toneladas, com destaque para Piauí (8.614 toneladas), Ceará (6.059 toneladas), Maranhão (3.362 toneladas) e Bahia (4.550 toneladas). No Sul, a produção somou 22.181 toneladas, sendo Paraná (9.823 toneladas), Rio Grande do Sul (8.064 toneladas) e Santa Catarina (4.294 toneladas) os principais produtores. Já no Sudeste, a produção foi de 15.347 toneladas, com Minas Gerais (7.326 toneladas) e São Paulo (6.772 toneladas) à frente.

Dois municípios do Paraná figuraram entre os maiores produtores do país. Arapoti alcançou o segundo lugar no ranking nacional, com 1.125.130 quilos, enquanto Ortigueira ficou em quinto, com 805.000 quilos. Outros destaques nacionais foram Santa Luzia de Paruá (MA), primeira colocada com 1.181.500 quilos, Santana do Cariri (CE), terceira posição com 940.000 quilos, e São Raimundo Nonato (PI), que ficou em quarto lugar com 922.394 quilos.

AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

China corta 15% das compras de soja do Paraná

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Foto: Pixabay

Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado nesta quinta-feira (2) pelos analistas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), as exportações do complexo soja do Paraná registraram queda no acumulado de janeiro a agosto de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. O volume embarcado pelo estado somou 11,15 milhões de toneladas, redução de 11%.

De acordo com o levantamento, “o principal motivo para esta redução é o menor volume importado pelo nosso principal cliente, a China”. Do total exportado no período, 66% tiveram como destino o país asiático, que reduziu suas compras em 15% na comparação com 2024.

No cenário nacional, a situação foi diferente. As exportações brasileiras de soja cresceram 3%, totalizando 103,04 milhões de toneladas. A China, como principal compradora, ampliou em 8% suas aquisições de outros estados.

Enquanto isso, no Paraná, o plantio da safra 2025/26 avançou nos últimos dias e atingiu 26% da área estimada em 5,77 milhões de hectares.

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AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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