Agronegócio
Setor Agropecuário deve encarar Reforma Tributária com Atenção
Reprodução
O economista Renato Conchon, Coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), participou nesta sexta-feira (24) do ENSSOJA 2024, em Foz do Iguaçu, evento organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS). Em seu discurso, Conchon abordou os impactos da Reforma Tributária no agronegócio, um setor que representou 24% da produção de bens e serviços, 27% dos empregos gerados e 51% das exportações nacionais no ano passado.
Importância do Agronegócio na Economia
Conchon ressaltou a relevância econômica do agronegócio, mencionando dados do Sistema de Contas Nacionais do IBGE que apontam que o setor recolheu R$ 460,17 bilhões em impostos em 2020, o equivalente a 19,3% de todos os tributos arrecadados no Brasil. “Isso só para mostrar a importância do agro na economia”, enfatizou.
Impactos e Conquistas da Reforma Tributária
O economista discutiu os impactos potenciais da Reforma Tributária para empresas, produtores e cooperativas, focando no modelo do Imposto de Valor Agregado (IVA) e na tramitação de propostas como a PEC 45, aprovada em dezembro do ano passado, mas ainda não regulamentada. Conchon apontou que a PEC não foi inicialmente pensada para o setor agropecuário, prevendo alíquotas iguais para todos os produtos e serviços, o que afetaria significativamente o custo das empresas e a vida das pessoas.
No entanto, ele destacou algumas conquistas importantes para o setor, como a redução de 60% na alíquota sobre produtos agropecuários, insumos e alimentos destinados ao consumo humano, graças à ação de entidades e parlamentares defensores do agronegócio.
Além disso, benefícios foram garantidos para pequenos produtores rurais (PJ ou PF) com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, que não precisarão aderir à legislação do IVA. “Conquistamos benefícios para a aquisição de tratores e máquinas, aeronaves agrícolas, e para exportações realizadas pelos produtores ou trade, além de um tratamento diferenciado para biocombustíveis e a desoneração de bens de capital. Ainda temos muito trabalho pela frente”, afirmou Conchon.
Tramitação e Pontos de Atenção
Conchon também explicou a complexidade da tramitação das propostas de reforma, mencionando que as frentes parlamentares criaram 13 propostas de Projetos de Leis Complementares, enquanto o Executivo apresentou apenas um Projeto de Lei até agora, o PLP 68, que é particularmente relevante para o setor agropecuário. Este primeiro projeto possui 499 artigos e, apesar da demora esperada para a discussão de cada um, a proposta deve ser debatida ainda este ano.
Necessidade de Atenção e União
A CNA mapeou 25 pontos críticos que necessitam de atenção, especialmente no que diz respeito à redução de alíquotas para o setor. “A reforma representa uma mudança de paradigmas para todo o agro, mas deve ser encarada com atenção, apesar das inúmeras evoluções conquistadas até agora”, alertou Conchon. Ele finalizou destacando a importância do trabalho conjunto e da união do setor para continuar obtendo conquistas com cautela, responsabilidade e consciência.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção agropecuária brasileira deve alcançar R$ 1,31 trilhão diz o Mapa
Imagem Ilustrativa
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira para a safra 2024/2025 foi estimado em R$ 1,31 trilhão, representando um crescimento de 7,6% em relação ao ciclo anterior. Divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a projeção aponta que as lavouras contribuirão com R$ 874,80 bilhões (67,7% do total), enquanto a pecuária será responsável por R$ 435,05 bilhões (32,6%).
O desempenho positivo reflete avanços em diversas culturas e atividades pecuárias. Na agricultura, o destaque ficou para a soja e o arroz, cuja alta na produção foi determinante para o aumento do VBP. Já para a laranja e o café, o principal fator foi a valorização dos preços. No setor pecuário, a recuperação dos preços teve o maior impacto nos resultados, indicando uma melhora significativa na rentabilidade dos rebanhos.
Os dados, baseados em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e preços coletados de fontes oficiais, também mostram avanços em relação à safra 2023/2024, que teve crescimento de 6,7% nas lavouras e 9,5% na pecuária. O estudo abrange 19 culturas agrícolas e cinco atividades pecuárias, oferecendo um panorama detalhado da economia rural brasileira.
O VBP, divulgado mensalmente, é um indicador essencial para avaliar o desempenho do setor agropecuário e projetar tendências econômicas no campo. Com esses números, o Brasil reforça seu papel de liderança na produção global de alimentos, destacando-se não apenas pela quantidade, mas também pela diversificação e eficiência produtiva.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Pedido de desculpas: declaração de Bompard colocaram em risco as operações do Carrefour no Brasil
Assesoria
Com faturamento de R$ 95 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil é o segundo maior mercado do Carrefour no mundo, atrás apenas da França. Esse é o tamanho do problema gerado pelas declarações do CEO global do grupo, Alexandre Bompard, que orientava a suspensão da compra de carne do Mercosul.
A declaração de Bompard foi publicada no dia 20 e a reação foi imediata: grandes frigoríficos como JBS e Marfrig interromperam o fornecimento de carne à rede varejista no Brasil. Nas últimas horas, cerca de 40 empresas declararam oficialmente a suspensão de negociações com o grupo. Políticos brasileiros também entraram na discussão, com deputados expressando apoio a ações contra as lojas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.
“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirmou o Carrefour Brasil em comunicado.
A empresa citou que está em busca de “soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”.
Diante da escalada do problema, a empresa trabalha na elaboração de uma carta de retratação. A expectativa é que o próprio Bompard assine o documento, no qual deve reconhecer os equívocos da declaração e reafirmar a parceria histórica com o setor de carnes brasileiro. Fontes indicam que o texto será previamente submetido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar novos desgastes.
A embaixada francesa no Brasil participa das negociações para entregar oficialmente a retratação, seja por meio do embaixador Emmanuel Lenain ou do presidente do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governo brasileiro só aceitará um pedido de desculpas se for considerado suficientemente claro e enfático.
Enquanto isso, os impactos começam a ser sentidos nas gôndolas dos supermercados da rede, com relatos de desabastecimento de carne. Além disso, o risco de perda de competitividade cresce: especialistas apontam que o Atacadão, maior bandeira do grupo no Brasil, pode perder a liderança para o Assaí caso a crise não seja resolvida rapidamente.
Com o Brasil representando uma fatia tão significativa dos negócios do Carrefour global, a resposta a essa crise se tornou prioridade para a empresa. A resolução do impasse pode determinar não apenas a continuidade da parceria com o agronegócio brasileiro, mas também a reputação e a posição da marca no mercado nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
FGVAgro: agroindústria brasileira cresce 1,6% em setembro de 2024, impulsionada por não-alimentícios
Assesoria
A agroindústria brasileira registrou um crescimento de 1,6% no volume de produção em setembro de 2024, na comparação com o mesmo mês de 2023, segundo dados do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), o FGVAgro.
O desempenho foi impulsionado exclusivamente pelo segmento de Produtos Não-Alimentícios, que apresentou alta de 4,5% no período. Já o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas registrou queda de 0,7%, refletindo uma redução na produção de alimentos de origem vegetal.
As projeções para o último trimestre do ano são otimistas. O FGVAgro estima um crescimento de 3,1% no período em relação ao ano anterior, o que pode levar a um avanço acumulado de 2,7% em 2024. Caso a previsão se confirme, os dois segmentos devem contribuir para o resultado positivo: Produtos Alimentícios e Bebidas com alta de 2,9%, enquanto Produtos Não-Alimentícios devem crescer 2,5%.
Apesar das expectativas otimistas, o estudo aponta a taxa de câmbio como um fator de incerteza devido à sua volatilidade. Isso pode levar a revisões na projeção final de crescimento, que pode variar entre 2,5% e 2,7%. Ainda assim, o desempenho projetado destaca o papel estratégico da agroindústria na economia brasileira, mesmo em um cenário de desafios econômicos globais.
O setor segue demonstrando resiliência e diversificação. A força do segmento de Produtos Não-Alimentícios, aliada à recuperação esperada em Produtos Alimentícios e Bebidas, reforça a importância da agroindústria para o desenvolvimento econômico do país.
SETOR – Os produtos não-alimentícios são aqueles provenientes do setor agrícola, mas que não têm como destino o consumo humano ou animal direto. Alguns exemplos de produtos não-alimentícios do agronegócio que se encaixariam na análise da FGVAgro incluem:
Fibras têxteis: Como o couro e as fibras naturais (algodão, juta, sisal), utilizadas na indústria têxtil, de vestuário e na produção de móveis.
Biocombustíveis: Etanol e biodiesel produzidos a partir de cana-de-açúcar, soja e outras matérias-primas agrícolas. Esses produtos são essenciais para o setor de energia, mas não são consumidos diretamente como alimentos.
Produtos florestais: Como a celulose e o papel que são fabricados a partir de madeira, bem como outros produtos de madeira, como móveis e madeira serrada, que são consumidos no setor da construção civil e outros setores industriais.
Plástico biodegradável: Produzido a partir do amido de milho ou da cana-de-açúcar, utilizado em embalagens e outros produtos plásticos. Embora derivado de matéria-prima agrícola, não é um produto alimentar.
Óleos essenciais: Extraídos de plantas, como o óleo de lavanda e o óleo de eucalipto, usados principalmente em cosméticos, perfumes e outros produtos industriais.
Produtos químicos: Como biopesticidas e fertilizantes orgânicos, que são utilizados em diversas indústrias, mas não têm como objetivo o consumo direto como alimento.
O FGVAgro é especializado em pesquisas e análises do setor agroindustrial. O centro é reconhecido por produzir estudos detalhados sobre a produção agrícola, a dinâmica do mercado, a sustentabilidade e as políticas públicas voltadas ao agronegócio.
As pesquisas do FGVAgro são uma importante referência para produtores, empresários, investidores e gestores públicos, oferecendo dados estratégicos e insights para tomada de decisões no setor. Além disso, o centro acompanha as tendências econômicas e as oscilações do mercado global, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento do agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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