Agronegócio
Venda de ovinos na Expointer soma R$ 977 mil e supera edição de 2023
Foto: Divulgação
Os números das vendas de ovinos na Expointer animaram o setor após as dificuldades impostas pelas enchentes de maio e a consequente incerteza sobre a realização da feira. Foram comercializados exemplares de nove raças (Ideal, Corriedale, Hampshire Down, Texel, Ile de France, Suffolk, Poll Dorset, Dorper e Texel Naturalmente Colorido), totalizando R$ 977,280,00 em vendas, crescimento de quase 20% em relação ao somado na Expointer de 2023.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edemundo Gressler, destaca que a ovinocultura mostrou ser dinâmica e, segundo ele, não se reduz mais a lã, mas carne também, e tudo foi apresentado na Expointer culminando com um espetacular número na questão das vendas, dos remates, sejam eles realizados nas pistas ou aquelas vendas feitas de produtor para produtor. “Os ovinos alcançaram um número extraordinário de quase R$1 milhão em vendas. Isso reflete o trabalho que é desenvolvido durante o ano pelos proprietários, investimento em genética e material, e que culminou com essa espetacular comercialização dos ovinos. Os números superam o ano de 2023, isso nos traz um alento de que não apenas mostramos genética, como também a venda desse material para o melhoramento dos nossos rebanhos através da comercialização”, comemora.
O destaque de vendas do setor na Expointer ficou por conta de dois ovinos da raça Corriedale. O Grande Campeão, J.S.F. do Espinilho 753, criado por Joaquim Soares Neto, da Cabanha Espinilho, de Bagé (RS), foi vendido por R$ 80 mil, sendo que o lance inicial foi de R$ 40 mil.
O vendedor, Joaquim Soares, define o exemplar como de boa conformação carniceira, profundo, boa costela e que foi disputado por 3 cabanhas. O ovino foi vendido para o criador Ricardo Cantera Marino, da Estância do Cerrito, em Aceguá (RS). “É um criador importante, antigo na raça, e que tem um rebanho muito bom e trabalha com inseminação artificial, sendo assim o animal adquirido vai fornecer sêmen para uma genética de qualidade”.
Outra venda de destaque, também de Joaquim Soares, foi a do terceiro melhor macho, J.S.F. do Espinilho 759, que teve 50% arrematado por R$ 43 mil para Paulino Vieira Giorgis, da Cabanha Eucalipto, de Dom Pedrito (RS). Soares explica que vendeu apenas metade do exemplar pela linha materna diferenciada porque também quer seguir utilizando essa genética no próprio rebanho. “Esse animal foi adquirido por Paulino Vieira Giorgis, amigo nosso, que está apostando na nossa genética para difundir a inseminação artificial no rebanho dele”, explica.
Texto: Artur Chagas/AgroEffective
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Tocantins pode reduzir dependência brasileira de fertilizantes importados
Assessoria
O agronegócio brasileiro enfrenta o desafio de reduzir sua dependência de fertilizantes importados, que hoje representam 85% do consumo nacional. Nesse cenário, o estado do Tocantins desponta como uma nova alternativa, graças ao seu potencial agromineral.
Segundo um estudo apresentado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), a região pode aproveitar descartes da mineração e depósitos inexplorados para a produção de insumos agrícolas sustentáveis.
Com uma produção agrícola robusta e parte da fronteira agrícola Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), Tocantins é estratégico para o setor. O estado, conhecido por sua diversidade geológica, foi escolhido para o programa Mineração Segura e Sustentável, que busca avaliar o uso de rochas agrícolas como fontes de nutrientes para o solo.
O informe analisou 326 amostras de rochas de diferentes áreas do Tocantins, destacando algumas com potencial para uso agrícola:
Garimpos de esmeraldas em Monte Santo: Os biotita-xistos encontrados contêm nutrientes como potássio, magnésio, cálcio, ferro e manganês.
Mineração Rodolita em São Valério da Natividade: Rochas como biotititos e flogopititos oferecem potássio, silício e outros minerais essenciais.
Basaltos no nordeste do estado: Essas rochas são ricas em cálcio, magnésio, níquel e manganês.
Paragnaisses da Formação Xambioá: O pó de brita produzido na região é uma fonte valiosa de potássio, magnésio e ferro.
Além dessas, há depósitos de rochas fosfatadas, gipsita e calcário, fundamentais para correção da acidez do solo e melhoria da fertilidade.
A dependência de fertilizantes importados tem aumentado devido à demanda crescente, preços mais baixos e preparação para uma safra robusta. Entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil importou 10,9% mais fertilizantes do que no mesmo período do ano anterior, totalizando 4,6 milhões de toneladas apenas em setembro.
Conflitos geopolíticos, como a guerra no Oriente Médio, também impactaram a logística de importação. O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado em 2022, busca reverter esse cenário, reduzindo a importação de 85% para 45% até 2050.
Apesar do potencial identificado, o SGB ressalta a necessidade de estudos agronômicos para validar a eficiência dessas rochas em diferentes solos e culturas. O uso de remineralizadores de solo, como os derivados das rochas estudadas, é apontado como uma solução sustentável e econômica, capaz de fornecer nutrientes de forma natural e reduzir a dependência de insumos importados.
Com esse estudo, Tocantins não só reafirma sua importância na agricultura brasileira como também pode se tornar referência na produção de fertilizantes sustentáveis, impulsionando o agronegócio e promovendo a economia local e nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Brasil acelera importação de fertilizantes e investe em adubos de baixo carbono
Divulgação
As importações brasileiras de fertilizantes atingiram 4,6 milhões de toneladas em setembro (último levantamento), um aumento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e setembro, o volume importado somou 31,81 milhões de toneladas, o maior registro histórico para o período, com crescimento de 10,9% em comparação a 2023, segundo dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Apesar destes números otimistas, a intensificação do conflito no Oriente Médio nos últimos dias tem gerado preocupações no mercado de fertilizantes, com especialistas recomendando que agricultores antecipem suas aquisições para evitar possíveis problemas de oferta e oscilações nos preços. Insumos como cloreto de potássio já estão com fornecimento garantido para a safra 2025/26, enquanto fertilizantes como fósforo e sulfato de amônio ainda apresentam negociações em andamento.
Em paralelo, a empresa Yara Brasil anunciou avanços significativos na produção de fertilizantes sustentáveis. Em sua planta industrial em Cubatão (SP), a empresa iniciou a produção de amônia renovável, fabricada a partir de biometano fornecido pela Raízen. Este biogás é produzido a partir de resíduos da fabricação de etanol e açúcar, como a vinhaça e a torta de filtro.
Leia Também: Brasil pode liderar adaptação à EUDR, mas outros países podem enfrentar exclusão
A nova tecnologia permite a produção anual de 6 mil toneladas de amônia renovável, que será utilizada para fabricar 15 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados com baixa pegada de carbono. Atualmente, essa produção corresponde a 3% da capacidade total da planta, mas a expectativa é de expansão conforme a demanda por produtos sustentáveis cresça.
Apesar de otimista, o cenário para a safra 2025/26 exige planejamento estratégico. Enquanto insumos como cloreto de potássio avançam no cronograma, a negociação de defensivos e fertilizantes para milho e soja ainda enfrenta desafios. A relação de troca também segue pressionada, com o preço da saca de soja no Mato Grosso variando entre R$ 110 e R$ 111, apesar da alta cambial.
Combinando inovação sustentável e estratégias de mercado, o agronegócio brasileiro busca se posicionar como líder global, equilibrando produtividade e sustentabilidade. O avanço na produção de fertilizantes de baixo carbono e a ampliação da infraestrutura de biogás podem ser determinantes para o futuro do setor.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Exportações de carne suína e de frango batem recordes e ganham impulso
Divulgação
As exportações brasileiras de carne suína e de frango registraram fortes avanços em novembro de 2024, consolidando o setor como um dos pilares do agronegócio nacional. Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil exportou 121,1 mil toneladas de carne suína no mês, um aumento de 15,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o terceiro maior volume mensal da série histórica do setor.
Com as exportações, o país faturou US$ 291,7 milhões, alta de 29,5% no comparativo anual. No acumulado do ano até novembro, as exportações somaram 1,243 milhão de toneladas, com receita de US$ 2,774 bilhões, crescimento de 11,1% e 7,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023.
As Filipinas se destacaram como principal mercado para a carne suína brasileira em novembro, com importações de 28,8 mil toneladas, um expressivo aumento de 143,9% em relação a 2023. Outros mercados relevantes foram:
China: 21,1 mil toneladas (-17,2%);
Chile: 10,6 mil toneladas (+45,7%);
Japão: 9,2 mil toneladas (+170,7%);
Hong Kong: 7,9 mil toneladas (-38,4%);
Vietnã: 5,6 mil toneladas (+66,9%).
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, ressaltou que as exportações de carne suína em 2024 já superaram todo o volume registrado no ano passado, impulsionadas pela ampliação de mercados como Filipinas e Chile, graças à adoção do sistema de pré-listing.
As exportações de carne de frango alcançaram 465,1 mil toneladas em novembro, uma alta de 23,2% frente ao mesmo mês de 2023, com receita de US$ 893,4 milhões, crescimento de 32,1%. No acumulado do ano, o setor registrou embarques de 4,845 milhões de toneladas, gerando US$ 9,071 bilhões em receita, aumento de 3,7% no volume e 1% no faturamento.
A China liderou como principal destino da carne de frango brasileira, com 46,3 mil toneladas importadas (+17%), seguida por Japão (34,8 mil toneladas, +7,3%), Emirados Árabes Unidos (34,2 mil toneladas, +6,4%) e México (33,7 mil toneladas, +99,8%).
A assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, oficializada em Montevidéu no último dia 6, traz perspectivas ainda mais promissoras para os exportadores brasileiros. Entre os benefícios está a criação de uma nova cota de exportação de 180 mil toneladas anuais de carne de frango para a União Europeia, com tarifa zero, a ser implementada gradualmente ao longo de seis anos.
Entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil já exportou 205 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia, gerando receita de US$ 749,2 milhões. A expectativa é de que as novas cotas fortaleçam ainda mais a presença brasileira no mercado europeu.
Com o crescimento nas exportações, a diversificação de mercados e a implementação do acordo Mercosul-União Europeia, o setor de proteínas animais do Brasil caminha para um novo patamar em 2025. Para os exportadores, o desafio será ampliar a competitividade, enquanto o governo e as entidades do setor buscam consolidar a presença em mercados estratégicos.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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