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Mato Grosso

“Sem o programa de melhoramento genético do Governo de Mato Grosso, a cooperativa não sobreviveria”, afirma produtor de Bom Jesus do Araguaia

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Prenhezes com melhoramento genético em propriedade de Bom Jesus do Araguaia – Foto por: Assessoria Seaf

 

Investimentos em ciência e tecnologia têm mudado a realidade da agricultura familiar em Mato Grosso. Com o programa de melhoramento genético coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT), produtores de leite de pequeno porte conquistaram ganhos significativos na produtividade e na renda, alcançando resultados que antes pareciam distantes.

Em Bom Jesus do Araguaia, polo da cadeia leiteira, com os animais de genética avançada a média de produção de leite saltou de 6,5 para 18,7 litros por vaca/dia e a expectativa é alcançar até 30 litros com o avanço do manejo. Os investimentos em melhoramento genético na região somam R$ 684,5 mil em três etapas.

A Cooperativa de Produtores Rurais de Bom Jesus do Araguaia (Cooperbonja), criada em 2014, após vencer a burocracia inicial, começou com 1.500 litros de leite por dia. Atualmente, a remuneração dos produtores é proporcional à produção, e todo recurso economizado é reinvestido em melhorias e repassado aos cooperados. Hoje, com 500 cooperados, a produção ultrapassa 250 mil litros/dia.

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De acordo com o presidente Valdemir Rodrigues Quixabeira, o “Pingo”, a entidade já participou de dois chamamentos públicos de novilhas prenhes. Segundo ele, o impacto foi imediato.

“O programa das novilhas tem alavancado muito a produção na nossa região. Esse reforço nos levou a 250 mil litros/dia na alta da lactação. No passado, tínhamos dificuldade até para conseguir parceiros; hoje, precisamos selecionar. Estamos ansiosos pelo próximo chamamento”, destacou Pingo.

Para o presidente da Cooperbonja, a transformação vai além dos números:

“Antes, a preocupação era ter quantidade de animais. Hoje, buscamos qualidade, porque, com menos animais, conseguimos produzir muito mais. Isso garante não apenas produção, mas também renda, qualidade de vida e sucessão familiar. Meus três filhos trabalham comigo, e nosso sonho é que deem continuidade à atividade”, contou.

Outro caso de sucesso na região é o do produtor João Henrique, da Fazenda Flamboyant, de 102 hectares. Ele já participou de todas as modalidades do programa: sêmen, embrião e novilhas prenhes, e viu sua produção saltar de 3 litros para 14 litros por vaca/dia.

“Há três anos, trabalhamos para garantir alimento na seca, produzindo silagem de milho. Por meio da Seaf, em parceria com a cooperativa, recebemos apoio do programa com calcário, plantadeira, patrulha mecanizada e resfriador de leite. Hoje, colhemos os frutos dessa parceria”, afirmou.

Apoio técnico e inovação

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Segundo o médico-veterinário da Seaf, Eduardo Dantas, a tecnologia disponibilizada pelo programa seria inacessível aos pequenos produtores sem o apoio do Governo.

“Cada embrião custa em torno de R$ 3 mil. O Estado oferece essa tecnologia e garante que produtores de pequena escala tenham acesso à genética capaz de produzir até 30 litros de leite por vaca/dia. Isso é inovação e dignidade no campo. Tocantins e Rondônia já nos procuraram para replicar o modelo aplicado em Mato Grosso”, explicou.

O extensionista da Empaer, Aldemir Carvalho, que acompanha de perto a execução, destacou a adesão dos produtores.

“No início, em 2021, a participação foi tímida. Mas logo o programa tomou proporção gigantesca. Hoje, os produtores já aguardam a próxima etapa e mostram mais preparo para o manejo, inclusive na formação de reservas para a seca”, relatou.

Conforme o presidente da cooperativa, o trabalho integrado entre Governo do Estado, Seaf é essencial para o fortalecimento da agricultura familiar.

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“Sem esse programa de melhoramento genético do Governo de Mato Grosso, a cooperativa não sobreviveria. Os programas do Governo nos permitem acessar genética de ponta que, de outra forma, seria inviável. A Seaf tem sido muito parceira, a Empaer acompanha de perto, e nós só temos a agradecer”, ressaltou o presidente da Cooperbonja.

Investimentos

Segundo o último censo rural, Bom Jesus do Araguaia possui 724 propriedades de pequena escala, com população de 3.430 habitantes, sendo que 77% das propriedades do agro são de pequena escala, com uma área de 55.874 hectares. De 2019 a junho de 2025, Bom Jesus recebeu R$ 8,3 milhões em investimentos do Governo por meio da Seaf, a exemplo de caminhão cavalo mecânico, silo vertical, caminhão equipado com tanque isotérmico, veículos, calcário, máquinas e implementos.

Desde 2020, o programa de melhoramento genético da Seaf já investiu R$ 7,2 milhões, beneficiando 1.080 produtores em 32 municípios, com um total de 4.126 prenhezes confirmadas. Agora, o programa entra em sua quarta fase, com mais R$ 6 milhões garantidos para a expansão do atendimento, a licitação já foi concluída.

Em Bom Jesus do Araguaia, os investimentos somam R$ 684.568,00, distribuídos em três etapas que totalizaram 326 prenhezes. A ação tem fortalecido a cadeia produtiva do leite na região, que é considerada um importante polo de captação e referência em organização da agricultura familiar.

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Vânia Neves | Seaf/Empaer

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Mato Grosso

Mutirão de cirurgias eletivas em Monte Negro vai atender 170 pacientes com apoio de emenda do deputado Thiago Flores

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O deputado federal Thiago Flores (Republicanos-RO) esteve, hoje (30), no Hospital Municipal Irmã Dulce, em Monte Negro, acompanhando o mutirão de cirurgias eletivas que está sendo realizado graças a uma emenda parlamentar de R$ 800 mil destinada pelo seu mandato.

A ação beneficiará não apenas os moradores de Monte Negro, mas toda a população do Vale do Jamari. No total, estão previstas 170 cirurgias eletivas, e a lista de espera já conta com 50 pacientes cadastrados.

Somente em setembro, nos primeiros quatro dias de atendimento (27 a 30/09), mais de 30 procedimentos foram realizados com sucesso, devolvendo saúde e qualidade de vida aos pacientes.

As cirurgias contemplam procedimentos como colecistectomia, correção de hérnias (inguinal, umbilical, epigástrica), hemorroidas, laqueadura e vasectomia. Os atendimentos seguem mensalmente, com cerca de 30 cirurgias por mês.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os interessados devem procurar o Setor de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, no Centro de Especialidades – R. Justino Luís Ronconi, nº 2337, ou obter informações pelo telefone (69) 9927-9593.

“Esse mutirão é uma resposta concreta à população que aguardava há muito tempo por esses procedimentos. Nosso compromisso é trabalhar para garantir saúde de qualidade e dignidade para cada rondoniense”, destacou o deputado Thiago Flores.

Em sua postagem nas redes sociais, o parlamentar destacou o bom atendimento que vem sendo prestado a população pelos profissionais da saúde. Segundo Thiago, quando ele chegou no hospital encontrou com pacientes que relataram o apoio, acolhimento e cuidado que estão recebendo pela equipe. “Ver a esperança e a saúde das pessoas reestabelecida é um combustível para continuarmos o nosso trabalho sabendo que estamos no caminho certo”, finalizou o deputado federal Thiago Flores.

Ao todo já foram destinados mais de R$ 3,5 milhões para o município de Monte Negro sendo R$ 1,7 milhão para a saúde, R$ 650 mil para infraestrutura com aquisição de tubos de aço corrugado, R$ 100 mil para cursos de capacitação dos servidores, R$ 700 mil para aquisição de equipamentos e duas caminhonetes para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) Vila Massangana, Linha C-35 e Santa Lucia e R$ 200 mil para aquisição de equipamentos para o Hospital Municipal.

da Assessoria

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Mato Grosso

Deputado Luís do Hospital acompanha projetos inéditos da Fiocruz para RO

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O deputado estadual Dr. Luís do Hospital, presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa, esteve em Brasília na última semana e participou de uma reunião a convite do presidente da Fiocruz, Mario Moreira. O encontro apresentou projetos estratégicos da instituição para Rondônia, entre eles a instalação do Centro de Clima e Saúde em Rondônia (CCSRO) e a consolidação da nova sede da Fiocruz em Porto Velho.

Como parte desse movimento de expansão, em dezembro de 2024 a Fiocruz adquiriu o campus da extinta Faculdade de Rondônia (FARO), que passará a abrigar a nova estrutura da instituição no estado. A mudança representa um marco estratégico: enquanto a atual sede, localizada na Rua da Beira, bairro Lagoa, dispõe de 1.382,57 m² de área construída, o novo prédio tem 12.065,24 m², possibilitando a ampliação das atividades de pesquisa, ensino, serviços e gestão, além de abrir espaço para novas frentes de atuação em saúde pública.

O Centro de Clima e Saúde será uma iniciativa inédita na Amazônia, voltada a enfrentar os desafios ambientais e seus impactos diretos na saúde da população. Rondônia foi escolhida por ser um estado marcado por fenômenos extremos recentes, como a cheia histórica do Rio Madeira em 2014, a seca e crise hídrica de 2024, as queimadas que devastaram 1,4 milhão de hectares no mesmo ano e a enchente de 2025, quando o rio atingiu 16,67 metros. Situações que geraram graves consequências para a agricultura, pecuária e saúde pública.

Segundo Dr. Luís do Hospital, a iniciativa fortalece não apenas a ciência, mas também a saúde pública no estado. “Estamos diante de uma oportunidade única de transformar nosso estado em referência no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde. É ciência e política caminhando juntas para melhorar a vida das pessoas”, ressaltou.

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A implantação do CCSRO e a nova sede da Fiocruz em Porto Velho devem gerar avanços científicos, fortalecer o SUS, apoiar o setor produtivo, monitorar desastres naturais e zoonoses, além de qualificar pesquisadores. O projeto também amplia a presença internacional de Rondônia na agenda de clima e saúde, consolidando o estado como polo de referência na Amazônia.

Para o parlamentar, os impactos vão muito além da esfera acadêmica. “Além do avanço científico, a Fiocruz vai contribuir para melhorar a vida do povo rondoniense com soluções práticas. Do monitoramento das cheias à prevenção de doenças, esse centro vai dialogar diretamente com as nossas realidades e trazer respostas efetivas para problemas que afetam o dia a dia das famílias”, destacou Dr. Luís do Hospital.

da Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Mato Grosso

Porto Velho completa 111 anos de criação

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Porto Velho completa nesta quinta-feira (2) 111 anos de criação. Para marcar a data, o Rondoniagora relembra entrevistas concedidas pelo memorialista Anísio Gorayeb, que faleceu em 2021, e pelo historiador Aleks Palitot. Eles dedicaram pesquisas e registros importantes que ajudam a compreender um pouco da história da capital rondoniense.

Origem e formação

Criada às margens do rio Madeira, a cidade nasceu em uma área estratégica para navegação e geração de energia. A Lei nº 756, aprovada em 2 de outubro de 1914 pela Assembleia Legislativa do Amazonas, oficializou a criação do município, até então pertencente a Humaitá. Em 1943, Porto Velho e Guajará-Mirim passaram a integrar o Território Federal do Guaporé, que, em 1956, passou a se chamar Rondônia, elevado à condição de Estado em 1981.

O nome da capital também desperta curiosidade. De acordo com registros apontados pelo livro Enganos da Nossa História, do pesquisador Antônio Cândido da Silva, a origem teria ligação com o chamado “Porto do Velho Pimentel”, lenhador que fornecia madeira para navios a vapor na época do Ciclo da Borracha. Entretanto, conforme destacou o historiador Aleks Palitot, não existem documentos que comprovem a existência de Pimentel, o que transformou a narrativa em lenda popular.

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Contexto histórico

Palitot explicou que, durante a Guerra do Paraguai, em 1865, a região era estratégica por conectar o Mato Grosso aos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Para assegurar a navegação e o controle territorial, o imperador Dom Pedro II determinou a instalação de uma guarnição militar próxima ao que mais tarde seria o pátio ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Relatórios de Marechal Rondon e Oswaldo Cruz já faziam referência ao local como “Porto Velho Militar” ou “Porto dos Militares”.

Com o fim da guerra e a vitória brasileira em 1870, iniciou-se a construção da EFMM em 1872. A empresa inglesa Public Works implantou um porto moderno em Santo Antônio, e a população passou a diferenciar os locais como “Porto Novo” e “Porto Velho”.

Cidade acolhedora: o Brasil se encontra em Porto Velho, diz historiador
Acervo Aleks Palitot

O inglês como idioma predominante

Anísio Gorayeb registrou que, com a criação do município, surgiu um impasse administrativo. O idioma predominante era o inglês, utilizado na documentação da ferrovia e no primeiro jornal da cidade, o The Porto Velho Times. Para evitar conflitos de gestão, foi criada a chamada “Rua Divisória”, hoje avenida Presidente Dutra, com uma cerca que separava os domínios: de um lado, a administração do superintendente municipal; do outro, a gestão dos diretores da EFMM.

População e crescimento

Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Porto Velho tem população estimada em 517.709 habitantes neste ano, sendo a terceira capital mais populosa da região Norte. É também a única capital brasileira que faz fronteira direta com outro país, a Bolívia. O município possui mais de 34 mil km² de área e é dividido em 75 bairros distribuídos entre as zonas Sul, Leste, Norte e Oeste.

A primeira eleição municipal ocorreu em 1916, elegendo o médico Joaquim Augusto Tanajura, que assumiu em 1º de janeiro de 1917. Durante seu segundo mandato, a sede da Prefeitura foi transferida para o imóvel localizado na rua José Bonifácio, na ladeira Comendador Centeno, onde se consolidou como centro administrativo.

Patrimônio histórico e cultura

A capital preserva símbolos marcantes como o complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, as Três Caixas D’Água e o Cemitério da Candelária. Ao longo do tempo, novos espaços culturais foram incorporados, como o Mercado Cultural, o Espaço Alternativo, o Memorial Jorge Teixeira e o Teatro Estadual Palácio das Artes.

A diversidade cultural é resultado da miscigenação de povos vindos de várias partes do Brasil. Esse pluralismo se reflete em eventos como o Arraial Flor do Maracujá, realizado há mais de quatro décadas, festivais de praia e o tradicional desfile da Banda do Vai Quem Quer durante o carnaval.

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Rondoniagro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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