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Agricultura

Alegações de atributos de alimentos orgânicos

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Para que fique bem claro, nada tenho contra a produção ou o consumo de alimentos orgânicos. É uma das formas de agricultura e, como as demais, seu objetivo é oferecer produtos – alimentos, fibras, fitoterápicos, madeira, energia – aos consumidores. Portanto, bem-vindas sejam todas as formas de agricultura, especialmente as que se destinam a saciar a fome no mundo.

O que me desagrada são inverdades ou meias verdades, alegações que se propagam na mídia, ou nas redes sociais, que não resistem ao crivo da demonstração científica. Neste particular, recomendo a leitura dos artigos da Profa. Nathalia Pasternak (bit.ly/3KZMeKC) e do Prof. Claud Ivan Goellner (bit.ly/3xwD6Kt), que expandem o tema deste artigo e abordam outros, elencando diversas alegações a respeito da agricultura orgânica, que não se sustentam à luz da Ciência.

Marketing

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As alegações que são efetuadas a respeito de produtos orgânicos objetivam, claramente, diferenciá-los de outros alimentos. Ora, isto se aprende em uma das primeiras aulas de qualquer curso de marketing. O que me lembra o famoso dito de Dan Glickman, ex-Secretário da Agricultura dos EUA, quando do lançamento da legislação americana sobre orgânicos: “Let me be clear about one thing: the organic label is a marketing tool. It is not a statement about food safety, nor is ‘organic’ a value judgment about nutrition or quality” (Deixe-me ser claro sobre uma coisa: a certificação orgânica é uma ferramenta de marketing. Não se trata de uma afirmativa sobre segurança de alimentos, nem “orgânico” é um julgamento de valor sobre nutrição ou qualidade) (bit.ly/3RJmLcl).

Absolutamente nada tenho contra um produto se diferenciar de seus similares, desde que os atributos sejam verdadeiros e entregue tudo o que promete. Uma das alegações eventualmente explicitadas em redes sociais é que a alimentos orgânicos não usam pesticidas, portanto sendo sua produção e seu consumo mais seguros. Isso é meia-verdade: Usa, sim, caso contrário não haveria colheita, que seria devorada por pragas, como lagartas, ou dizimada por fungos. A verdade integral é: Só não podem ser utilizadas moléculas sintéticas. Mas, os produtos não-sintéticos, utilizados para controle de pragas em cultivos orgânicos, são absolutamente seguros? São inócuos para os seres humanos e para outros animais?

Há controvérsias. Por exemplo, a afirmação de que os agrotóxicos ditos naturais, como a piretrina, a nicotina ou o óleo de nim, utilizados na agricultura orgânica, são inofensivos para o homem e outros animais, varia entre mito, inverdade ou meia verdade. Vejamos o que diz o conhecimento científico.

Óleo de nim

O óleo de nim (Azadirachta indica), ou sua substância ativa, a azadiractina, são largamente utilizados para controle de insetos pragas na produção orgânica. A principal base de dados, que congrega informações sobre pesticidas, em escala planetária, aponta que há falta de informações a respeito da azadiractina em relação à saúde humana, como a toxicidade aguda, carcinogênese, disrupção endócrina, toxicidade para o sistema reprodutivo e desenvolvimento fetal (bit.ly/3VBHeAV). Não há informações definitivas sobre sintomas pós exposição e primeiros socorros. Também há muitas lacunas no que tange à ecotoxicidade do produto.

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O Dr. Robert Krieger, autor da obra clássica Handbook of Pesticide Toxicology, refere casos de mortalidade humana por uso de óleo de nim na Índia e na Malásia (bit.ly/3W08QBi). Cinco a dez mililitros do óleo, administrado oralmente a crianças como remédio anti-helmíntico, causaram vômitos, sonolência, taquipneia com respiração acidótica, leucocitose polimorfonuclear e encefalopatia, sintomas que surgiram poucas horas após a ingestão. Convulsões associadas ao coma desenvolveram-se em alguns casos. A autópsia demonstrou infiltração pronunciada de ácidos graxos no fígado e nos túbulos renais proximais, com dano mitocondrial e edema cerebral, alterações compatíveis com a síndrome de Reye (doença rara e grave que causa confusão mental, inchaço no cérebro e danos ao fígado). Também existem inúmeras referências do impacto negativo da azadiractina sobre insetos úteis (bit.ly/45CcCE3), peixes, abelhas e animais aquáticos (bit.ly/3XCF1aQ), assim como sobre inimigos naturais de pragas (bit.ly/3xvyR1Q).

Piretro

Trata-se de uma substância extraída do crisântemo, contendo até seis princípios químicos com atividade inseticida, denominados piretrinas. Elas são degradadas por fotólise, razão pela qual foram modificadas em laboratório para conferir maior estabilidade, originando os piretroides, que são pesticidas sintéticos.

De acordo com o Departamento de Saúde de Nova Jersey (EUA), a exposição de humanos ao piretro pode causar desde pequenas irritações e alergias, até dificuldade de respiração, asma, dores de cabeça, vômito, fadiga e opressão no peito (bit.ly/3RGl7rM). Também pode danificar os pulmões e causar catarro crônico e danos ao aparelho reprodutivo, porém seu potencial carcinogênico não foi completamente elucidado. O prof. Vishal Soni lista uma série de problemas de saúde humana causada por piretrinas (bit.ly/3KYnPW0). O piretro também possui efeito adverso sobre a vida aquática e insetos úteis, como abelhas (bit.ly/45H2V7g).

Nicotina

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A nicotina era muito usada como inseticida, até meados do século passado, tendo sido praticamente eliminada das lavouras pela sua alta toxicidade, restando apenas os usos na agricultura orgânica, normalmente com preparados a partir do fumo ou de folhas de tabaco (Nicotiana tabacum).

A nicotina é muito tóxica, sendo sua dose letal média (DL50) de 0,8mg/kg de peso vivo (bit.ly/3zKxXiE), ou seja, seriam necessários apenas 56mg para levar a óbito 50% das pessoas com peso médio de 80kg, que a ingerissem (bit.ly/3XyHza8). Essa dose é muito semelhante ao cianeto, de 1 mg/kg (bit.ly/4cTfXB90). Considerando que uma folha de fumo pesa, em média, 10g e que a concentração de nicotina nas folhas gira em torno de 3,26%, temos que uma folha contém 326mg de nicotina. Logo, o conteúdo de nicotina de uma única folha de tabaco é seis vezes superior à dose que levaria à óbito 50% das pessoas que ingerissem essa quantidade.

A nicotina é tida como teratogênica (causa defeitos em embriões) e suspeita de ser carcinogênica (bit.ly/3zKxXiE).

Detalhe irônico: Por conta de sua alta toxicidade para animais de sangue quente, os químicos modificaram a molécula da nicotina, criando um grupo de inseticidas sintéticos denominado neonicotinoides, de muito baixa toxicidade para humanos e outros vertebrados, mantendo a sua eficiência no controle de pragas (bit.ly/3LqfVVr). Porém, neonicotinoides sintéticos não podem ser usados na agricultura orgânica.

Sulfato de cobre

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Lavouras orgânicas também são atacadas por fungos. Um dos métodos mais utilizados para seu controle é a calda bordalesa, à base de sulfato de cobre. As informações a seguir têm como fonte o Departamento de Saúde de Nova Jersey (bit.ly/3VC4jTX): o contato do corpo com o sulfato de cobre pode irritar e queimar a pele e os olhos; sua inalação pode irritar o nariz e a garganta, causando tosse e respiração ofegante. Pode causar dor de cabeça, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal. A exposição ao sulfato de cobre pode ocasionar mutação no genoma e necessita de mais estudos para verificar se pode causar câncer, mas há evidências de ser teratogênico em animais. Estudos indicam que pode causar danos ao sistema reprodutor masculino, incluindo a diminuição de espermatozoides em animais. A inalação pode causar feridas e um buraco no septo, dividindo a parte interna do nariz, às vezes com sangramento, secreção e formação de crosta. Pode causar uma descoloração esverdeada na pele, cabelos e dentes. Pode causar alergia cutânea, coceira e erupção cutânea. Também pode afetar fígado e rins.

Resíduos

Outra alegação se refere à ausência de resíduos de pesticidas em alimentos orgânicos. Não é o que verificou a Environmental Protection Agency (EPA) dos EUA, que analisou 571 amostras de alimentos orgânicos. Do total, 224 amostras apresentaram resíduos abaixo do limite máximo permitido, enquanto 21 apresentaram resíduos em níveis inaceitáveis (bit.ly/3W9Chzo).

Outras alegações

a.Alimentos orgânicos são mais nutritivos e saudáveis. Não é o que os cientistas dizem, ao contrário, do ponto de vista de saúde e de teores de nutrientes, não é possível diferenciar alimentos orgânicos de convencionais, conforme revisão de 240 estudos científicos, publicada na revista Annals of Internal Medicine (bit.ly/3SbdIkq).

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b.Alimentos orgânicos são mais saborosos. Os resultados disponíveis são absolutamente inconsistentes, alguns favorecendo produtos orgânicos, outros indicando que os produtos convencionais possuem sabor mais agradável (bit.ly/4cU4UaK).

c.Alimentos orgânicos agridem menos o ambiente. Em termos globais, a produtividade por hectare da agricultura orgânica pode ser até 80% inferior à agricultura convencional (bit.ly/4bK0P88). Isso leva a um aumento da necessidade de área para obter a mesma produção, tendo consequência maior emissão de gases de efeito estufa – responsáveis pelo aquecimento global (bit.ly/3Y0DnAd). Em alguns casos, as emissões de agricultura orgânica podem ser até 70% maiores que a convencional (bit.ly/3W9VvVE).

Conclusões

O objetivo deste artigo foi mostrar que existem alegações inverídicas, distorcidas ou exageradas, sobre atributos de produtos da agricultura orgânica, sendo o não uso de pesticidas uma delas. Não apenas são usados pesticidas, como eles podem apresentar diversos impactos toxicológicos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Resíduos de pesticidas foram encontrados em alimentos orgânicos, nos Estados Unidos e outros países.

Também não procedem outras alegações, como referenciar que alimentos orgânicos são mais saborosos, saudáveis, nutritivos ou menos impactantes sobre o ambiente, em especial no que tange às emissões de gases de efeito estufa.

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Alimentos orgânicos sempre são mais caros que convencionais. Portanto, destinam-se a um nicho de mercado de alto poder aquisitivo. Empiricamente, supõe-se que pessoas de mais alto nível de renda também disponham de melhores informações e condições para fundamentar e aquilatar os riscos decorrentes de suas escolhas nutricionais. Que cada um faça a melhor escolha, porém lastreada em fatos e números cientificamente comprovados.

Por Décio Luiz Gazzoni,Engenheiro Agrônomo, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.

Fonte: CCAS

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Cuidados com a lavoura começam antes do plantio

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Reprodução/Portal do Agronegócio

Com o encerramento da safra 24/25, que deve bater recordes com previsão de colheita de 339,6 milhões de grãos, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o produtor brasileiro já começa a planejar a próxima safra. Para que o sucesso se repita, o agricultor precisa, antes mesmo do plantio, considerar, fatores essenciais para o bom desenvolvimento da cultura que escolheu plantar.

O primeiro passo é a dessecação da área, etapa fundamental eliminar plantas daninhas, plantas voluntárias (tigueras) e outras plantas que podem competir com a cultura escolhida para o plantio. Esse manejo é essencial para quebrar a ponte verde, interrompendo o ciclo de pragas, doenças que usam as plantas hospedeiras presentes no campo para sobreviver entre uma safra e outra.

Como Boa Prática Agrícola, a dessecação também contribui para a redução da pressão inicial de infestação sobre a nova cultura. Realizar a dessecação no momento adequado é fundamental para garantir o controle eficiente das plantas invasoras, facilitando o controle químico e reduzindo o risco de seleção de resistência das invasoras.

Neste mesmo instante, é necessário que o produtor conheça a área onde será realizado o plantio.

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O mapeamento do histórico da área permite identificar quais plantas invasoras, insetos ou patógenos estiveram presentes em safras anteriores. Com essas informações, o produtor pode planejar melhor a escolha de cultivares ou híbridos e definir a estratégia de proteção de cultivo, focando nos principais alvos daquela propriedade ou região.

O cuidado com o maquinário é outro ponto crucial. Máquinas limpas e bem reguladas são determinantes para evitar a introdução e dispersão de sementes de plantas daninhas e restos culturais de outras áreas. Além disso, a manutenção adequada reduz o risco de transmissão de pragas ou doenças, favorece à uniformidade no plantio, na aplicação de insumos e garante uma emergência rápida e homogênea da cultura, fatores essenciais para a competitividade da lavoura.

Outra Boa Prática Agrícola essencial para o sucesso da lavoura é o cuidado com as sementes, que começa com a escolha de variedades certificadas. Essas sementes garantem pureza genética e física e maior germinação e vigor, pois, constantemente submetidas à testes, realizados pela indústria e validados pelos órgãos reguladores, reduzindo o risco da introdução de doenças, plantas daninhas ou pragas. Além disso, optar por materiais com biotecnologia é altamente recomendado. Elas contribuem no Manejo Integrado de Pragas (MIP) por conterem proteínas inseticidas específicas, como as Bt, que controlam pragas-chave, principalmente lagartas, reduzindo sua população logo no início do ciclo, reduzindo o número de aplicação de inseticidas químicos durante o ciclo da cultura. Isso proporciona um manejo mais seletivo, preserva organismos benéficos e favorece a sustentabilidade, prolongando a vida útil dos defensivos e das biotecnologias. E o Tratamento de Semente Industrial (TSI) potencializa a proteção contra fungos e bactérias do solo, minimizando perdas na germinação e assegurando um estande inicial mais uniforme.

O uso de defensivos também faz parte do planejamento agrícola no pré-plantio. O manejo com herbicidas contribui para evitar que plantas daninhas apareçam nos estádios iniciais da cultura, além de aumenta a rentabilidade do produtor ao reduzir a necessidade da reaplicação nos estádios fenológicos avançados da cultura.

Adotar as Boas Práticas Agrícolas desde o planejamento no pré-plantio não apenas reduz riscos e garante eficiência no cultivo, como também estabelece as bases para uma safra mais produtiva, rentável e sustentável. Cada decisão tomada antes do plantio reflete diretamente no desempenho da lavoura. Planejar antecipadamente é o que transforma desafios em oportunidades e assegura resultados consistentes, safra após safra.

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Vlader Henrique Cordioli é biólogo com MBA em Gestão de Projetos e especialista em Boas Práticas Agrícolas na Corteva Agriscience

Fonte: In Press

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Posicionamento da Satis para novo ano-safra prioriza atenção à jornada completa do produtor na lavoura

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Imagem Ilustrativa

 

A cada ano-safra, novos desafios se impõem no campo e a Satis está ainda mais próxima ao produtor a fim de contribuir em todas as fases da lavoura. Ao apresentar seu novo posicionamento para o ciclo 25/26, a empresa destaca sua evolução técnica, da nutrição vegetal à nutrifisiologia, adjuvantes e biológicos, reafirmando o compromisso da marca com a produtividade sustentável.

Ao apresentar um portfólio robusto, a marca destaca-se como provedora de soluções inovadoras, voltadas a atuar do preparo do solo ao enchimento dos grãos. O objetivo é ampliar market share, diversificar canais e fortalecer a presença da Satis em culturas estratégicas, com foco inicial na soja. A meta é alcançar um crescimento superior a 20% frente à última temporada.

A nova estratégia de mercado destaca os momentos mais decisivos do ciclo da soja, trazendo tecnologias desenvolvidas para resolver as principais dores enfrentadas em cada estágio da cultura. A escolha da cultura para o pontapé inicial da campanha ocorre por se tratar do principal mercado atendido pela marca, sendo o segmento que mais contribui para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP).

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Conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, a cultura respondeu sozinha por R$ 341,5 bilhões em 2024, grande parte devida ao seu potencial de exportação. A expectativa é de crescimento em volume de 4% em relação à safra 24/25, levando à uma produção total de 175 milhões de toneladas, segundo a são dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Um dos diferenciais da Satis em seu portfólio está na combinação de formulações inovadoras com concentração equilibrada de ativos encontrados na natureza, garantindo menor impacto ao meio ambiente. Isso incluiu tecnologias exclusivas, como cepas microbianas selecionadas e complexos de micronutrientes quelatizados que facilitam a absorção pela planta.

Experimentos têm comprovado esses resultados. É o caso de um estudo realizado em parceria com a Pitanga Agronegócios. O objetivo foi determinar o potencial das soluções Satis, quando aplicadas em conjunto, no aumento de nós produtivos, Peso de Mil Grãos (PMG) e produtividade da soja. Foi demonstrada a eficácia e o uso das soluções que gerou o aumento de 11,3% na produtividade, 14% mais nós produtivos e crescimento de 3,2% do PMG.

Outro destaque entre a gama de produtos é o Fulland, um dos carros-chefe da marca mineira. Com formulação única no mercado, a solução traz um complexo químico sistêmico de cobre, voltado a potencializar o manejo fitossanitário e promover a ativação enzimática das plantas. Também apresenta sinergia com defensivos agrícolas melhorando sua “mobilidade” e potencial de controle.

Manejo estratégico

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Equipes técnicas especializadas também irão reforçar a atuação regional ao lado do agricultor, entendendo como consultor as especificidades de cada solo, clima e realidade produtiva. Com esses dados, podem indicar as melhores alternativas a serem adotadas e mostrar que com manejo estratégico, “não tem segredo, tem Satis”, o mote da campanha.

As equipes ainda terão os Embaixadores Satis com branding pessoal e uso estratégico do digital para gerar vendas. É um programa voltado para a equipe comercial com aulas ao vivo sobre conteúdo digital, técnicas de foto/vídeo, edição, produção de conteúdo no dia a dia.

De acordo com o diretor de Negócios da Satis, Jair Unfried, com essa evolução e o reforço de produtos biológicos para uma agricultura regenerativa, a empresa estima que será possível alavancar seu faturamento. “A empresa está reiterando não apenas sua presença no campo, mas sua missão de impulsionar o futuro da agricultura brasileira com cientificidade, confiança e resultados comprovados. Queremos ser um provedor de soluções inovadoras. Prova disso é o empenho que a marca vem tendo também ao ingressar na linha de biodefensivos registrados”.

Portfólio contempla todas as fases

No pré-plantio, por exemplo, o destaque vai para Trichovex, biofungicida à base de Trichoderma harzianum (cepa exclusiva IB19/17), que promove o equilíbrio microbiológico do solo e o controle biológico de patógenos como Rhizoctonia e Sclerotinia, criando o ambiente ideal para o enraizamento.

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Também novidade no portfólio é o Nemavex. Trata-se de outro biodefensivo, este elaborado a partir de bactérias do gênero Bacillus, utilizado para o controle de nematóides na cultura. Ele atua reduzindo os danos às raízes e aumentando a produtividade das lavouras. Pode, inclusive, ser aplicado em conjunto com o Trichovex, garantindo um ambiente favorável para o estabelecimento inicial da cultura.

Na fase de plantio, o foco recai sobre a eficiência da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e o estímulo ao vigor inicial. Produtos como o Nodular, com alta concentração de molibdênio, cobalto e níquel, e o Vitakelp, bioativador fisiológico com extratos de algas, garantem mais uniformidade, maior nodulação e plântulas mais preparadas para os estresses iniciais.

A Satis também apresenta soluções completas para as fases vegetativas e reprodutivas. Produtos como Soymax, Humicbor, Sturdy e Vitan oferecem nutrição balanceada e proteção contra estresses ambientais e fitotoxidade. Assim, asseguram o desenvolvimento equilibrado e o máximo aproveitamento fisiológico da planta. Já no período de florescimento e enchimento dos grãos, tecnologias como Fulland, Vitaphol Power-K e Vitaphol HSK contribuem para a sanidade da lavoura, promovem maior teor de proteína nos grãos e impulsionam o resultado final da produção.

Sobre a Satis

Especialista em desenvolver soluções em nutrifisiologia e adjuvantes para o campo, a Satis com 25 anos de atuação no mercado brasileiro volta seu olhar ao futuro para, cada vez mais, entender e se antecipar às necessidades dos produtores com soluções adequadas para o agronegócio sustentável. Seu conceito “Lavoura saudável. Negócio sustentável” traduz e reforça a conexão da empresa com o campo e a importância de uma produtividade mais inteligente, alcançada com tecnologias e manejos adequados para garantir maior rentabilidade sem prejuízos ao meio ambiente.

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A cultura da inovação, fomentada por meio de pesquisas em seu Campo Experimental em Araxá (MG), sua cidade-sede, conhecimento técnico e parcerias, é fundamental nessa jornada. Como resultado, a Satis oferece um amplo portfólio que contribui para o fortalecimento da raiz às folhas e melhor absorção de nutrientes, especialmente das lavouras de milho, café, soja, feijão, trigo, cana-de-açúcar, algodão e HF. E sem descuidar, também, de tecnologias de aplicação que auxiliam as pulverizações agrícolas, reduzindo perdas e potencializando a ação dos produtos. A saúde das plantas é o primeiro passo para o bom desempenho das safras e a perenidade dos negócios.

Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Ação conjunta reduz em 95% infestação da podridão da uva madura em polo produtor paulista

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Foto: Rafael Mingoti

Uma ação conjunta entre a Embrapa, órgãos estaduais e prefeituras de São Paulo conseguiu recuperar 95% do cultivo de uvas Niágara em propriedades rurais que fazem parte do Circuito das Frutas, principal polo de produção dessa fruta no estado. Em 2024, a vitivinicultura da região foi atingida por uma epidemia da doença conhecida como podridão da uva madura, causada pelo fungo Glomerella cingulata, que dizimou lavouras inteiras em Jundiaí, Louveira, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Indaiatuba e Elias Fausto. As perdas chegaram a 100% em algumas fazendas, levando produtores ao desânimo e à insegurança sobre o futuro da atividade.

A iniciativa, denominada Plano Emergencial de Controle à Podridão Madura da Uva, selecionou 13 propriedades rurais da região para aplicações de fungicidas, entre outras boas práticas recomendadas pelas equipes técnicas da Embrapa. As que seguiram 100% das orientações obtiveram índices de até 95% de recuperação da produção. Nas demais propriedades, houve também redução da doença, porém em menor escala, com taxas de melhoria que chegaram a 70%.

As medidas propostas pelos especialistas da Embrapa Uva e Vinho (RS) e Embrapa Territorial (SP) são resultado de ensaios e coletas de restos culturais realizados nesses espaços, com o objetivo de diagnosticar e frear o avanço da doença, a partir da identificação das espécies da fase assexual da Glomerella e avaliação de sua sensibilidade e tolerância aos fungicidas.

Foto: Rafael Mingoti (vinhedo protegido com telado plástico)

A doença, que ataca principalmente a uva Niágara rosada e branca, provoca o apodrecimento e a queda das bagas maduras, tornando a colheita comercialmente inviável. Em safras anteriores, alguns produtores, como forma de evitar prejuízos maiores, chegaram a antecipar a colheita, vendendo uvas ainda verdes, o que compromete a qualidade e o valor de mercado.

Os impactos nas vitiviniculturas da região ameaçavam prejudicar, inclusive, eventos tradicionais, como a Festa da Uva, que ocorre anualmente em Jundiaí. “A doença ainda persiste em alguns parreirais, mas com incidência bem menor. É claro que ela continua preocupando, por isso mantemos atenção constante. Ainda assim, acreditamos que não haverá impacto negativo na atividade turística”, diz Sérgio Mesquita Pompermaier, diretor do Departamento de Agronegócio da Prefeitura de Jundiaí.

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250916 PodridaoUvaMadura Atalivio Rufino equipe da Embrapa acompanhamento ensaios na propriedade de Atalivio Rufino em 2025
Foto: Atalívio Rufino (equipe da Embrapa e produtor durante ensaios na propriedade de Atalívio Rufino)
Falhas que custaram caro

Durante os últimos meses de 2024, cientistas da Embrapa visitaram as propriedades e conversaram com os produtores sobre o manejo. As recomendações prioritárias incluíram a remoção de restos culturais infectados, aplicações de fungicidas ainda durante a dormência das plantas, uso de produtos eficazes nos estágios críticos (como floração e início da maturação), e uma atenção especial à tecnologia de aplicação – ponto crítico identificado pelos pesquisadores.

Diante de um cenário de prejuízos e combatendo um inimigo microscópico, é preciso mudar o comportamento frente à doença. “Os produtores que se abriram ao conhecimento, testaram e aplicaram corretamente os produtos e cuidados, colhem hoje os frutos disso. Literalmente”, ressalta Mingoti.

Avanços científicos vão embasar protocolo de manejo da doença

A pesquisa também vai contribuir para o entendimento da doença. Estudos estão sendo conduzidos pelo Instituto Biológico para identificar quais seriam as espécies do fungo do gênero Colletotrichum (forma assexuada da Glomerella), coletadas em diferentes áreas do Circuito das Frutas. É possível encontrar uma diversidade na região, o que implica em variabilidade da resposta aos tratamentos. Os resultados desses estudos possibilitarão aprimorar o controle químico e biológico.

250916 PodridaoUvaMadura Rafael Mingoti cacho de uva niagara branca com unidades apodrecidas
Foto: Rafael Mingoti (cacho de videira de Niágara branca com unidades apodrecidas)

“Ainda não é possível afirmar se há resistência a algum fungicida, mas uma possível presença de múltiplas espécies reforça a importância de conhecer bem as causas do problema antes de enfrentá-lo”, explica Mingoti.

Esses dados serão utilizados para embasar projetos de pesquisa mais amplos, incluindo uma proposta submetida à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que prevê o desenvolvimento de um sistema de aviso e um protocolo consolidado de manejo integrado da doença.

Confira práticas de manejo integrado de controle
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Foto: Atalívio Rufino (pulverização)

Os cientistas da Embrapa ressaltam que o protocolo pode variar entre diferentes cidades, e, às vezes, até entre propriedades. No entanto, algumas práticas em comum podem ser adotadas para alcançar melhores resultados no controle. Veja algumas delas:

Eliminação dos restos culturais infectados após a colheita;

Aplicações no inverno, ainda durante a dormência, para redução do patógeno;
Uso de fungicidas eficazes, aplicados em estágios estratégicos (floração, grão-ervilha, pré-fechamento do cacho, início da maturação);

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Alternância de produtos sistêmicos e de contato;

Reaplicação de produtos biológicos após chuvas;

Utilização de produtos biológicos e óleos essenciais, principalmente na fase final da maturação, para reduzir risco de resíduos;
Ajuste e regulagem dos pulverizadores.

Confiança no futuro

Além dos ganhos técnicos, a ação colaborativa teve impacto positivo no ânimo dos vitivinicultores. Em 2024, o sentimento dominante era de frustração e pessimismo. Hoje, segundo Mingoti, a percepção mudou. “Há mais segurança. Os produtores entenderam que há solução – não mágica, mas técnica. E quem seguiu as recomendações, colheu mais e melhor”, afirma.

Após conseguir reverter a situação, o produtor Atalívio Rufino acredita que o exemplo pode ser alcançado por outros colegas que pensam em desistir. “Eu diria que é hora de persistir. Eu vi que é possível vencer a doença. Fácil não é, mas a recompensa vem. Olha só nosso exemplo aqui no sítio: hoje estamos colhendo”, comemora.

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250916 PodridaoUvaMadura Rafael Mingoti
Foto: Rafael Mingoti (vinhedo)
Dia de Campo vai apresentar resultados e recomendações

Os resultados alcançados, estratégias de aplicação e esclarecimento de dúvidas dos produtores serão abordados no seminário e no Dia de Campo, programados para os dias 16 e 18 de setembro, respectivamente. O seminário ocorrerá na sede da Associação Agrícola de Jundiaí, das 13h30 às 18h30, enquanto que o Dia de Campo acontecerá no Sítio Dois Irmãos, em Elias Fausto, das 14h às 17h.

Além dos dados de campo, haverá painéis sobre tecnologias de aplicação, manejo sob cobertura plástica (que altera o microclima e as doenças) e o impacto de práticas culturais no controle da Glomerella.

Apesar do controle parcial da doença, a equipe afirma que não é hora de relaxar. A ausência de um protocolo oficial exige atenção redobrada por parte dos vitivinicultores. O esporo pode permanecer dormente, inclusive fora da lavoura, e o manejo preventivo – iniciado ainda no inverno – continua sendo a principal defesa. “Não é hora de abaixar a guarda”, reforça Mingoti. “É essencial manter a vigilância, aplicar corretamente os defensivos, ajustar a estratégia em função das condições climáticas, eliminar restos culturais e regular os equipamentos. Só assim vamos consolidar os avanços obtidos até aqui”, alerta.

Fonte: Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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