Agricultura
Hedgepoint reduz estimativa de produção de cana 24/25 no Centro-Sul para 614 Mt
Divulgação
O sentimento do mercado parece estar mudando. De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar Etanol da Hedgepoint Global Markets, embora os fundamentos não indiquem um aperto semelhante ao de 2023, a estrutura do mercado de açúcar está se tornando cada vez mais suportiva no curto prazo. “No entanto, é improvável que os preços retornem às máximas registradas em dezembro passado”, diz.
“Em primeiro lugar, o posicionamento especulativo estava confortavelmente vendido até meados da semana passada, pelo menos. Apesar das crescentes discussões sobre uma possível “morte súbita” no Centro-Sul do Brasil, os dados atuais mostram a resiliência da região”, destaca.
Embora se espere que o forte TCH (toneladas de cana por hectare) e a rápida colheita comecem a ser corrigidos em breve, os números finais ainda devem ser maiores do que em 2021/22, o último ano de morte súbita.
“Como resultado, os fundamentos não foram fortes o suficiente para desencadear mudanças de posição e recuperação de preços, especialmente devido às condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da cana e da beterraba no Hemisfério Norte”, observa.
Os números da Conab também não foram animadores para os preços. A agência apresentou uma perspectiva extremamente otimista.
“Apesar de revisar seus números do Centro-Sul para baixo, eles ainda estão dentro da faixa superior do mercado, projetando 626,17 milhões de toneladas de cana e 42 milhões de toneladas de açúcar”, pontua.
Combinado com uma produção positiva das regiões Norte e Nordeste, com 3,9 milhões de toneladas de açúcar, espera-se que o Brasil produza mais do adoçante do que no ano passado.
Assim, era esperado uma semana de baixa, com os preços testando o nível de 17,52 c/lb duas vezes.
“Em relatórios anteriores, identificamos 17,5 c/lb como um nível de suporte crucial, abaixo da paridade de exportação indiana, enquanto a arbitragem chinesa começou a se abrir nos estados produtores, sugerindo que alguma recuperação de preços era provável”, indica.
Essa expectativa foi apoiada por um ambiente macroeconômico mais otimista, com a possibilidade de um corte nas taxas de juros do Fed já sendo precificada.
“No entanto, em 23 de agosto, foram registrados incêndios em toda a região Centro-Sul, acelerando a recuperação e elevando os preços. Como resultado, essa semana começou com o açúcar sendo negociado novamente a 19 c/lb”, ressalta.
“Adicionalmente, os números mais recentes de área da Conab nos levaram a revisar nossa estimativa de produção de cana de 620 Mt para 614 Mt, levando a uma redução na produção de açúcar de 41,3 Mt para 40,8 Mt”, afirma Lívea.
Embora essa queda afete diretamente a disponibilidade, ela não sugere um déficit que se aproxime dos níveis estimados até o final de 2023. Pelo contrário, o mercado parece estar relativamente equilibrado.
“Entretanto, considerando que os incêndios podem comprometer ainda mais a produção, exploramos alguns cenários. Com 614 Mt de cana como nosso caso base, o que aconteceria com os fluxos comerciais se o cenário de “morte súbita” piorasse, os incêndios continuassem afetando a região e a produção total de cana caísse para cerca de 600 Mt? E se as estimativas da Conab estiverem mais próximas dos números finais para o Centro-Sul e formos surpreendidos por um resultado mais saudável, próximo de 630 Mt?” sugere.
É claro que a temporada de entressafra daria suporte aos preços em ambos os casos, mas a faixa poderia variar significativamente. Se a produção cair para 600 milhões de toneladas, com a produção de açúcar em 39,8 milhões de toneladas, estimamos uma possível faixa de preço de 19c/lb a 22c/lb, alcançando o limite superior durante a entressafra.
“Com 614 milhões de toneladas, essa faixa poderia cair 1c/lb, ficando entre 18c/lb e 21c/lb. Se o cenário se tornar mais baixista, poderemos voltar à faixa de preço observada entre junho e meados de agosto, flutuando entre 17c/lb e 20c/lb. Essa projeção é um “palpate educado”, que depende de uma leve recuperação durante a temporada 2025/26”, sugere.
“É possível que a região se recupere pelo menos marginalmente na próxima temporada. O NOAA revisou a intensidade do La Niña para um nível neutro-negativo, sugerindo um clima mais mediano durante a janela crítica de desenvolvimento da cana no Centro-Sul, o que poderia levar a um resultado mais favorável”, acredita.
Mantendo nossas estimativas preliminares em 620 milhões de toneladas, após o início da nova temporada, poderíamos observar alguma correção de preços, o que seria baixista para o contrato de maio de 2025 e os que o seguem. Portanto, a estrutura do spread reflete os fundamentos atuais.
Em resumo, o sentimento do mercado está mudando, com suporte de curto prazo, mas sem retorno às altas de preços de dezembro passado. Os fluxos comerciais estão mais confortáveis do que o estimado em 2023, e o posicionamento especulativo e o otimismo da Conab contribuíram para a queda dos preços na semana passada.
O mercado ainda está aguardando ajustes nos níveis de TCH e no ritmo de moagem de 24/25, o que levou os preços a testar o piso de 17,5c/lb. No entanto, relatos de incêndios na região Centro-Sul rapidamente levaram os preços de volta a 19c/lb. Devemos ter em mente que a extensão do impacto desses incêndios ainda não foi totalmente contabilizada e que, embora queimada, parte da cana ainda pode ser moída, comprometendo apenas parte de sua produtividade e teor de açúcar. Portanto, embora contribua para a probabilidade do nosso cenário de alta, consideramos o nível de 600Mt com certo ceticismo.
Fonte: Hedgepoint Global Markets
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
No pódio do agro: a produtora de soja premiada que ‘abraçou’ a sustentabilidade
“Me apaixonei pelo agronegócio.” Essa é a frase que resume a trajetória de Vanessa Bomm, arquiteta de formação e produtora de soja que, por escolha, decidiu se arriscar no mundo do pai e se apaixonou pelo campo. No início, a agricultora, natural de Palotina, conciliava sua rotina entre obras e lavouras, dois universos distintos, mas ainda predominantemente dominados por homens.
Após 20 anos de profissão como arquiteta, Vanessa decidiu trocar a fita métrica pelas máquinas. “Quando entrei no mundo do plantio, sabia que estava entrando em um grupo muito masculino e estava acostumada a lidar com isso, porque nas obras a maioria eram homens”, diz a produtora.
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Aprendizado semeado
Há sete anos, Vanessa semeia a soja na propriedade de sua família, no município de Terra Roxa. Neta de italianos vindos do Rio Grande do Sul, ela sempre teve uma conexão com o campo, embora tenha iniciado sua trajetória profissional em outra área. Quando seu pai a convidou para se juntar a ele na lavoura, ela não hesitou. Ouviu o chamado do patriarca e não pensou duas vezes. Mergulhou de cabeça.
Desde então, Vanessa tem vivido e aprendido o ritmo e os desafios do agro e as coisas têm caminhado de forma promissora. Com muito trabalho e dedicação, ela ajudou a consolidar o sucesso da propriedade. “Estamos passando por anos com desafios. Nem sempre conseguimos demonstrar uma grande produção, mas sabemos que não perderemos tudo se adotarmos práticas sustentáveis e outras estratégias.”
Para ela, o segredo está em adaptar-se às dificuldades do clima e do solo, sem deixar de lado uma abordagem responsável e inovadora para garantir a produtividade e a longevidade da lavoura.
Sustentabilidade adotada pela produtora de soja
Vanessa diz que mesmo com muitos desafios, como o clima e as condições do solo, a adoção de práticas mais sustentáveis tem mostrado resultados positivos na lavoura de soja+. “Hoje, técnicas como o plantio de cobertura e a diversificação de raízes têm contribuído para reduzir os impactos no ambiente e criar um sistema produtivo mais resiliente.” Segundo a produtora, as práticas melhoram a qualidade do solo e ajudam a manter a água no solo e a reduzir a erosão, tornando o sistema agrícola mais robusto. Descarbonizacao de carbono, sequestro de carbono.
A produtora faz parte do Programa PRO Carbono, iniciativa da Bayer, voltada à inovação para uma agricultura sustentável. Algumas ferramentas, desenvolvidas em parceria com a Embrapa, se destacam pela criação de técnicas de baixa emissão e sequestro de carbono, além de quantificar os benefícios ambientais.
E o controle de pragas não fica de fora! O plantio de cobertura, com plantas como aveia, nabo, trigo mourisco, sorgo, milheto e capins braquiária e crotalária, além de controlar pragas de maneira ecológica, protege o solo contra a erosão, melhora a retenção de água e cria um ambiente mais saudável para o crescimento das culturas.
Quando Vanessa entrou para o universo do agro, pôde perceber a dimensão do setor e sua importância para o Brasi. A produtora também destacou a transformação tecnológica que a agricultura está vivendo, com o uso crescente de agricultura digital e tecnologias como o feed view para monitoramento das lavouras.
“No ano em que entrei na fazenda, pude visualizar o impacto dessas inovações no campo. Com o auxílio dessas ferramentas, consegui perceber o desempenho de cada talhão, facilitando o manejo e a tomada de decisões mais assertivas”, detalha Vanessa.
No pódio do agro
Em outubro deste ano, a produtora de soja conquistou o primeiro lugar no Prêmio Mulheres do Agro 2024, na categoria Grande Propriedade. Essa é uma premiação que reconhece as contribuições das mulheres no setor agropecuário. O reconhecimento, que celebra o impacto feminino no agro, marca um dos maiores feitos na trajetória de Vanessa que, ao longo dos anos, tem se dedicado a transformar o campo por meio de práticas sustentáveis, inovação tecnológica e um trabalho que integra tradição e modernidade no agronegócio.
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Agricultura
Exportações de soja devem ultrapassar 2 milhões de toneladas
As exportações brasileiras de soja em grão devem somar 2,456 milhões de toneladas em novembro, segundo o levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). No mesmo mês de 2023, as exportações de soja atingiram um volume expressivo de 4,599 milhões de toneladas. Segundo a Safras & Mercado, em comparação, em outubro de 2024, o Brasil embarcou 4,443 milhões de toneladas, evidenciando uma leve redução, mas ainda mantendo um ritmo forte de exportações.
Na semana encerrada em 23 de novembro, o Brasil exportou cerca de 480 mil toneladas de soja. Para o período de 24 a 30 de novembro, a ANEC estima um aumento nos embarques, com a previsão de exportação de mais de 660 mil toneladas, o que indica uma aceleração no ritmo de embarques até o final do mês.
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Quanto ao farelo de soja, as exportações devem registrar um volume semelhante ao do ano passado, com uma leve queda em relação ao mês anterior. Em novembro, a expectativa é de embarques próximos a 1,9 milhão de toneladas, um valor inferior ao exportado em 2023, mas consideravelmente abaixo do total de outubro de 2024. Na última semana, as exportações de farelo de soja somaram pouco mais de 370 mil toneladas, com uma previsão de aumento nos embarques para o final deste mês.
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Agricultura
Ministro apoia PL da Reciprocidade, que protege exportações brasileiras de regras desiguais
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou apoio ao projeto de lei 1406/2024, o chamado PL da Reciprocidade, em declaração realizada nesta terça-feira (26). A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, busca impedir que exportações brasileiras sofram prejuízos devido a regras ambientais consideradas rigorosas e desiguais impostas por outros países.
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O projeto prevê a não aceitação de acordos internacionais que possam restringir de forma discriminatória o comércio de produtos brasileiros. Segundo Fávaro, o Brasil já adota normas sanitárias e ambientais rígidas, garantindo uma produção de alimentos sustentável e respeitosa ao meio ambiente.
“É muito cabível que a gente possa cobrar a reciprocidade”, afirmou o ministro. Ele ressaltou que o Brasil está preparado para discutir boas práticas ambientais, rastreabilidade e transparência em seus processos com qualquer país ou bloco comercial. O objetivo é assegurar aos consumidores a qualidade e a sustentabilidade dos produtos brasileiros.
O que diz o PL 1406/2024?
O PL propõe alterações na Lei nº 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Entre as mudanças, está a criação do Programa Nacional de Monitoramento da Isonomia Internacional de Políticas Ambientais.
O programa terá como função acompanhar as políticas ambientais de países que mantêm relações comerciais com o Brasil, garantindo isonomia e cobrando a aplicação de práticas sustentáveis globalmente.
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