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Agronegócio

Indefinição sobre “produtor rural” compromete crédito e desenvolvimento no agronegócioo brasileiro

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Reprodução

 

O mercado de crédito voltado ao agronegócio brasileiro enfrenta um grande desafio: a ausência de uma definição clara e precisa do que constitui um “produtor rural” na legislação. Essa lacuna jurídica gera insegurança, afetando as transações privadas e dificultando o acesso ao crédito para os produtores rurais. Especialistas alertam que essa omissão legal provoca uma série de problemas que impactam negativamente o setor.

Primeiramente, a indefinição desmotiva investimentos. Credores podem hesitar em financiar atividades agropecuárias devido aos riscos institucionais, como a possibilidade de descaracterização do status de “produtor rural” por parte dos órgãos reguladores. Isso cria um ambiente de incerteza, onde os investidores se tornam mais cautelosos, prejudicando o fluxo de capital necessário para o desenvolvimento do agronegócio.

Além disso, a dificuldade no acesso ao crédito é outra consequência significativa. Produtores rurais podem encontrar obstáculos para obter financiamento ou enfrentar taxas de juros mais altas devido ao aumento do risco percebido pelos credores. A falta de clareza na definição legal resulta em interpretações divergentes entre os agentes do mercado e os órgãos reguladores, ocasionando conflitos e aumentando a insegurança jurídica.

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Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Resende, uma forma de mitigar esses desafios, é definir por lei. “O Congresso Nacional precisa estabelecer uma definição legal clara de “produtor rural” por meio de legislação específica. Enquanto isso não ocorre, a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 2110/2022 (IN 2110) tem sido utilizada por analogia para preencher essa lacuna. Embora a IN 2110 ofereça diretrizes úteis, ela possui limitações por ser uma norma de caráter fiscal e não atender plenamente às necessidades do mercado de crédito”, explica Rezende.

Outra recomendação do presidente do IA é a análise da atividade produtiva por especialistas no assunto. “Uma avaliação detalhada da atividade econômica desenvolvida pelos produtores rurais pode fornecer maior segurança às transações, permitindo aos agentes econômicos, especialmente os que concedem e tomam crédito, mitigar riscos institucionais e operacionais”.

“A CPR (Cédula de Produto Rural) é um exemplo de título de crédito fundamental para o agronegócio brasileiro. No entanto, sua utilização também é impactada pela falta de definição clara do “produtor rural”. As recentes mudanças no mercado de crédito do agronegócio, introduzidas pelas Resoluções do CMN nº 5.118 e nº 5.119 em 2024, geraram novas incertezas no setor, ressaltando a urgência de uma definição legal precisa”, explica Isan.

Apesar desses desafios, Rezende lembra que o agronegócio brasileiro continua a ser um pilar estratégico para a economia do país. “Resolver a lacuna na definição de “produtor rural” é essencial para o desenvolvimento sustentável do setor e para garantir a segurança jurídica dos agentes envolvidos”, completa.

Fonte: Pensar Agro

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Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Agronegócio

Panificação brasileira atinge faturamento recorde de R$ 153,36 bilhões em 2024

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Faturamento recorde e adaptação às novas demandas do mercado – Divulgação

O setor de panificação brasileiro experimentou um crescimento significativo em 2024, com faturamento de R$ 153,36 bilhões, o que representa um aumento de 10,92% em relação ao ano anterior. Este desempenho reflete não apenas a recuperação do fluxo de clientes, mas também a capacidade das panificadoras de se adaptarem às novas tendências de consumo, como o aumento da demanda por produtos artesanais. O estudo do Instituto de Desenvolvimento das Empresas de Alimentação (Ideal) aponta que o aumento no número de clientes nas padarias foi de cerca de 4,57%, um indicativo da retomada desses estabelecimentos como pontos de encontro e opções práticas para o dia a dia.

Emerson Amaral, especialista em gestão empresarial e membro do conselho técnico da ABIP (Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria), destaca a versatilidade das padarias. “A padaria voltou a ser o local para refeições rápidas, encontros e até reuniões de trabalho. O crescimento deste ano foi quase quatro vezes maior que o do ano passado, o que reforça seu papel como um espaço multifuncional de serviços”, afirma.

Tendências de saudabilidade e inovação no mercado

As tendências de consumo apontadas no relatório incluem uma crescente demanda por produtos saudáveis e práticos. Um exemplo disso é o uso crescente de massa madre, ingrediente que tem se tornado cada vez mais relevante. A multinacional francesa Lesaffre, pioneira na produção de massa madre viva em grande escala no Brasil, tem contribuído significativamente para essa mudança, oferecendo pães com melhor sabor, textura e benefícios nutricionais, além de um tempo de prateleira prolongado. André Tesini, diretor Comercial e Marketing da Lesaffre Brasil, afirma que “a inovação, como a introdução da massa madre viva, está impulsionando o setor, atendendo ao consumidor moderno que busca alimentos saudáveis e de alta qualidade”.

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Variações regionais e o perfil do setor

A análise regional revela que o Norte do Brasil lidera o crescimento do faturamento, com um aumento de 16,36%, enquanto o Sudeste, que concentra o maior número de empresas, registrou uma elevação de 8,87%. São Paulo é a cidade com o maior número de padarias (21.358), seguida pelo Rio de Janeiro (12.191), Belo Horizonte (4.809), Brasília (4.723) e Salvador (4.005).

O setor de panificação brasileiro é marcado pela presença significativa de Microempreendedores Individuais (MEIs), que representam 62,98% das empresas, mas as Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs) têm grande participação no faturamento total. Em 2024, o setor gerou cerca de 1,08 milhão de empregos diretos e 1,93 milhão de empregos indiretos, embora enfrente o desafio da escassez de mão de obra qualificada.

Indicadores de produtividade e o papel da inteligência artificial

O aumento da produtividade também é um fator relevante para o setor. Em 2024, a produtividade por funcionário cresceu 12,45%, atingindo R$ 14.080,23. Em relação aos produtos, o pão francês continua a ser uma das estrelas do setor, com um crescimento de 5,17% no volume de vendas. As padarias têm a oportunidade de se diferenciar no mercado investindo em qualidade superior e novas formulações de pães que atendam às demandas de saudabilidade e praticidade.

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A inteligência artificial (IA) também tem se mostrado uma aliada importante para o setor, com aplicações que vão desde a criação de mensagens personalizadas para clientes até a automação de processos de vendas e gestão. A IA surge como uma ferramenta promissora para otimizar processos e impulsionar as vendas, contribuindo para a modernização do setor de panificação.

Esses dados demonstram como o setor de panificação no Brasil se mostra resiliente, inovador e adaptável, o que contribui para seu crescimento contínuo e sustentado.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Agronegócio

Exportações brasileiras de carne suína in natura podem crescer mais de 19% em abril

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Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

As exportações brasileiras de carne suína in natura seguem em ritmo acelerado em abril de 2025. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana do mês foram embarcadas 75,03 mil toneladas do produto, o que representa uma média diária de 5,77 mil toneladas.

Considerando os 20 dias úteis do mês, a expectativa é de que as exportações totalizem 115,43 mil toneladas, o que configuraria um aumento de 19,31% em relação ao mesmo período de 2024. O bom desempenho reforça a crescente demanda internacional pela proteína suína brasileira.

Além do volume exportado, o preço médio pago por tonelada também apresentou valorização. Em abril, o valor chegou a US$ 2.490,23, representando alta de 8,24% na comparação anual. O cenário é positivo para o setor, que se beneficia tanto pelo aumento nos embarques quanto pela valorização do produto no mercado externo.

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Fonte: CenarioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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Agronegócio

Frango vivo tem melhor preço em quase dois anos

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Foto: Arquivo/Ari Dias/AEN/PR

O preço do frango vivo subiu nas principais regiões produtoras do país e atingiu o maior patamar em quase dois anos. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a valorização está ligada ao bom ritmo das vendas, tanto no Brasil quanto no exterior, e à queda nos custos de produção, como milho e farelo de soja.

No estado de São Paulo, o frango vivo está sendo vendido a R$ 6,15 o quilo, uma alta de 11% só em abril. No Paraná, outro importante polo da avicultura, o valor de referência segue estável em R$ 5,10/kg. Em Santa Catarina, segundo a Epagri, a cotação é de R$ 4,66/kg. Mesmo com essas diferenças, o cenário é positivo para o setor de corte em todo o Brasil.

Com o custo dos insumos em baixa, o poder de compra do avicultor melhorou pelo segundo mês seguido, segundo análise do Cepea. Esse equilíbrio entre preços de venda e despesas dá fôlego ao produtor, que vinha pressionado nos últimos meses.

Já no mercado atacadista, o frango abatido está com preços firmes. Em São Paulo, o valor gira em torno de R$ 8,20/kg. No entanto, os cortes congelados e resfriados tiveram leve recuo nesta semana, com o congelado sendo vendido a R$ 8,67 e o resfriado a R$ 8,68 por quilo. O movimento indica que os compradores estão mais cautelosos, avaliando o consumo e controlando estoques.

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Por outro lado, quem trabalha com postura enfrenta cenário mais difícil. A queda na procura e a pressão nos custos reduziram a margem do produtor. Em Bastos (SP), maior centro de produção de ovos do país, os preços recuaram. A caixa de 30 dúzias do ovo branco caiu de R$ 203 para R$ 192, enquanto a do ovo vermelho foi para R$ 220.

Apesar das diferenças entre os segmentos, o momento geral da avicultura é de atenção aos movimentos do mercado. O frango de corte vive fase positiva, mas o setor de ovos precisa de reação nas vendas para equilibrar as contas. A expectativa para os próximos dias é de estabilidade com possíveis ajustes pontuais.

(Com Pensar Agro)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com

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