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Agronegócio

Plantio fora da janela e ataque de lagartas preocupam no milho, alerta Aprosoja Mato Grosso

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Pouco mais de meio milhão de hectares de milho, cerca de 15% da área, foram semeados nesta safra 2024/25 fora da janela ideal, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Tal fato aumenta os riscos de perdas, uma vez que o cereal semeado mais tarde pode sofrer com a falta de chuvas.

O alerta é ligado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), motivado pelo atraso nos trabalhos com o cereal em decorrência da demora na colheita da soja por excesso de chuva.

Conforme a entidade, teme-se que a falta de chuva na fase de desenvolvimento da cultura possa prejudicar a produtividade.

Apesar da precaução dos produtores ao planejar a segunda safra desta temporada 2024/25, os mesmos foram pegos de surpresa, pontua o diretor administrativo da entidade e coordenador da Comissão de Política Agrícola, Diego Bertuol.

“O produtor opta por aquilo que vai trazer uma produtividade maior para ele, sementes de alta tecnologia, que têm um alto custo. E esse ano, o produtor foi pego de surpresa, porque essas tecnologias não foram eficientes, gerando custo adicional. O produtor já tem sua margem apertada, quando ela não é uma margem negativa, e nós vemos ainda um custo cada vez maior”.

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Chuvas já apresentam irregularidades

Dados do programa Aproclima, da Aprosoja Mato Grosso, apontam que municípios da região nordeste como Confresa, Matupá e Guiratinga, e da região leste, como Água Boa e Nova Xavantina, registraram mais de 22 dias sem precipitação e volumes acumulados abaixo de 130 milímetros. No norte do estado, Confresa ficou até 27 dias sem chuva, prejudicando o desenvolvimento das lavouras justamente no período crítico.

O vice-presidente leste da Aprosoja Mato Grosso, Diego Dallasta, frisa que apesar da seca que perdurou um longo período, as lavouras da região conseguiram se estabilizar com as chuvas das últimas semanas.

“Estamos no início de abril com uma boa umidade dos solos. Porém, o milho foi plantado no meio para o final de fevereiro, então precisaremos de chuvas até o final do mês de abril. Às lavouras estão bem estabelecidas, mas dependemos de chuvas para confirmarmos a safrinha”, frisa.

Falhas na proteção contra lagartas

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Outra preocupação destacada pela Aprosoja Mato Grosso é quanto ao ataque de lagartas no milho, que também pode prejudicar o resultado final da safra, projetado em mais de 46 milhões de toneladas.

Segundo a entidade, variedades amplamente utilizadas para controle de pragas, apresentaram falhas na proteção, forçando os produtores a realizarem aplicações extras de defensivos.

“Tivemos uma pressão enorme de lagartas em todas as tecnologias de milho, os produtores relataram necessidade de três, quatro e até cinco aplicações”, comenta Diego Dallasta.

O vice-presidente oeste e vice-coordenador da Comissão de Defesa Agrícola da entidade, Gilson Antunes de Melo, destaca que a dificuldade de controlar as lagartas foi enfrentada em muitas propriedades.

“Recebemos relatos de ataques de lagartas de produtores de todas as regiões do estado, dizendo ter problemas bem maiores que os outros anos. Isso aponta para uma quebra de eficiência das biotecnologias, que os obriga a um aumento de aplicações para o combate dessa praga, aumentando assim os custos de produção e consequentemente, a redução de produtividade”, afirma Gilson Antunes de Melo.

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Ainda segundo a Aprosoja Mato Grosso, nos últimos meses, o aumento da demanda interna, impulsionada pelo setor de etanol e pela indústria de proteína animal, tem disputado o milho disponível com a demanda internacional, ocasionando o aumento do valor da saca. Em 2023, a saca do grão era negociada entre R$ 35 e R$ 38, enquanto atualmente varia entre R$ 80 e R$ 90 em algumas regiões.

Apesar dos preços mais altos, ressalta a Associação, a rentabilidade da produção preocupa os produtores e a produtividade pode não ser suficiente para arcar com os custos da produção. A combinação de plantio tardio, escassez de chuvas e dificuldades no controle de pragas deve resultar em perdas significativas na produtividade.

canalrural

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Ritmo de queda de preços do arroz desacelera

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Foto: Marcelo Casal JR/Agência Brasil

 

O ritmo de queda dos preços do arroz em casca diminuiu nos últimos dias, o que, segundo pesquisadores do Cepea, pode sinalizar um maior equilíbrio entre oferta e demanda.

Ao mesmo tempo, novos dados apontam para crescimento da disponibilidade interna nesta temporada, elevando os estoques de passagem em fev/26.

De modo geral, levantamentos do Cepea mostram que a liquidez segue baixa, diante do recuo de compradores, que enfrentam dificuldade no repasse de preços do casca para o beneficiado.

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Produtores também continuam retraídos do spot, seja pelo descontentamento com as cotações, seja por voltarem suas atenções aos trabalhos de campo.

Agentes consultados pelo Cepea demonstram expectativa de maiores demandas internacionais em meio ao cenário atual de taxações dos EUA, o que pode impulsionar a busca pelo cereal brasileiro.

De acordo com o relatório de março da Conab, a produção nacional de arroz em casca na safra 2024/25 está estimada em 12,14 milhões de toneladas, 14,75% superior à da temporada 2023/24.

Com importações estáveis, em 1,4 milhão de toneladas, a disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) deve somar 14 milhões de toneladas, aumento de 13,77% sobre a safra passada.

CAFÉ: Menor disponibilidade doméstica limita exportação de robusta

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As exportações brasileiras de café diminuíram em março, refletindo sobretudo a queda nos embarques do robusta verde.

Foram apenas 138,6 mil sacas da variedade escoadas pelo País, 40% menos que em fevereiro/25 e bem abaixo das 862,5 mil sacas exportadas em março/24, de acordo com dados do Cecafé analisados pelo Cepea.

Segundo o Centro de Pesquisas, a redução dos envios externos de café robusta vem sendo observada desde dezembro/24 e está atrelada à baixa disponibilidade doméstica da variedade.

Destaca-se que a colheita da nova safra 2025/26 no Espírito Santo, principal estado produtor de robusta no Brasil, já deve começar neste mês e pode ganhar ritmo em maio, o que, conforme explicam pesquisadores do Cepea, tende a elevar a oferta do grão e, consequentemente, reaquecer os embarques da variedade, sobretudo no segundo semestre.

(Com Cepea)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Volume das exportações de ovos aos EUA dobra a cada ano

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Imagem: Semadesc

As granjas instaladas em Mato Grosso do Sul produziram 1.117.104.000 unidades de ovos durante o ano de 2023, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os municípios de Terenos (34,62%), Ivinhema (29,13%) e Dourados (6.39%) concentraram mais de metade dessa produção. Outros importantes produtores naquele ano foram: Sidrolândia, com 69 mil unidades; Jateí (43 mil), Cassilândia (41 mil), São Gabriel do Oeste (29 mil), Água Clara (26 mil) e Douradina (25 mil).

A maior parte do que se produz no Estado acaba sendo consumido pelos próprios habitantes, porém um volume importante tem sido destinado à exportação. Os Estados Unidos dobraram as importações nos últimos anos. Em 2023, o país comprou 1.142.050 quilos de ovos de Mato Grosso do Sul. No ano seguinte esse volume saltou para 2.096.000 quilos e nos três primeiros meses desse ano as exportações para os EUA já somam 840 mil quilos de ovos.

Outros importantes compradores de ovos produzidos em Mato Grosso do Sul em 2024 foram o Chile (236 mil quilos), Colômbia (72 mil quilos) e Filipinas (24,3 mil quilos).

Os Estados Unidos se ressentem da falta da proteína e alta nos preços devido à gripe aviária, que obrigou os produtores a eliminar 123 milhões de galinhas, perus e outras aves desde o início dos surtos, em 2022. Com isso, têm aumentado a compra do produto de vários países. O Brasil se tornou o maior fornecedor do produto para os EUA no primeiro trimestre desse ano, com aumento de 346% nas vendas, conforme dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Foram enviados àquele país, pelo Brasil, 2.705 toneladas de ovos nos três primeiros meses do ano.

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A avicultura de postura tem relevância para a economia do Estado por várias razões, conforme explica o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta. “O Governo entende que a produção de ovos é uma excelente alternativa para Mato Grosso do Sul, dada a grande produção de grãos e os altos níveis de sanidade e biossegurança. Além disso, nossa logística de atendimento aos estados da região Sudeste e Sul, além dos países vizinhos é muito favorável”.

Nesse contexto, há motivos e espaço para o setor crescer. As duas principais empresas produtoras de ovos no Estado – a cooperativa Camva e o Grupo Yabuta – preveem aumento na produção a curto prazo. Os cooperados da Camva produzem cerca de 1 milhão de ovos por dia, conforme o diretor administrativo da cooperativa, Issao Kurokawa. E há projetos de expansão de aviários que, dependendo da demanda, estimulam os produtores a responder ao mercado aumentando ou reduzindo a produção, explicou.

Já o Grupo Yabuta, segundo informou o presidente Fábio Yabuta, tem produção diária de 2,4 milhões de ovos ao dia. No entanto, essa produção deverá ter um salto significativo nos próximos anos com a concretização de um megaempreendimento em implantação no Distrito de Nova Casa Verde, em Nova Andradina. O complexo abrange cinco aviários e também uma fábrica de ração para suprir a criação de milhões de galinhas poedeiras. Com entrada em atividade a partir de 2027, esse empreendimento vai elevar a produção diária da Yabuta no Estado para 3,8 milhões de ovos.

O Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Nova Andradina, executaram obras de infraestrutura no acesso à granja. Na época, o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, justificou a medida. “É um investimento importante, gera muitos empregos e traz desenvolvimento para o Estado, portanto estamos cumprindo a determinação do governador Eduardo Riedel de dar total apoio aos municípios em pautas como essa”, afirmou.

(Com João Prestes/Semadesc)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Estado terá safra de arroz com produtividade recorde

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Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do Brasil e líder em produtividade (Fotos: Aires Mariga/Epagri)

 

A colheita da safra de arroz irrigado 2024/25 está na reta final e a expectativa de bom desempenho vai se confirmando.  De acordo com a Epagri/Cepa, a produção desta safra deve ser 9,52% maior que a anterior, impulsionada por um aumento de 9,85% na produtividade média, estimada em 8,73 toneladas por hectare.

“Se essa estimativa se concretizar, estaremos diante de uma safra recorde em produtividade, superando inclusive os resultados da temporada 2022/23, que já foi marcada por um excelente desempenho”, destaca a economista Gláucia Padrão, analista de socionomia e desenvolvimento rural da Epagri.

A safra passada foi marcada por adversidades climáticas, como excesso de chuvas, baixa luminosidade e elevada nebulosidade, fatores que favoreceram o surgimento de doenças e pragas, comprometendo o desempenho das lavouras. Já para 2024/25, o cenário é bem diferente. Segundo Gláucia, o bom desempenho da atual safra é resultado da combinação entre condições climáticas favoráveis, uso de cultivares de alto potencial produtivo, investimentos em tecnologia e melhorias nas práticas de manejo, confirmando uma tendência positiva observada nos últimos anos.

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Tecnologia e pesquisa impulsionam o arroz catarinense

O Governo do Estado tem papel fundamental nesse avanço por meio da Epagri, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura e Pecuária que investe há décadas em pesquisa e melhoramento genético do arroz. Já são 32 cultivares com DNA da Epagri lançadas no mercado, com um novo material chegando a cada dois anos.

Em mais de 40 anos de pesquisa com arroz, a Epagri já lançou 32 cultivares no mercado, com um novo material chegando a cada dois anos

“Temos sempre de seis a oito cultivares recomendadas para cultivo, que se adaptam a diferentes condições de clima e solo em Santa Catarina. Nosso diferencial está na capacidade de atender à diversidade de ambientes do estado”, explica Ester Wickert, gerente da Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI), onde está o Programa de Melhoramento Genético de Arroz.

Em mais de 40 anos de pesquisa da Epagri com arroz, a produtividade média do cereal no estado saltou de 2,2 para mais de 8 toneladas por hectare. Além do avanço genético, Ester destaca a importância da adoção de novas tecnologias, ajustes nas práticas de cultivo, organização da cadeia produtiva e qualidade na produção de sementes, áreas em que a Epagri também atua diretamente.

Cultivar Dueto se destaca com alta produtividade e tolerância climática

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Entre os destaques da safra 2024/25 está o cultivar SCSBRS 126 Dueto, desenvolvido pela Epagri em parceria com a Embrapa. A variedade provou sua resistência diante das oscilações climáticas registradas no verão, com frio fora de época em dezembro e calor intenso entre janeiro e março. Nas Unidades Demonstrativas de cultivares conduzidas em todo estado pela Epagri nesta safra, o Dueto alcançou produtividade superior a 12 mil kg/ha, sendo o mais produtivo entre os avaliados.

A variedade provou sua resistência diante das oscilações climáticas registradas no verão

“Esta superioridade está se confirmando na lavoura com o avanço da colheita. A tolerância do cultivar a extremos de temperatura foi decisiva para o bom desempenho nesta safra”, destaca o pesquisador Laerte Terres, pesquisador responsável pelo Projeto Arroz na Epagri.

Desenvolvido para regiões com altitudes superiores a 400 metros — sujeitas a quedas de temperatura durante a fase reprodutiva — o Dueto é recomendado para todas regiões produtoras de Santa Catarina. A variedade possui ciclo longo (142-144 dias) e média de produtividade de 10.290 kg/ha.

Esta é apenas a segunda safra em que o Dueto está sendo cultivado comercialmente e a demanda por sementes já supera a oferta

Além do bom rendimento agronômico, o Dueto também se destaca no processamento industrial. “Ele é ideal para a indústria, tanto para arroz parboilizado quanto de arroz branco, pois tem alto rendimento no descascamento e baixa taxa de quebra dos grãos, o que resulta em mais grãos inteiros no produto final”, relata Laerte. Esta é apenas a segunda safra em que o Dueto está sendo cultivado comercialmente e a demanda por suas sementes já supera a oferta.

Santa Catarina: referência nacional em produtividade de arroz

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do Brasil e líder em produtividade. Com uma área estável de cultivo, em torno de 145 mil hectares, o arroz representa o quarto produto em Valor da Produção Agropecuária (VPA) no estado, somando R$ 2,1 bilhões, o que corresponde a 9,4% do total nacional, segundo dados da Epagri/Cepa (2022/2023).

O modelo de produção adotado em Santa Catarina, em áreas alagadas, é uma marca registrada da cadeia produtiva no Estado

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O cultivo do grão envolve mais de 30 mil famílias catarinenses. O modelo de produção adotado em Santa Catarina, em áreas alagadas, é uma marca registrada da cadeia produtiva no Estado e um exemplo nacional de eficiência no campo.

(Com AEN/PR)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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