Agronegócio
Exportação de carnes alcança segundo melhor resultado da série histórica
FOTO: Eduardo Valente / SECOM
No primeiro semestre de 2024, o total de embarques de carnes de Santa Catarina para o mercado internacional teve alta de 3,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O estado exportou 939,4 mil toneladas de carnes entre frangos, suínos, perus, patos e marrecos, bovinos e outros. Em quantidade e receita, esse é o segundo melhor resultado da série história desde 1997. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) e disponíveis no Observatório Agro Catarinense.
As exportações também apresentaram evolução no comparativo mensal, em junho deste ano Santa Catarina exportou 156 mil toneladas de carnes com alta de 2,8% em relação aos embarques de maio de 2024. Em receitas, o estado exportou US$ 317 milhões no mês de junho, alta de 2% em relação às de maio deste ano.
Os resultados do semestre tiveram alta em termos de quantidade, mas redução quanto ao valor. No acumulado do 1º semestre, as receitas foram de US$ 1,89 bilhão, queda de 8% na comparação com os valores do mesmo período de 2023. A queda comparativa nas receitas deve-se à redução nas cotações das carnes no mercado internacional.
“O aumento das exportações demonstra o compromisso de Santa Catarina com a sanidade e a qualidade da proteína animal que exporta e que tem sido uma prioridade do governador Jorginho Mello. O comportamento do mercado internacional tem afetado as receitas, mas mesmo assim tem aumentado a quantidade exportada e expandido os mercados externos”, avalia o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.
Suínos
Santa Catarina foi responsável por 56,2% da quantidade e 58,1% das receitas das exportações brasileiras de carne suína, nos seis primeiros meses deste ano. A maior alta do semestre foi das exportações da carne suína, que atingiram 331,3 mil toneladas, com aumento de 3,6% em relação aos embarques do primeiro semestre de 2023.
Neste mesmo parâmetro foi registrado aumento nos embarques para a maioria dos principais destinos, com destaque para Filipinas (altas de 54% em quantidade e de 37,2% em receitas), Japão (107,6% e 97,6%) e Coreia do Sul (231,3% e 156,7%). A China, por outro lado, registrou queda de 43,3% em quantidade.
Esses resultados são decorrentes da recuperação da suinocultura chinesa, após um longo período de impactos negativos de surtos de peste suína africana que atingiram o país a partir de 2018. Com isso, a China perdeu a liderança do ranking das exportações catarinenses de carne suína. O principal destino, atualmente, são as Filipinas, correspondendo a 22,3% das exportações do estado.
Frango
O estado respondeu por 22,3% da quantidade e por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos seis primeiros meses deste ano. No acumulado do período, as exportações de carne de frango atingiram 563,5 mil toneladas, alta de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva quando se considera os montantes acumulados no ano, com destaque para Japão (2,2% em relação ao mesmo período de 2023), Países Baixos (14,6%) e Emirados Árabes Unidos (18,4%). A China, que foi o principal destino do frango catarinense no ano passado, registrou queda expressiva nas aquisições do produto neste ano: -30,0%.
(Com ASCOM/SAR)
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Redação Sou Agro
Agronegócio
Brasil quer vender R$ 10 bilhões de dólares em sorgo para a China
Divulgação
O Brasil está próximo de inaugurar uma nova fronteira de exportação no agronegócio: o mercado chinês de sorgo. Com potencial estimado em R$ 10 bilhões, o gigante asiático é o maior importador mundial do cereal, consumindo anualmente cerca de 7 milhões de toneladas. O acordo entre os dois países prevê o início das exportações em 2025, após a conclusão de exigências fitossanitárias e organizacionais, como a certificação de empresas e a inspeção de lavouras.
Os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia lideram a produção de sorgo no Brasil, que atualmente soma cerca de 5 milhões de toneladas por safra. Cultivado como uma cultura de rotação na segunda safra, o sorgo é usado para alimentação animal, produção de etanol e biomassa.
“O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de sorgo, mas sua exportação ainda é pequena. A abertura do mercado chinês representa uma oportunidade única de expansão. Podemos nos tornar o maior exportador global, competindo diretamente com os Estados Unidos”, afirma Daniel Rosa, assessor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho).
Para acessar o mercado chinês, o Brasil precisará atender a rigorosos padrões fitossanitários. Entre os requisitos, destaca-se a eliminação de 11 pragas específicas, como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e o vírus do mosaico do milho. Além disso, o cereal só poderá ser exportado para processamento, com rígidos controles de limpeza e armazenamento.
Uma vistoria das autoridades chinesas está programada para abril ou maio de 2025, quando as lavouras brasileiras estarão em desenvolvimento vegetativo. O Ministério da Agricultura será responsável pela inspeção de cada remessa, emitindo certificados fitossanitários para garantir a conformidade com as normas chinesas.
A China já importa cerca de 50% de seu sorgo dos Estados Unidos, mas a busca por diversificação de fornecedores abre espaço para o Brasil. “Em meio às tensões comerciais entre EUA e China, o sorgo brasileiro pode se tornar uma alternativa viável e estratégica para o mercado asiático”, avalia Rosa.
Apesar do otimismo, desafios permanecem. A infraestrutura logística brasileira precisa ser fortalecida para atender às demandas internacionais, enquanto produtores e exportadores terão que investir no cumprimento das exigências sanitárias. Além disso, o protocolo acordado com a China tem validade de cinco anos, e a renovação dependerá do desempenho inicial das exportações.
A entrada no mercado chinês pode alavancar não apenas as exportações brasileiras de sorgo, mas também abrir portas para outros países asiáticos, onde o cereal é visto como um substituto ao milho em diversas aplicações. O avanço também pode estimular o consumo interno, especialmente para a produção de etanol, agregando valor à cadeia produtiva.
Com planejamento e investimentos adequados, o Brasil tem potencial para se consolidar como um dos principais fornecedores globais de sorgo, reforçando sua posição de liderança no agronegócio mundial. O mercado asiático representa uma oportunidade promissora, mas também um teste para a capacidade brasileira de atender às exigências de um dos mercados mais competitivos e exigentes
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Brasil vai vender frango para um dos maiores consumidores do sudeste europeu
Divulgação
O Brasil deu mais um passo na expansão de suas exportações de carne de aves ao conquistar a autorização para vender o produto à Bósnia e Herzegovina, um dos maiores consumidores do sudeste europeu. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta quarta-feira (27.11).
A entrada nesse mercado reflete a crescente confiança internacional no sistema de controle sanitário brasileiro e fortalece a posição do país como um dos principais fornecedores de proteína animal do mundo.
Com uma população de 3,2 milhões de habitantes, majoritariamente rural, e uma renda per capita de cerca de US$ 8,5 mil, a Bósnia e Herzegovina apresenta uma demanda significativa por carnes avícolas de alta qualidade. “Esse mercado é altamente relevante para os exportadores brasileiros, principalmente devido à necessidade de complementar a produção local”, destacou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Desde o início da gestão do ministro Carlos Fávaro, o Brasil tem intensificado sua presença internacional com mais de 70 missões realizadas em 44 países. Esse esforço resultou na abertura de 281 novos mercados para produtos agropecuários brasileiros em menos de dois anos.
O país já exporta carne de frango para 153 mercados e segue como o maior exportador e terceiro maior produtor global do produto. Recentemente, o Brasil ampliou seu alcance com habilitações no Reino Unido, Filipinas, Chile, e África do Sul, além de ajustes em mercados como México e Singapura.
A entrada na Bósnia e Herzegovina marca mais um ponto estratégico na diversificação dos destinos das exportações brasileiras. Embora a União Europeia represente apenas 4,1% das exportações de carne de frango do Brasil de janeiro a outubro de 2024, a inclusão de novos mercados no continente reflete a solidez e qualidade dos produtos brasileiros.
O ministro Fávaro destacou a relevância do agronegócio para a economia brasileira, reforçando que o setor é fundamental para o equilíbrio da balança comercial. “O agro é a mola propulsora da economia brasileira, garantindo segurança alimentar ao mundo e ampliando nosso portfólio de mercados com qualidade e constância”, afirmou.
Com essa conquista, o Brasil reafirma seu papel como protagonista no comércio global de alimentos e amplia sua presença em mercados estratégicos, garantindo um futuro promissor para o agronegócio nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Indea capacita técnicos para impedir entrada em MT de fungo que afeta plantações de mandioca
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules – Foto por: Divulgação/Embrapa
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) preparou o quadro técnico de servidores que atuam na defesa sanitária vegetal da autarquia para evitar a entrada do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), conhecido popularmente como vassoura-de-bruxa da mandioca.
Esta doença fitossanitária foi detectada em agosto deste ano pela primeira vez no Brasil, e está atualmente presente no território do Amapá. Lá tem causado prejuízos, principalmente para a comunidade indígena e integrantes da agricultura familiar, nas plantações de mandioca, ao deixar os ramos das plantas secos e deformados.
Em Mato Grosso, o Indea, para proteger o território desse fungo e outras pragas que aqui ainda não adentraram, realizou nos meses de outubro e novembro reuniões regionalizadas com a participação de fiscais e agentes fiscais. Nesses encontros foram demonstradas as características do fungo que atinge a planta da mandioca, além de outras que também requerem igual atenção nos trabalhos de vigilância. As reuniões, que envolveram todo o quadro integrante da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV), passaram pelas cidades de Cuiabá, Água Boa, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta.
“Nesses encontros foram apresentadas as características da doença para que durante as atividades de inspeção, realizadas nas fiscalizações volantes e de campo, sejam identificadas de pronto e adotadas medidas para a contenção da proliferação do fungo”, explica o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.
Além disso, ele acrescenta que a Instituição vai avançar no cadastramento de todas as propriedades produtoras e reforçar as fiscalizações do trânsito de mudas (ramas) e tubérculos nas regiões de divisa do Estado.
Para evitar a entrada vassoura-de-bruxa da mandioca, a população pode colaborar, da seguinte forma:
– não trazer mandioca ou mudas (ramas) oriundas do Estado do Amapá para Mato Grosso; comunicar ao Indea caso encontre sintomas suspeitos da doença, como amarelecimento das folhas, superbrotamento, enegrecimento dos vasos e morte das plantas.
O Indea está presente em 139 dos 142 municípios de Mato Grosso.
Características
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. A infestação pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de possível movimentação de solo e água.
Produção
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso conta com 15 mil estabelecimentos comerciais plantando mandioca, produziu em 2023 mais de 265 mil toneladas e tem a cidade de Paranatinga como o maior produtor.
Luciana Cury | Indea
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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