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Meio Ambiente

Inovação é a chave para manter soberania alimentar diante de mudanças climáticas

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Segundo CEO da Elicit Plant, a saída para contornar os desafios impostos pelo clima está em práticas conservacionistas aliada às pesquisas – Foto: Divulgação

Diante da emergência climática que perturba o ecossistema e lança uma sombra sobre o futuro da agricultura, o momento é propício para uma revolução adaptativa. A avaliação é do CEO da Elicit Plant, Jean-François Déchant. Segundo o dirigente, a soberania alimentar está no centro dessa discussão, diretamente afetada pelas mudanças climáticas e pelas questões geopolíticas dos principais influenciadores do mercado agrícola, como China, Rússia, Índia e Brasil.

Para Déchant, à medida que as temperaturas globais aumentam, a inovação se torna nosso escudo mais forte contra as ameaças à agricultura. Enfatiza que os extremos climáticos afetam todas as regiões do mundo, e os agricultores sofrem as consequências em todos os lugares. “A segurança alimentar da população depende da agricultura, mas a falta de água em algumas regiões e o excesso em outras comprometem a produção de alimentos, ameaçando diretamente o rendimento das colheitas”, destaca.

Segundo o CEO da Elicit Plant, na França, como em outros lugares, o aumento das temperaturas durante o verão, as secas mais frequentes e os períodos de precipitação mais intensos ou mais longos afetam negativamente os rendimentos de culturas como milho, soja, oleaginosas e arroz, que representam 50% da produção global de calorias consumidas pela humanidade. “As perdas financeiras para os agricultores são significativas, como na Espanha, onde 75% das terras agrícolas estão em risco. No Brasil, os últimos três anos de seca causaram perdas estimadas em 30 bilhões de euros para os agricultores, com a produção de milho reduzida pela metade na região sul do país. Diante desses desafios, é hora de inovar mais do que nunca”, observa.

Para o dirigente, não existe uma solução mágica, mas a implementação de práticas culturais adequadas oferece uma esperança tangível. “Essas práticas incluem a otimização da rotação de culturas e o plantio direto, que preservam a umidade do solo e melhoram a estrutura do solo. Ao mesmo tempo, os avanços na genética oferecem variedades mais resistentes à seca e novas ferramentas de ponta para o gerenciamento da irrigação permitem um uso mais preciso da água. Inovações revolucionárias, como os fitoesteróis, aumentam a resistência das plantas frente aos estresses abióticos, como à escassez de água, preservando a produtividade durante os períodos de estresse. A combinação dessas técnicas com ações públicas adequadas, adaptadas a cada contexto agrícola, preservará a produtividade, a renda agrícola e a soberania alimentar”, ressalta.

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Déchant afirma que é imperativo agir, inovar incansavelmente e ousar estabelecer alianças sem precedentes entre tecnologia e natureza para se adaptar a esses novos desafios. “No Brasil, a adoção rápida e bem-sucedida de inovações disruptivas em biossoluções é particularmente interessante. Na França, a situação exige uma aceleração na adoção de tecnologias para manter a competitividade agrícola e responder com eficácia aos desafios impostos pelas mudanças climáticas”, exemplifica.

O CEO da Elicit Plant diz ainda que é fundamental reafirmar a grande importância da inovação e da colaboração internacional na luta contra as mudanças climáticas. “Somente uma ação global e conjunta garantirá o gerenciamento sustentável da água e dos recursos, assegurando a segurança alimentar para as gerações futuras. A urgência é real; devemos agir de forma rápida e coletiva, utilizando todas as soluções à nossa disposição”, conclui.

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Do solo à semente: como o capim-pé-de-galinha dribla o controle convencional

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Foto: Divulgação

O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) tornou-se uma das principais preocupações de produtores brasileiros nas últimas safras, especialmente em áreas de soja, milho e algodão. De fácil dispersão e altamente competitivo, esse capim anual pode reduzir em até 50% a produtividade da soja. Com ciclo entre 120 e 180 dias, a planta pode produzir até 120 mil sementes por unidade, o que favorece sua multiplicação rápida no campo.

Além da agressividade natural, o maior desafio atual no controle da espécie é a resistência a herbicidas. Pesquisas recentes indicam que já há registros de biótipos resistentes a glifosato e a inibidores da ACCase, além de resistência múltipla a diferentes grupos químicos, o que limita as opções de controle químico. Segundo especialistas, o uso contínuo do mesmo princípio ativo, aliado à ausência de práticas preventivas, contribui diretamente para essa seleção de plantas resistentes.

A solução mais eficaz, segundo agrônomos e pesquisadores, está no manejo integrado de plantas daninhas (MIPD). Essa abordagem combina ações culturais, mecânicas e químicas ao longo do ciclo produtivo, com foco especial na entressafra — período estratégico para conter a infestação antes que ela atinja o ápice.

Entre as práticas culturais recomendadas, estão a rotação de culturas e a diversificação dos mecanismos de ação dos herbicidas aplicados. A cobertura do solo com palha ou plantas de cobertura, como milheto, crotalária e sorgo, é apontada como uma aliada importante, pois reduz a luminosidade e a temperatura do solo, dificultando a emergência das sementes do capim-pé-de-galinha. Medidas de prevenção, como a limpeza de equipamentos agrícolas, o uso de sementes certificadas e a criação de barreiras livres de plantas daninhas ao redor das lavouras, também devem ser incorporadas à rotina dos produtores.

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O controle mecânico, por sua vez, inclui roçagem e capina direcionada. A roçagem feita antes do perfilhamento — especialmente até os 38 dias após a emergência da planta — tem mostrado bons resultados ao enfraquecer a rebrota e reduzir o banco de sementes no solo. Já a capina manual ainda é utilizada em situações de controle pontual, especialmente em áreas pequenas ou de difícil acesso para herbicidas.

No controle químico, a recomendação atual é iniciar com aplicações em pré-emergência, utilizando herbicidas como s-metolachlor, trifluralin, isoxaflutole e indaziflam, que atuam antes do surgimento das plântulas. Para o pós-emergente, o uso de glufosinate e a associação com graminicidas seletivos pode ser eficaz — desde que a planta ainda esteja em estágios iniciais de desenvolvimento.

Em sistemas como o da soja tolerante à tecnologia Enlist®, a combinação de glifosato, glufosinate e 2,4-D sal colina tem permitido maior controle, inclusive de biótipos já resistentes. Outra inovação destacada por técnicos do setor é o herbicida EDDUS® (fomesafen + s-metolachlor), aprovado para uso em pré-emergência na soja, com bom desempenho contra o capim-pé-de-galinha, inclusive em áreas com histórico de resistência.

Nos sistemas de rotação soja-milho, a adoção de herbicidas residuais, como atrazina, terbutilazina e mesotrione, no plantio do milho, também tem sido eficaz no controle da espécie invasora. A escolha de cultivares tolerantes a herbicidas específicos, como o milho LL (Liberty Link), amplia as possibilidades de manejo com glufosinate sem comprometer o desenvolvimento da cultura principal.

A mensagem dos especialistas é clara: o controle do capim-pé-de-galinha não pode mais depender de uma única tática. A antecipação das ações na entressafra, a rotação de herbicidas, o uso de tecnologias adaptadas e o cuidado com a limpeza da área são elementos-chave para manter o capim sob controle. Ignorar esse manejo integrado pode resultar em aumento de custos, perdas de produtividade e expansão da resistência, comprometendo a rentabilidade da propriedade.

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Com práticas bem planejadas e acompanhamento técnico constante, é possível manter o capim-pé-de-galinha sob controle e proteger o potencial produtivo das lavouras brasileiras.

AGROLINK – Aline Merladete

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Primeira massa de ar frio da primavera tem data para chegar

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Foto: Imagem Ilustrativa

 

A primeira massa de ar frio da chamada primavera climática ou meteorológica, que tem começo e fim distintos da primavera astronômica e compreende o trimestre de setembro a novembro, já tem data chegar. Vai ingressar no Sul do Brasil no final desta semana com queda acentuada da temperatura e alívio do calor em parte do Centro-Oeste e do Sudeste.

A massa de ar frio vai começar a ingressar no Rio Grande do Sul a partir do Oeste e do Sul ainda na quinta-feira, tomará conta do território gaúcho na sexta-feira e ainda na sexta alcança Santa Catarina e o Paraná.

Calor? Chuva? A previsão para setembro para todo o país

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No final da quinta, a temperatura já estará baixa em cidades do Oeste, Centro e o Sul com marcas à noite abaixo de 10ºC em diversas localidades e sensação térmica menor por efeito do vento acompanhando o ingresso do ar mais frio.

A sexta-feira será o dia em que a atmosfera vai estar mais resfriada sobre o território gaúcho com temperatura baixa em todas as regiões. Com muitas nuvens, chuva e garoa, a tarde da sexta será muito fria na Serra e Aparados com marcas entre 5ºC e 8ºC na maioria das cidades.

Nas demais regiões, com sol e nuvens, máximas de apenas 12ºC a 15ºC na maioria dos municípios. Esta incursão de ar frio terá maior impacto no Sul gaúcho que nas áreas de maior altitude da Metade Norte, seja pela maior força do ar frio no Sul do estado, seja pela presença de nuvens no Norte e no Nordeste do estado que impedirá mínimas mais baixas.

Por isso, as menores temperaturas neste episódio devem se dar no Rio Grande do Sul na Campanha, fronteira com o Uruguai, Serra do Sudeste e no Sul. Nestas regiões, as madrugadas mais frias serão as de sexta, sábado e o domingo com as menores marcas no sábado. São esperadas as primeiras temperaturas mínimas negativas de setembro e da primavera climática com tendência de a temperatura cair abaixo de zero na região de Pinheiro Machado e Pedras Altas no final da semana.

Em Porto Alegre, onde a quinta será muito chuvosa pela frente fria, começa a esfriar na segunda metade do dia com sensação de frio à noite. Na sexta, mesmo com sol e nuvens e períodos de nublado, as máximas ficam ao redor de apenas 15ºC, quando a máxima média histórica de setembro é de 22,8ºC. A mínima, à noite, em torno de 10ºC a 11ºC.

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O sábado começa com 8ºC a 9ºC, mas a tarde já será agradável. Esta massa de ar frio não vai chegar forte ao Centro-Oeste, trazendo um bastante breve alívio do calor entre sexta e sábado em parte do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul para depois esquentar novamente e rápido. No Sudeste, a influência será em áreas perto da costa, como no Leste de São Paulo, o que inclui o litoral e a capital.

Mais para o interior, a maioria das cidades seguira quente. Na capital paulista, máximas muito agradáveis no fim de semana de 17ºC a 20ºC. Não se afasta precipitação leve no sábado. Na cidade do Rio de Janeiro, aumento de nuvens com chuva, vento e queda de temperatura no fim de semana.

AR FRIO VOLTARÁ A TRAZER GEADA

Com a chegada desta nova incursão de ar frio, a tendência é de geada que não será nem tão forte nem tão generalizada. Aliás, as áreas que devem ter geada devem se limitar mais ao Rio Grande do Sul por presença de nuvens entre o Norte gaúcho e o Paraná.

Na sexta a geada deve se concentrar mais a Oeste e na Campanha, uma vez que haverá muitas nuvens ainda na Metade Norte. No sábado, a geada afeta um maior número de cidade, mas ainda mais no Oeste, Centro e o Sul do estado. No domingo, por sua vez, com o enfraquecimento do ar frio, deve gear em muito menos locais e mais próximos da fronteira com o Uruguai.

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EPISÓDIO CURTO DE FRIO

Este episódio de frio será de muito curta duração, antecipa a MetSul Meteorologia. Por ser uma massa de ar frio sem um ciclone próximo do Sul do Brasil, que levasse o ar gelado em altitude com maior intensidade mais ao Norte e proporcionasse que a atmosfera ficasse seca por dias, o resfriamento vai ser bastante temporário e logo voltará a aquecer no Sudeste e no Centro-Oeste.

Mais ao Sul, no Rio Grande do Sul, o efeito do ar frio também será temporário, embora um pouco mais longo que no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil.

Ocorre que, ao contrário destas regiões onde logo volta a aquecer, no estado gaúcho o que vai acontecer é o retorno da chuva entre domingo e segunda com muita chuva prevista para a segunda-feira.

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Meio Ambiente

Florestar 2025 destaca potencial e desafios do reflorestamento em Mato Grosso

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Foto: assessoria

 

O setor florestal mato-grossense esteve em evidência no Florestar 2025, congresso promovido pela Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), realizado nesta quinta-feira (28) na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (480 km de Cuiabá). O encontro reuniu mais de 250 participantes entre produtores, pesquisadores, empresários e autoridades, reforçando o papel estratégico do reflorestamento para diversificação econômica e sustentabilidade do agro no Estado.

Na abertura, o presidente da Arefloresta, Clair Bariviera, resgatou a trajetória do setor no Norte de Mato Grosso, marcada por desafios enfrentados pelos primeiros produtores. “Muitos pioneiros tiveram decepções e precisam ser resgatados. Hoje temos um mercado com preços atrativos e boas expectativas de demanda”, afirmou.

Segundo ele, o setor só avançará com a superação de gargalos como acesso ao crédito, investimento em genética e maior integração entre produtores. “Mais que ouvir, é hora de participar e compartilhar novas ideias”, reforçou.

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O vice-presidente da entidade, Glauber Silveira, ressaltou o potencial de expansão das áreas disponíveis para florestas plantadas no estado, mas chamou atenção para os altos custos de implantação. “Para plantar 100 hectares, o investimento gira em torno de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 800 mil no primeiro ano. Além disso, o produtor precisa considerar que a colheita só ocorre após seis anos”, explicou.

Já o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, destacou que o setor florestal vem se consolidando como alternativa de investimento e suprimento para diferentes cadeias industriais. “É um segmento que cresce, mas que ainda tem muito a se desenvolver. A biomassa e a madeira processada serão cada vez mais demandadas por indústrias de diferentes portes, e o reflorestamento precisa estar preparado para atender esse movimento”, avaliou.

O empresário e produtor de floresta plantada Haroldo Klein, que também é sócio da KLM Florestais, acrescentou que o gargalo está na expansão dos projetos de reflorestamento. “Hoje, parte significativa da demanda industrial é atendida com biomassa da floresta nativa. A floresta plantada é fundamental não só para a indústria madeireira, mas também para processos térmicos em setores diversos, como lavanderias, pizzarias e fábricas. Precisamos ampliar a área plantada para garantir a sustentabilidade da cadeia”, afirmou.

Representando o governo, a secretária-adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Sedec, Linacis Lisboa, apresentou iniciativas para aumentar a produtividade do eucalipto em Mato Grosso. Entre elas, está um estudo desenvolvido em parceria com a Embrapa e a Arefloresta para validação de clones adaptados a diferentes condições climáticas do Estado. “Esse trabalho será decisivo para elevar a competitividade do setor, trazendo ganhos de produtividade e eficiência”, ressaltou.

O Florestar 2025 teve patrocínio do Governo de Mato Grosso, Sedec, Senar-MT, Inpasa, Casa do Adubo, CM Florestal, ICL Florestas, Flora Sinop, Ralyza e Ziane Florestal.

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Da assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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