Agronegócio
Setor de ovos mantém expansão em 2025 e prevê margens positivas para 2026

Foto: CNA
Produção de ovos segue em alta e supera 2,4 bilhões de dúzias
O setor de ovos brasileiro manteve, em 2025, o ritmo de crescimento observado no ano anterior, consolidando-se como um dos segmentos mais dinâmicos da avicultura nacional.
De acordo com dados do IBGE, a produção total de ovos — entre consumo e incubação — alcançou 2,447 bilhões de dúzias no primeiro semestre, um aumento de 7,6% em relação a 2024.
Desse volume, 83% foram destinados ao consumo, que cresceu 9,2%, enquanto a produção voltada à incubação teve avanço modesto de 0,8%.
Apesar da expansão, o alojamento de pintainhas começou a dar sinais de desaceleração a partir de maio, registrando quedas de 5% em julho e 1% em agosto, o que pode indicar uma acomodação gradual na oferta.
Preços recuam após alta no início do ano
Os preços dos ovos iniciaram 2025 em forte alta, impulsionados por fatores sazonais. No atacado, a caixa com 30 dúzias chegou a R$ 248 em março, valor 26% acima do registrado no mesmo período de 2024.
Entretanto, com o aumento da produção, os preços passaram a recuar, encerrando outubro com média de R$ 173 por caixa. No campo, o preço pago ao produtor caiu de R$ 204 para R$ 142 por caixa entre março e outubro.
Essa correção de preços reduziu o spread da postura, indicador que mede a relação entre custo da ração e preço de venda. Mesmo assim, as margens permanecem historicamente elevadas, sustentadas pela queda de 27% no preço do milho desde março e pela estabilidade da soja.
Custos menores impulsionam margens dos produtores
A forte recuperação da safra de milho, favorecida pelo clima, garantiu oferta abundante do grão e reduziu a pressão sobre os custos da ração, que representam cerca de 80% das despesas totais de produção.
A tendência é de estabilidade nos preços do milho, mesmo diante da demanda aquecida por parte dos setores de proteína animal e etanol de milho.
Para a soja, o potencial produtivo da nova safra é estimado em 178 milhões de toneladas, o que deve manter os preços sob controle, ainda que o fenômeno La Niña gere incertezas no Sul do Brasil e na Argentina.
Exportações crescem 44,8%, mesmo com desafios externos
Mesmo representando menos de 1% da produção nacional, as exportações brasileiras de ovos somaram 46 mil toneladas até setembro, um salto de 44,8% sobre o mesmo período de 2024.
O desempenho foi impulsionado por maiores embarques para México, Japão e Emirados Árabes Unidos, além dos Estados Unidos, que continuam sendo o principal destino, com 42% de participação.
Apesar disso, o setor enfrentou desafios com o aumento tarifário imposto pelos EUA e o fechamento temporário de mercados após o registro de gripe aviária no Rio Grande do Sul, em maio.
Consumo doméstico continua sendo o motor do setor
O ovo segue como uma das principais fontes de proteína de baixo custo no Brasil, ganhando espaço no consumo das famílias em períodos de restrição orçamentária.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita atingiu 269 unidades em 2024, com crescimento médio de 4% ao ano na última década.
Com custos mais baixos e margens positivas, o setor deve manter um crescimento de 4% a 5% ao ano, sustentado pela demanda interna.
Perspectivas: consolidação, tecnologia e sanidade no radar
Para 2026, o Itaú BBA projeta um cenário favorável ao produtor de ovos, com custos de ração controlados e estoques de milho elevados, o que deve preservar a rentabilidade.
O setor, ainda fragmentado, tende a passar por um movimento gradual de consolidação, com modernização tecnológica, automação e integração vertical das operações.
A sanidade avícola permanece como prioridade estratégica. Embora o Brasil mantenha elevados padrões sanitários, surtos recentes em outros países reforçam a necessidade de rigor nos protocolos de biosseguridade e integração entre produtores e autoridades para garantir a estabilidade produtiva e a confiança dos mercados externos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Morango tem boa safra no RS com clima favorável, mas pragas exigem atenção dos produtores

foto: assessoria/arquivo
Clima ideal impulsiona qualidade e produtividade do morango
O mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar indica que o clima segue favorável ao cultivo de morango na região de Caxias do Sul. As temperaturas amenas, com média em torno de 20 °C e amplitude térmica elevada, criaram condições ideais para o desenvolvimento das lavouras.
A sanidade dos morangueiros é considerada satisfatória, com os produtores mantendo tratamentos fitossanitários preventivos baseados em produtos biológicos para o controle de oídio, mofo-cinzento e antracnose. No entanto, a antracnose, conhecida popularmente como “flor preta”, tem se tornado mais frequente, gerando preocupação entre os agricultores.
Em Nova Petrópolis, produtores também relatam casos de ácaro-rajado, praga que exige acompanhamento constante para evitar perdas na produção.
Colheita avança, mas volume segue abaixo do esperado
Apesar das boas condições climáticas, o volume colhido ainda está abaixo do esperado para esta época do ano. Em Gramado, o morango in natura é comercializado entre R$ 20,00 e R$ 30,00 por quilo, enquanto o morango congelado tem preço médio de R$ 10,00/kg.
Já em Nova Petrópolis, houve aumento de preços em relação à semana anterior. Na venda direta ao consumidor, o produtor tem recebido entre R$ 20,00 e R$ 35,00/kg, e nas negociações com Ceasas, intermediários e mercados, os valores variam de R$ 15,00 a R$ 30,00/kg.
Pelotas registra frutos de excelente qualidade
Na região de Pelotas, os cultivos de morango encontram-se em diferentes estágios, desde os tratos culturais até a colheita. O boletim destaca a excelente qualidade dos frutos, com bom calibre e sabor, reflexo direto das condições climáticas estáveis.
Os preços praticados na região variam de R$ 12,00 a R$ 27,00/kg, dependendo da classificação e destino do produto.
Soledade tem produção em alta e manejo eficiente
Em Soledade, o relatório aponta que a radiação solar, as temperaturas amenas e o maior fotoperíodo favoreceram o desenvolvimento das lavouras. O resultado é uma elevação na produção, na oferta e na qualidade dos frutos.
As cultivares de dias curtos já começam a apresentar redução na produtividade, mas o manejo sanitário constante e as podas leves de limpeza têm contribuído para manter a rentabilidade. O preço pago ao produtor oscila entre R$ 25,00 e R$ 35,00/kg.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Índia deve liberar 30 milhões de toneladas de arroz no mercado global e acende alerta no setor brasileiro

Foto: Paulo Rossi
Índia retoma exportações após dois anos de restrições
Após dois anos de restrições, a Índia, maior exportadora mundial de arroz — responsável por cerca de 40% do comércio global —, anunciou a retomada das exportações do grão em março de 2025. A medida foi motivada pelos estoques públicos recordes, que atingiram 48,2 milhões de toneladas métricas em setembro de 2024, um aumento superior a 14% em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais do governo indiano.
A proibição das exportações havia sido imposta em 2022 para conter a inflação dos alimentos e proteger o abastecimento interno. Contudo, a combinação de boa safra e queda acentuada nos preços domésticos levou o governo a liberar novamente o comércio internacional do produto.
Chuvas abundantes impulsionam colheita e ampliam capacidade de exportação
De acordo com informações da Agência Reuters, as fortes chuvas de monção registradas neste ano devem impulsionar ainda mais a produção de arroz na Índia, ampliando a capacidade de exportação do país.
“A Índia já é um ator importante no comércio global de arroz, e nosso objetivo agora é alcançar compradores em mercados menos atendidos para impulsionar ainda mais as exportações”, afirmou Dev Garg, vice-presidente da Federação Indiana de Exportadores de Arroz.
Com os armazéns estatais já próximos do limite, o governo indiano estima despejar cerca de 30 milhões de toneladas de arroz no mercado internacional, um volume considerado expressivo e com potencial de pressionar os preços globais da commodity.
Setor brasileiro vê movimento indiano com preocupação
A notícia da possível ampliação das exportações indianas causou apreensão no mercado brasileiro de arroz, que enfrenta problemas estruturais e baixa rentabilidade.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a volta da Índia ao mercado externo representa um risco direto para os produtores brasileiros.
“A simples inclusão do Brasil na lista de quase 30 países que podem receber o arroz indiano já gerou pânico no setor. Um volume dessa magnitude seria devastador para a competitividade do produto nacional, que já enfrenta altos custos logísticos e margens reduzidas”, destacou.
O especialista explica que a estratégia indiana também visa recuperar os preços internos, hoje abaixo de US$ 400 por tonelada, chegando a US$ 345 — o menor patamar das últimas duas décadas.
Qualidade do arroz indiano é questionada no Brasil
Evandro Oliveira relembra que as experiências anteriores com o arroz indiano no Brasil não foram positivas.
“A qualidade do produto indiano é muito inferior àquela à qual o consumidor brasileiro está acostumado. Por isso, a aposta é de que esse comércio, caso ocorra, não tenha grande adesão nem sucesso por aqui”, afirmou o analista.
Produção global deve atingir recorde histórico
As projeções da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicam que a produção mundial de arroz deverá alcançar um recorde de 556,4 milhões de toneladas em 2025/26.
A própria Índia, segundo a FAO, colheu 146,1 milhões de toneladas na safra encerrada em junho de 2025, superando com folga a demanda doméstica de 120,7 milhões de toneladas. O excedente reforça o papel do país como grande fornecedor global, mas também acende o alerta para mercados produtores, como o brasileiro, que podem sofrer com os impactos da sobreoferta mundial.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Tambatinga supera tambaqui e se consolida como destaque da piscicultura brasileira

Foto: Fábio Rosa Sussel
A tambatinga, híbrido do tambaqui com a pirapitinga, vem se consolidando como uma das principais espécies da piscicultura nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a produção da tambatinga já supera a do tambaqui, sinalizando uma transformação no perfil da aquicultura brasileira.
“O híbrido combina a resistência do tambaqui, nativo da Amazônia Legal, com a pirapitinga, que ocorre em outras bacias do país. Isso resultou em uma espécie adaptável a diferentes climas, permitindo sua expansão para regiões como Maranhão, líder em produção, e Mato Grosso”, explica Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.
Produtividade e rendimento industrial impulsionam interesse
Além da adaptabilidade, a tambatinga se destaca pela rápida taxa de crescimento e pelo alto rendimento industrial, especialmente em cortes valorizados, como a costela de peixe. Esses fatores têm atraído produtores interessados em aumentar a eficiência e o valor agregado da produção.
Desafios estruturais ainda limitam o setor
Apesar do crescimento, a piscicultura de espécies nativas enfrenta limitações estruturais. O baixo nível de industrialização restringe o acesso a mercados exigentes e de maior remuneração, afetando a rentabilidade dos produtores.
“O potencial é grande, mas é preciso avançar em infraestrutura de processamento e implementar políticas públicas que incentivem toda a cadeia produtiva”, alerta Medeiros.
Mercado consumidor e iniciativas de fomento
O consumo da tambatinga é semelhante ao de outras espécies nativas, como tambaqui, pacu e pirapitinga, devido à proximidade de sabor e aparência. No entanto, a expansão da espécie ainda depende principalmente da iniciativa dos produtores, já que não existe uma estratégia nacional específica para estimular sua produção.
A Peixe BR acompanha o crescimento da tambatinga e busca ampliar seu reconhecimento, promovendo debates técnicos e inserindo a espécie em políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da aquicultura no país, reforça Medeiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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