Agronegócio
Bem-estar animal avança na suinocultura, mas uso de antibióticos ainda preocupa especialistas

Foto: iStock
A nova edição do relatório Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira, publicado pela organização internacional Sinergia Animal, aponta progressos importantes no bem-estar animal dentro da suinocultura nacional. No entanto, o estudo alerta que a resistência em adotar sistemas totalmente livres de gaiolas de gestação e o uso excessivo de antimicrobianos continuam sendo grandes desafios para o setor e para a saúde pública.
Ecofrigo lidera ranking com política abrangente de bem-estar animal
Entre os destaques positivos do relatório, a Ecofrigo alcançou a maior pontuação já registrada desde a primeira edição e subiu para a Categoria B no ranking geral.
A empresa implementou uma política robusta de bem-estar animal, com medidas como:
- Adoção do sistema “cobre e solta” em novas unidades;
- Fim gradual do uso contínuo de celas de gestação;
- Proibição de procedimentos dolorosos em leitões, como castração cirúrgica e corte de caudas e dentes;
- Eliminação do uso não terapêutico de antimicrobianos.
Com essas ações, a Ecofrigo se tornou a única grande produtora brasileira a empregar antibióticos apenas em animais doentes, consolidando-se como referência no tema.
Aurora Coop anuncia construção de novas unidades sem gaiolas
Outro avanço importante veio da Aurora Coop, uma das três maiores produtoras de carne suína do Brasil. A cooperativa subiu da Categoria E para a C após anunciar que todas as novas granjas serão construídas com o sistema “cobre e solta”, abolindo o confinamento de porcas em gaiolas de gestação.
A medida deve beneficiar milhares de animais e representa um passo significativo rumo a uma suinocultura mais ética e sustentável.
Frimesa ainda resiste à mudança e mantém uso de gaiolas
Em contrapartida, o relatório destacou que a Frimesa é a única entre as seis maiores produtoras do país que ainda não assumiu compromisso público de eliminar o uso de gaiolas de gestação.
Atualmente, a empresa segue construindo novas granjas que confinam porcas por até 42 dias, prática criticada por especialistas e já abandonada por diversas companhias internacionais do setor.
Uso excessivo de antibióticos ameaça a saúde pública
Além das questões de bem-estar animal, o relatório alerta para o uso indiscriminado de antimicrobianos na suinocultura brasileira. Segundo a Sinergia Animal, o uso preventivo e para estímulo de crescimento contribui diretamente para o aumento da resistência antimicrobiana (RAM) — apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos maiores riscos globais à saúde.
Essa resistência reduz a eficácia de antibióticos essenciais na medicina humana e veterinária, afetando a abordagem integrada conhecida como Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.
Indústria ainda precisa avançar em práticas sustentáveis
Para Raquel Ribeiro Borges, líder de Relações Corporativas da Sinergia Animal, as iniciativas da Ecofrigo e da Aurora demonstram que é possível evoluir de forma ética e responsável.
“Os compromissos da Ecofrigo e da Aurora mostram que há caminhos viáveis para o progresso. Mas grande parte da indústria ainda mantém práticas ultrapassadas, com impacto direto sobre os animais e a saúde pública”, afirmou.
Avaliação do Porcos em Foco 2025
A edição 2025 do relatório avaliou 16 empresas brasileiras do setor de carne suína, classificando-as de A (melhor desempenho) a F (pior). Nenhuma companhia alcançou a Categoria A, o que evidencia que, apesar dos avanços, o setor ainda tem um longo caminho a percorrer.
Principais resultados:
- Ecofrigo: sobe da Categoria F para B, com uma das políticas mais completas do país.
- Aurora Coop: avança da Categoria E para C, com novas unidades livres de gaiolas.
- Frimesa: permanece sem compromisso para eliminar o confinamento de porcas.
Setor em geral: segue sob alerta pelo uso excessivo de antimicrobianos.
Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Turismo rural impulsiona queijarias artesanais e fortalece economia local em diversas regiões do Brasil

Divulgação
Turismo rural amplia oportunidades para produtores de queijo artesanal
Transformar pequenas queijarias em destinos turísticos tem se mostrado uma estratégia eficaz para gerar renda, valorizar o campo e promover o desenvolvimento regional. Essa tendência vem crescendo em todo o país, impulsionada pela busca dos consumidores por produtos autênticos e experiências que conectam gastronomia, cultura e natureza.
Durante décadas, o queijo mineiro — especialmente o da Serra da Canastra — foi sinônimo de tradição e qualidade. Hoje, porém, outras regiões também se destacam, conquistando reconhecimento internacional e ampliando o cenário da produção artesanal de queijos no Brasil.
Rota do Queijo São Paulo valoriza produtores e cultura local
Entre as iniciativas mais recentes, o Governo de São Paulo lançou a Rota do Queijo São Paulo, projeto que reúne 102 queijarias em 77 municípios. O objetivo é fortalecer a produção artesanal, integrar turismo e gastronomia e valorizar a identidade cultural do estado.
De acordo com Ana Rita Scozzafave, jurada internacional de queijos, médica-veterinária e CEO do Grupo SCZ Agro & Agrointeligência, a proposta reflete a diversidade e a qualidade dos produtores paulistas. “Esse projeto mostra o quanto as receitas autorais e o cuidado dos produtores vêm elevando o padrão da queijaria artesanal no Brasil”, destacou.
A rota está dividida em oito circuitos temáticos, que abrangem regiões como Alta Paulista, Cuesta, Mantiqueira e Vale do Paraíba, Mogiana Paulista e Sudoeste Paulista, entre outras. Além de estimular o turismo, o projeto fomenta a economia regional e amplia a visibilidade dos produtores.
Crescimento da produção artesanal e reconhecimento internacional
Desde 2022, o número de produtores artesanais de queijo em São Paulo cresceu 300%, somando quase 60 queijarias reconhecidas oficialmente. O estado também conquistou destaque internacional ao emplacar quatro queijos entre os dez melhores do mundo no Mondial du Fromage, realizado na França.
“Pequenos produtores descobriram que podem agregar muito valor ao leite fabricando queijos únicos”, comenta Scozzafave. Segundo ela, além de São Paulo, há movimentos semelhantes em estados como Amazonas, Mato Grosso e regiões do Norte e Nordeste, que também vêm se destacando em concursos internacionais.
Queijos artesanais conquistam consumidores e fortalecem a identidade regional
O interesse crescente pelos queijos artesanais reflete uma mudança no comportamento do consumidor. Hoje, as pessoas valorizam mais a origem, a história e o trabalho por trás de cada produto, buscando experiências gastronômicas completas.
“Degustar um queijo vai muito além do sabor. O público quer se conectar com a história e a autenticidade do produtor, e muitos estão dispostos a pagar mais por produtos exclusivos”, observa a jurada internacional.
A especialista destaca ainda que muitas pequenas queijarias surgiram como resposta à baixa valorização do leite, encontrando na produção artesanal uma forma sustentável e rentável de permanecer no campo.
Turismo rural transforma propriedades em experiências
O turismo rural vem ganhando força como um novo modelo de negócio para produtores de queijo. As propriedades abrem suas portas para visitas, degustações e passeios, oferecendo experiências autênticas no campo.
“O turismo rural atrai pessoas das grandes cidades que buscam contato com a natureza e produtos locais. Além dos queijos, os produtores podem comercializar outros itens típicos, como geleias, cafés, bolachas e delícias regionais”, explica Scozzafave.
Essa integração entre produção, gastronomia e lazer tem contribuído para manter as famílias no campo e diversificar as fontes de renda.
Profissionalização e apoio técnico fortalecem o setor
Para incentivar a profissionalização das pequenas propriedades, a SCZ Agro & Agrointeligência oferece consultoria técnica, assessoria legal e suporte em certificações e autorizações municipais e estaduais. A empresa também auxilia na padronização para o SISP ARTESANAL (Serviço de Inspeção São Paulo), essencial para comercialização e participação em concursos de queijo.
A jurada internacional ressalta que os concursos são uma vitrine importante para os produtores. “Um bom queijo vai além do sabor. Avaliamos textura, aroma, cor e consistência. A atenção aos detalhes é o que garante destaque nas competições”, afirma.
Premiações nacionais e internacionais destacam queijarias brasileiras
O Brasil conta hoje com importantes eventos voltados à valorização dos queijos artesanais, como o Concurso Internacional de Queijo Artesanal (Araxá International Cheese Awards), parte da ExpoQueijo Brasil, que reúne 47 categorias com diferentes tipos de leite.
Outro destaque é o Prêmio Queijo Brasil, realizado anualmente em Blumenau (SC), que em 2025 registrou recorde de inscrições, com produtores de 20 estados e mais de 260 cidades.
Já o Mundial do Queijo do Brasil (Mondial du Fromage – edição brasileira) acontece em São Paulo (SP) e alterna com o evento francês. A próxima edição será em abril de 2026, reunindo degustações, rodadas de negócios e palestras com especialistas.
“O Mundial é uma oportunidade única para os produtores brasileiros apresentarem seus queijos ao mercado internacional e ganharem visibilidade. Estamos prontos para apoiar quem deseja dar esse passo”, finaliza Scozzafave.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]m
Agronegócio
Óleo de soja: aliado da saúde, do sabor e do equilíbrio na alimentação dos brasileiros

Divulgação
Óleo de soja está presente em quase todos os lares brasileiros
Elemento indispensável na culinária nacional, o óleo de soja está presente em cerca de 97% dos lares brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Em 2024, o produto representou 87% do consumo total de óleos vegetais comestíveis no Brasil, atingindo 9,9 milhões de toneladas — um crescimento de 14% em relação a 2023.
O consumo médio nas famílias brasileiras é de 1 litro por pessoa ao mês, principalmente em preparações como frituras e refogados. Essa ampla presença reflete não apenas a tradição culinária, mas também a confiança no produto, reconhecido por sua versatilidade, sabor e acessibilidade.
Entendendo o papel do óleo de soja na alimentação saudável
Apesar da popularidade, ainda há dúvidas sobre o papel do óleo de soja em uma dieta equilibrada. Muitas pessoas associam o consumo de óleos vegetais apenas a calorias, esquecendo que as gorduras boas, como as poli-insaturadas, são essenciais para o organismo.
Essas gorduras, presentes em abundância no óleo de soja, atuam como aliadas da saúde, contribuindo para o funcionamento adequado do coração, do cérebro e do metabolismo.
Com o objetivo de esclarecer essas questões, a Vitaliv, em parceria com a consultoria Equilibrium, desenvolveu um levantamento técnico sobre a composição nutricional e as aplicações culinárias do óleo de soja, reunindo informações atualizadas e baseadas em ciência.
Estudo reforça benefícios e importância do equilíbrio
De acordo com Deborah Nascimento, analista de marketing da Vitaliv para a área de óleos envasados, o levantamento busca corrigir informações desencontradas sobre o produto.
“O óleo de soja é um ingrediente acessível e versátil, com benefícios nutricionais comprovados. Nosso objetivo é mostrar que ele pode ser um aliado do sabor, da saúde e do cuidado com a família”, afirma Deborah.
Ela destaca que, quando usado de forma consciente e dentro de uma dieta variada, o óleo de soja une praticidade, economia e bem-estar — valores importantes para a rotina alimentar das famílias brasileiras.
Nutrientes essenciais: energia e proteção para o organismo
O óleo de soja se destaca por oferecer uma combinação equilibrada de nutrientes:
- Ômega-6 e Ômega-3: ácidos graxos essenciais que auxiliam na saúde cardiovascular, no funcionamento cerebral e no equilíbrio metabólico.
- Vitamina E: antioxidante natural que ajuda a proteger as células contra os radicais livres, fortalecendo o sistema imunológico e contribuindo para a longevidade.
Além disso, respeitar o ponto de fumaça e optar por métodos de preparo mais saudáveis, como grelhar e assar, ajudam a preservar os nutrientes do óleo e potencializar seus benefícios.
Consumo equilibrado é o segredo para aproveitar os benefícios
Para a nutricionista Lívia Queirós, Especialista Técnica e de Desenvolvimento da ADM, o óleo de soja é uma escolha inteligente dentro de uma alimentação equilibrada.
“Ele pode estar presente em receitas fritas, refogados, grelhados e assados, trazendo sabor e nutrientes que o corpo precisa. A chave está no equilíbrio e na diversidade do prato”, explica.
A especialista reforça ainda que pequenos cuidados fazem a diferença, como evitar a reutilização do óleo em frituras e respeitar as porções recomendadas.
“Com informação, praticidade e consumo consciente, o óleo de soja continua sendo uma escolha inteligente para a mesa dos brasileiros — sem culpa e com muito sabor”, conclui Lívia.
Fonte: Portal do Agronegócio
Agronegócio
Controle de pragas e medidas sanitárias elevam qualidade e competitividade do algodão mineiro

Foto: FMC
Minas Gerais se consolida como referência na produção de algodão
Minas Gerais reforça sua posição como um dos principais polos da cotonicultura nacional. O estado, quarto maior produtor de algodão do Brasil, alcançou mais de 145 mil toneladas da fibra na última safra — um crescimento de quase 21 mil toneladas em relação ao ciclo anterior.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), as exportações superaram US$ 35 milhões, evidenciando o fortalecimento do setor. O desempenho positivo é resultado direto de ações de defesa sanitária vegetal e programas de certificação conduzidos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que vêm garantindo mais qualidade, sustentabilidade e acesso a mercados internacionais exigentes.
Vazio sanitário: medida essencial contra o bicudo-do-algodoeiro
Uma das principais estratégias adotadas para proteger as lavouras mineiras é o vazio sanitário do algodão, realizado anualmente entre 20 de setembro e 20 de novembro.
Durante esse período, é proibido o plantio da cultura e obrigatório o manejo dos restos vegetais e soqueiras, com o objetivo de interromper o ciclo reprodutivo do bicudo-do-algodoeiro, considerada a principal praga da cotonicultura brasileira.
De acordo com o IMA, fiscalizações por amostragem são realizadas em propriedades que cultivaram algodão na safra anterior. Produtores que descumprem as regras podem ser autuados e responder a processos administrativos.
“Essas ações são fundamentais para reduzir a presença de pragas e preservar a produtividade das lavouras”, ressalta o Instituto.
Campanhas educativas reforçam a conscientização no campo
Além das fiscalizações, o IMA mantém um trabalho constante de educação e conscientização dos produtores rurais. As campanhas são divulgadas em rádios, redes sociais e reuniões setoriais, destacando a importância de seguir corretamente as práticas preventivas.
Essas ações têm contribuído para o engajamento dos agricultores e fortalecido a sustentabilidade da cadeia produtiva do algodão, garantindo que as lavouras mineiras mantenham padrões elevados de qualidade.
Sanidade e rastreabilidade valorizam o algodão mineiro
As ações de defesa fitossanitária e o cadastro das propriedades produtoras são pilares da estratégia estadual para assegurar a competitividade do algodão mineiro.
Segundo o IMA, o cumprimento das normas e a adoção de boas práticas agrícolas proporcionam rastreabilidade, credibilidade e valorização da fibra tanto no mercado interno quanto no internacional.
“A qualidade e a conformidade sanitária são diferenciais que valorizam o algodão mineiro, fortalecendo a economia e abrindo portas para novos mercados”, destaca o Instituto.
Resultado: produtividade sustentável e reconhecimento nacional
Com o avanço das ações de defesa vegetal e o comprometimento dos produtores, Minas Gerais se consolida como modelo nacional em sanidade agrícola. O sucesso das medidas reflete em maior produtividade, controle eficiente de pragas e aumento das exportações, contribuindo para o crescimento econômico do estado e para a sustentabilidade da cotonicultura brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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