Suinicultura
Paraná é o maior produtor de carne suína para consumo interno, aponta boletim do Deral
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN
De acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 o Paraná foi o estado que mais produziu carne suína proveniente de abatedouros com chancela do Serviço de Inspeção Estadual (SIE), ou seja, produto que de maneira geral pode ser comercializado apenas internamente. A análise está no Boletim de Conjuntura Agropecuáriareferente à semana de 15 a 21 de março. O documento é preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
O Paraná foi responsável por 21% da produção de carne com SIE no Brasil, com aproximadamente 161 mil toneladas, seguido por Minas Gerais (18,4%) e Santa Catarina (16,6%). Em comparação ao ano anterior, houve um incremento de 5,15% no total de carne suína produzida com inspeção estadual.
Já em relação à carne suína com chancela do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que permite a comercialização apenas no município do abatedouro, Minas Gerais foi o primeiro colocado com 29,5% da produção (cerca de 23 mil toneladas), seguido pelo Rio Grande do Sul (27,3%) e Paraná (14,0%).
Somando o total de carne suína que, de forma geral, pode ser comercializada apenas no município de abate, a carne que pode ser comercializada apenas no estado e a estimativa da carne suína com inspeção federal que não foi exportada, o Paraná foi o estado que mais forneceu carne suína para o mercado interno. Foram 992 mil toneladas. Na sequência aparecem Santa Catarina (916 mil toneladas) e o Rio Grande do Sul (628 mil toneladas).
Santa Catarina liderou a produção de carne suína em abatedouros com chancela do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que pode comercializar em todo o Brasil e ainda realizar exportações. Foram produzidas cerca de 1,4 milhões de toneladas (32,4% da produção nacional de carne suína com chancela SIF). Neste quesito, o Paraná ficou em segundo lugar com 22,2%, e o Rio Grande do Sul em terceiro com 18%. Assim, o Paraná foi o segundo maior produtor de carne suína em 2023 e o terceiro maior exportador.
Frango
A análise sobre a produção avícola também considera os dados do IBGE divulgados na semana passada, na Pesquisa Trimestral de Abates de Animais. O abate nacional de frangos de corte alcançou 6,282 bilhões de aves em 2023, registrando um aumento de 2,8% em comparação com o mesmo período de 2022 (6,110 bilhões), marcando assim o melhor resultado da série histórica iniciada em 1997.
Carne bovina
Apesar do otimismo inicial com a nova habilitação de frigoríficos pela China, a arroba do boi gordo voltou a cair discretamente, acumulando 2,93% de queda no mês. Pressionados por um cenário onde os abatedouros se sentem confortáveis o suficiente para pautarem as negociações, ofertando valores abaixo da média para compra devido à sólida disponibilidade de fêmeas, os produtores se aproveitam das últimas semanas antes da queda de qualidade nas pastagens para tentar negociar preços mais atrativos antes de perderem capacidade de retenção.
Leite e soja
Sobre o leite a soja, o Boletim analisa dados do Agrostat. Em fevereiro o Brasil importou 25,8 mil toneladas de lácteos, volume 30% maior do que o registrado no mesmo mês de 2023. Em comparação a 2022 o volume é quase três vezes maior.
No primeiro bimestre de 2024 o Paraná exportou 2,5 milhões de toneladas do complexo soja (grão, farelo, óleo e demais derivados). Este volume é 349% maior que no mesmo período de 2023. Já o montante financeiro transacionado foi de 1,22 bilhão de dólares, 118% maior que no ano anterior. Apesar do volume expressivo embarcado neste início de 2024, as exportações totais para o ano devem ficar abaixo de 2023, pois a disponibilidade de soja é menor nesta safra.
Milho e feijão
Segundo o Deral, a situação climática em março não está sendo favorável para a segunda safra de milho 2023/24, com calor intenso e chuvas irregulares em boa parte do Estado. O mesmo pode ser dito sobre o feijão, cujas lavouras tiveram uma piora nesta semana devido ao calor excessivo. Atualmente 93% da área apresenta condições boas, ante 98% na semana anterior.
Trigo
Em 2024 a cultura do trigo deve ocupar uma área menor que a colhida em 2023 no Paraná em função da relação de rentabilidade apresentada. A primeira projeção de área será divulgada na próxima quinta-feira (28) pelo Deral, refletindo a expressiva queda de rentabilidade observada para a cultura.
Olerícolas
O Boletim traz informações dos preços das olerícolas. Quando se analisa o comportamento dos preços mais comuns praticados nos 30 principais produtos hortifrutigranjeiros comercializados na unidade de Curitiba da Ceasa Paraná, do início de 2024 até a semana passada, observa-se que em 17 deles as cotações subiram, oito baixaram e cinco se mantiveram estáveis no período. Esta unidade transaciona cerca de 2/3 do volume total – 1,3 milhão de toneladas – dos cinco entrepostos distribuídos no Estado e neste elenco são dezessete olerícolas, doze frutas e um produto de granjas (ovos).
Redação Sou Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Embrapa revela que cascudinho-da-soja ameaça safra brasileira
Emprapa
Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou para o crescimento de uma praga com potencial para reduzir a produtividade da soja em até 30%, o que equivale a perdas de 8 a 10 sacas por hectare, impactando diretamente o potencial econômico das lavouras. O cascudinho-da-soja (Myochrous armatus) tem preocupado produtores rurais, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, por sua capacidade de causar danos significativos nas plantações.
De acordo com dados da Embrapa, o cascudinho atua desde as primeiras fases da cultura da soja, prejudicando as plantas já na fase de germinação. Na fase larval, a praga vive no solo e destrói as raízes das plantas, enquanto na fase adulta, o ataque se intensifica, com a alimentação no caule, hastes e pecíolos. Isso pode levar ao tombamento e até à morte das plantas, resultando em uma queda considerável na produção.
Hudslon Huben, especialista em manejo agrícola, destaca que os danos são especialmente críticos em plantas jovens. “O cascudinho ataca principalmente no início do ciclo da cultura, o que é ainda mais problemático quando ocorre em períodos de estiagem. Nessas condições, as perdas podem ser ainda mais graves, deixando as plantas enfraquecidas ou até matando-as”, explica Huben.
A identificação correta do cascudinho é um desafio para os produtores, pois a praga é similar ao torrãozinho (Aracanthus mourei). O cascudinho adulto tem coloração preto-fosca, mas pode variar de marrom a acinzentado, dependendo do tipo de solo. Suas larvas, por sua vez, são amareladas e se desenvolvem no solo.
A Embrapa, que é referência em pesquisa agrícola no Brasil, alerta para a importância do monitoramento constante das lavouras e do uso de estratégias de manejo integrado. Isso inclui a combinação de monitoramento frequente, além da aplicação de produtos químicos e biológicos registrados para combater a praga.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Suinicultura
Mato Grosso do Sul investe no setor visando o mercado global
Reprodução
Mato Grosso do Sul tem avançado na suinocultura e se destaca em 2024 com uma perspectiva de crescimento expressivo, sustentada por novos investimentos e melhorias sanitárias no setor. Atualmente, o estado possui cerca de 101,8 mil matrizes suínas, e espera-se que esse número alcance 152 mil até 2027.
A projeção é impulsionada pelo fortalecimento das práticas de sanidade, especialmente com a retirada da vacinação contra febre aftosa, medida que deve facilitar o acesso ao mercado internacional, conforme aponta a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
A expectativa é de que essa decisão aumente a competitividade da suinocultura sul-mato-grossense e atraia empresas interessadas em explorar o potencial exportador do estado. Eleiza Morais, diretora da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), destaca que o setor se prepara para dobrar a produção de matrizes, beneficiando-se de um cenário favorável e do interesse de novos investidores.
Além disso, os preços do suíno vêm se valorizando, refletindo tanto a demanda interna quanto as expectativas de expansão. Na última semana, o preço da carcaça suína especial subiu 3,52%, chegando a R$ 14,70/kg. A arroba do suíno CIF teve aumento de 1,65%, com valores agora em R$ 185,00. Em Minas Gerais, o preço do suíno vivo chegou a R$ 9,83/kg, enquanto no Paraná e em São Paulo os valores ficaram em torno de R$ 9,42/kg e R$ 9,69/kg, respectivamente.
O setor aguarda ainda uma decisão crucial em maio de 2025, quando Brasília julgará o pedido para que Mato Grosso do Sul seja considerado área livre de febre aftosa sem vacinação. Caso aprovado, o estado abrirá novos mercados para exportação, ampliando ainda mais o impacto da suinocultura local na economia. Para Daniel Ingold, diretor-presidente da Iagro, essa mudança posicionará Mato Grosso do Sul como um importante fornecedor global de carne suína, trazendo benefícios significativos para o estado no próximo ano.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Suinicultura
Peste Suína Clássica: risco para a suinocultura brasileira?
Foto: Osmar Dalla Costa /Embrapa
Peste Suína Clássica (PSC) é uma enfermidade causada por um vírus da família Flaviridae e que afeta suínos domésticos e asselvajados. Quando ocorre na forma aguda causa febre de 40 a 42º., apatia, letargia, anorexia, lesões hemorrágicas na pele, abortos e morte dos animais afetados em um período de 5 a 14 dias, podendo causar 100% de mortalidade em leitões.
Na forma crônica e congênita os sintomas são mais suaves mas afetam o desempenho dos animais devido a diarreias, abortos, leitegadas pequenas e fracas.
Transmissão
A transmissão do vírus é feita pelo contato entre animais por meio de secreções, sangue e sêmem.
Veículos e pessoas também são importantes vias de transmissão, bem como alimentos e rações. Por isso, a biosseguridade é fundamental para evitar a entrada do vírus nas granjas comerciais.
Existem vacinas, mas a sua utilização deve ser autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Presença no Brasil
A enfermidade está presente na região norte e nordeste (Zona Não Livre), nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.
O Mapa tem um programa de controle e erradicação intitulado Plano Estratégico de Brasil Livre de PSC e em 2022 e 2023 realizou um plano piloto de vacinação no estado de Alagoas, com apoio financeiro das entidades que representam o setor provado. Mas, como recentemente ocorreram focos no Ceará e Piauí o setor privado está solicitando ao Mapa que implemente um programa oficial de vacinação.
Suinocultura na região
Embora exista suinocultura industrial na Zona Não Livre, ainda predomina a produção de suínos não tecnificados, onde sitiantes e produtores produzem animais para consumo próprio e para venda em feiras e para pequenos abatedouros. Mas, a região é muito promissora para a produção de suínos de forma industrial tendo em vista a produção de milho e soja no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mercado consumidor grande e uma melhoria no poder aquisitivo da população.
Hoje, parte dessa demanda é suprida com a entrada de suínos e carne suína da Zona Livre. Por isso, controlando ou mesmo erradicando a PSC haverá um salto na quantidade e qualidade dos suínos produzidos regionalmente.
Riscos para a suinocultura brasileira
Com a retirada da vacina de febre aftosa para bovinos e bubalinos em todo o território nacional, haverá uma tendência da desativação das barreiras existentes na região norte e nordeste, facilitando o trânsito de suínos da Zona Não Livre para a Zona Livre com possibilidade de transmissão do vírus da PSC.
Consequências econômicas
Se ocorrerem focos na Zona Livre, os prejuízos para a suinocultura brasileira poderão ser enormes com o fechamento de mercados importadores muito significativos para nossas exportações.
Vale lembrar que ao contrário da avicultura, que exporta para mais de 160 mercados, a suinocultura tem mercados mais restritos e concentrados em alguns países bastante exigentes com relação à situação sanitária nos países exportadores.
Como o ciclo de produção de suínos é mais longo, eventuais interrupções na produção levarão a uma retomada da produção mais lenta nas regiões de eventuais focos.
O que os produtores devem fazer
Prevenção é a palavra chave. Os produtores de suínos do país devem redobrar a biosseguridade em suas granjas, evitando a presença de visitas à atividade.
Devem fazer uso de roupas e calçados apropriados, utilizar desinfetantes, fazer tratamento de água e resíduos e implementar um programa robusto de controle de pragas.
Fazendo isso, estarão se protegendo contra a PSC e também contra a PSA (Peste Suína Africana) caso o vírus dessa última enfermidade entre em nosso país. Ao serviço veterinário estadual cabe monitorar o trânsito de animais para evitar a entrada de suínos da Zona Não Livre na Zona Livre. Fazendo isso todos ganham, governo e setor privado com a manutenção de um status privilegiado quanto à sanidade animal em nosso país.
Aline Mendonça
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-
Agronegócio6 dias atrás
Mulheres de Sinop e Sorriso são destaques em seus negócios e inspiram novas empreendedoras
-
Agronegócio6 dias atrás
Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social
-
Agronegócio6 dias atrás
96% da produção de grãos é transportada por caminhões. Foram mais de 10 milhões de viagens na safra passada
-
Transporte6 dias atrás
PF de Rondônia prende delegado da Polícia Civil que atuou em Humaitá em operação contra corrupção
-
Mato Grosso6 dias atrás
Curso do ifro em parceria com a deputada Sílvia Cristina para criadores de cordeiro é finalizado
-
Pecuária7 dias atrás
A recuperação do boi gordo e as perspectivas para o mercado: alta dos preços reflete oferta restrita e forte demanda
-
Agronegócio6 dias atrás
Importações de fertilizantes batem recordes e refletem cenário global instável
-
Agronegócio5 dias atrás
Arrozeiros doam 40 mil litros de diesel para produtores da região Central gaúcha atingidos pelas enchentes