Agronegócio
Açougue do Futuro: como o varejo de carnes se reinventa para atender seus consumidores
Reprodução
A maneira como as pessoas compram carne está mudando rapidamente. A busca por informações sobre a origem e a qualidade dos alimentos tornou-se prioridade no dia a dia dos consumidores, que não querem apenas um bom produto, mas também uma experiência de compra diferenciada.
Para atender essa nova demanda, os açougues estão buscando se reinventar. A zootecnista e CEO do Território da Carne, Andrea Mesquita, compartilhou sua visão sobre como será o açougue do futuro e quais mudanças já estão acontecendo em entrevista ao Ligados & Integrados. Assista ao vídeo abaixo e confira na íntegra.
A experiência do consumidor no centro das atenções
A imagem do açougue tradicional, com prateleiras simples e pouco direcionamento visual, está ficando para trás. Segundo Andrea, os consumidores de hoje chegam ao estabelecimento com expectativas claras, mas muitas dúvidas. “Para quem vende, a carne pode ser um produto óbvio, mas para quem compra e prepara, nem sempre é assim”, diz. Por isso, o atendimento especializado e a experiência de compra precisam ser transformadores.
Essa interação direta com o consumidor dentro do ponto de venda tem sido uma das chaves para aumentar as vendas e fidelizar clientes.
Experimentação e conveniência: os pilares do novo açougue
Criar espaços dentro dos açougues para que os clientes possam provar os produtos e aprender sobre sua preparação é uma estratégia eficaz. Isso resolve um dos maiores desafios para os consumidores: o receio de não saber como lidar com certos tipos de carne em casa.
Além disso, a conveniência tem se tornado um fator crucial na decisão de compra. Produtos que já vêm temperados, pré-cozidos ou prontos para consumo estão ganhando a preferência dos consumidores, que, em meio à correria do dia a dia, buscam opções práticas, mas sem abrir mão da qualidade.
“Os consumidores têm cada vez menos tempo e mais vontade de se alimentar melhor, então a conveniência é o que mais influencia a compra”, explica Andrea.
Pesquisas e tendências globais moldando o mercado brasileiro
Andrea aponta que Instituições como a Midan Marketing, por exemplo, estudam os comportamentos dos consumidores de carnes para identificar tendências para o varejo. “Uma dessas pesquisas mostrou que, hoje, as mulheres, que são as principais decisoras nas compras da casa, estão buscando produtos com um apelo de saúde e bem-estar”, conta.
Esses dados podem ajudar os varejistas brasileiros a entender o que está direcionando o comportamento de compra e a se adaptarem às novas demandas.
Desafios e oportunidades para o varejo de carnes no futuro
O varejo de carnes enfrenta dois grandes desafios na próxima década: atender ao público jovem e conquistar o público 50+, ambos com expectativas diferentes, mas igualmente importantes.
Andrea alerta para a necessidade de eliminar as falsas notícias que circulam na internet, principalmente entre os jovens, sobre hormônios em frangos ou os supostos riscos à saúde ao consumir carne suína. “Precisamos combater essas informações incorretas com dados reais e confiáveis”, afirma.
Por outro lado, o público acima de 50 anos também precisa ser lembrado. Com maior poder de compra, essa faixa etária busca alimentos que contribuam para uma dieta equilibrada e saudável, sendo um mercado em potencial para produtos de maior valor agregado. “Produtos de alta conveniência que ajudem a manter a saúde e o bem-estar são o caminho para atrair esses consumidores”, finaliza Andrea.
Aline Mendonça
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Indea capacita técnicos para impedir entrada em MT de fungo que afeta plantações de mandioca
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules – Foto por: Divulgação/Embrapa
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) preparou o quadro técnico de servidores que atuam na defesa sanitária vegetal da autarquia para evitar a entrada do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), conhecido popularmente como vassoura-de-bruxa da mandioca.
Esta doença fitossanitária foi detectada em agosto deste ano pela primeira vez no Brasil, e está atualmente presente no território do Amapá. Lá tem causado prejuízos, principalmente para a comunidade indígena e integrantes da agricultura familiar, nas plantações de mandioca, ao deixar os ramos das plantas secos e deformados.
Em Mato Grosso, o Indea, para proteger o território desse fungo e outras pragas que aqui ainda não adentraram, realizou nos meses de outubro e novembro reuniões regionalizadas com a participação de fiscais e agentes fiscais. Nesses encontros foram demonstradas as características do fungo que atinge a planta da mandioca, além de outras que também requerem igual atenção nos trabalhos de vigilância. As reuniões, que envolveram todo o quadro integrante da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV), passaram pelas cidades de Cuiabá, Água Boa, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta.
“Nesses encontros foram apresentadas as características da doença para que durante as atividades de inspeção, realizadas nas fiscalizações volantes e de campo, sejam identificadas de pronto e adotadas medidas para a contenção da proliferação do fungo”, explica o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.
Além disso, ele acrescenta que a Instituição vai avançar no cadastramento de todas as propriedades produtoras e reforçar as fiscalizações do trânsito de mudas (ramas) e tubérculos nas regiões de divisa do Estado.
Para evitar a entrada vassoura-de-bruxa da mandioca, a população pode colaborar, da seguinte forma:
– não trazer mandioca ou mudas (ramas) oriundas do Estado do Amapá para Mato Grosso; comunicar ao Indea caso encontre sintomas suspeitos da doença, como amarelecimento das folhas, superbrotamento, enegrecimento dos vasos e morte das plantas.
O Indea está presente em 139 dos 142 municípios de Mato Grosso.
Características
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. A infestação pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de possível movimentação de solo e água.
Produção
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso conta com 15 mil estabelecimentos comerciais plantando mandioca, produziu em 2023 mais de 265 mil toneladas e tem a cidade de Paranatinga como o maior produtor.
Luciana Cury | Indea
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção agropecuária brasileira deve alcançar R$ 1,31 trilhão diz o Mapa
Imagem Ilustrativa
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira para a safra 2024/2025 foi estimado em R$ 1,31 trilhão, representando um crescimento de 7,6% em relação ao ciclo anterior. Divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a projeção aponta que as lavouras contribuirão com R$ 874,80 bilhões (67,7% do total), enquanto a pecuária será responsável por R$ 435,05 bilhões (32,6%).
O desempenho positivo reflete avanços em diversas culturas e atividades pecuárias. Na agricultura, o destaque ficou para a soja e o arroz, cuja alta na produção foi determinante para o aumento do VBP. Já para a laranja e o café, o principal fator foi a valorização dos preços. No setor pecuário, a recuperação dos preços teve o maior impacto nos resultados, indicando uma melhora significativa na rentabilidade dos rebanhos.
Os dados, baseados em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e preços coletados de fontes oficiais, também mostram avanços em relação à safra 2023/2024, que teve crescimento de 6,7% nas lavouras e 9,5% na pecuária. O estudo abrange 19 culturas agrícolas e cinco atividades pecuárias, oferecendo um panorama detalhado da economia rural brasileira.
O VBP, divulgado mensalmente, é um indicador essencial para avaliar o desempenho do setor agropecuário e projetar tendências econômicas no campo. Com esses números, o Brasil reforça seu papel de liderança na produção global de alimentos, destacando-se não apenas pela quantidade, mas também pela diversificação e eficiência produtiva.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Pedido de desculpas: declaração de Bompard colocaram em risco as operações do Carrefour no Brasil
Assesoria
Com faturamento de R$ 95 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil é o segundo maior mercado do Carrefour no mundo, atrás apenas da França. Esse é o tamanho do problema gerado pelas declarações do CEO global do grupo, Alexandre Bompard, que orientava a suspensão da compra de carne do Mercosul.
A declaração de Bompard foi publicada no dia 20 e a reação foi imediata: grandes frigoríficos como JBS e Marfrig interromperam o fornecimento de carne à rede varejista no Brasil. Nas últimas horas, cerca de 40 empresas declararam oficialmente a suspensão de negociações com o grupo. Políticos brasileiros também entraram na discussão, com deputados expressando apoio a ações contra as lojas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.
“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirmou o Carrefour Brasil em comunicado.
A empresa citou que está em busca de “soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”.
Diante da escalada do problema, a empresa trabalha na elaboração de uma carta de retratação. A expectativa é que o próprio Bompard assine o documento, no qual deve reconhecer os equívocos da declaração e reafirmar a parceria histórica com o setor de carnes brasileiro. Fontes indicam que o texto será previamente submetido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar novos desgastes.
A embaixada francesa no Brasil participa das negociações para entregar oficialmente a retratação, seja por meio do embaixador Emmanuel Lenain ou do presidente do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governo brasileiro só aceitará um pedido de desculpas se for considerado suficientemente claro e enfático.
Enquanto isso, os impactos começam a ser sentidos nas gôndolas dos supermercados da rede, com relatos de desabastecimento de carne. Além disso, o risco de perda de competitividade cresce: especialistas apontam que o Atacadão, maior bandeira do grupo no Brasil, pode perder a liderança para o Assaí caso a crise não seja resolvida rapidamente.
Com o Brasil representando uma fatia tão significativa dos negócios do Carrefour global, a resposta a essa crise se tornou prioridade para a empresa. A resolução do impasse pode determinar não apenas a continuidade da parceria com o agronegócio brasileiro, mas também a reputação e a posição da marca no mercado nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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