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Pecuária

Como o balanceamento da dieta afeta o crescimento das novilhas?

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Quando falamos sobre criação de novilhas temos que nos atentar quanto a sua importância, pois essa categoria representa o crescimento, manutenção e renovação do rebanho da propriedade. Estamos falando também de uma categoria que resulta em maiores custos na produção de leite pois ainda não geram receita, portanto, decisões devem ser levadas em conta para reduzir esse custo e aumentar a eficiência da sua criação.

Uma das alternativas que temos em mãos é a nutrição. Com ela podemos permitir que as novilhas tenham um crescimento mais rápido, resultando assim em uma menor idade ao 1º parto, visto que a reprodução está intimamente ligada com o peso corporal. Com uma idade ao 1º parto de 22-24 meses, se têm um melhor equilíbrio entre o custo de criação de novilhas e sua produção (NASEM, 2021). Estudos comprovam que um ganho de peso diário adequado na recria se têm um acréscimo na produção de leite na 1ª lactação (FIGURA 1).

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O ganho de peso pode variar dependendo da dieta fornecida, como a forragem utilizada, o uso de concentrados (energético e proteico) e minerais e vitaminas. Mas, independentemente dos ingredientes utilizados, uma boa relação entre proteína e energia da dieta é fundamental para promover um crescimento saudável e satisfatório. Grande parte das dietas de recria do Brasil são pobres em proteína, principalmente pelo seu custo elevado em relação a energia.

Durante cada fase da criação de novilhas, valores de PB (proteína bruta) são requeridos na dieta. Na fase pós-desmame, aonde os animais vêm de uma dieta com alto teor de PB (dieta líquida + sólida), teores mais altos de proteína são necessários para manter o ganho de peso vindo do aleitamento. Já nas fases seguintes, a proteína requerida é menor.

Ao falar em aumentar o ganho de peso diário, não significa que quanto mais, melhor. Em ganhos exacerbados, principalmente pelo excesso de energia e falta de proteína da dieta, as novilhas também perdem em produção na 1ª lactação (FIGURA 1) por parir com alto ECC (escore de condição corporal), o que pode predispor a problemas metabólicos e doenças no pós-parto. Como os animais diferem entre as propriedades, com base no peso ao nascimento e o peso e idade ao 1º parto deve-se definir qual o GMD (ganho médio diário) ideal para as novilhas, mantendo um ECC na reprodução e no parto entre 3,0 e 3,5. Tanto o tamanho inadequado ao 1º parto quanto rápidas taxas de crescimento podem limitar a produção de leite na 1ª lactação (NASEM, 2021).

 Figura 1: Correlação entre o ganho de peso diário pré-púbere e produção de leite na 1ª lactação. (ZANTON e HEINRICHS, 2005)

 

Dietas que promovem ganhos rápidos também são aquelas que resultam em deposição excessiva de gordura (NASEM, 2021). Como nessa categoria suas exigências nutricionais estão mais voltadas ao ganho de peso, ou seja, ao seu crescimento, a proteína se torna indispensável pois têm influência direta no crescimento estrutural, acúmulo de músculos (massa magra), eficiência alimentar e potencial futuro de produção de leite (NASEM, 2021).

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 Figura 2: Correlação entre a quantidade de proteína metabolizável fornecida e o ganho de peso médio diário. (SILVA, A. L. et al., 2015)

 

Para melhorar o ganho de peso de novilhas em crescimento, fornecer mais PM (proteína metabolizável) que EM (energia metabolizável) é necessário (Silva et al., 2018).

Na meta-análise de Zanton e Heinrichs (2005) foi demonstrado que, para uma máxima produção de leite o ganho médio diário no período pré-púbere girou em torno de 0,836 g/d para novilhas holandesas. Hayes et al., 2021 também demonstrou que em sistemas de criação de novilhas baseado em pastagens o melhor GMD pré-púbere para maximizar a produção de leite na 1ª lactação foi de 0,820 g/d.

Entre as principais fontes de proteínas utilizadas na dieta das novilhas temos o farelo de soja, sendo uma importante fonte de PDR (proteína degradável no rúmen), proteína essa utilizada pelos microrganismos do rúmen para produção de proteína microbiana, uma das fontes de PM. Uma das alternativas para aumentar a PM da dieta consiste em fornecer mais PNDR (proteína não degradável no rúmen), absorvida no intestino sendo fonte de PM para o animal. Alguns ingredientes são fontes de PNDR, como exemplo o DDG (subproduto da indústria de etanol de milho), sendo amplamente utilizado na alimentação de ruminantes devido a sua qualidade nutricional e custo mais acessível. E, na dieta das novilhas, têm sido uma alternativa em substituição ao farelo de soja, fornecendo a PM requerida com um custo menor.

Promover uma alimentação que atenda as exigências nutricionais e com a correta relação entre PM/EM, se têm um ganho de peso adequado com um crescimento saudável e, consequentemente, uma menor idade ao 1º parto e maior produção de leite.

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Por  Matheus Henrique Ramos Silva

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Pecuária

Brucelose em Goiás: Alerta sobre o consumo de leite não inspecionado

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A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alertam para os perigos da brucelose, uma doença infecciosa que pode ser transmitida de animais para humanos, especialmente através do consumo de leite cru e derivados sem inspeção sanitária. Ambas as agências reforçam a necessidade de adquirir produtos lácteos apenas com selo oficial de inspeção para garantir a segurança alimentar, pois queijos e derivados sem registro sanitário podem ser fontes de contaminação, apresentando sintomas em humanos como febre prolongada, fraqueza, dores articulares e perda de apetite.

O controle da brucelose inicia no campo, com a Agrodefesa realizando o registro e monitoramento de rebanhos, oferecendo orientação técnica aos produtores e fiscalizando a vacinação obrigatória de fêmeas bovinas e bubalinas entre 3 e 8 meses de idade. A vacinação é considerada a principal barreira contra a doença, e animais positivos devem ser eliminados para proteger a saúde do rebanho, o investimento do produtor e a segurança alimentar da população.

A Agrodefesa também mantém um rigoroso processo de inspeção industrial e sanitária em laticínios, certificando estabelecimentos com selo de inspeção, verificando boas práticas de fabricação e garantindo a procedência de matéria-prima de animais sadios. Para produtos artesanais feitos com leite cru, o controle de rastreabilidade é essencial. Paulo Viana, gerente de Inspeção da Agrodefesa, enfatiza que produtos sem registro podem apresentar perigos invisíveis, e o consumidor deve sempre optar por alimentos fiscalizados.

A transmissão da brucelose para humanos pode ocorrer pelo consumo de leite cru e derivados sem inspeção, ou pelo contato direto com secreções de animais infectados. O coordenador de Zoonoses da SES-GO, Fabrício Augusto de Sousa, recomenda que a população beba apenas leite pasteurizado, consuma derivados com selo de inspeção, utilize luvas e máscaras ao lidar com animais e procure atendimento médico ao apresentar sintomas suspeitos. A doença, embora mais comum em áreas rurais, também representa um risco para consumidores em feiras e mercados informais.

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Em Goiás, a conscientização sobre a brucelose é crucial. Em 2024, foram notificados 34 casos da doença em humanos no estado, e de janeiro a setembro de 2025, já foram registrados 24 casos. A possibilidade de casos não diagnosticados reforça a importância da atenção e prevenção contínuas por parte de toda a população, tanto no campo quanto nas áreas urbanas.

Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Mato Grosso

Escritórios Verdes JBS auxiliam produtores na regularização ambiental durante mutirão em Barra do Garças

Publicado

em

foto: divulgação JBS

 

Mato Grosso, 20 de outubro de 2025 – O programa Escritórios Verdes JBS estará presente, entre os dias 21 e 23 de outubro, no Mutirão CAR Digital 2.0, promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), em Barra do Garças (MT). O evento será realizado no Centro Cultural Porto do Baé e tem como objetivo agilizar a regularização ambiental de propriedades rurais e esclarecer dúvidas sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Durante o mutirão, técnicos da Sema estarão à disposição para atender presencialmente produtores de toda a região, com orientações e apoio na validação e desbloqueio de cadastros, além de encaminhamentos para adequação ambiental. Já os profissionais dos Escritórios Verdes estarão focados em prestar apoio aos produtores, visando a requalificação comercial, por meio da adesão ao Programa de Reinserção e Monitoramento (PREM) do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).

Segundo Sérgio Luis Marçon, coordenador de Sustentabilidade da JBS, a presença no mutirão reforça o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o apoio ao produtor rural. “Nosso papel é facilitar o acesso à informação e às soluções que o produtor precisa para manter sua propriedade em conformidade socioambiental, se reinserindo em um mercado que nos exige ser cada vez mais sustentável. Estar presente nesse mutirão é fortalecer essa rede de apoio e mostrar que é possível produzir e preservar ao mesmo tempo”.

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Em Mato Grosso, os Escritórios Verdes JBS já contribuíram para a regularização de mais de 4 mil propriedades rurais, oferecendo assistência técnica, ambiental e gerencial gratuita aos pecuaristas. Desde 2021, o programa presta suporte a produtores em todo o país e já atendeu gratuitamente mais de 21 mil propriedades rurais, com foco na regularização ambiental, recuperação de áreas degradadas e na promoção de práticas produtivas mais sustentáveis.

Em todo o país, o programa apoiou na recuperação de mais de 8 mil hectares de áreas de vegetação nativa, o equivalente a 11 mil campos de futebol, e na elaboração de mais de 500 projetos de regularização ambiental apenas em 2024. No estado, os Escritórios Verdes funcionam nas unidades da Friboi em Juara, Diamantino, Alta Floresta, Confresa, Pontes e Lacerda e Barra do Garças, além de terem atendimento virtual gratuito por telefone, WhatsApp e e-mail, por meio do Escritório Verde Virtual.

O mutirão realizado pela Sema conta com o apoio da Prefeitura de Barra do Garças, da Câmara de Vereadores, do Sindicato Rural, da PCI (Produzir, Conservar e Incluir) e do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).

Presença em MT

A JBS está presente em 12 municípios mato-grossenses: Água Boa, Alta Floresta, Araputanga, Barra do Garças, Campo Verde, Colíder, Confresa, Colíder, Juara, Pedra Preta, Pontes e Lacerda e Tangará da Serra, e é responsável pela geração de mais de 11 mil empregos diretos no estado. Com atuação destacada nas indústrias de bovinos, aves e suínos, a companhia também opera em áreas como produção de couros, transporte e agregação de valor.

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Sobre a JBS

A JBS é uma empresa global líder em alimentos, com um portfólio diversificado de produtos de alta qualidade, incluindo frango, suínos, bovinos, cordeiros, peixes e proteínas vegetais. A companhia emprega mais de 280 mil pessoas e opera em mais de 20 países, como Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e China. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação, como Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre outras, que chegam diariamente à mesa de consumidores em 180 países. A empresa também investe em negócios correlatos, como couro, biodiesel, colágeno, fertilizantes, envoltórios naturais, soluções para gestão de resíduos sólidos, reciclagem e transporte, com foco na economia circular. A JBS prioriza um programa de segurança alimentar de excelência, adotando as melhores práticas de sustentabilidade e bem-estar animal ao longo de sua cadeia de valor, com o objetivo de alimentar o mundo de forma mais sustentável. Saiba mais em jbsglobal.com.

Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Pecuária

Demanda firme e oferta limitada sustentam alta do boi gordo em outubro, aponta Cepea

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Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

 

O mercado do boi gordo segue em tendência de alta na maioria das praças monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, desde o início de outubro. Segundo o levantamento, mesmo com o abastecimento parcial garantido pelos contratos de confinamento, as escalas de abate estão mais curtas, o que tem elevado a procura no mercado de balcão.

Com isso, os preços permanecem firmes nas 28 regiões pesquisadas pelo Cepea. Em São Paulo, as negociações vêm ocorrendo majoritariamente entre R$ 305 e R$ 315 por arroba, chegando em alguns casos a R$ 320. O cenário reflete um ajuste entre oferta e demanda, típico do período de transição de safra, quando os estoques de animais terminados a pasto são menores.

Outro ponto destacado pelos pesquisadores é que, com os valores atuais, a diferença entre o preço da arroba do boi e o de 15 quilos de carcaça atingiu o menor patamar do ano, reforçando o movimento de firmeza nas cotações e o equilíbrio entre o mercado físico e os custos da indústria frigorífica.

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Fonte: CenarioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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