Pecuária
Aplicativo para exame andrológico de bovinos é o novo aliado da pecuária de corte no Brasil

Assessoria
A Embrapa apresenta ao mercado o primeiro aplicativo de exame andrológico do País. Em desenvolvimento desde 2022, a nova ferramenta tem potencial para incrementar a pecuária de corte no Brasil, uma vez que auxilia médicos-veterinários na seleção de reprodutores bovinos com melhor desempenho genético. Construída por equipes da Embrapa Pantanal (MS) e Embrapa Gado de Corte (MS), a plataforma é gratuita e pode ser usada em dispositivos móveis e computadores, em todo o território nacional. O app já está à disposição de parceiros para ampla adoção, em programas de melhoramento genético e por empresas de equipamentos veterinários.
“O aplicativo contém um conjunto de informações, organizadas e padronizadas, que auxiliam o médico-veterinário na realização de exames clínicos, físicos e morfológicos. Além disso, esses dados agilizam a emissão de laudos e o diagnóstico final para os proprietários, com base nos seguintes critérios: apto, apto para monta natural, inapto temporário ou inapto”, detalha a médica-veterinária Juliana Correa, coordenadora da iniciativa.
Um dos maiores ganhos de inovação, propiciado pelo app, é a padronização da qualidade. Aliado a isso, é capaz de gerar um banco de dados com informações relevantes para o setor, como quantidade de exames andrológicos realizados por ano, idade dos touros, quantidade de patologias, regiões que apresentam mais problemas relacionados a enfermidades espermáticas, entre outras. Os dados técnicos do animal serão disponibilizados pela Embrapa, a fim de contribuir com futuras demandas de pesquisa.
Segundo Correa, para garantir a acurácia dos dados de entrada na plataforma, é fundamental que a coleta a campo seja feita por um médico-veterinário capacitado. Por isso, logo na tela de entrada, é preciso que o profissional insira o seu registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).
Foto: Raquel Brunelli
Vale destacar que o aplicativo foi elaborado para a espécie bovina, mas pode ser adequado às demais espécies, o que o torna uma contribuição singular para a pecuária nacional.
A importância da andrologiaO exame andrológico é tão importante para os bovinos quanto os cuidados com a alimentação e a saúde. Um animal com problemas reprodutivos pode acarretar perdas de produção, além de transmitir essas características aos seus descendentes, comprometendo todo o rebanho. Para se ter uma ideia, “um touro infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros, enquanto uma vaca infértil representa a perda de apenas um bezerro”, enfatiza a pesquisadora e especialista em reprodução animal Alessandra Nicacio. Ela lembra ainda que cerca de 5% dos touros em serviço são inférteis e, aproximadamente, 20% a 40% são subférteis, ou seja, produzem menos filhos do que deveriam. O exame é realizado nos bovinos machos que estão iniciando ou nos que já estão em idade reprodutiva. Ele consiste na avaliação clínica geral e da qualidade do sêmen para certificar o potencial reprodutivo do animal. Os exames clínicos devem ser efetuados uma vez ao ano ou 60 dias antes da estação de monta – outubro a fevereiro. Um check-up completo pode detectar a causa da diminuição do potencial reprodutivo. Se confirmado o problema, o animal pode ser descartado a tempo. As pesquisadoras reforçam que o exame é altamente específico e capaz de identificar o nível de fertilidade dos animais, mas também as demais condições clínicas. Para o alcance dos resultados esperados, o produtor deve ter em mente que a seleção e a qualidade do reprodutor são essenciais para a tomada de decisão. |
Por dentro do aplicativo
A ferramenta contou também com a participação do supervisor de Desenvolvimento de Ativos Digitais, Camilo Carromeu, do analista da Diretoria de Negócios (DENE) Luiz Leal, e dos pesquisadores da Embrapa Gado de Corte Ériklis Nogueira e Alessandra Nicacio, além de especialistas em andrologia que contribuíram na etapa de teste do instrumento.
Foto: Raquel Brunelli
Carromeu pontua que o app “foi desenvolvido utilizando o arcabouço tecnológico já adotado para a construção de outros aplicativos, como o Pasto Certo e o Cria Certo”. Todo elaborado em Progressive Web Application (PWA), ele possui os recursos de dispositivos móveis: responsividade (funciona perfeitamente em variados tamanhos de tela, de celulares, tablets e computadores), atuação off-line e usabilidade de gestos.
“A grande vantagem do PWA é que, com um único código-fonte, é possível desenvolver um software compatível com todo tipo de dispositivo móvel, navegadores web convencionais e até mesmo software desktop”, destaca o cientista da computação.
Ele recorda que, antes da aplicação web PWA, era desenvolvido um software para cada sistema operacional, “uma linguagem de programação para cada e, na prática, eram softwares totalmente distintos. O ônus para desenvolvimento e manutenção era imensamente maior”, complementa.
O uso da tecnologia não exige conexão com a internet no momento de manuseio. Os dados cadastrados são salvos nos dispositivos e sobem para a nuvem quando houver conexão.
Passo a passo no app
Primeiramente, o usuário cadastra as informações da propriedade rural onde o animal está. O app permite a inserção de mais de uma fazenda por login, com exame feito unitariamente. O animal tem seu nome, raça, data de nascimento e número de registros inseridos, antes de começar a avaliação.
Vida Rural
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Cotação do boi gordo tem leve aumento em MT

foto: arquivo/assessoria
O boi gordo, na cotação à prazo, foi cotado em média a R$ 312,89/@, no fechamento dos negócios na última sexta-feira e a semana teve alta de 0,10%, resultado do alongamento das escalas de abate.
O IMEA apurou que a vaca solteira de 10,5@ foi cotada a R$ 286,98/@, aumento de 3,42% no comparativo semanal, resultado da menor oferta no mercado.
O preço do bezerro de 7@ em Mato Grosso teve alta de 2,87% no comparativo semanal, sendo cotado a R$ 13,79/kg, resultado da alta demanda pela categoria
Só Notícias
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Acrimat alerta para impacto de possível taxação da carne bovina nos EUA

Sistemas de integração lavoura-pecuária e pastagens bem planejadas são capazes de armazenar grandes quantidades de carbono no solo (Foto: Gabriel Faria)
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) manifestou publicamente sua preocupação diante da possibilidade de o governo dos Estados Unidos aplicar uma tarifa de cerca de 50% sobre a carne bovina brasileira exportada para aquele país. Segundo a entidade, a medida, se confirmada, poderá inviabilizar totalmente a comercialização do produto no mercado americano, um dos mais relevantes para a pecuária mato-grossense e brasileira.
De acordo com cálculos da associação, a taxação elevaria o preço da tonelada da carne bovina brasileira a aproximadamente 8.600 dólares, o que retiraria o produto nacional de qualquer competitividade frente a outros fornecedores internacionais.
Diante desse cenário, a Acrimat fez um apelo ao Governo Federal para que atue de forma enérgica e diplomática, utilizando todos os recursos disponíveis para resolver a questão. A entidade defende o diálogo como principal caminho para evitar medidas que classifica como intempestivas e com potencial de gerar consequências desastrosas para a economia nacional.
“Acreditamos na soberania nacional, mas acreditamos principalmente no bom senso e na pacífica negociação antes de se tomarem medidas intempestivas”, declarou a nota assinada pelo presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Junior.
O posicionamento da Acrimat reforça o alerta de lideranças do agronegócio sobre os impactos que decisões comerciais unilaterais podem causar em cadeias produtivas que têm papel central na geração de empregos, renda e divisas para o país. A expectativa do setor é que o Brasil mantenha o canal diplomático aberto com os Estados Unidos e busque soluções que preservem o acesso ao mercado e a estabilidade nas relações comerciais.
Fonte: CenarioMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Transferência de embriões eleva produtividade e renda de pequenos produtores de leite em MT

Transferência de embriões eleva produtividade e renda de pequenos produtores de leite em MT – Prefeitura de Campo Verde
A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) promove uma transformação significativa na pecuária leiteira familiar com a implementação do Projeto de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro. A aplicação da biotecnologia de transferência de embriões sexados de fêmeas da raça Girolando ½ sangue tem elevado os índices de produtividade e melhorado a renda de pequenos produtores rurais em todas as regiões do Estado.
Conforme os números da Seaf, desde 2020, mais de R$ 6,7 milhões já foram investidos no projeto, que atendeu a 1.043 produtores em 32 municípios mato-grossenses e totalizou 3.894 prenhezes (vacas no período de gestação) confirmadas até o momento. O projeto continua em andamento.
Os embriões utilizados são oriundos do cruzamento de vacas da raça Gir Leiteiro, com potencial produtivo superior a 5.000 kg de leite por lactação, com sêmen sexado de touros da raça holandesa, importados e avaliados segundo critérios internacionais de desempenho.
A tecnologia permite um ganho genético acelerado, reduzindo o tempo necessário para melhorar os rebanhos e proporcionando aos produtores familiares acesso a uma genética de ponta que, de forma independente, seria economicamente inviável.
Segundo a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, o maior desafio da cadeia do leite em Mato Grosso é ainda a baixa qualidade genética dos rebanhos.
“Este projeto oferece uma resposta concreta, com tecnologia de ponta, para que o pequeno produtor possa competir, aumentar sua renda e permanecer no campo com dignidade. Estamos falando de inclusão produtiva com base em ciência e resultado. A genética de alta performance precisa estar ao alcance de quem mais precisa dela”, afirmou.
Os resultados já são observados. Em Campo Verde, o produtor Ademirson Machado, do assentamento Dom Osório, foi um dos beneficiários da primeira etapa do projeto. Em 2023, ele recebeu embriões para implantação em novilhas de sua propriedade e, até o momento, já contabiliza o nascimento de dez novilhas com alto padrão genético.
“Estamos na expectativa com as prenhezes que já chegaram aos oito meses. Cada uma pode chegar a produzir até 35 litros por dia. Hoje, nossa média é de 25 litros. Isso muda tudo. Um embrião desses custa de R$ 3 mil a R$ 4 mil, e sozinho a gente não conseguiria. Agora, com essa genética, espero aumentar a produção”, explicou o pecuarista.
Estudos técnicos da Seaf indicam que as vacas geradas pelo projeto devem produzir, no mínimo, 15 litros de leite por dia, bem acima da média estadual atual de 4,34 litros. Isso pode representar um incremento de até R$ 735,60 na renda mensal por animal, o que, na prática, pode triplicar a receita de muitos produtores da agricultura familiar. O projeto também tem estimulado o fortalecimento da assistência técnica no campo.
Apoio da Empaer
Técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e das secretarias municipais de agricultura acompanham cada fase do projeto, desde a seleção das propriedades e a implantação dos embriões, até o acompanhamento das gestações e o monitoramento dos nascimentos. Já a equipe técnica da Seaf planeja, acompanha e monitora os trabalhos desde antes da implantação do projeto nos municípios até a coleta de dados, conferindo e avaliando todos os relatórios vindos do campo.
O presidente da Empaer, Suelme Fernandes, ressalta que o projeto é um exemplo do que a extensão rural pode alcançar quando está aliada à inovação.
“A transferência de embriões em rebanhos da agricultura familiar é uma das ações mais estratégicas que já executamos. A Empaer está presente em todas as etapas, oferecendo assistência técnica e acompanhamento direto nas propriedades. Com esse projeto, estamos democratizando o acesso à genética de excelência e garantindo que os resultados cheguem até a porteira do pequeno produtor”, destacou.
Juraci Vasto, secretário municipal de Agricultura de Campo Verde, também reconhece o impacto do programa nas propriedades rurais da região. “É gratificante ver esse salto. A genética não é algo acessível para o pequeno produtor, mas hoje temos novilhas de alto padrão, algumas já prenhas novamente. Isso melhora muito a qualidade de vida no campo. Estamos em diálogo com a Seaf para expandir o projeto, porque a primeira etapa foi um sucesso”, disse.
O engenheiro-agrônomo Marcelo Furtado, gerente de fiscalização agrícola da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Campo Verde, acompanhou o desenvolvimento do projeto desde 2022. “Começamos com 66 prenhezes. Hoje, já temos novilhas com 26 meses prenhas novamente. O resultado depende muito da vocação do produtor, e o ‘seu’ Ademirson é um exemplo claro de dedicação e aproveitamento do projeto”, destacou.
Segundo o técnico da Empaer, Kênio Batista Nogueira, o programa tem mudado a dinâmica das comunidades rurais e fortalecido a permanência das famílias no campo. “Temos quase 80 animais em Campo Verde frutos do projeto. Nosso papel é garantir que essa tecnologia de alto custo chegue de forma estruturada ao pequeno produtor. Estamos falando de genética, sanidade, assistência técnica e geração de receita. Esse é o caminho para garantir que o produtor permaneça na propriedade com dignidade e sustentabilidade”, disse.
Projeto de transferência de embriões
A proposta da Seaf prevê a oferta de 2.000 prenhezes, divididas em quatro lotes, com cobertura em todas as macrorregiões do Estado. A execução conta com parcerias fundamentais com prefeituras, cooperativas e associações. A Empaer é responsável pelo suporte técnico direto, incluindo capacitação dos produtores e acompanhamento da evolução dos animais.
O projeto de melhoramento genético por transferência de embriões implantado no Estado já é considerado referência nacional no uso de biotecnologias reprodutivas na agricultura familiar. Alinhado à política estadual de desenvolvimento rural sustentável, o programa impulsiona não apenas a produtividade, mas também a segurança alimentar e a inclusão produtiva no campo.
VGN
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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