Mel de abelhas nativas de Atibaia poderá ser comercializado em todo o país
O Serviço Municipal de Inspeção (SIM) de Atibaia, município do interior paulista, obteve a integração ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), o que vai permitir que agroindústrias de mel inspecionadas na cidade possam vender seus produtos para todo o território nacional. A autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foi publicada no dia 26 de dezembro. Antes, a venda era restrita ao município.
“Desde que este programa foi instituído, em 2006, pelo governo do presidente Lula, até 2022, apenas 308 municípios brasileiros tinham recebido o certificado Sisbi-POA. Trabalhamos fortemente na intensificação desse trabalho e desde o ano passado já estamos com mais de 1,5 mil municípios em processo de certificação. Vamos sair de 300 para quase 2 mil municípios certificados”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O Sisbi-POA faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa) e busca padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar.
Publicidade
Secretário de Agricultura de Atibaia, Gabriel Sola disse que recebeu um suporte excelente da equipe do Mapa em São Paulo para fazer as adequações necessárias no SIM e conseguir a integração. “Nosso SIM estava parado. Trouxemos agentes que estavam emprestados ao Estado, visitamos municípios que já tinham conseguido e estudamos as normativas técnicas”, explicou. A cidade é a 10ª de São Paulo a conseguir o selo Sisbi de forma individual. O estado tem também dois consórcios intermunicipais já autorizados a fazer a inspeção pelo sistema brasileiro.
FiscalizaçãoFiscalização
Sola afirmou ainda que a prefeitura providenciou toda a estrutura necessária, como médico veterinário próprio, sala, carro e equipamentos. Esse processo todo levou cerca de dois anos e meio. Atualmente sete empresas de Atibaia são inspecionadas pelo SIM e outras três estão com o processo em tramitação. A expectativa é que outros produtos de origem animal possam ser inseridos no escopo da autorização. Na cidade funcionam ao menos dois laticínios e uma charcutaria.
Amélia Cristina Teixeira, auditora fiscal do Mapa em São Paulo e responsável por acompanhar os processos de integração ao Sisbi-POA, disse que Atibaia desenvolveu todas as etapas do processo de forma exemplar. “O ministério ofereceu o suporte necessário. É muito gratificante quando um município ou um consórcio se integra ao sistema brasileiro”, disse ela.
Eugênio Basile, da empresa MBee, a primeira já autorizada a vender para todo o Brasil, disse que há anos a agroindústria tem a inspeção municipal. A MBee é especializada em gastronomia, segundo ele. “Atibaia foi o primeiro emissor de um SIM de méis para abelha nativa no Estado de São Paulo”, conta.
Ele acompanhou de perto as adequações que o município precisou fazer para se integrar ao Sisbi. “Foram dois anos e meio de expectativa. Queríamos muito”, afirmou. Agora, a empresa prevê crescimento de 20% a 25% em 2025. São oito colaboradores atuando em São Paulo e cinco na fazenda.
De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, a integração ao Sisbi-POA leva, não apenas aos produtores, mas a todo o município, o estímulo para o desenvolvimento, geração de emprego e renda.
Publicidade
Sisbi-POA em São Paulo
Eugênio disse que Atibaia tem grande potencial para fornecer produtos para a gastronomia dos grandes centros. “Não só méis, mas embutidos e queijos, que ainda podem crescer muito. Minha visão é que vai ter um crescimento grande de produtos de alta qualidade e bom valor agregado nos próximos anos com o Sisbi.”
Para ele, a conquista do Sisbi representa um divisor de águas. “Estamos muito animados. O Sisbi muda a história da MBee, da cidade e da gastronomia, que vai ter direito a essas coisas incríveis que Atibaia já produz e que vai produzir no futuro”, concluiu.
As demandas doméstica e internacional aquecidas e as escalas de abate mais curtas, principalmente nas indústrias de menor porte, têm impulsionado a alta da arroba do boi gordo no Brasil nas últimas semanas.
O Indicador do Boi Datagro, referência da B3 para a liquidação dos contratos futuros de pecuária no mercado brasileiro, mostra que o patamar médio de Mato Grosso do Sul já ultrapassa o da praça-base São Paulo.
Com isso, o mercado fechou a uma média de R$ 324,07 no ente federativo do Centro-Oeste e a R$ 322,71 em território paulista.
Além disso, outros três estados tiveram elevação de quase ou até superior a R$ 5 a arroba entre ontem (4) e esta quarta-feira (5). Veja:
Bahia: de R$ 305,46 para R$ 310,60
Goiás: de R$ 308,47 para R$ 313,08
Mato Grosso: de R$ 305,06 para R$ 310,12
Por outro lado, entre as praças analisadas pelo Indicador do Boi Datagro, apenas Rondônia teve retração no valor médio pago pela arroba, saindo de R$ 288,10 para R$ 287,97.
O Instituto MBC Brasil divulgou nesta semana um estudo inédito que traça um panorama sobre os desafios e oportunidades da mobilidade sustentável no país. O levantamento aponta avanços esperados nos programas de biocombustíveis e eletrificação, com destaque para o etanol, considerado um dos maiores diferenciais competitivos do Brasil na transição energética.
Segundo o estudo, a demanda por etanol pode crescer até 2,4 vezes até 2040, impulsionada tanto pelo aumento do consumo interno quanto pela abertura de novos mercados internacionais.
Durante o lançamento, o presidente do Instituto MBC Brasil, José Eduardo Luzzi, destacou a importância do estudo e a criação do próprio instituto, voltado à mobilidade de baixo carbono.
“Estamos lançando oficialmente o Instituto MBC Brasil, ao mesmo tempo em que apresentamos esse estudo inédito elaborado junto à LCA Consultoria. O trabalho mostra as iniciativas e desafios estruturantes para impulsionar a mobilidade de baixo carbono no Brasil até 2040”, afirmou.
O levantamento faz projeções sobre a demanda futura por bioenergéticos e identifica os principais gargalos estruturais que o país precisa superar para atender às metas de descarbonização da mobilidade. Entre os pontos abordados estão a necessidade de novas políticas públicas, ampliação da infraestrutura de produção e distribuição e estímulo à eletrificação veicular.
Publicidade
Luzzi destacou ainda que o momento é oportuno, às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, no Pará.
“O Brasil vai se colocar como protagonista na transição energética justa, viável, acessível e inclusiva. O país tem uma vantagem comparativa importante que é a sua experiência, tradição e conhecimento na produção de biocombustíveis”, destacou.
Com foco em uma transição energética equilibrada, o estudo reforça o papel do Brasil como referência global na produção de energia limpa e na busca por soluções sustentáveis para o transporte do futuro.
O Plenário do Senado aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (5), o projeto de lei 1087/2025 que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação de altas rendas.
Se o texto for sancionado até o final do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a redução do IR passa a valer a partir de janeiro de 2026.
O governo calcula que cerca de 25 milhões de brasileiros vão pagar menos impostos, enquanto outros 200 mil contribuintes terão algum aumento na tributação. “É uma medida que dialoga com a vida real das pessoas”, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Para compensar a perda de arrecadação, o projeto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para aqueles que recebem mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês). O texto também estabelece a tributação para lucros e dividendos remetidos para o exterior com alíquota de 10%.
O projeto foi encaminhado pelo governo em março ao Congresso e foi aprovado em outubro pela Câmara. O relator da proposta foi o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que acatou apenas emendas dos senadores Eduardo Gomes (PL-TO) e Rogério Carvalho (PT-SE).