Agronegócio
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveram produtos alimentícios usando tilápia (Oreochromis niloticus)

Fotos: Tomas May (processamento e patê de tilápia)
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveram produtos alimentícios usando tilápia (Oreochromis niloticus), o peixe mais cultivado no País, que podem agregar valor a essa cadeia produtiva: hidrolisado proteico, salsicha com fibra de abacaxi e patê com fibra de abacaxi e embutido de carne tipo apresuntado. A Embrapa procura parceiros privados para levar os produtos ao mercado consumidor (veja quadro abaixo).
O trabalho ainda procura aproveitar resíduos da produção, dando sustentabilidade e evitando desperdícios. A cadeia do pescado gera grande volume de resíduos e tem seu crescimento associado a um possível problema ambiental. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a perda na cadeia produtiva do pescado chega a 35%, o que representa o dobro do que é perdido na carne bovina.
Em outra frente, a Embrapa Agroindústria Tropical (CE) vem atuando no desenvolvimento de hidrogéis e nanoemulsões a partir da gelatina de tilápia, produtos que podem ser utilizados, pela indústria biomédica, como biocurativos, e também pela indústria de cosméticos. O pesquisador Men de Sá Moreira explica que os produtos apresentam propriedades antioxidantes e potencial de aplicação tópica.
Para se ter uma ideia do que é desprezado, o filé, produto principal da tilápia, representa, aproximadamente, apenas 30% do peixe. Os outros 70% que sobram do processo de filetagem são considerados sem grande valor comercial, sendo utilizados principalmente na fabricação de farinha de peixe e ração.
A pesquisadora Angela Furtado, da Embrapa, explica que a intenção da pesquisa é gerar produtos que garantam maior rentabilidade, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental. “Utilizando os resíduos do processo de filetagem da tilápia chegamos a um hidrolisado com alto teor proteico e que pode ser amplamente utilizado em diferentes produtos, como alimentos, cosméticos, nutracêuticos e suplementos alimentares”, pontua Furtado.
Produtos da tecnologia do pescado
Patê de tilápia (foto à esquerda) com fibra de abacaxi é preparado a partir de carne mecanicamente separada de tilápia e fibra de abacaxi. É um produto estéril comercialmente quando oferecido em latas mantidas em temperatura ambiente. É de fácil digestão e pode ser oferecido ao público infantil e terceira idade, que necessitam consumir proteína animal e que têm certa rejeição ao pescado inteiro.
O hidrolisado de gelatina de tilápia é altamente proteico; sua principal aplicação é como ingrediente em produtos alimentícios, cosméticos, em cápsulas ou em pó como produto natural, nutracêutico ou suplemento alimentar. Essa categoria de produto é reconhecida por atuar como regenerador dérmico (da pele) e de cartilagens.
O embutido de carne mecanicamente separada de tilápia na forma sólida é do estilo apresuntado. É moldado na forma cilíndrica com filme plástico do tipo cook-in, cozido e conservado sob refrigeração. Pode ser consumido sob a forma fatiada como embutidos do tipo mortadela ou presunto.
Já a salsicha de tilápia com fibra de abacaxi é processada a partir de carne mecanicamente separada (CMS) de tilápia-do-nilo e de farinha de resíduo de abacaxi (FRA), com teor reduzido de sódio e sem utilização de corantes. Trata-se de alimento que pode ser consumido diretamente
Projeto BRS AquaAs pesquisas para melhor aproveitamento do pescado integram o Projeto BRS Aqua, uma parceria entre Embrapa, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Trata-se de uma rede, coordenada pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), e dela fazem parte mais de 240 empregados de 23 unidades da empresa, além de mais de 60 parceiros, entre públicos e privados. |
A indústria do pescado vem registrando aumentos no faturamento ano após ano. Estudo realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), revelou que as exportações da piscicultura brasileira aumentaram 15% em faturamento em 2022, chegando a US$ 23,8 milhões,
Seja um parceiro da EmbrapaPara que esses produtos possam chegar ao mercado, a Embrapa necessita validá-los em ambiente industrial e, para isso, busca parceiros. As empresas interessadas podem procurar o setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, pelo e-mail: [email protected]. Conheça mais sobre os produtos de tilápia: |
Ana Lucia Ferreira (MTb 16.913/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Epagri incentiva cultivo de mirtilo na Serra Catarinense e fortalece renda de pequenos produtores

Foto: Epagri
A Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) reforça ações para diversificação da produção agrícola na Serra Catarinense, estimulando pequenos produtores a investirem no cultivo de mirtilo, fruta saborosa, saudável e economicamente promissora.
Dia de Campo em Palmeira mostra potencial do mirtilo
Na última quarta-feira (24), a Epagri promoveu um Dia de Campo em Palmeira, município com cerca de 2,7 mil habitantes, localizado a 40 km de Lages. Agricultores de diversas cidades participaram do evento, visitando a propriedade Palm Berries, onde Celso Claudino e o genro João Carneiro cultivam aproximadamente três mil pés de mirtilo em uma área de dois hectares.
Cada planta produz entre cinco e dez quilos de frutas, comercializadas em todo o Brasil. O quilo do mirtilo chega a R$ 60 no varejo e R$ 30 no atacado, sem embalagem. Durante o evento, os produtores compartilharam experiências, esclareceram dúvidas e deram dicas práticas sobre manejo e cultivo.
Cultura rápida e rentável para pequenos produtores
Segundo João Carneiro, o mirtilo oferece retorno financeiro mais rápido em comparação a culturas de longo prazo, como o pinus. “Se o produtor plantar agora uma muda de qualidade, já poderá colher no ano que vem. Nosso projeto inicial prevê dez toneladas por hectare, o que representa cerca de R$ 250 mil por safra”, afirma.
Ele destaca ainda que a produção é prazerosa e de fácil manejo, especialmente em sistemas orgânicos, exigindo cuidados manuais como roçada, mas sem grande complexidade operacional.
Adaptação do mirtilo à Serra Catarinense
A extensionista rural Maêve Silveira Castelo Branco, da Epagri em São Joaquim, ressalta que o mirtilo se adapta bem ao clima da Serra Catarinense e à convivência com florestas de pinus. “Originalmente, o mirtilo vem da América do Norte, de regiões de sub-bosque, e se desenvolve bem em áreas com ou sem pinus. É uma cultura simples, desde que haja atenção ao solo e à disponibilidade de água. É uma alternativa viável para diversificar a produção, gerar empregos e aumentar a renda local”, explica.
Sucesso da Palm Berries inspira outros produtores
O modelo de sucesso da Palm Berries tem despertado interesse de agricultores em toda a região. Pedro Donizete de Souza, secretário de Agricultura de Lages, destaca que o mirtilo é ideal para pequenos produtores e famílias, com mercado crescente e possibilidade de renda significativa.
Produtores como Ana Claudia Wawrzyniak, de Cerro Negro, percorreram mais de 200 km para participar do Dia de Campo. Atualmente, ela possui 130 pés de mirtilo e pretende expandir sua produção após aplicar os aprendizados adquiridos no evento.
Epagri reforça papel de incentivo à diversificação
O Dia de Campo em Palmeira evidencia o papel da Epagri em levar conhecimento técnico aos produtores e mostrar alternativas de culturas adaptadas ao clima local. José Márcio Lehmann, gerente regional da Epagri em Lages, ressalta: “O mirtilo é uma cultura nova, mas com resultados concretos. Nosso objetivo é oportunizar aos produtores a diversificação da produção, baseada no clima da região, promovendo renda e qualidade de vida”.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Exportação de Açúcar do Brasil Totaliza 2,9 Milhões de Toneladas em Setembro

Divulgação
As exportações brasileiras de açúcar e outros melaços registraram receita diária média de US$ 58,069 milhões em setembro de 2025, considerando 20 dias úteis, segundo dados parciais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O valor representa uma queda de 31,6% na receita diária em comparação com setembro de 2024, quando o país havia registrado US$ 84,931 milhões por dia.
Volume exportado atinge quase 3 milhões de toneladas
No período, o Brasil exportou 2.915.946 toneladas de açúcar, com receita total de US$ 1,161 bilhão. O preço médio por tonelada ficou em US$ 398,30, indicando uma redução de 13,4% em relação aos US$ 459,70 praticados em agosto de 2024.
O volume médio diário de exportações em setembro de 2025 chegou a 145,797 mil toneladas, 21,1% menor que as 184,738 mil toneladas embarcadas diariamente no mesmo mês do ano anterior.
Tendência de queda no setor açucareiro
Os dados refletem um cenário de retração nas exportações de açúcar, com impacto tanto no volume embarcado quanto nos preços médios. Analistas apontam que fatores como variações na demanda internacional e flutuações cambiais podem ter influenciado a queda observada em setembro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Celulose brasileira amplia espaço no mercado dos Estados Unidos

Divulgação
O mercado norte-americano permanece estruturalmente dependente de importações de celulose, que representaram cerca de 11% da demanda total em 2024. Nesse cenário, o Brasil consolidou-se como principal fornecedor de celulose de fibra curta (hardwood), com 82% de participação, impulsionado por custos reduzidos, florestas de eucalipto de rápido crescimento e plantas industriais de grande escala.
Além disso, a produção brasileira de celulose deve continuar crescendo até 2029, com novos projetos já em construção ou em fase de planejamento.
Brasil se fortalece como potência global da celulose
O Brasil respondeu por mais da metade das exportações globais de celulose de fibra curta em 2024, resultado de fatores como:
*baixos custos de produção;
*ciclos curtos do eucalipto, de cerca de sete anos, apoiados em pesquisa genética avançada;
*investimentos contínuos em fábricas integradas de grande porte.
Entre os projetos de expansão estão:
*Projeto Sucuriú da Arauco (MS): previsão de 3,5 milhões de toneladas anuais até 2027;
*Projeto Natureza da CMPC (RS): pode adicionar até 2,5 milhões de toneladas até 2029;
*Expansões da Bracell (MS): potencial de mais de 5 milhões de toneladas até 2029.
Diferença de preços favorece a fibra curta brasileira
A diferença de preços entre a celulose de fibra longa (softwood) e a de fibra curta (hardwood) aumentou para até US$ 300 por tonelada no mercado da Costa Leste dos EUA. Esse cenário fortalece a preferência pela celulose de eucalipto brasileira, mais barata e de alto desempenho, especialmente em segmentos como papel tissue e embalagens.
Mesmo considerando o frete marítimo, os custos da celulose brasileira continuam mais competitivos em comparação aos fornecedores norte-americanos e europeus.
Comércio e câmbio reforçam competitividade do Brasil
Enquanto a celulose europeia enfrenta tarifas de 15% nos EUA, a brasileira está sujeita a 10% — percentual que, aliado ao câmbio favorável e ao frete competitivo, garante vantagem no custo final.
Apesar de setores como madeira processada e móveis enfrentarem tarifas de até 50%, a celulose brasileira permanece entre os produtos mais estratégicos para importadores norte-americanos.
Logística impulsiona participação no mercado
Outro fator que favorece o Brasil é a logística. O transporte marítimo até a Costa Leste dos EUA não enfrenta gargalos como os canais do Panamá ou de Suez, garantindo prazos mais confiáveis. Além disso:
*há proximidade com grandes fábricas no sudeste dos EUA (Geórgia, Alabama e Carolina do Sul);
*os custos de frete marítimo são competitivos, em torno de US$ 100 a US$ 150 por tonelada;
*portos norte-americanos receberam investimentos bilionários em infraestrutura, ampliando a capacidade de recebimento.
Perspectivas: Brasil deve expandir participação nos EUA
Com a China reduzindo as importações de celulose devido ao aumento da produção doméstica, os EUA se consolidam como destino estratégico para a fibra brasileira.
Nos próximos cinco anos, a expansão da produção no Brasil deve fortalecer ainda mais essa posição. Além disso, aquisições de ativos nos EUA por empresas brasileiras podem ampliar sinergias, substituindo celulose local de maior custo por produto importado do Brasil.
Segundo análise da RaboResearch, o Brasil está bem-posicionado para se consolidar como líder no fornecimento de celulose ao mercado norte-americano, sustentado por baixos custos, investimentos em capacidade produtiva e logística favorável.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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