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Crédito rural: produtores e MAPA criticam embargo de terras

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Reprodução

Durante o debate na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, representantes dos produtores rurais e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) alertaram que os embargos de terras estão prejudicando a concessão dos financiamentos.

Adquirir animais e equipamentos, construir benfeitorias, custear a produção entre outros benefícios é o que prevê o crédito rural, criado para garantir o pagamento de financiamento de custeio agrícola aos produtores rurais, mas, na prática, a realidade é outra.

Um decreto do Governo Federal com novas normas para a concessão de terras, alterou a destinação das glebas públicas federais, o que tem prejudicado o processo de regularização fundiária no país. Além de uma resolução editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que proíbe os bancos de conceder financiamentos a donos de empreendimentos rurais sujeitos a embargos por órgãos ambientais, seja na esfera estadual ou federal em todos os biomas.

A medida do CMN foi questionada por representantes de entidades ligadas ao setor agro.

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“Muitos produtores já estavam em fase final de regularização e outros com o CRO ativo, ou seja, com o certificado de reconhecimento de ocupação ativo e agora estão sendo inativados esses certificados”, disse Thiago Rocha, consultor da Aprosoja.

O diretor do Departamento de Política De Financiamento do Ministério da Agricultura, Wilson de Araújo, demonstrou preocupação e chamou a atenção para os produtores que estão sendo prejudicados.

“Você traz implicações no processo produtivo, a preocupação do Mapa ainda é essa, o quanto de produtores que deixam de tomar crédito por causa da extensão para todo o imóvel rural. Tem situações que não dá a resposta no momento que se precisa. Você entra com o embargo de uma área por desmatamento é justo, que está dentro da lei tem que ser cumprido mesmo. Mas aí fica eternamente lá esse embargo, o cara pode regularizar e passar anos e anos que já entrou com o requerimento de desembargo e isso não acontece, eu acho que foi além’, afirmou Wilson de Araújo.

Para o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, José Henrique Pereira, o crédito rural tem um papel importante para o desenvolvimento do setor Agro e faz um alerta para regularização ambiental das propriedades.

“O título da propriedade é fundamental, é a principal garantia de direito de propriedade do produtor rural e a segurança jurídica no campo, então a gente defende a titulação política de titulação, principalmente nas regiões que tem a maior dificuldade, são essas glebas públicas federais que estão justamente na região Amazônica”, disse Pereira.

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Recentemente, a CNA entregou aos Ministérios da Fazenda e da Agricultura um documento com as principais propostas do setor produtivo para o próximo plano safra. Além de mais recursos para o seguro rural, a Confederação pede adequações na resolução do Conselho Monetário Nacional.

O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental, André Lima, reconheceu que o crédito rural é importante, mas criticou a norma ambiental brasileira.

“O princípio básico é que as terras públicas arrecadadas ou não, elas têm várias funções, dentre elas uma função ambiental. Então, mesmo para regularização fundiária, que é uma possibilidade, essa regularização fundiária tem que se dar dentro de uma conformidade ambiental, mas o fato é que a nossa norma é muito frouxa”, disse Lima.

No entendimento da vice-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, Samanta Pineda, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) não é um instrumento adequado para tratar da regularização fundiária no país.

“Nem para o que serve, que é a regularização ambiental da propriedade, o CAR está sendo contemplado, muito menos ele pode ser utilizado pelo Banco Central como o critério para concessão de crédito”, disse Samanta Pineda.

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“Para a questão fundiária, o que deve ser levado em conta, o documento que tem que ser considerado, é o documento oficial, que é o Sigef. Então, a sugestão é que o Conselho Monetário Nacional use o Sigef e não o CAR para avaliar aquela propriedade que está pedindo crédito. Vai ser muito mais eficiente, tanto do ponto de vista de concessão, quanto de negativa para o imóvel que não está regular”, completou.

Parlamentares e representantes dos Ministérios e de entidades do Agro saíram otimistas da audiência pública. A expectativa é que o decreto passe por mudanças nas próximas semanas.

“Nós estamos propondo um novo manual de classificação de florestas públicas, nós vamos incluir no decreto um novo inciso colocando a regularização fundiária nos termos da Lei. Desde que essa área de floresta seja a parte da reserva legal, nos termos da legislação Florestal”, destacou Lima.

“A gente está entendendo que isso vai resolver 80% do problema. A gente sabe também, os dados mostram isso, 98% dos Produtores Rurais brasileiros não estão desmatando ilegalmente. Se há erro, se há problemas técnicos, vamos corrigir e o Ministério de Meio Ambiente não tem nenhuma resistência em fazer correções adequadas que caminham no rumo da sustentabilidade”, finalizou.

agromais

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Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Fenovinos 2025 contará com 588 ovinos em julgamento nas pistas de Vacaria

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Foto: Nestor Tipa Júnior

 

Evento em Vacaria será palco de avaliação da evolução genética da ovinocultura brasileira

A 37ª Feira Nacional Rotativa de Ovinos (Fenovinos), um dos maiores eventos do setor, acontecerá entre os dias 30 de abril e 4 de maio, no Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, em Vacaria (RS), município dos Campos de Cima da Serra. Organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), em parceria com o Sindicato Rural de Vacaria e a prefeitura local, a feira contará com 588 exemplares de 14 raças ovinas, incluindo cinco variedades naturalmente coloridas.

O evento terá como um de seus momentos mais aguardados os julgamentos realizados por 11 jurados, que avaliarão os animais com base em critérios como conformação de carne, qualidade da lã e características genéticas de cada raça. A Fenovinos tem como objetivo destacar a evolução da ovinocultura brasileira, abrangendo raças voltadas para a produção de carne, lã e leite.

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Julgamentos serão fundamentais para o avanço da genética ovina

Para Edemundo Gressler, presidente da Arco, o julgamento de classificação é o ponto alto da exposição. “Essa tarefa é fundamental, pois é nesse momento que os jurados avaliam com precisão as raças, analisando padrões raciais, conformação de carne e a qualidade da lã”, explica. Gressler será um dos jurados nas raças Dohne Merino e Corriedale, destacando-se pela atenção especial às características da carne e da lã. O julgamento, segundo ele, leva em consideração a avaliação do animal de cabeça a cauda, observando o arqueamento de costela, a profundidade de quarto, os aprumos (a forma como o animal caminha), além da homogeneidade da lã em toda a área corporal.

Jurados de renome contribuirão para o sucesso do evento

Gressler também ressaltou que os jurados que atuarão na Fenovinos foram cuidadosamente selecionados pelo Sindicato Rural de Vacaria, em colaboração com as associações promocionais de raça. “Os jurados convidados são profissionais de altíssimo gabarito e com grande conhecimento técnico, muitos dos quais pertencem aos colégios de jurados das raças. Sua participação certamente enriquecerá ainda mais a qualidade do evento”, conclui.

A Fenovinos 2025 promete ser uma vitrine de evolução genética, oferecendo uma importante oportunidade para a ovinocultura brasileira se destacar no cenário nacional e internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou:  Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Pelo 2º ano consecutivo Leonardo Sodré é um dos 100 Mais Influentes do Agronegócio em 2025

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Assessoria

 

O CEO do Grupo GIROAgro, Leonardo de Castro Sodré, foi homenageado na noite desta terça-feira, 29 de abril, no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto/SP, com o Prêmio 100 Mais Influentes do Agronegócio 2025, na categoria Indústria, demonstrando que com estratégia, inovação, compromisso e eficiência é possível alçar grandes feitos. Esta é a segunda vez consecutiva que o executivo conquista este reconhecimento. Em 2024, Leonardo recebeu o prêmio na categoria Negócios.

Considerado o Oscar do Agronegócio, o prêmio visa reconhecer personalidades que impulsionam o setor e contribuem para o seu crescimento no Brasil e Leonardo foi um deles. O prêmio traz nomes de influentes líderes que atuam no setor e se destacaram nos últimos doze meses pelos esforços para colocar o agronegócio brasileiro como importante agente no desenvolvimento do país.

Os eleitos foram escolhidos por meio de dois critérios rigorosos: votação oficial no site do evento e pesquisa de mercado conduzida pelo Conselho Editorial do Grupo Mídia. A premiação contou com 10 categorias, incluindo líderes de empresas, pesquisadores, executivos, autoridades públicas e profissionais do setor que se destacaram em suas áreas de atuação. As categorias são: Empresário, Entidades Setoriais, Gente e Gestão, Gestão e Eficiência, Indústria, Negócios, Produtor, Referência, Representatividade e Tecnologia e Inovação.

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Além das personalidades do agro, várias autoridades marcaram presença na cerimônia, como o Governador de Minas Gerais Romeu Zema, o Deputado Federal e Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Arnaldo Jardim, o Prefeito de Ribeirão Preto Ricardo Silva, entre outras.

Para o CEO Leonardo Sodré, ser reconhecido pelo segundo ano consecutivo a uma premiação de grande relevância como esta é um privilégio. “O agro é um celeiro de lideranças que fazem acontecer no setor que é responsável por grande parte da economia nacional, mas também por alimentar o mundo. Saber que sou considerado um desses líderes, é muito gratificante e isso só me impulsiona a querer fazer ainda mais por essa paixão nacional chamada agronegócio.”, destaca Sodré.

O governador de Minas Gerais Alexandre Zema e o CEO Leonardo Sodré

Fabio Bouças

Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Agrishow 2025 – Programa ‘Aplique Bem’ capacita equipe para aplicações com drones e intensifica inspeções de pulverizadores em uso

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Divulgação

Em seu 18º ano de atividades, o Programa Aplique Bem trabalha continuamente a capacitação de seus engenheiros agrônomos para realizar treinamentos sobre uso correto e seguro de agroquímicos ou agrotóxicos. Executado gratuitamente, diretamente em propriedades rurais de todos os tamanhos, sem relação com marcas comerciais ou produtos, o Aplique Bem agora reúne também agrônomos aptos a levar conhecimento básico atrelado a pulverizações com drones, uma das inovações recentes do agronegócio.

Aplique Bem resulta de uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, e a multinacional UPL. Tem por objetivo qualificar produtores e aplicadores de agroquímicos para o uso correto e seguro desses insumos.

Além dos drones, o programa, que percorre toda a fronteira agrícola do país ao longo do ano, a bordo de laboratórios móveis (Techmoveis), intensificou ainda o preparo de seus profissionais para inspecionar a qualidade de pulverizadores agrícolas em uso nas propriedades.

“Pulverizadores bem mantidos e regulados constituem uma das estratégias-chave na proteção de lavouras frente a doenças, pragas e plantas daninhas”, explica Hamilton Ramos, diretor do CEA-IAC e coordenador do programa Aplique Bem.

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Ramos destaca que desde a criação do Aplique Bem, mais de 90 mil agricultores do Brasil já foram beneficiados. “Até hoje, a equipe de agrônomos que lidera os treinamentos cobriu mais de 1 mil municípios no país, tendo concluído em torno de 5 mil treinamentos especializados em agroquímicos e percorrido mais de 1 milhão de quilômetros por rodovias brasileiras.”

De acordo com Ramos, para o CEA-IAC e a UPL, mais importante do que o número de treinados pelo Aplique Bem, contudo, “é a mudança de comportamento que o programa leva às propriedades, no tocante à redução de custos na safra, ao melhor aproveitamento de produtos agroquímicos, aos ganhos ambientais e de saúde ocupacional.”

“São pilares do programa a qualidade do atendimento ao agricultor e a proteção de cultivos, do meio ambiente e do trabalhador rural. Sem nenhum custo para os participantes”, reforça Ramos.

Oito países e déficit de mão de obra

Conforme Ramos, o modelo de ação do Aplique Bem ultrapassou as fronteiras do Brasil. Nos últimos anos, chegou também a mais oito países: Burkina Faso, Costa do Marfim, Colômbia, África do Sul, Mali, Gana, México e Vietnã.

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“Exportamos o modelo com foco na redução do déficit de mão de obra qualificada. A exemplo do Brasil, onde mais de 60% dos aplicadores de agroquímicos jamais receberam capacitação específica, tais países se deparam com indicadores semelhantes”, finaliza Ramos.

Fernanda Campos

Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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